Antecedentes da Copa do Mundo de Clubes da FIFA: diferenças entre revisões
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Anteriormente à criação da [[Copa do Mundo de Clubes da FIFA]], houve diversas competições entre clubes de futebol consideradas por muitos como "títulos mundiais de clubes", consideradas assim por exemplo por boa parte dos clubes, torcedores e imprensa.
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== Copa Rio Internacional ==
[[Ficheiro:Taça_Rio.jpg|miniaturadaimagem|227x227px|Copa Rio de 1951]]
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo de 22 de julho de 1950, foi [[Stanley Rous]] quem propôs à [[CBD]] em 1950 (quando ele era secretário-geral e um dos vice-presidentes da FIFA) que a CBD realizasse um "torneio de campeões de [[Lista de códigos de país da FIFA|todos os países filiados à ''FIFA'']]",<ref name=":18">{{citar periódico
A Copa Rio Internacional foi originalmente idealizada, em julho de 1950, como uma "versão clubes" da Copa do Mundo de 1950, objetivando contar com os clubes campeões dos países participantes daquela Copa:<ref name=":18" /> o planejamento original da Copa Rio era contar com dezesseis clubes campeões, o mesmo número de participantes originalmente planejado para a Copa do Mundo de 1950,<ref name="dlib.coninet.it">{{citar web
[[Ficheiro:Giampiero_Boniperti_1951.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|258x258px|[[Giampiero Boniperti]], da [[Juventus Football Club|Juventus]], artilheiro da Copa Rio de 1951.]]
A Copa Rio Internacional foi a primeira competição de clubes de que se tem notícia de abrangência intercontinental, incluindo clubes de mais de um continente: comentando o início da competição, o Jornal dos Sports (edição 6698, de 28 de junho de 1951) chama o torneio brasileiro de "o maior entre todos" e primeiro torneio de clubes de caráter mundial, com equipes de América do Sul e Europa. A matéria lista os torneios internacionais de clubes que até então haviam tido relevância internacional ([[Mitropa Cup]], [[Campeonato Sul-Americano de Campeões]], [[Copa Latina]], o Torneio da Exposição Internacional de Paris vencido pelo Bologna), mas que, segundo o jornal, haviam ficado limitados à esfera continental.<ref>{{citar periódico
A Copa Rio Internacional foi criada para indicar o campeão mundial de clubes, como atestado pelos jornais da época, que nos anos de sua formulação (1950) e de sua primeira edição (1951) a trataram como Torneio Mundial de Clubes e/ou Torneio Mundial de Campeões, tanto jornais brasileiros<ref name=":22">{{citar periódico
Os jornais da época confirmam que, após o título na competição, o Palmeiras se considerou e foi saudado pela imprensa brasileira como campeão mundial de clubes.<ref name=":4">{{citar web
No ano de [[2014]] a [[Copa Rio (torneio internacional)|Copa Rio Internacional]] de [[1951]] foi reconhecida pela FIFA como a ''primeira competição mundial de clubes da história.''<ref>{{Citar web
=== Reação da FIFA ===
[[Ficheiro:Jules_Rimet_1933.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|[[Jules Rimet]], o criador da Copa do Mundo de seleções, aprovou o modelo da Copa Rio Internacional.<ref name=":5">{{citar periódico
A ideia de que a própria FIFA deveria se envolver em competições internacionais de clubes data pelo menos do fim dos anos 1940, com a criação da [[Copa Latina]] por [[Ottorino Barassi]] e [[Jules Rimet]] em 1949, pouco antes do "relançamento" do futebol mundial com a Copa do Mundo de 1950.{{Carece de fontes}}
Em 21 de julho de 1950, o Jornal dos Sports publicava que, em um almoço na sede do Fluminense FC, o jornalista [[Mário Filho]], diretor do citado jornal, propusera a realização de um Campeonato Mundial de Clubes. A mesma matéria salienta o apoio que o projeto recebeu dos mais importantes dirigentes da FIFA, [[Ottorino Barassi]] e [[Jules Rimet]].<ref>{{citar periódico|data=21/7/1950|titulo=Parada Mundial de Clubes Campeões|url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=112518_01&pesq=almo%C3%A7o|jornal=Jornal dos Sports|edicao=6414.ª|paginas=1 e 6}}</ref>
