Fossa das Marianas: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Pacific Ocean.png|thumb|Localização da fossa das Marianas]]
 
A '''[[Fossa oceânica|Fossa]] das Marianas''' é o local mais profundo do [[Terra|Planeta Terra]], atingindo uma profundidade de {{Formatnum|10984}} metros.<ref name="So, How Deep Is the Mariana Trench?">{{citar web|url=http://ccom.unh.edu/sites/default/files/publications/Gardner-et-al-2014-Challenger-Deep.pdf |título=So, How Deep Is the Mariana Trench? |data=5 de março de 2014 |publicado=Center for Coastal & Ocean Mapping-Joint Hydrographic Center (CCOM/JHC), Chase Ocean Engineering Laboratory of the University of New Hampshire |acessodata=20 de maio de 2014}}</ref> Localiza-se no [[oceano Pacífico]], a leste das [[ilhas Marianas]], na fronteira convergente entre as [[placa tectónica|placas tectônicas]] do Oceano Pacífico e das Filipinas. Geologicamente, a fossa das Marianas é resultado geomorfológico de uma [[zona de subducção]]. O ponto mais profundo da fossa foi sondado pelos navios ''Challenger'' e ''Challenger II'', da [[Marinha Real]]. O local foi batizado, então, de ''Challenger Deep''. O fundo da fossa das Marianas foi atingido em [[1960]] pelo [[batiscafo]] "[[Batiscafo Trieste|Trieste]]", da marinha Americana tripulado pelo tenente [[Don Walsh]] e o cientista [[suíça|suíço]] [[Jacques Piccard]], que passaram 20 minutos no fundo do oceano, numa expedição que durou ao todo 9 horas.<ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2009/06/090603_submarinoroboml.shtml BBC: Submarino-robô atinge ponto mais profundo da Terra]</ref>
 
== Geologia ==
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A Fossa das Marianas faz parte do sistema [[Izu-Bonin-Mariana Arc|Izu-Bonin-Mariana]] que forma o [[Limite convergente|limite de fronteira convergente]] entre duas [[Placa tectónica|chapas tectônicas]]. Neste sistema, a borda ocidental de um prato, a [[Placa do Pacífico]], é [[subdução|subduzida]] (isto é, impulso) abaixo da menor [[Placa das Marianas|Placas das Marianas]] que fica a oeste. O material crustal na borda ocidental da placa do Pacífico é uma das crosta oceânica mais antiga da Terra (até 170 milhões de anos) e, portanto, é mais frio e mais denso; Daí a sua grande diferença de altura em relação à Placa Mariana de alto escalão (e mais jovem). A área mais profunda do limite da placa é a Fossa Mariana propriamente dita.
 
O movimento das placas do Pacífico e Mariana também é indiretamente responsável pela formação das [[Ilhas Marianas]]. Estas ilhas vulcânicas são causadas pelo [[fluxo fundido]] do manto superior devido à libertação de água que está presa em minerais da porção subduzida da Placa do Pacífico.<ref>http://www.geologypage.com/2015/03/mariana-trench-deepest-part-of-the-ocean.html</ref>
 
== Exploração ==
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Em 1985 o [[oceanógrafo]] [[Robert Ballard]], que tornou-se famoso pela descoberta do [[Titanic]], utilizou um ROV (Remotely operated underwater vehicle) e seu minisubmarino Alvin para fazer mais uma descoberta histórica em conjunto com o pesquisador Dedley Foster, comprovando que, ao contrário do que se supunha, abaixo da camada [[batipelágico]] situada entre 1000 e 4000 metros, volta a existir vida. Antes da descoberta, as pesquisas eram realizadas de maneira empírica, com redes de alta profundidade. Até então era tido como certo que abaixo do batipelágico não existia mais nada no oceano. Pelas imagens de Ballard e Foster, comprovou-se que graças aos componentes químicos e ao calor exalado pelos vulcões por delicadas "chaminés" encontrados nas Fossas Marianas (a mais de {{Formatnum|10000}} metros de profundidade) há vida exuberante nas profundezas. Pela análise das amostras coletadas pelo robô submarino comprovou-se a existência de vida marinha milhões de anos antes da vida na superfície terrestre. Na fossa das Marianas há um incalculável número de espécimes vivos altamente desenvolvidos e adaptados à colossal pressão encontrada nessas profundidades. As filmagens do ROV de Ballard e Foster mudaram para sempre parte da história da evolução da vida no planeta e abriram um campo imenso para novas pesquisas.
 
