Código de Hamurabi: diferenças entre revisões

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{{Mais notas|data=dezembro de 2019}}
{{Info/Documento
|nome_documento = Código de HamurabiHamurábi
|imagem = Code-de-Hammurabi-1.jpg
|imagem_tamanho = 200px
|imagem_legenda = Monumento original onde se tem a gravura das leis.
|data_ratificado = [[circa]] {{AC|1750 a.C|x}}
|data_criado =
|data_ratificado = [[circa]] 1750 a.C
|local_documento = [[Mesopotâmia]]
|escritor = [[HammurabiHamurábi]]
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|propósito = Proteger os mais fracos dos mais fortes. É o primeiro conceito de [[lei]] conhecido.
}}
'''Código de Hamurábi''', representa o conjunto de [[leis]] escritas, sendo um dos exemplos mais bem preservados desse tipo de [[texto]] oriundo da Mesopotâmia. Acredita-se que foi escrito pelo rei [[Hamurábi]], aproximadamente em {{AC|1772 a.C.|x}}. Foi encontrado por uma expedição francesa em 1901 na região da antiga [[Mesopotâmia]], correspondente à cidade de [[Susa]], no sudoeste do [[Irão|Irã ou Irão]].
 
É um monumento [[monólito|monolítico]] talhado em [[rocha]] de [[diorito]], sobre o qual se dispõem 46 colunas de [[escrita cuneiforme]] [[Língua acadiana|acádica]], com 282 leis em {{Fmtn|3600}} linhas. A numeração vai até 282, mas a cláusula 13 foi excluída por superstições da época. A peça tem 2,25 m de altura, 1,50 m de circunferência na parte superior e 1,90 m na base.<ref name="multipla">"A solução das disputas", pelo historiador [[Luiz Marques]] para a revista História Viva, nº 50.</ref>
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O objetivo deste código era homogeneizar o reino juridicamente e garantir uma cultura comum. No seu epílogo, Hamurábi afirma que elaborou o conjunto de leis "para que o forte não prejudique o mais fraco, a fim de proteger as viúvas e os órfãos" e "para resolver todas as disputas e sanar quaisquer ofensas".<ref name="multipla"/>
 
Durante as diferentes invasões da [[Babilônia]], o código foi deslocado para a cidade de [[Susa]] (no [[Irão|Irã ou Irão]] atual) por volta de [[{{AC|1200 a.C.]]|x}} Foi nessa cidade que ele foi descoberto, em dezembro de [[1901]], pela expedição dirigida por [[Jacques de Morgan]]. O abade [[Jean-Vincent Scheil]] traduziu a totalidade do código após o retorno a [[Paris]], onde hoje ele pode ser admirado no [[Museu do Louvre]], na sala 3 do Departamento de Antiguidades Orientais.
 
Durante o governo de [[Hamurabi|Hamurábi]], no primeiro império babilônico, organizou-se um dos mais conhecido sistema de leis escritas da antiguidade: O Código de Hamurábi. Outros códigos, ([[Código de Ur-NammuNamu]]), haviam surgido entre os sumérios que viveram entre {{Fmtn|4000}} anos a.C. ae {{AC|1900 a.C.|x}} na Mesopotâmia. No entanto, o Código de Hamurábi foi o que chegou até nós de forma mais completa - os sumérios viviam em pequenas comunidades autônomas, o que dificultou o conhecimento desses registros.
 
Hamurábi, ou “Khammu-rabi” em babilônico, foi o sexto rei da [[Suméria]] (região do atual [[Iraque]]) por volta de {{AC|1750 a.C.|x}} e também ele quem uniu os semitas e sumérios fundando o império babilônico.
 
O Código de Hamurábi ficava inicialmente no templo de [[SipparSipar]] (uma das cidades mais antigas da [[Mesopotâmia]]), sendo que diversas cópias suas foram distribuídas pelo reino de Hamurábi. No topo do monolitomonólito (monumento construído a partir de um só bloco de rocha) encontra-se uma representação de Hamurábi em frente ao deus sumeriano do sol [[ShamashSamas]].
 
Seu código trata de temas cotidianos e abrange matérias de ordem, civil, penal e administrativa como, por exemplo, o direito da mulher de escolher outro marido caso o seu seja feito prisioneiro de guerra e não tenha como prover a casa, ou a obrigação do homem de prover o sustento dos filhos mesmo que se separe de sua mulher.
 
