História dos judeus no Brasil: diferenças entre revisões

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Uma nova onda de imigrantes judeus, [[sefarditas]], começou a chegar ao Brasil em [[1810]], vindos principalmente do [[Marrocos]], estabelecendo-se na [[Amazônia]], principalmente em [[Belém (Pará)|Belém]], onde fundaram em 1824 a mais antiga sinagoga em funcionamento no [[Brasil]] e, em 1848, o primeiro cemitério israelita do país; e em [[Manaus]], onde chegaram em 1880. Boa parte dos que chegaram no final do século vinham em função da [[ciclo da Borracha|época dourada da borracha]], e sua vinda foi financiada pelos que já estavam na região. [[Cametá]], no interior do [[Pará]], chegou a ter metade de sua população branca constituída de sefarditas.
 
As famílias mais ricas mudaram-se para o [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] com o declínio da borracha. Ainda assim, a grande assimilação que tiveram na região, envolvendo também [[sincretismo]] religioso, fez com que a proporção de descendentes de judeus entre a população branca da [[Região Norte (Brasil)|Região Norte]] (amplamente de [[sefarditas]]) seja a maior do país.{{carece de fontes}]}
 
O isolamento imposto aos sefarditas na Amazônia chamou a atenção de rabinos no Marrocos. No início do século XX, decidiram enviar um rabino à Amazônia para angariar fundos para uma [[yeshivá]] no Marrocos (ou em Jerusalém, não se sabe ao certo) e fiscalizar o cumprimento das normas religiosas pela comunidade estabelecida na floresta. O [[rabino Shalom Emanuel Muyal]] chegou à região em [[1908]] ou [[1910]], mas, dois anos depois de chegar a [[Manaus]], morreu, provavelmente depois de contrair [[febre amarela]]. Curiosamente, o rabino acabou por ganhar fama de santo milagreiro entre os católicos locais. Foi enterrado no cemitério cristão, pois não havia, então, cemitério judeu na cidade, e sua sepultura tornou-se local de peregrinações. Zeloso, o rabino da sinagoga de Manaus mandou construir um muro ao redor do túmulo, mas foi pior: os devotos católicos passaram a usar o muro como suporte para placas e quadros em que fazem seus pedidos ao rabi Muyal e também proclamam as graças alcançadas. "Ele se tornou o santo judeu dos católicos da Amazônia", admite Isaac Dahan, da sinagoga de Manaus. Nos [[anos 1960]], quando seu sobrinho, então ministro de governo do já criado [[Estado de Israel]], tentou trasladar os restos mortais do santinho, houve protestos populares, e o governo do Amazonas pediu-lhe que não o fizesse. Enfim a sepultura do rabi Muyal foi para o cemitério judaico, anexo ao católico, e o santo rabi continuou a ser venerado no Amazonas.<ref>[http://veja.abril.com.br/080306/p_062.html "Amazônia, terra prometida"]. ''[[Veja]]'', n° 1946, 8 de março de 2006.</ref>