Em 25 de março de 2012, o cineasta [[James Cameron]] desceu sozinho até ao fundo da fossa das Marianas num [[batiscafo]], no âmbito da expedição ''Deep Sea Challenge''.<ref name="jcfm">{{citar web|url=http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/james-cameron-desceu-ate-ao-ponto-mais-profundo-do-oceano-1539414|título=Expedição Deep Sea Challenge - James Cameron desceu até ao ponto mais profundo do oceano|acessodata=26-3-2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120329023235/http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/james-cameron-desceu-ate-ao-ponto-mais-profundo-do-oceano-1539414|arquivodata=2012-03-29|urlmorta=yes}}</ref> Foram sete anos de trabalho para o cineasta empreender, em apenas três horas, uma descida aos {{Formatnum|10998}} metros de profundidade. A fossa das Marianas, que recebera a presença humana pela primeira vez em 1960, foi filmada com câmeras de alta resolução em 3D. Cameron esperava ainda, ao longo de seis horas no fundo, recolher amostras do sítio, menos conhecido pela ciência do que a superfície do planeta Marte.
 
Em 8 de maio de 2020, o Vitiaz, um veículo submarino não tripulado e autónomo russo à Fossa das Marianas. Os sensores de Vitiaz registaram uma profundidade de 10.028 metros. Ao contrário dos dispositivos Kaiko (Japão) e Nereus (Estados Unidos), o dispositivo Vitiaz funciona de forma totalmente autónoma. Graças ao uso de elementos de inteligência artificial no sistema de controlo do veículo, ese pode contornar a obstáculos de forma independente e encontrar uma saída de um espaço limitado e resolver outros problemas. O Vitiaz fez o mapeamento, captou fotografias e gravou vídeos, tendo também aproveitado a missão para estudar o ambiente marinho<ref>{{citar web|URL=https://zap.aeiou.pt/robo-russo-mergulhou-10-000-metros-fossa-marianas-323820|título=Robô autónomo russo mergulhou mais de 10.000 metros na Fossa das Marianas|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>.
 
=== Resíduos nucleares ===
Tal como outras fossas oceânicas, a fossa das Marianas foi proposta para local de armazenamento de [[resíduo nuclear|resíduos nucleares]]<ref name="isbn0-387-95560-7"/><ref name="isbn0-7546-7133-X"/> na esperança de que a [[subducção]] de placas tectónicas que se verifica no local possa eventualmente fazer entrar o [[lixo nuclear]] no [[manto]] da [[Terra]]. Porém, o depósito de lixo nuclear no oceano é proibido pelo [[direito internacional]].<ref name="isbn0-387-95560-7">{{citar livro |urlautor=http://booksHafemeister, David W.google.com/books?id=LT4MSqv9QUIC&pg=PA187#v=onepage&q&f=false |titulo=Physics of societal issues: calculations on national security, environment, and energy |autorpublicado=Hafemeister,Springer David|local=Berlin W.|ano=2007|local=Berlin |página= 187|isbn=0-387-95560-7|publicadourl=Springerhttp://books.google.com/books?id=LT4MSqv9QUIC&pg=PA187#v=onepage&q&f=false}}</ref><ref name="isbn0-7546-7133-X">{{citar livro |urlautor=http://booksKingsley, Marvin G.google; Rogers, Kenneth H.ca/books?id=bOP4-BpYXrEC&pg=PA75 |titulo=Calculated risks: highly radioactive waste and homeland security |autorpublicado=Kingsley,Ashgate Marvin G.; Rogers, Kenneth H.|ano=2007|local=Aldershot, Hants, England |ano=2007 |páginas= 75–76|isbn=0-7546-7133-X|publicadourl=Ashgatehttp://books.google.ca/books?id=bOP4-BpYXrEC&pg=PA75}}</ref> na esperança de que a [[subducção]] de placas tectónicas que se verifica no local possa eventualmente fazer entrar o [[lixo nuclear]] no [[manto]] da [[Terra]]. Porém, o depósito de lixo nuclear no oceano é proibido pelo [[direito internacional]].<ref>
{{Citar web
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|título= Dumping and Loss overview
|obra= Oceans in the Nuclear Age
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|arquivodata= 2011-06-05
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== Ver também ==