Em janeiro de 1951, o representante espanhol no Comitê Executivo da FIFA sugeriu expandir a Copa Latina para incluir equipes campeãs de países sul-americanos. Comentando o fato ao correspondente do Jornal dos Sports em Paris, o presidente da FIFA Jules Rimet confirmou que a [[Copa Latina]] foi criada pela FIFA, que contudo não participava da organização da mesma, que ficava a cargo das federações nacionais dos 4 países envolvidos, mas que ele aprovava a proposta de expansão. Nesta mesma entrevista, Rimet foi perguntado sobre outro projeto, o "Torneio Mundial dos Campeões", a ser realizado em junho de 1951 no Brasil. Rimet afirmou que não havia sido oficialmente informado, que o nome "Campeonato Mundial de Futebol" pertencia à FIFA e não poderia ser utilizado em outro torneio além da Copa do Mundo da FIFA, mas que nomenclaturas pouco importavam e ele apoiava este projeto, que considerava "maravilhoso", afirmando que "se um clube do Rio pedir autorização da FIFA para organizar este torneio mundial, não há dúvida que será deferido", e que o sucesso da Copa Rio bisaria o sucesso da Copa do Mundo de 1950. Nesta ocasião Rimet afirmou que conheceu a proposta da "[[Copa Rio Internacional|Copa Rio]] - Torneio Mundial dos Campeões" em 1950 através do "pai" da ideia, o jornalista Mário Filho, e que Rimet lhe prometera apoio moral sem restrições, e que [[Stanley Rous]], Ottorino Barassi e Albert Laurence se comprometeram a trazer os participantes europeus à competição.<ref name=":6">{{citar periódico
A iniciativa brasileira em criar a Copa Rio Internacional levou jornalistas a questionarem, em Lisboa em abril de 1951, o presidente da FIFA Jules Rimet sobre o envolvimento da FIFA no "Campeonato Mundial de Clubes do Rio", ao que ele respondeu que a competição não foi submetida à FIFA e que era de responsabilidade exclusiva da [[CBD]].<ref>{{citar web
Segundo a imprensa italiana, a competição foi um "projeto impressionante" que teve uma recepção entusiástica dos dirigentes da cúpula da FIFA, sobretudo de Ottorino Barassi, Jules Rimet e Stanley Rous em particular,{{Carece de fontes|data=data=outubro de 2020}} de maneira que a competição foi criada "quase tendo o rótulo oficial" da FIFA.<ref name="dlib.coninet.it" />
Dirigentes ligados à FIFA tiveram ligação com as tentativas de trazer clubes europeus à competição. O dirigente italiano Ottorino Barassi (então presidente da Federação Italiana, Secretário-Geral e vice-presidente da FIFA) e a [[CBD]] foram os responsáveis mais diretos pela concretização do projeto,<ref name="dlib.coninet.it" /> sendo que [[Ottorino Barassi|Barassi]] atuou no recrutamento de quadros europeus para vir ao Brasil em [[Copa Rio de 1951|1951]],<ref name=":25">{{citar periódico
A edição de 1951 da Copa Rio chegou a ser, por um breve período (março/abril de 2007), reconhecida pela FIFA como sendo uma Copa do Mundo de Clubes,<ref name=":15">{{citar web
Em 1952, novamente foi levantada a ideia de envolvimento da FIFA nas competições internacionais de clubes: comentando a dificuldade do Fluminense e da CBD em trazer clubes europeus àquela competição, e justificando esta dificuldade na incompatibilidade entre os calendários das competições de clubes dos diferentes países, o jornal O Estado de S. Paulo sugeriu que deveria haver o envolvimento da FIFA na programação das competições internacionais de clubes, afirmando que "o ideal, portanto, seria que os torneios internacionais, aqui ou no exterior, fossem disputados em épocas fixadas pela FIFA, ouvidas as federações vinculadas."<ref>{{citar web
=== Dificuldades para a realização ===
