Numane III ibne Almondir: diferenças entre revisões
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== Biografia ==
=== Infância e irmãos ===
Segundo [[Atabari]], ele foi criado na infância pelo poeta cristão
=== Reinado ===
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A sucessão de Al-Nu'man em 580 não teve oposição, pois o clã de Banu Marina apoiou seu irmão al-Aswad. O monarca sassânida, [[Hormisda IV]] (r. 579-590), nomeou [[Iyas ibn Qabisah al-Ta'i]] como governador interino, enquanto um candidato adequado foi procurado na dinastia lacmida. As fontes árabes informam que a intervenção de Adi ibn Ziyad foi decisiva: Adi fez os outros filhos de al-Mundhir se apresentarem primeiro a Hormisda, que perguntou se eles poderiam cumprir os deveres do cargo. A isso, todos responderam, educado por Adi: "Podemos controlar os árabes para você, exceto al-Nu'man". Quando al-Nu'man veio pela última vez, ele prometeu com confiança não apenas controlar os árabes, mas também seus irmãos, dizendo: "Se eu não posso lidar com eles, então não posso lidar com ninguém!". Satisfeito com sua resposta, Hormisda o nomeou rei e lhe deu uma coroa incrustada em ouro e pérola no valor de 60.000 ''[[Dirrã (moeda)|dirrãs]]'' para confirmar sua posição.{{HarvRef|Bosworth|1999|pp=340–344}}{{HarvRef|Rothstein|1899|pp=110–111}}▼
▲A sucessão de
Al-Nu'man era um governante forte e enérgico,{{HarvRef|Shahîd|1995|p=119}} mas pouco se sabe sobre seu reinado.{{HarvRef|Rothstein|1899|p=111}} Ele foi confrontado com divisões entre as tribos e clãs sujeitos a ele. Assim, quando ele tentou remover o direito de liderar uma divisão em batalha (o chamado ''ridāfa'') do Yarbu, uma subtribo de [[Banu Tamim]], e entregá-lo a Darim, outra subtribo, isso provocou um choque violento entre os dois em Tikhfa. Apesar do apoio dado por al-Nu'man aos Darim, os Yarbu venceram e até fizeram o irmão e filho de prisioneiro de al-Nu'man, que tiveram que ser resgatados por mil camelos.{{HarvRef|Shahîd|1995|p=119}}{{HarvRef|Rothstein|1899|pp=112–113}}▼
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Ao contrário de seus antecessores, al-Nu'man mal se preocupava com os tradicionais rivais árabes dos lacmidas, os [[gassânidas]], pois estes haviam brigado com seus senhores [[Império Bizantino|bizantinos]] em {{circa|580}} e foi eliminado como fator de potência na região.{{HarvRef|Shahîd|1995|p=119}} A única atividade militar registrada de al-Nu'man é um ataque à fortaleza bizantina de [[Circesium]] durante a [[Guerra bizantino-sassânida de 572–591|guerra bizantina-sassânida de 572-591]].{{HarvRef|Shahîd|1995|p=119}}{{HarvRef|Rothstein|1899|pp=111–112}} Segundo relatos árabes, al-Nu'man deu refúgio ao filho de Hormisda, [[Cosroes II]] (r. 591–628), durante sua fuga do usurpador [[Vararanes VI]] em 590, e lutou ao lado dele em uma batalha no [[Canal de Naravã]] contra as forças do usurpador.{{HarvRef|Shahîd|1995|p=119}}{{HarvRef|Bosworth|1983|p=3}}▼
▲Ao contrário de seus antecessores,
=== Queda, morte e consequências ===
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Apesar da assistência prestada a Cosroes, depois que este foi restaurado ao seu trono, os dois caíram. As fontes não fornecem uma razão clara para isso, atribuindo sua disputa à recusa de al-Nu'man em dar seu cavalo a Cosroes ou em casar com uma de suas filhas, [[Al-Hurqah|Hind]], com um dos parentes de Cosroes.{{HarvRef|Bosworth|1983|p=3}} É mais provável que isso tenha a ver com a briga anterior entre al-Nu'man e seu conselheiro principal, Adi ibn Zayd, que ficou sob suspeita de conspirar contra al-Nu'man e foi executado. O filho de Adi, que tinha o ouvido de Cosroes, conseguiu virar o governante persa contra al-Nu'man.{{HarvRef|Shahîd|1995|p=119}} A conversão deste último ao [[Nestorianismo|cristianismo nestoriano]] também pode ter sido um fator, pois Cosroes desconfiava da crescente influência dos cristãos em sua própria corte.{{HarvRef|Bosworth|1983|p=3}} Por outro lado, o ramo nestoriano do cristianismo era geralmente visto com menos hostilidade pelos governantes sasânidas, e o próprio Cosroes era casado com um cristão, [[Shirin]].{{HarvRef|Shahîd|1995|p=119}}▼
