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O século XVIII trouxe uma recuperação demográfica, sem mudanças substanciais em sua estrutura social, que era encabeçada pelos marqueses de Priego (duques de Medinaceli desde 1711), seguida por algumas famílias nobres, clero, camponeses e artesãos dos mais variados grêmios. Em 1726, foi canonizado o montillano são Francisco Solano, importante evangelizador na América do Sul. Em 1 de abril de 1767, os jesuítas foram expulsos. Em 24 de agosto de 1779, se fundou a primeira Sociedade Econômica de Amigos do País.
=== Séculos XIX, XX e XXI ===
No século XIX, Montilla possuía 13 224 habitantes, sendo, portanto, considerada uma cidade de tamanho médio. Havia 1 840 casas em 84 ruas, largas, limpas e muito bem calçadas, como descrevem vários tratados, com destaque para as ruas Corredera, Sotollón, Ancha, Enfermería, Torrecilla, San Fernando, Santa Brígida e Puerta de Aguilar, e três praças: Constitución, Palacio e Sileras, assim como o campo de São Agostinho. A cidade contava nesse século com a Prefeitura, o palácio de Medinaceli, escolas, hospital, a paróquia de São Tiago, a igreja de são Francisco Solano, assim como sete ermidas na cidade e quatro nas redondezas, três conventos de frades e dois de monjas. Nesse século, a economia se baseava no setor primário: as produções mais importantes eram azeite (80 000 arrobas, com vendas que se distribuíam a [[Málaga]], [[Sevilha]] e [[Madri]]), vinho (exportado para a cidade de Córdova, a província de Córdova e [[Écija]], com pedidos inclusive para a [[Inglaterra]]), trigo (50 000 alqueires) e outros cereais, leguminosas, hortaliças e frutas. Quanto à indústria, se destacavam o setor agroalimentar, os teares de linho e lã, a cerâmica e as telhas.
O século XIX foi tumultuado. Ocorreram diversos enfrentamentos, seja contra os franceses na [[Guerra Peninsular]], seja entre absolutistas e liberais. Ocorreram, também, a grave epidemia de 1855 e as revoltas contra [[Isabel II de Espanha]].
 
A revolução de 1868 representou uma etapa de grande agitação política, já que, em Montilla, existiam grupos de democratas organizados. A fraude das eleições por parte da burguesia local criou um ambiente de grande tensão social que deu lugar aos graves acontecimentos de 1873, com a proclamação da [[Primeira República Espanhola]] e um motim popular, com assalto e incêndio de casas de várias autoridades municipais, e assassinato de um dos homens mais ricos da cidades ao tentar fugir. DesdeCabe então,destacar aas cidademedidas sedesamortizadoras tornoudo um importante centroministro [[republicanismo|republicanoJuan Álvarez Mendizábal]] (1835), coma claroexpedição reflexodos dessagenerais tendênciacarlistas nasGómez eleiçõese municipaisCabrera (1836) e a chegada do transporte ferroviário (1865).
 
O princípio do século XX se caracterizou pelo enraizamento de ideias republicanas e socialistas, estas por mãos das doutrinas difundidas pelo médico Francisco Palop Segovia, assim como pela multiplicação de organizações operárias e pelo anticlericalismo. Desde então, a cidade se tornou um importante centro [[republicanismo|republicano]], com claro reflexo dessa tendência nas eleições municipais. Depois do triunfo da [[Revolução Russa de 1917]], se iniciou, em Montilla, como em outros lugares da Espanha, um período de agitação social. Em maio de 1917, uma manifestação de protesto foi dissolvida a tiros pela força pública quando marchava pela rua El Santo. Naquele verão, houve várias greves e ameaças de atentados contra pessoas e propriedades, o porta-voz do partido republicano na prefeitura foi detido e a sessão municipal de 1 de agosto se celebrou com a presença da Guarda Civil na sala capitular. Os [[socialismo|socialistas]] obtiveram a maioria nas eleições de 1920, em contínuo enfrentamento com o sindicato católico, que era dirigido pelo conde da Cortina. Durante a [[ditadura de Primo de Rivera]] (1923-1930), a indústria vitivinícola da cidade amadureceu e se expandiu enormemente. No âmbito sociocultural, se destaca a figura de dom Francisco de Alvear, Conde da Cortina, que fomenta a chegada das Escravas do Divino Coração e da Congregação Salesiana, ambas consagradas à docência, e o regresso da [[Companhia de Jesus]]. Além disso, o conde da Cortina adquiriu a casa de [[Inca Garcilaso de la Vega]] para doá-la ao povo de Montilla, com o fim de ali instalar uma biblioteca pública. Com a expansão do setor vitivinícola, os grêmios artesanais ficarão obscurecidos e a cidade alcançou fama universal pela elaboração de excelentes vinhos, convertendo-se desde 1944 no núcleo mais significativo da denominação de origem Montilla-Moriles.
 
Nas eleições gerais de 1931-1933, os socialistas obtiveram uma maioria esmagadora. A [[Guerra Civil Espanhola]] foi especialmente sangrenta em Montilla, pois ninguém tentou freá-la como em outras localidades: a [[Igreja Católica]] participou do golpe e não deu nenhuma demonstração de piedade ou caridade. Tanto párocos como arcebispos casaram e batizaram à força pessoas que iam ser fuziladas no dia seguinte. Os militares controlavam Montilla desde 19 de julho. Foram registrados, entre 1936 e 1939, 114 fuzilamentos em um população de 20 000 habitantes. Posteriormente, se contabilizariam mais dezesseis. No entanto, os historiadores não estão de acordo com relação a esta cifra: a maioria das execuções não era inscrita no registro civil, e mais de trinta por cento dessas execuções foi registrada por testemunho oral, portanto se acredita que o número de execuções foi bem superior. Também foi instalado, em dois colégios femininos, um [[campos de concentração franquistas|campo de concentração]] para prisioneiros republicanos que chegou a reunir mil homens.<ref>{{citar livro|autor= Hernández de Miguel, Carlos|título=Los campos de concentración de Franco|editora=Penguin Random House|ano=2019|páginas=257|id=ISBN 978-84-666-6478-3}}</ref>
 
== Demografia ==