[[Ficheiro:AC_Milan_-_Gre-No-Li.jpg|miniaturadaimagem|O trio Gre-No-Li em sua ordem: [[Gunnar Gren]], [[Gunnar Nordahl]] e [[Nils Liedholm]]. Foi a impossibilidade de contar com estes jogadores após a Copa Latina a suposta razão para o então campeão italiano Milan ter declinado o convite para participar da Copa Rio de 1951 e ter cedido sua vaga ao Juventus, campeão anterior da Itália.<ref name="trivela.com.br" />]]
Se por um lado é fato comprovado, pelos jornais da época, que a Copa Rio foi criada com o intuito de ser o Campeonato Mundial de Clubes, por outro lado os mesmos jornais atestam que, já na própria época, a sensação era que a qualidade dos participantes ficou abaixo das intenções iniciais. O planejamento inicial da CBD era ter, na Copa Rio, os campeões de Rio de Janeiro e São Paulo como representantes do Brasil e os clubes campeões de seis países (Itália, Inglaterra, Portugal, Espanha, Uruguai, Escócia),<ref name=":20" /> mas em 1951 apenas três vagas (a metade) foram preenchidas por clubes destes países (Itália, Uruguai, Portugal), sendo que apenas em dois casos (Uruguai, Portugal) os clubes representantes era os vigentes campeões dos seus países. Isso, pois em 1951 o campeão italiano Milan preferiu a Copa Latina e cedeu sua vaga na Copa Rio ao Juventus;{{Carece de fontes|data=data=outubro de 2020}} a alegação era que, por força contratual, os jogadores estrangeiros do Milan tinham direito a férias após a Copa Latina e o Milan não queria participar da Copa Rio desfalcado.<ref>{{Citar web
Dado os participantes terem ficado abaixo das expectativas iniciais, houve críticas: por exemplo, em 24 junho de 1951, o jornal O Estado de S. Paulo publicou que, com aqueles participantes, o torneio deveria deixar de ser chamado de Mundial dos Campeões, pois não mereceria ser chamado nem de Mundial nem de Torneio dos Campeões.<ref name="S. Paulo 1951">{{citar web
Criticou-se também o fato do Brasil contar com dois representantes (campeões de RJ e SP) nas Copas Rio enquanto todos os demais países contavam com um (chegou-se a propor já em 1951 a criação da [[Taça Brasil de Futebol|Taça Brasil]] para que pudesse haver na Copa Rio apenas um clube representativo de todo o Brasil),<ref>{{citar periódico
=== Copa Rio de 1952 ===
[[Ficheiro:Trofeo_cds.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|260x260px|A grande atração estrangeira da [[Copa Rio de 1952]] foi [[Club Atlético Peñarol]], campeão nacional e base da [[Seleção Uruguaia de Futebol|Seleção Uruguaia]] campeã da Copa do Mundo de 1950,<ref>{{citar web
Algumas fontes alegam que apenas a edição de 1951 da Copa Rio teve cunho de Mundial de Clubes.<ref name=":27">{{citar periódico
[[Ficheiro:Di_stefano_real_madrid_cf_(cropped).png|miniaturadaimagem|357x357px|[[Alfredo Di Stéfano]] foi o grande nome do [[Millonarios Fútbol Club|Millonarios]] na [[Pequena Taça do Mundo de 1952]], torneio venezuelano em que ele enfrentou, em 2 partidas, o [[Real Madrid Club de Fútbol|Real Madrid]], clube do qual se tornaria o maior ídolo.<ref>{{citar web
Sobre os participantes da Copa Rio de 1952, o planejamento original, em fevereiro de 1952, era contar com os campeões de Rio de Janeiro, São Paulo, Uruguai, Argentina, Áustria, Itália, Espanha e Inglaterra ou Escócia.<ref>{{citar periódico
Se por um lado alguns jornais da época opinam que o torneio de 1952 não teria tido o mesmo impacto e atratividade que o de 1951, por outro lado o torneio de 1952 teve atrações não observadas no torneio de 1951. Ao vir participar da [[Copa Rio de 1952]], o FC Saarbrucken se tornou o primeiro clube alemão a visitar a América do Sul.<ref>{{citar periódico
A Copa Rio de 1952 também foi apontada como tendo introduzido uma evolução tática, o sistema de jogo 4-3-3,<ref>{{citar web
== Copa Rivadavia ==
[[Ficheiro:Famous_Five_mural.JPG|esquerda|miniaturadaimagem|293x293px|No estádio do Hibernian, uma ilustração d' "Os cinco famosos" (The Famous Five), quinteto ofensivo do Hibernian, composto de Gordon Smith, Bobby Johnstone, Lawrie Reilly, Eddie Turnbull e Willie Ormond, que foram o grande atrativo do clube perante o público brasileiro em 1953.<ref>{{citar periódico
