Marquês de Olinda (vapor): diferenças entre revisões

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O '''Vapor ''Marquês de Olinda''''' foi um navio brasileiro capturado pela Armada Paraguaia e utilizado por essa na [[Guerra do Paraguai]].
 
==História O navio ==
 
O Vapor brasileiro ''Marquês de Olinda'' levava esse nome em homenagem a [[Pedro de Araújo Lima]], Ministro, Regente e Presidente do Conselho Imperial{{Sfn|Mendonça|Vasconcelos|1959|p=178}}. Não era um navio da [[Armada Imperial Brasileira]], mas um navio civil mercante e de passageiros destinado à rota do [[Rio Paraná]] e [[Rio Paraguai]].
 
Se tratava de um vapor de casco de madeira impulsionado por rodas laterais. Possuía um baixo calado, que o tornou adequado para a navegação fluvial, tinha um deslocamento de 180 toneladas e um motor a vapor de 80hp.
 
[[Ficheiro:Entrada de Pasajeros.jpg|thumb|left|Lista de passageiros do ''Marquês de Olinda'' em [[2 de março|02/03]]/[[1860]].]]
 
Se tratava de um vapor de casco de madeira impulsionado por rodas laterais. Possuía um baixo calado, que o tornou adequado para a navegação fluvial, tinha um deslocamento de 180 toneladas e um motor a vapor de 80hp{{Sfn|Histarmar2}}.
Com as companhias ''Bernal & Cárrega'' primeiro, e ''G. Matti & Cia'' posteriormente, entre 1860 e 1862 realizou a rota entre a cidade de [[Buenos Aires]] e [[Corumbá]] sob comando de José Berisso, com escalas em [[San_Nicolás_de_los_Arroyos|San Nicolás de lós Arroyos]], [[Rosário_(Argentina)|Rosario]], [[Paraná_(Argentina)|Paraná]], [[Corrientes (cidade)|Corrientes]] e [[Assunção]]. Já no [[Rio da Prata]], também chegou a [[Montevidéu]] para transferência exclusiva de passageiros. Em 1863, sob comando de Hipólito Betancour, ampliou seu serviço para a cidade de [[Cuiabá]], a cerca de 660km de Corumbá, totalizando um percurso de viagem de aproximadamente 3 mil km.
 
Com as companhias ''Bernal & Cárrega'' primeiro, e ''G. Matti & Cia'' posteriormente, entre 1860 e 1862 realizou a rota entre a cidade de [[Buenos Aires]] e [[Corumbá]] sob comando de José Berisso, com escalas em [[San_Nicolás_de_los_Arroyos|San Nicolás de lós Arroyos]], [[Rosário_(Argentina)|Rosario]], [[Paraná_(Argentina)|Paraná]], [[Corrientes (cidade)|Corrientes]] e [[Assunção]]{{Sfn|Histarmar2}}. Já no [[Rio da Prata]], também chegou a [[Montevidéu]] para transferência exclusiva de passageiros. Em 1863, sob comando de Hipólito Betancour, ampliou seu serviço para a cidade de [[Cuiabá]], a cerca de 660km de Corumbá, totalizando um percurso de viagem de aproximadamente 3 mil km{{Sfn|Histarmar2}}.
Ele foi capturado pelo governo paraguaio em 12 de novembro de 1864, quando subia o Rio Paraguai transportando o Cel. [[Frederico Carneiro de Campos]], então presidente designado à província de Mato Grosso e que estava a rumar para assumir o seu posto. Esse fato, a captura do [[Forte Novo de Coimbra]] e a invasão paraguaia do Mato Grosso um mês depois, foram considerados atos de guerra pelo [[Império do Brasil]] e contribuíram para desencadear a Guerra do Paraguai. Os paraguaios, após a sua captura, o armaram e equiparam como navio de guerra nos estaleiros de [[Assunção]], instalando 8 canhões.
 
== Aprisionamento do vapor Marquês de Olinda ==
 
{{Artigo principal|Aprisionamento do vapor Marquês de Olinda}}
 
EleO vapor ''Marquês de Olinda'' foi capturado pelo governo paraguaio em 12 de novembro de 1864, quando subia o Rio Paraguai transportando o Cel. [[Frederico Carneiro de Campos]], então presidente designado à província de Mato Grosso e que estava a rumar para assumir o seu posto. Esse fato, a captura do [[Forte Novo de Coimbra]] e a invasão paraguaia do Mato Grosso um mês depois, foram considerados atos de guerra pelo [[Império do Brasil]] e contribuíram para desencadear a Guerra do Paraguai. Os paraguaios, após a sua captura, o armaram e equiparam como navio de guerra nos estaleiros de [[Assunção]], instalando 8 canhões{{Sfn|Histarmar}}.
 