== Importância ==
Durante o período de hegemonia do império babilônico sobre a Mesopotâmia (1800{{-nwrap||1800|1500 a.C.)}} o rei Hamurábi foi responsável por uma das mais importantes contribuições culturais daquele povo: a compilação de um código de leis escrito quando ainda prevalecia a tradição oral, ou seja, em época em que as leis eram transmitidas oralmente de geração em geração ou de forma consuetudinária - costumeira.
 
Do código de [[Hamurabi|Hamurábi]] foram traduzidos 281 artigos a respeito de relações de trabalho, família, propriedade e escravidão. Embora repouse sobre a tradição anterior do [[Suméria|direito sumério]], o código é conhecido por ser o primeiro corpo de leis de que se tem notícia fundamentado no princípio da [[lei de talião]], que estabelece a equivalência da punição em relação ao crime. O termo talião é originado do latim e significa tal ou igual, daí a expressão "olho por olho, dente por dente". Também inspira o código o princípio jurídico ''judicium dei'', ou o [[ordálio]], que indica a possibilidade de um julgamento divino. Um exemplo desse princípio está no artigo dois do código: ''"Se alguém acusar um homem e o acusado mergulhar em um rio e afundar, quem o acusa pode tomar posse de sua casa. Mas se o rio provar que o acusado é inocente e ele escapar ileso, então quem o acusa será executado, e o acusado tomará sua casa".''<ref name="multipla"/>
 
O código é muitas vezes indicado como o primeiro exemplo do conceito legal de que algumas [[lei]]s são tão básicas que mesmo um rei não pode modificá-las. Ao escrever as leis na pedra, elas se tornaram imutáveis. Este conceito existe em vários sistemas jurídicos modernos e deu origem à expressão em língua inglesa ''written in stone'' (''escrito na pedra''). No entanto, para alguns investigadores da história, o fato de gravar escritos em pedras não implica propriamente a perpetuação da mensagem e sim na facilidade oferecida pelo autor aos menos letrados de reproduzirem esses textos fiel e rapidamente. No caso da estela de Hamurábi em questão, viajantes de outras regiões, quando em passagem por [[Susa]], tinham a oportunidade de obter cópias para serem lidas por escribas em suas aldeias e para isso normalmente utilizavam o processo similar ao de [[xilogravura]], transcrevendo diretamente da [[Estela (monumento)|estela]] para o papel ou papiro, que com o passar do tempo e o uso, por se tratar de material perecível, se perderam, permanecendo apenas essas matrizes de pedra para contar a origem das leis.
 
Outras coleções de leis incluem os códigos de [[Ur Nammu-Namu]], rei de [[Ur]] (cerca de {{AC|2050 a.C.|x}}), o código de [[EshnunnaEsnuna]] (cerca de {{AC|1930 a.C.|x}}) e o código de [[Lipite-Istar]] de [[IsinIsim]] (cerca {{AC|1870 a.C.|x}}).
 
É um dos mais antigos conjuntos de leis escritas já encontrados, e um dos exemplos mais bem preservados deste tipo de documento da antiga Mesopotâmia. Segundo os cálculos, estima-se que tenha sido elaborado pelo rei Hamurábi por volta de {{AC|1700 a.C.|x}}. Foi encontrado por uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente a cidade de Susa, atual Irã.
 
É um monumento monolítico talhado em rocha de diorito, sobre o qual se dispõem 46 colunas de escrita cuneiforme acádica, com 282 leis em {{Fmtn|3600}} linhas. A numeração vai até 282, mas a cláusula 13 foi excluída por superstições da época. A peça tem 2,25 metros de altura, 1,50 m de circunferência na parte superior e 1,90 m na base.<ref name="multipla" />
 
== Diferenças da TorahTorá ==
Algumas partes da [[TorahTorá]] abordam aspectos mais apurados de algumas seções do código de Hamurábi que tem a ver com o direito de propriedade, e devido a isso alguns especialistas sugerem que os [[hebreus]] tenham derivado sua lei deste.
 
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== Ver também ==
* [[Hamurabi|Hamurábi]]
* [[Babilônia]]
*[[Lipite-Istar]]
*[[Código de Manu]]
*[[Ur-NammuNamu]]
 
== Ligações externas ==