Em junho de 1952,{{Quando}} o jornal O Estado de S. Paulo criticou a Copa Rio daquele ano, comentando que a competição não havia tido sua situação resolvida faltando menos de quinze dias para o seu início, e que, com tantas recusas de convidados europeus, afigurava-se um torneio desinteressante, e sugeriu organizar uma competição com mais clubes brasileiros (quatro) e menos estrangeiros, sugerindo que isso seria melhor do que insistir numa Copa Rio com clubes europeus desinteressantes. Segundo o jornal, o uruguaio Peñarol era, entre os 6 clubes estrangeiros na Copa Rio de 1952, o único de grande projeção internacional, aduzindo portanto que nenhum dos concorrentes europeus ao certame possuía grande projeção internacional, ainda que se pudesse dizer que o Austria Viena "já tinha praticado bom futebol", porém ainda assim sem grande projeção internacional. Em outubro de 1952, a [[CBD]], por vontade dos próprios clubes brasileiros, alterou as regras que eram utilizadas na Copa Rio, aumentando o número de participantes brasileiros de 2 para 4, e substituindo o torneio por outro, que a partir de 1953 seria chamado de [[Torneio Octogonal Rivadavia Corrêa Meyer|Copa Rivadavia Corrêa Meyer]].{{Carece de fontes}}
Porém, a competição acabou contando com 5 clubes brasileiros e 3 estrangeiros. O campeão uruguaio [[Club Nacional de Football]] foi convidado ao torneio, aceitou participar, mas foi proibido disso pela Associação Uruguaia de Futebol, forçada a tal decisão pelos clubes "pequenos" do Uruguai.<ref name=":30">{{citar periódico
A competição de 1953 sucessora da Copa Rio Internacional, a Copa Rivadavia Corrêa Meyer, também da CBD, também chegou a receber algum tratamento como Campeonato Mundial de Clubes, ao menos para o participante escocês Hibernian,<ref>{{citar web
A Copa Rivadavia de 1953 contou com o Hibernian, então bicampeão escocês 1950-1951/1951-1952, um clube que foi um dos principais convidados aos torneios de 1951 e 1952,<ref name=":26" /> chegando a ser tratado em 1952 como o melhor time do futebol de clubes britânico<ref>{{citar periódico
[[Ottorino Barassi]] tentou, sem êxito, trazer um representante italiano à competição de 1953, que poderia ser Juventus, Internazionale ou Milan.{{Carece de fontes}} Ottorino Barassi envidou esforços sobretudo para trazer o campeão italiano Milan ao Torneio Rivadavia, mas, como ocorrera nos anos anteriores, isso não foi possível em virtude da participação do Milan na [[Copa Latina]] do mesmo ano. Barassi chegou a receber na Itália o representante da [[CBD]], Manuel Furtado de Oliveira, que empreendeu um giro pela Europa para tratar da vinda de clubes daquele continente ao Torneio Rivadavia.<ref>{{citar periódico
== Fim das competições internacionais de clubes organizadas pela CBD ==
As competições internacionais de clubes organizadas pela CBD não foram realizadas em 1954, pois neste ano houve a Copa do Mundo da FIFA (de seleções), e a FIFA proibia a organização de competições em paralelo à sua Copa do Mundo. Em 1955, a CBD organizou pela última vez um torneio internacional com a participação de clubes europeus, o [[Torneio Internacional Charles Miller]], originalmente planejado como uma segunda edição do Torneio Octogonal Rivadavia, mas que acabou sendo disputado com outro nome e formato em função da CBD só ter conseguido trazer dois clubes estrangeiros (Benfica e Peñarol), tendo o torneio sido um fracasso de público e renda, e não tendo recebido nenhuma conotação de mundial de clubes. Em função das dificuldades de trazer clubes estrangeiros ao Brasil, sobretudo europeus, dificuldades que vinham aumentando de 1951 a 1955, a CBD desistiu de continuar organizando competições internacionais de clubes.{{Carece de fontes}} Antes da sua realização, o Torneio Internacional Charles Miller chegou a ser chamado de Copa Rio entre aspas,{{Carece de fontes}} resultado da antiga Copa Rivadavia, esta que tinha sido por sua vez uma "caricatura da Copa Rio" de acordo com o jornal Última Hora.<ref>{{citar periódico
