Leitura: diferenças entre revisões

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O ato de ler pode ser uma forma de lazer ou uma atividade básica no processo de escolarização ou, num sentido mais geral e finalístico, uma forma de adquirir conhecimento e cultura. Como prática de ensino a leitura pode apresentar resultados diferenciados de acordo com a concepção de leitura adotada. Entre as concepções destacam se:
* Decodificação — Valoriza-se a competência de passar do código escrito para o código oral. Kleiman<ref>KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. Campinas: Pontes/Ed. Unicamp, 1993.</ref> (1993, p. 20) vê essa concepção como prática empobrecedora que “dá lugar a leituras dispensáveis, uma vez que em nada modificam a visão de mundo do aluno”.
* Extração de significados — tem como foco o texto e concebe a língua a partir de sua linearidade: letra por letra, palavra por palavra, dentodentro de seu contexto linguístico. Predominou na década de 50 e 60 e não busca um leitor ativo capaz de buscar no texto informações ou dialogar com ele. Basta que se reconheçam no texto as palavras e ideias apresentadas. A construção de sentido ocorre de modo ascendente, ou seja, as informações vão do texto para o leitor, conforme se pode observar em Leffa<ref>LEFFA, V. J. Aspectos da Leitura. Uma perspectiva psicolingüística. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto, 1996.</ref> (1996, p.13), ao afirmar que “a visão exerce um papel fundamental nessa concepção de leitura”.
* Atribuição de significados — tem como foco o leitor e defende a construção de sentidos de modo descendente, do leitor para o texto. A compreensão do leitor depende do seu conhecimento prévio (GOODMAN, 1987, apud MENEGASSI & ANGELO,<ref>MENEGASSI, R. J; ANGELO, C.M.P. Conceitos de leitura. In: MENEGASSI, R. J. (Org.) Leitura e ensino. Maringá: EDUEM, 2005, p.15-43.</ref> 2005), o que permite uma construção de sentidos diversificada. “O texto não contém a realidade, reflete apenas segmentos da realidade, entremeados de inúmeras lacunas, que o leitor vai preenchendo com o conhecimento prévio que possui do mundo”. (LEFFA, 1996, p.14). A pesquisadora e mestre em [[psicologia experimental]] na [[Universidade de Oxford]] {{ill|en|Kate Nation}}, que estuda o desenvolvimento da linguagem e da alfabetização em crianças em idade escolar, citando {{ill|en|Brian L. Byrne}}, cientista e especialista em [[psicolinguística]], afirma em seu estudo ''Form–meaning links in the developmentof visual word recognition'' (''Ligações formato-significado no desenvolvimento do reconhecimento visual de palavras'') que "a primeira tarefa que o leitor novato enfrenta é familiarizar-se com o alfabeto e com o princípio alfabético - a revelação de que as letras codificam informações fonológicas e de que existe uma relação sistemática entre as palavras impressas e suas pronúncias."<ref>{{citar web|url= https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2846312/pdf/rstb20090119.pdf|título= Form–meaning links in the developmentof visual word recognition|autor= Kate Nation|publicado= The Royal Society|ano= 2009}}</ref>
* Forma de interação — a leitura é o encontro do leitor com o autor, sujeitos sociais, envolvidos nesse processo dinâmico de construção de sentidos. Nessa concepção ocorre a inter-relação entre processamentos ascendentes e descendentes na busca da construção de significados. O ato de ler integra o processo perceptivo, que consiste na percepção do texto impresso, quanto um processo cognitivo que consiste nas informações que o leitor leva para o texto. Sendo a leitura determinada pelas condições sociais, culturais e históricas, cada leitura irá resultar numa interpretação diferenciada, pois, entre um leitor e outro, há diferença de conhecimento prévio.