Igreja Católica na Costa do Marfim: diferenças entre revisões

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== História ==
Os [[capuchinhos]] chegaram à região em [[1637]], um século depois de os portugueses e outros europeus estabelecerem um florescente comércio de escravos ao longo da costa. Em [[1701]], um [[Dominicanos|dominicano]] foi nomeado primeiro dirigente da Prefeitura Apostólica da Costa da Guiné. Em [[1889]], a Costa do Marfim tornou-se uma colônia francesa, e, embora os primeiros sacerdotes da [[Congregação do Imaculado Coração de Maria]] já haviam chegado à região em [[1844]], a evangelização sistemática só teve início no ano [[1895]], quando foi criada a Prefeitura Apostólica da Costa do Marfim e vieram missionários da [[Sociedade das Missões Africanas]]. O crescimento da missão foi lento até [[1918]], mas se tornou muito rápido depois disso, e várias escolas católicas foram estabelecidas. A hierarquia foi estabelecida em [[1955]], quando a [[Arquidiocese de Abidjan]] foi criada e transformada em uma sé metropolitana para o país. O primeiro sacerdote africano foi ordenado em [[1934]]. [[Bernard Yago]], foi o primeiro bispo nativo do país, ordenado em [[8 de maio]] de [[1960]] como arcebispo de Abidjan, e nomeado cardeal em [[1983]]. Nos anos seguintes, todos os novos bispos foram escolhidos entre a população nativa. Quando o último bispo francês se aposentou, em [[1975]], o episcopado da Costa do Marfim tornou-se inteiramente indígena.<ref name="Enc">{{citar web| URL= https://www.encyclopedia.com/religion/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/ivory-coast-catholic-church| título=Ivory Coast, The Catholic Church In| autor=| data=| publicado=Encyclopedia.com| acessodata=2020-09-17}}</ref>
 
[[Ficheiro:Cichapelle2.JPG|thumb|250px|right|[[Catedral de Santo Agostinho (Yamoussoukro)|Catedral de Santo Agostinho]], em [[Yamoussoukro]].]]
 
A Costa do Marfim declarou sua independência em [[7 de agosto]] de [[1960]] e o novo governo permitia a liberdade religiosa em sua constituição, tradicionalmente favorecendo a Igreja, apesar do status do catolicismo como uma fé minoritária. [[Félix Houphouët-Boigny]], um católico que liderou o movimento de independência, governou como chefe de estado em um sistema de [[Unipartidarismo|partido único]] até [[1990]], quando o sistema multipartidário foi introduzido. A ajuda governamental na construção de uma catedral em [[Abidjan]], e de uma basílica em [[Yamoussoukro]], provocou a ira da comunidade muçulmana, fazendo com que o governo estendesse apoio semelhante a outras religiões. As relações inter-religiosas foram promovidas pelo governo, que passou a observar feriados religiosos e autoridades a comparecer a celebrações de todas as principais religiões. Em [[1999]] um [[Golpe de Estado na Costa do Marfim em 1999|golpe militar veio a derrubar o governo existente]] em dezembro de 1999, o país voltou a realizar eleições democráticas em outubro de [[2000]].<ref name="Enc" />
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== Atualmente ==
Em [[2000]], a Costa do Marfim tinha 243 paróquias, que eram atendidas por 418 sacerdotes seculares e 267 religiosos. Outros religiosos incluíam 248 irmãos e 901 irmãs que trabalhavam na administração das 279 escolas católicas primárias e 41 secundárias do país. Entre os objetivos da Igreja estava encontrar uma maneira de colocar o cristianismo em diálogo com a cultura e as tradições africanas, bem como com os seguidores do Islã. As conversões religiosas entre católicos e muçulmanos foram desencorajadas por respeito às leis islâmicas, e os líderes das duas religiões continuaram a trabalhar juntos para evitar conflitos religiosos. Também em 2000, tanto o [[Arquidiocese de Abidjan|arcebispo de Abidjan]], [[Bernard Agré]], quanto os líderes muçulmanos encorajaram seus seguidores a ajudar nos esforços para reconstruir igrejas e mesquitas destruídas durante uma onda de violência após as eleições. As relações entre os católicos e outras religiões permaneceram em bons termos, e reuniões ecumênicas regulares foram realizadas com líderes [[Metodismo|metodistas]].
 
[[Ficheiro:SaintPaul.JPG|thumb|250px|right|[[Catedral de São Paulo (Abidjan)|Catedral de São Paulo]], em [[Abidjan]].]]
[[Ficheiro:Cathédrale Saint-Paul d'Abidjan interior.jpg|thumb|250px|right|Interior da Catedral de Abidjan.]]
 
Depois da [[Primeira Guerra Civil da Costa do Marfim|guerra civil de 2002–2007]], o país [[Segunda Guerra Civil da Costa do Marfim|voltou a ter conflitos]] com as [[Eleição presidencial da Costa do Marfim em 2010|eleições presidenciais de 2010]]. Os violentos confrontos ocorreram entre adeptos do vencedor oficial, [[Alassane Ouattara]], muçulmano, e o seu opositor derrotado e [[Lista de presidentes da Costa do Marfim|antecessor na função]], [[Laurent Gbagbo]], cristão. Mais de 3 mil pessoas morreram nos combates, com centenas de milhares forçados a abandonarem as suas casas. Foi levantada a questão de que a disputa entre os dois lados não era apenas política. Essa agitação ligada às eleições de certo modo gerou um trauma aos cristãos. Ocorreram intensos combates entre aliados do ex-presidente Gbagbo, e partidários do recém-eleito chefe de Estado, Ouattara. De acordo com informação de sacerdotes católicos, quarenta igrejas foram atacadas por gangues muçulmanas armadas. Costumeiramente cristãos e muçulmanos vivem lado a lado pacificamente, apesar da grande mistura étnica e religiosa do país.<ref name="ACN" /> Em março de 2011, durante os confrontos na cidade de [[Duékoué]], uma igreja católica chegou a abrigar mais de 30 mil pessoas, que procuravam abrigo do conflito que ocorria na rua, entre as facções pró-Ouattara e pró-Gbagbo. O padre localdisse que muitos dos que buscaram refúgio na missão são imigrantes de outros países do oeste da África que estavam trabalhando nas plantações de [[cacau]] da região e que muitos chegavam com ferimentos a bala.<ref>{{citar web| URL= https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,trinta-mil-se-refugiam-em-igreja-para-fugir-de-combates-na-costa-do-marfim,698925| título=Trinta mil se refugiam em igreja para fugir de combates na Costa do Marfim| autor=| data=2011-03-29| publicado=Estadão| acessodata=2019-03-06}}</ref><ref>{{citar web| URL=https://jornalggn.com.br/politica/internacional-politica/a-guerra-na-costa-do-marfim/| título=A guerra na Costa do Marfim| autor=| data=2011-03-29| publicado=Jornal GGN| acessodata=2019-03-06}}</ref><ref>{{citar web| URL= https://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/bbc/na-costa-do-marfim-30-mil-se-refugiam-em-igreja-contra-conflito/n1300011764518.html| título=Na Costa do Marfim, 30 mil se refugiam em igreja contra conflito| autor=| data=2011-03-29| publicado=IG| acessodata=2019-03-06}}</ref> O relatório de 2018 da [[Fundação ACN]] afirmou que "seria simplista considerar este conflito como 'muçulmanos v. cristãos', pois a política desempenhou um papel importante".<ref name="ACN1" />