[[Ficheiro:Taça_Latina_SL_Benfica_HLA.jpg|miniaturadaimagem|293x293px|Disputada entre 1949 e 1957, a Copa Latina (''troféu acima'') foi uma competição incluindo os campeões de Itália, Espanha, Portugal e França. Era organizada pelas federações nacionais de futebol de todos os quatro países participantes, que eram os mesmos em todas as edições da competição.<ref name=":23" /><ref name=":6" />]]
Em 1955, [[Ottorino Barassi]] deu sua explicação para o insucesso da CBD em trazer os principais clubes europeus às suas competições. Segundo ele, tal insucesso ocorria pelo fato dos torneios da CBD não terem critérios fixados e anunciados com antecedência, mas sim escolhidos pela CBD sem a devida antecedência, de forma unilateral, sem levar em consideração as Federações de Futebol dos outros países que teriam clubes envolvidos, além do fato das competições da CBD não terem o beneplácito e as garantias da FIFA. Segundo relatou o jornalista [[Janos Lengyel]] do ''Diário da Noite'', Ottorino Barassi lhe disse que: "''enquanto nós'' (ou seja, os brasileiros, a CBD) ''insistirmos em criar uma taça internacional marcando seu início para quando nos convier, estabelecermos suas condições técnicas e financeiras entre nós, e somente depois de tudo isso acertado, irmos à Europa à procura de clubes do Velho Mundo que se disponham a participar do torneio, teremos sempre grandes dificuldades. O caminho certo a seguir seria, caso se pretendesse continuar com os torneios internacionais no Brasil regularmente, designar previamente os países cujos campeões ou clubes de primeira linha seriam incluídos no torneio; estabelecer o período certo da competição, isto é, se a sua realização seria anualmente, de 2 em 2 anos, ou de 4 em 4 anos; reunindo em seguida os representantes desses países apontados, e estabelecer a data certa e todas as condições de disputa da taça. Assim, todas as federações interessadas saberiam, de antemão, que o campeão do ano, ou o clube que for designado, deveria seguir para o Brasil em época oportuna e não mais haveria necessidade de demarches desesperadas que sempre tem pouquíssima chance de sucesso. E o torneio teria o beneplácito e todas as garantias da FIFA, fator que asseguraria o seu desenrolar, administrativamente perfeito.''"<ref>{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=221961_03&Pesq=Barassi&pagfis=41581
Além disso, em 1955 surgiria a competição internacional que passaria a ser a prioridade máxima dos clubes europeus, a [[Copa dos Campeões da Europa]], competição cujo sucesso levaria ao esvaziamento ou extinção de competições internacionais de clubes, não só as da CBD como também à extinção ou perda de importância da [[Copa Latina]],<ref>{{citar web
Em julho de 1961, o então presidente da [[CBD]] [[João Havelange]] propôs o relançamento da Copa Rio Internacional.{{Carece de fontes|data=data=outubro de 2020}} Afirmando que a Copa Rio Internacional foi extinta em 1955 em função da dificuldade em trazer grandes equipes (por causa da crise cambial da moeda brasileira, justificativa dada pelo diretor de Assuntos Internacionais da CBD), o jornal Última Hora de 1961 divulgou que a Copa Rio Internacional seria disputada novamente em 1963, tendo a notícia sido dada por João Havelange.<ref>{{citar periódico
== Pequena Taça do Mundo ==
{{Artigo principal|Pequena Taça do Mundo}}
De 1952 a 1957,<ref>{{citar web
== Copa Intercontinental ==
[[Ficheiro:Peñarolmundo66.JPG|direita|miniaturadaimagem|348x348px|Peñarol, campeão da [[Copa Intercontinental de 1966|Copa Intercontinental em 1966]]. Entre todos os "mundiais de clubes" anteriores à Copa do Mundo de Clubes da FIFA, a Copa Intercontinental foi o mais longevo, com 25 clubes campeões ao longo de 43 edições em 45 anos.]]