▲Apesar da assistência prestada a Cosroes, depois que este foi restaurado ao seu trono, os dois caíram. As fontes não fornecem uma razão clara para isso, atribuindo sua disputa à recusa de
Depois que tomou conhecimento da hostilidade de Cosroes, Al-Nu'man fugiu de sua capital e procurou refúgio entre os [[Banu Bakr]], mas acabou sendo forçado a se render e foi executado sendo [[Esmagamento por elefante|esmagado por elefantes]].{{HarvRef|Bosworth|1983|p=3}}{{HarvRef|Shahîd|1995|pp=119–120}} No entanto, de acordo com uma crônica siríaca, Cosroes convidou Nu'man para um banquete onde foi desonrado e preso;<ref>Philip De Souza and John France, ''War and peace in ancient and medieval history'', p. 139; ''Khuzistan Chronicle'' 9</ref> outra crônica siríaca afirma que Cosroes capturou Nu'man junto com seus filhos, que então foram envenenados.<ref>Hamad Alajmi, 'Pre-Islamic Poetry and Speech Act Theory: Al-A`sha, Bishr ibn Abi Khazim, e al-Ḥujayjah' (tese de Ph.D. não publicada, Universidade de Indiana, 2012), p. 4.</ref>▼
▲Depois que tomou conhecimento da hostilidade de Cosroes,
O fim do reinado de al-Nu'man é geralmente colocado em {{circa|602}} por estudiosos modernos.{{HarvRef|Rothstein|1899|p=71}}{{HarvRef|Bosworth|1983|p=4}} Após sua prisão, Cosroes removeu completamente os lacmidas do poder e confiou o governo de al-Hira a [[Iyas ibn Qabisah al-Ta'i]].{{HarvRef|Bosworth|1983|p=3}} Isso marcou o fim da dinastia lacmida, que havia efetivamente protegido a Pérsia contra as tribos árabes por quase três séculos.{{HarvRef|Bosworth|1983|p=3}}{{HarvRef|Shahîd|1995|p=120}} Muito rapidamente, os efeitos nocivos disso se fizeram sentir, quando os Bakr, insatisfeitos com Iyas, se revoltaram e derrotaram uma força persa na [[Batalha de Dhi Qar]]. Juntamente com o aumento da instabilidade na Pérsia, após a queda de Cosroes em 628, esses eventos anunciaram a decisiva [[Batalha de Cadésia]] em 636 e a [[conquista muçulmana da Pérsia]].{{HarvRef|Shahîd|1995|p=120}}{{HarvRef|Bosworth|1983|pp=3–4}}▼
▲O fim do reinado de
== Legado ==
Segundo [[Irfan Shahîd]], nas histórias posteriores, o reinado de
Al-Nu'man também foi o primeiro a se converter abertamente ao cristianismo, provavelmente após a conclusão da paz com Bizâncio em 591. Isso aumentou a importância de Hira como um importante centro cristão nestoriano, particularmente para atividades missionárias no [[Golfo Pérsico]] e na [[Arábia Oriental]].{{
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== Bibliografia ==▼
* {{Citar livro|título=The Cambridge History of Iran: The Seleucid, Parthian, and Sasanian periods (1)|ultimo=Bosworth|primeiro=C. E.|ano=1983|editor-sobrenome=Yarshater|localização=Cambridge|páginas=593–612|capitulo=Iran and the Arabs Before Islam|isbn=978-0-521-200929|ref=harv|publicação=Cambridge University Press}}
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* {{Citar livro|url=https://archive.org/details/diedynastiederla00rothuoft/|título=Die Dynastie der Lahmiden in al-Hîra. Ein Versuch zur arabisch-persichen Geschichte zur Zeit der Sasaniden|ultimo=Rothstein|primeiro=Gustav|ano=1899|localização=Berlin|língua=German|ref=harv|publicação=Reuther & Reichard}}
* [[Irfan Shahîd|Shahîd, Irfan]] (1995). [[doi:10.1163/1573-3912_islam_SIM_5979|"al-Nuʿman (III) b. al-Mund̲h̲ir"]]. Em [[C. E. Bosworth|Bosworth, C. E.]]; [[E. van Donzel|van Donzel, E.]]; [[W. P. Heinrichs|Heinrichs, W. P.]] & [[G. Lecomte|Lecomte, G.]] (eds.). ''The Encyclopaedia of Islam, New Edition, Volume VIII: Ned–Sam''. Leiden: E. J. Brill. pp. 119–120. {{ISBN|90-04-09834-8}}
▲== Bibliografia ==
* Toral-Niehoff, Isabel (2018). "al-Nu'man III b. al-Mundhir". In Nicholson, Oliver (ed.). The Oxford Dictionary of Late Antiquity. Oxford: Oxford University Press. {{ISBN|978-0-19-866277-8}}.
{{Portal3|Biografias|Cristianismo|História|Política|Monarquia}}
{{NM|582|602|al-Mundhir, Al-Nu'man III ibn}}
[[Categoria:Lacmidas]]
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