História da música erudita em Porto Alegre: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Radioufrgs.jpg|thumb|left|Rádio da Universidade]]
 
Escrevendo em 1964, [[Ênio de Freitas e Castro]] considerava que naquela altura Porto Alegre ainda pouco tinha a mostrar em termos de composições próprias. No século XIX praticamente só se destacara Mendanha, mas suas composições foram escassas e se perderam. Os operistas do início do século XX, Vianna e Furtado, que foram sucesso em seu tempo, já haviam caído no esquecimento, e os maiores nomes da composição da geração seguinte, Radamés Gnatalli e Luiz Cosme, há muito já não estavam trabalhando na cidade. [[NatoNatho Henn]] desaparecera precocemente em 1958, deixando obra pequena mas criativa;<ref name="CASTRO"/> Leo Schneider se isolara da corrente geral por seu mergulho nas formas sacras para um público basicamente [[protestante]], mas fez coisas notáveis e foi grande professor;<ref>Dorfman, Paulo. [http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=127 ''A Música Sacra de Leo Schneider: uma voz no deserto'']. São Leopoldo: Escola Superior de Teologia, 2009</ref> Walter Portoalegre se destacava como compositor de muita música de câmara, duas sinfonias, dois bailados, uma ópera e pelo menos 27 trilhas sonoras para filmes nacionais e estrangeiros, mas outros que havia eram figuras de menor expressão ou usavam linguagens já mais ou menos defasadas, como Vitor Neves, Artur Etges, [[Paulo Guedes]] e Roberto Eggers, ainda que todos deixassem algumas peças atraentes.<ref name="CASTRO"/><ref>Joe, Jimi. "O resgate da ópera regional brasileira". In: ''Extra Classe'', 2001; 6 (56) </ref>
 
A presença dominante entre os anos 50 e 60 foi então [[Armando Albuquerque]], e principalmente por causa do arrojo e originalidade de sua linguagem. Orientador musical da Rádio da Universidade, por volta de 1946 começara a dedicar-se à composição com maior interesse. Foi membro fundador da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea e professor de composição no Instituto de Artes da UFRGS. Mas já começavam a despontar outros talentos muito promissores, entre eles [[Bruno Kiefer]], [[Esther Scliar]], [[Breno Blauth]], [[Hubertus Hofmann]] e [[Tasso Bangel]]. Os dois primeiros fariam carreiras de projeção nacional, com uma música mais ou menos alinhada à estética [[serialismo|serialista]]. Esther em breve deixaria a cidade, mas Kiefer não, permanecendo ao lado de Albuquerque como uma das personalidades musicais mais interessantes da capital até seu falecimento em 1987, atuando como compositor, professor da UFRGS, crítico, historiador e musicólogo, respeitado por todos. Ambos compositores atualizaram o ensino superior, dinamizaram o campo da pesquisa em música na cidade e suas próprias obras têm sido recentemente objeto de uma série de estudos acadêmicos <ref name="CASTRO"/><ref>Kiefer, Luciana Nunes. [http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_2005/sessao20/lucianakiefer_marthaherr.pdf "As Canções para Voz Aguda e Piano de Bruno Kiefer: uma abordagem interpretativa"]. in: ''Anais do XV Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música'', 2005.</ref><ref name="Mariz">Mariz, Vasco. ''História da Música no Brasil''. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005</ref>