A primeira menção a um encontro intercontinental entre uma equipe representativa da Europa e outra da América ocorreu em março de 1957, porém dizia respeito a seleções, não clubes: seria uma partida entre uma seleção europeia e outra americana (esta, composta de jogadores de seleções sul-americanas), que seria realizada no [[Estádio Santiago Bernabeu]] em 1958, organizada pela [[UEFA]] antes da [[Copa do Mundo de 1958]].<ref>{{citar periódico
Em setembro de 1958,{{Quando}} o então presidente da CONMEBOL, o brasileiro José Ramos de Freitas, fez uma viagem à Argentina para, dentre outros assuntos, tratar da criação de um campeonato sul-americano de clubes campeões,{{Carece de fontes||data=data=agosto de 2020}} e em 8 de outubro de 1958, foi anunciada em Paris pelo presidente da CBD [[João Havelange]] a decisão de realizar a "Copa dos Campeões da América" (mais tarde chamada de [[Copa Libertadores]]) e a [[Copa Intercontinental]], esta última uma confrontação anual entre os clubes campeões de Europa e América, em jogos de ida-e-volta (um jogo em cada um dos países dos clubes envolvidos, e um jogo-desempate, se necessário), tendo as duas competições (Libertadores e Intercontinental) sido propostas em parte com o objetivo de permitir testar a invencibilidade do mesmo Real Madrid, campeão da Europa, contra o melhor clube da América do Sul, a ser definido na Copa Libertadores.<ref>{{citar periódico
Segundo o jornal [[Tribuna da Imprensa]], a ideia para a criação da Copa Intercontinental veio de João Havelange e Jacques Goddet, este do jornal [[L'Equipe]],<ref>{{citar web
Ao ser anunciada a sua criação, a [[Copa Intercontinental]] foi imediatamente tratada como um Mundial de Clubes, sobretudo no Brasil.<ref name=":33">{{citar periódico
Ademais, a Copa Intercontinental apresentou uma inovação: nas competições internacionais de clubes anteriores (''Copas [[Copa Latina|Latina]], [[Campeonato Sul-Americano de Campeões|Sul-Americana]], Rio, [[Copa dos Campeões da Europa|Européia]]''), os clubes (''em geral, clubes campeões'') participavam como representantes de seus respectivos países; a Copa Intercontinental foi a primeira competição em que os clubes participavam como representantes não de seus países, mas sim de seus continentes.{{Carece de fontes
Os jornais da época que trataram da criação da Copa Intercontinental não fizeram menção à Copa Rio Internacional, da CBD. Contudo, em 1955 [[Ottorino Barassi]] fez críticas à organização das competições internacionais da CBD, por estas não terem critérios estabelecidos e informados com antecedência aos países que teriam participantes, o que levava a "demarches desesperadas" para trazer clubes europeus ao Brasil, muitas vezes clubes que não estavam entre os principais da Europa, gerando críticas ao nível técnico da Copa Rio Internacional. A Copa Intercontinental introduziu critérios fixos, previamente estabelecidos e informados a todos os possíveis participantes (a saber, uma disputa entre o campeão da [[Copa dos Campeões da Europa]] e o campeão da [[Copa Libertadores]]). Porém, a partir de fins dos anos 1960 e início dos anos 1970, a Copa Intercontinental passaria também a ter questionado o nível técnico dos seus participantes.{{Carece de fontes
=== Disputas intercontinentais entre a criação da Copa dos Campeões da Europa e a Copa Intercontinental ===
[[Ficheiro:DiStefanoPuskas.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|305x305px|O argentino [[Alfredo Di Stéfano|Di Stéfano]] e o húngaro [[Ferenc Puskás|Puskas]] eram amigos e companheiros de time no clube espanhol [[Real Madrid]], fazendo parte da geração que conquistaria as cinco primeiras edições da [[Copa dos Campeões da Europa]], o que anos mais tarde levaria o clube a ser eleito "O Maior Clube do Século" em pesquisa da FIFA.<ref>{{citar web
Algumas fontes atribuem ao [[Real Madrid]], em particular a seu presidente [[Santiago Bernabeu]], o impulso para o estabelecimento da Copa Intercontinental, pois o clube desejaria testar sua hegemonia além da Europa, onde vinha sagrando-se [[Copa dos Campeões da Europa|campeão continental]].<ref name=":13">{{Citar web
