Revolta dos Mercenários: diferenças entre revisões

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Episódio pouco conhecido na [[História do Brasil]], inscreve-se no contexto da [[Guerra da Cisplatina|guerra contra as Províncias Unidas do Rio da Prata]] (1825-1828), da qual resultou a independência da [[Uruguai|República Oriental do Uruguai]] ([[27 de Agosto]] de [[1828]]).
 
O motim iniciou em [[9 de junho]] de 1828, e durou três dias. Neste período a população da Corte (a cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]) viveu sobressaltada pela sublevação de três batalhões do [[Corpo de Estrangeiros]], alemães e irlandeses, que serviam ao Império do Brasil desde a independência ([[1822]]).
 
O origem da revolta foi um boato que dois alemães haviam sido mortos por soldados de um batalhão brasileiro. O oficial de dia do 3° Batalhão de Granadeiros, composto na sua maioria de estrangeiros, o tenente alemão Prahl, saiu bêbado do quartel, acompanhado de outros soldados e atacou a guarda do Largo da Carioca. Foi logo preso e enviado à [[Ilha das Cobras (Rio de Janeiro)|Ilha das Cobras]], o batalhão foi reunido e Dom Pedro I lá ordenou que todos os envolvidos no incidente dessem um passo à frente. Os que se apresentaram foram logo sentenciados a 100 chibatadas. Isto detonou a revolta.
 
Para reprimir a sedição foi necessário, além das tropas regulares e da [[Divisão Militar da Guarda Real de Polícia|Guarda Real de Polícia]], o auxílio da população, cerca de mil paisanos armados, entre os quais 50 frades e mais de 100 padres e estudantes. O governo solicitou ajuda às forças tarefas francesa e inglesa, aportadas na capital, que desembarcaram 400 marujos ingleses para guardar o [[Palácio de São Cristóvão]], mais 600 franceses se concentraram perto do Arsenal de Guerra.
 
Nos combates morreram cerca de 240 mercenários, mais 300 feridos; do lado oposto 120 mortos e 180 feridos. Um dos líderes do movimento, August von Steinhousen, foi condenado à morte; outros 31 mercenários receberam penas diversas.
 
Os batalhões de tropas de [[mercenário]]s foram dissolvidos e a maior parte de seus integrantes, deportada. Ao que tudo indica, a revolta deveu-se ao não cumprimento, por parte da coroa, de pagamento aos mercenários, conforme acordado. Segundo outras fontes a revolta foi motivada pela castigo físico de um mercenário alemão, considerada pela tropa como injusta.
 
A revolta motivou a demissão do ministro da guerra general [[Barroso Pereira]].
 
[[Sergio Corrêa da Costa]], em seu livro, ''Brasil, segredo de Estado'', associa tal revolta a um complô envolvendo [[Manuel Dorrego]], governador de [[Buenos Aires]], e os alemães [[Federico Bauer]] e [[Antonio Martín Thym]], cujo objetivo visava sequestrar e mesmo matar [[Pedro I do Brasil|Pedro I]], bem como a independência de [[Santa Catarina]] (pp.&nbsp;17–39).<ref>COSTA, Sergio Corrêa da. Brasil, segredo de Estado: incursão descontraída pela história do país (5a. ed.). Rio de Janeiro: Record, 2002. 394p. ISBN 8501061824</ref><ref>[http://www.argentina-rree.com/3/3-033.htm História das Relações Exteriores da Argentina]</ref>
 
O enviado britânico Ponsonby, em correspondência ao [[Foreign Office]], informou o seguinte a respeito da conspiração:
 
{{quote2|"''Também foram ganhos os irlandeses, chegados recentemente ao Rio de Janeiro, e seu agente foi a Buenos Aires, para onde zarpou com Fournier. Os alemães e irlandeses serão compensados com terras e dinheiro; supõe-se que o Imperador carece de tropas nacionais para apoiá-lo. A intenção é sequestrá-lo, porém, somente em caso de resistência, matá-lo. A monarquia seria absolvida e seriam criadas cinco repúblicas, a saber: Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande. Dorrego, governador de Buenos Aires, comprometeu-se por um tratado a dar apoio à insurreição e fazer aliança com toda província que rechace a autoridade do Imperador''". (Carta de Ponsonby ao seu governo, 12 de fevereiro de 1828, en V. D. Sierra, op. cit., tomo VII, p. 616, y F.O 6/22, Ponsonby a Dudley e Ward, 12 de fevereiro de 1828, em H. S. Ferns, Reino Unido e Argentina no século XIX, Buenos Aires, Buenos Aires, Solar-Hachette, 1966, p. 197.}}<ref>[http://www.argentina-rree.com/3/3-025.htm História geral das relações exteriores da Argentina]</ref>
 
== Ver também ==