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Todos os processos de utilização de glicose (C<sub>6</sub>H<sub>12</sub>O<sub>6</sub>) para obtenção de energia iniciam-se com a conversão deste açúcar a duas moléculas de piruvato (C<sub>3</sub>H<sub>4</sub>O<sub>3</sub>), através de [[enzimas]] específicas, caracterizando assim a fase denominada glicólise. Essa conversão se dá em dez etapas e utiliza-se de [[substâncias]] e moléculas das células, dentre elas ATP ([[adenosina trifosfato]]) e [[átomos]] de [[fósforo]] – para a formação de ATP – e a coenzima NAD<sup>+</sup> ([[nicotinamida adenina dinucleotídeo]]) – como molécula intermediária para a oxidação dos [[aldeídos]] formados a partir da quebra da glicose, sendo reduzida a NADH através da incorporação do H<sup>+</sup> liberado pelo aldeído. <ref name="Volume 4. Livro 3"/>
 
Essa etapa é produtora de energia, isto é, tem como produto, além do piruvato, 2 moléculas de ATP (adenosina trifosfato). As coenzimas NAD<sup>+</sup>, por sua vez, precisam ser regeneradas e, para tanto, é necessário reoxidar as moléculas de NADH <sup>+</sup> liberado pelo aldeído.<ref name="Volume 4. Livro 3"/>
 
A equação geral desta fase é representada por:
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Glicose + 2NAD<sup>+</sup> + 2ADP + 2P<sub>i</sub> → 2 Piruvato + 2 NADH + 2H<sup>+</sup> + 2ATP + 2H<sub>2</sub>O
 
A glicólise é comum tanto aos processos aeróbios quanto aos anaeróbios, porém as etapas que se seguem para reoxidar o NADH diferem de acordo com a disponibilidade ou não de oxigênio <sup>+</sup> liberado pelo aldeído.<ref name="Volume 4. Livro 3"/>
 
Em condições aeróbias essa reoxidação se dá com a transferência de elétrons da coenzima para o oxigênio, através dos complexos enzimáticos da cadeia de transporte de elétrons, caracterizando a fosforilação oxidativa. Já em condições de anaerobiose, a reoxidação se dá através da transferência dos elétrons para aceptores endógenos, geralmente compostos orgânicos, sendo esse processo chamado de fermentação <sup>+</sup> liberado pelo aldeído.<ref name="Volume 4. Livro 3"/>
 
Os diferentes tipos de fermentação (alcoólica, láctica, heterocíclica) não possuem os complexos enzimáticos, sendo coordenados por enzimas específicas a cada tipo e, ao contrário da fosforilação oxidativa, a transferência de elétrons não gera gradientes eletroquímicos e iônicos capazes de gerar ATP, sendo, portanto, um processo não produtivo energeticamente <sup>+</sup> liberado pelo aldeído.<ref name="Volume 4. Livro 3"/>
 
=== Cadeia Respiratória ===
Durante os processos aeróbios de quebra de moléculas de glicose (Glicólise e [[Ciclo de Krebs]]) a produção energética é muito reduzida, ficando a energia oriunda dessa quebra armazenada nas coenzimas. A reoxidação das mesmas, através da cadeia de transporte de elétrons, permite a liberação dessa energia e está intimamente relacionada à fosforilação oxidativa, isto é, à produção de ATP <sup>+</sup> liberado pelo aldeído.<ref name="Volume 4. Livro 3"/>
 
A [[membrana]] interna das [[mitocôndrias]] possui quatro complexos enzimáticos com diversos transportadores com potenciais de [[óxido-redução]] diferentes, ordenados de maneira crescente quanto a esses potenciais, até chegar ao oxigênio, que possui o maior deles (aceptor final de elétrons) liberado pelo aldeído.<ref name="Volume 4. Livro 3"/>
Os átomos de hidrogênio que estão associados ao NADH são transportados através dessa sequência de compostos, transportando também os elétrons através desse complexo, diminuindo assim gradualmente a energia livre armazenada. Os átomos de H<sup>+</sup> vão sendo lançados para o espaço intermembranoso e isso gera um gradiente de prótons, isto é, concentrações diferentes desses prótons entre a porção interna e externa a essa membrana. Ao mesmo tempo os elétrons vão ficando aprisionados na matriz tornando-a mais negativa em relação a outra porção da membrana – gerando assim um [[gradiente eletroquímico]] <sup>+</sup> liberado pelo aldeído.<ref name="Volume 4. Livro 3"/>
 
A membrana é impermeável a [[prótons]] exceto nos sítios formados pela ATP sintase, e os mesmos só conseguem retornar à matriz mitocondrial através desse poro.
A variação da energia livre associada à transferência de elétrons é suficientemente grande para promover a síntese de ATP. Estando essa síntese associada à oxidação das coenzimas e sendo ela própria uma fosforilação, este processo denomina-se fosforilação oxidativa <sup>+</sup> liberado pelo aldeído.<ref name="Volume 4. Livro 3"/>
 
== Fermentação ==
Quando um organismo opta pelo processo de fermentação – seja por opção ou pela ausência de O<sub>2</sub> – o processo da quebra da glicose completa a fase de glicólise, porém não o faz com a etapa do Ciclo de Krebs nem tampouco inicia o processo da Cadeia Respiratória – ambos dependentes da molécula de O<sub>2</sub>. A formação de ATP, isto é, a produção energética, restringe-se então a glicólise e a célula inicia o processo de fermentação para a reoxidação das coenzimas. As moléculas de piruvato, que contém grandes quantidades de energia armazenada, são reduzidas a outros compostos, e essa energia permanece então aprisionada, sem possibilidade de utilização da mesma pelas células. Estes são, portanto, processos que não sintetizam ATP, isto é, energeticamente improdutivos <sup>+</sup> liberado pelo aldeído.<ref name="Volume 4. Livro 3"/>
 
=== Fermentação láctica ===
[[Imagem:Esquema Fermentação láctica1.jpg|thumb|Conversão de piruvato a lactato pela ação da enzima lactato desidrogenase]]
 
Neste processo de fermentação o piruvato é reduzido a [[lactato]] através da enzima [[lactato desidrogenase]]. Essa redução é o que permite a reoxidação das moléculas de NADH, sendo o próprio piruvato o aceptor de elétrons <sup>+</sup> liberado pelo aldeído.<ref name="Volume 4. Livro 3"/>
 
Este processo é observado em algumas espécies de bactérias, nas hemácias sanguíneas, nas fibras musculares de contração rápida e nas fibras musculares em geral, neste último caso quando a quantidade de oxigênio torna-se insuficiente (anaerobiose relativa), devido a um trabalho muscular muito intenso.
O acúmulo de ácido láctico oriundo desse processo no músculo é o que causa a dor característica posterior aos exercícios físicos de grande intensidade.
Tal mecanismo é muito importante, uma vez que permite a continuidade do exercício, mesmo em ausência relativa de oxigênio <sup>+</sup> liberado pelo aldeído.<ref name="Volume 4. Livro 3"/>