Entre a proposta de criação das Copas Libertadores e Intercontinental (8 de outubro de 1958) e a primeira edição das mesmas (3 de julho de 1960), não foi esquecida a ideia de testar o campeão europeu contra um representante sul-americano: em março de 1959, o vice-presidente da CBD propôs ao secretário-geral da UEFA, Pierre Delaunay (filho do secretário-geral anterior, Henri Delaunay) que o campeão europeu daquele ano, fosse qual fosse, enfrentasse o campeão carioca de 1958, o Vasco da Gama; dois meses depois, em maio de 1959, a CBD propôs à UEFA que o campeão europeu daquele ano (a ser definido em final entre Real Madrid espanhol e Reims francês) enfrentasse o Santos (que no início de maio de 1959 se tornou campeão do Torneio Rio São Paulo, então a principal competição de clubes do Brasil) pelo "título mundial de clubes", em jogos na Europa e no Brasil. A partida entre Real Madrid e Santos ocorreu em 17 de junho de 1959, com vitória do Real Madrid por 5-3.{{Carece de fontes
=== Reações ===
==== FIFA ====
Na década de 1960, a FIFA se negou a autorizar a Copa Intercontinental<ref name=":34">{{citar periódico
Em 1960, cobrindo o título do [[Real Madrid]] na 1ª edição da Copa Intercontinental, o jornal espanhol El Mundo Deportivo chamou o clube de "O Primeiro Campeão Mundial" de clubes, porém observou que a competição não incluía "''africanos, asiáticos e outros federados da FIFA''".<ref name=":10" /> Isso, pois a Copa Intercontinental era reservada a equipes de Europa e América do Sul, enquanto desde 1930 a FIFA organizava a Copa do Mundo, cuja forma de acesso e participação (convites da FIFA a ''todos'' os seus países filiados em 1930 e torneios de [[Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA|Eliminatórias]] desde 1934) era aberta a todos os países que fossem filiados da FIFA e que quisessem se inscrever, independente do seu continente de origem. Algumas vezes desde 1930, países-filiados da FIFA de alguns continentes não se candidatavam a participar da Copa do Mundo, ou se candidatavam mas não conseguiam passar com sucesso pelas [[Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA|Eliminatórias]], mas a tentativa de participar da Copa do Mundo da FIFA não era impossibilitada pela localização continental do país-filiado, com países europeus, americanos (sul e norte-centro-americanos), asiáticos e africanos disputando as [[Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA|Eliminatórias]] da Copa desde 1934; sobre a Oceania, a Austrália se filiaria à FIFA apenas em 1963 e estrearia nas Eliminatórias da Copa seguinte, 1966.<ref>{{citar web
Neste mesmo ano (1960), quando o Real Madrid venceu a Copa Intercontinental e se declarou campeão mundial, a FIFA vetou que se usasse a denominação "mundial" ao certame, e determinou que se chamasse a competição de "intercontinental".<ref>{{citar periódico
Em junho de 1961, a FIFA proibiu a Copa Intercontinental de ser jogada, a não ser que os participantes dessem caráter privado e amistoso à competição.{{Carece de fontes
Em 1962, a FIFA tentou pela primeira vez regulamentar a Copa Intercontinental sob seus auspícios e expandi-la para incluir os campeões de Europa, Ásia, África, América do Sul e América Norte-Central, mas a ideia não prosperou naquele momento, por oposição de UEFA e CONMEBOL.{{Carece de fontes
Em 1976, foi a vez de [[João Saldanha]] comentar a possibilidade da FIFA endossar a Copa Intercontinental como Mundial de Clubes, adicionando que até aquele momento a posição da FIFA era considerá-la um título amistoso.<ref>{{citar periódico
==== CONCACAF ====
Em 1961, foi fundada a Confederação Norte-Centro-Americana e Caribenha de Futebol, a CONCACAF, sendo que um dos objetivos dessa fundação era incluir os países dessa região na [[Copa Libertadores da América]] (à época chamada de Copa dos Campeões da América), o que seria, em teoria, uma expansão também da [[Copa Intercontinental]], dado que a Libertadores era um dos pilares da Intercontinental. Porém, não ocorreu a inclusão dos times da CONCACAF na Libertadores, e em 1962 a CONCACAF criou sua própria competição continental de clubes, a terceira competição continental de clubes a ser estabelecida. A iniciativa foi do México, e a competição continental de clubes da Concacaf surgiria em [[Copa do Mundo de 1962|1962]], ano em que a seleção do México teria sua primeira vitória em Copas do Mundo: a vitória de 3-1 sobre a Tchecoslováquia, que seria a vice-campeã daquela Copa.{{Carece de fontes