==Ofensiva no Rio Paraná==
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O ''Marquês de Olinda'', junto com o ''Tacuarí'' e o ''Salto Oriental'', foram contra o vapor brasileiro ''[[Vapor Parnaíba|Parnaíba]]'', que chegou a ser abordado e invadido. A fragata ''[[Amazonas_(fragata)|Amazonas]]'' então se dirigiu ao seu auxílio, atingindo o ''Paraguarí'' e forçando-o a encalhar no banco de área próximo para não afundar e na sequência a fragata abriu fogo direto contra o ''Marquês de Olinda'', enquanto o ''Tacuarí'' enfrentava os vapores brasileiros ''[[Vapor Araguari|Araguarí]]'' e ''Beberibe''. Com a caldeira destruída e em chamas, o ''Marquês de Olinda'' foi arrastado pela correnteza do Rio Paraná até atingir um banco de areia e afundar parcialmente. A maior parte da sua tripulação foi morta ou ferida durante a ação. Ao fim do combate, a fragata Amazonas o abordou, resgatando alguns sobreviventes incluindo o seu comandante, Ezequiel Robles, que foram levados prisioneiros. O comandante do vapor sofreu amputação de seu braço e veio a morrer pouco depois. O restante da tripulação foi conduzido a Buenos Aires e outros fugiram com ajuda de jangadas para o [[Chaco_(província)|Chaco]], liderados por George Gibson, engenheiro e tripulante do ''Marquês de Olinda'', que mais tarde se reuniram com as tropas do general Wenceslao Robles.
 
Mais tarde, Gibson relataria ao general Robles o ocorrido com o desastre do vapor:
Mais tarde, Gibson relataria ao general Robles o ocorrido com o desastre do vapor: “''(...) eu estava parado entre a máquina até que fui chamado pelo tenente Robles para acompanhá-lo e dar uma volta pelo barco para avaliar os danos que havia recebido. Encontramos vários furos de disparos do lado estibordo acima do nível da água, mas não eram de muita gravidade porque estavam um pouco acima da linha d’água. O carpinteiro colocou ali um tampão da melhor forma que pode. Então, o comandante Robles ordenou a sua tripulação que se dirigissem ao bote para que seguissem a bordo do Tacuarí, e nisso eu vi vários buracos de disparos em lugares diferentes do navio e, enquanto estávamos ali, tentei avisar o comandante Robles para dizer ao capitão Meza para colocar dois ou três navios no canal estreio do Riachuelo para fechar a passagem dos navios, de maneira que pudéssemos impedir toda a esquadra brasileira, mas ele não o quis fazer.”
 
Mais tarde, Gibson relataria ao general Robles o ocorrido com o desastre do vapor: “''(...) eu{{cquote|Eu estava parado entre a máquina até que fui chamado pelo tenente Robles para acompanhá-lo e dar uma volta pelo barco para avaliar os danos que havia recebido. Encontramos vários furos de disparos do lado estibordo acima do nível da água, mas não eram de muita gravidade porque estavam um pouco acima da linha d’água. O carpinteiro colocou ali um tampão da melhor forma que pode. Então, o comandante Robles ordenou a sua tripulação que se dirigissem ao bote para que seguissem a bordo do Tacuarí, e nisso eu vi vários buracos de disparos em lugares diferentes do navio e, enquanto estávamos ali, tentei avisar o comandante Robles para dizer ao capitão Meza para colocar dois ou três navios no canal estreio do Riachuelo para fechar a passagem dos navios, de maneira que pudéssemos impedir toda a esquadra brasileira, mas ele não o quis fazer.}}
 
Ao fim da ação, além do vapor ''Marques de Olinda'', o ''Tacuarí'' e o ''Jejuí'', assim como as três Chatas (pequenas embarcações rebocadas) ficaram seriamente avariadas e ou foram encalhadas nos bancos do rio ou afundadas.
{{Referências}}
 
== Ver também ==
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==Bibliografia utilizada==
:*{{citar livro | ultimo=ResquínCenturión | nome=FranciscoJuan IsidoroCrisóstomo | titulo=DatosReminiscencias históricoshistóricas desobre la guerra del Paraguay con la Triple Alianza | editora=Compañía Sud-AmericanaImprenta de BilletesJ. deA. BancoBerra | ano=18961901}};
:*{{Citar web|url=http://www.histarmar.com.ar/ArmadasExtranjeras/Paraguay/TrAl-BuquesParag.htm|obra=Historia y Arqueología Marítima|acessodata=2020-05-27|titulo=Buques Paraguayos Durante La Guerra de la Triple Aliaza|ultimo=Histarmar|ref=harv}};
:*{{citar livro | ultimo=Centurión | nome=Juan Crisóstomo | titulo=Reminiscencias históricas sobre la guerra del Paraguay | editora=Imprenta de J. A. Berra | ano=1901}}
:*{{Citar web|url=http://www.histarmar.com.ar/BuquesMercantesArgAnt/NavVapor-BrasilyParag.htm|obra=Historia y Arqueología Marítima|acessodata=2020-05-31|titulo=Cia. de Navegacion Rioplatenses Vapores Brasileños y Paraguayos|ultimo=Histarmar2|ref=harv}};
:*{{citar livro|título=Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira|ultimo=Mendonça|primeiro=Mário F.|ultimo2=Vasconcelos|primeiro2=Alberto|editora=SGDM|ano=1959|local=Rio de Janeiro|páginas=271|oclc=254052902|ref=harv}};
:*{{citar livro | ultimo=CenturiónResquín | nome=JuanFrancisco CrisóstomoIsidoro | titulo=ReminiscenciasDatos históricashistóricos sobrede la guerra del Paraguay con la Triple Alianza | editora=ImprentaCompañía Sud-Americana de J.Billetes A.de BerraBanco | ano=19011896}}.
 
==Ligações externas ==