Em 1962, a Federação Mexicana de Futebol voltou a solicitar à [[CONMEBOL]] que fosse feita sua inclusão na Copa Intercontinental. Segundo o representante da Federação Mexicana, o pedido de inclusão feito pela mesma representava um desejo não só do México mas também de outros países norte-centro-americanos, caribenhos, asiáticos e africanos.<ref>{{citar
Em agosto de 1967, foi publicado que havia ressurgido o movimento pela inclusão das equipes norte-centro-americanas na Copa Libertadores ou pela criação de um torneio norte-centro-americano de clubes, cujo campeão decidiria o título pan-americano contra o campeão da [[Copa Libertadores]], e o resultante campeão disputaria o título da [[Copa Intercontinental]] contra o campeão europeu.<ref>{{citar
[[Ficheiro:Plantel_de_Estudiantes_de_La_Plata_festejando_la_obtención_de_la_Copa_Interamericana_-_19690221.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|375x375px|Time do [[Estudiantes de La Plata]] comemorando a conquista da [[Copa Interamericana]], competição que surgiu em 1968 pela recusa da [[Conmebol]] em 1967 a aceitar equipes da [[Concacaf]] na [[Copa Libertadores]].]]
Após a final da Copa Intercontinental de 1968, em setembro de 1968, o presidente da FIFA [[Stanley Rous]] criticou a violência da competição e disse que cominaria a UEFA e a CONMEBOL para que a Copa Intercontinental se tornasse "mais tranquila" ou desaparecesse. Também disse que, se fosse para a Copa Intercontinental seguir adiante, ele via com bons olhos que a CONCACAF (Confederação Norte-Centro-Americana e Caribenha de Futebol) fosse somada ao futebol sul-americano em uma competição que verdadeiramente indicasse o campeão do continente americano:<ref>{{citar
Em outubro de 1968, quando foi criada a Copa Interamericana, estabeleceu-se que o vencedor da mesma disputaria a Copa Intercontinental contra o campeão europeu.{{Carece de fontes
===== Proposta de uma nova Copa Intercontinental CONCACAF X UEFA (1978 e 1981) =====
Em 13 de maio de 1981,<ref>{{citar web
==== Confederações de África e Ásia ====
Em 1965, a África passou a ter sua competição continental de clubes.<ref>{{citar web
=== Histórico de violência ===
Em 1963, ocorreu a primeira final da Copa Intercontinental (Santos FC X AC Milan) marcada pela violência. A terceira partida (de desempate), realizada no [[Maracanã]], foi polêmica: o jogador [[Almir Pernambuquinho]] (que substituiu [[Pelé]] na partida-desempate) teria afirmado em sua autobiografia que o Santos subornou o árbitro da partida-desempate e que teria jogado dopado aquela partida;<ref>{{Citar web
[[Ficheiro:Nestor_Combin_1969.jpeg|esquerda|miniaturadaimagem|510x510px|[[Néstor Combin]], jogador do [[Associazione Calcio Milan|Milan]], após a final da [[Copa Intercontinental]] de 1969]]
Em 1967, a FIFA foi pressionada a tomar atitudes disciplinares mediante a violência observada nos jogos da Copa Intercontinental de 1967 (Celtic Glasgow/Escócia X Racing Avellaneda/Argentina).<ref name="Mundo Deportivo 1967">{{citar
Em 1967, o sub-secretário geral da FIFA, René Courte, escreveu um artigo explicando a decisão da FIFA de não tomar atitudes disciplinares sobre os incidentes na Copa Intercontinental de 1967. Neste artigo, René Courte informou que, oficialmente para a FIFA, a Copa Intercontinental não era um campeonato mundial de clubes mas sim uma "Copa Européia Sul-Americana Amistosa".<ref name="Mundo Deportivo 1967" />
Em 3 de novembro de 1967, o presidente da FIFA [[Stanley Rous]] reafirmou o exposto por René Courte, esclareceu que a FIFA não tomaria nenhuma medida disciplinar no caso da Copa Intercontinental de 1967, e esclareceu que, oficialmente para a FIFA, a Copa Intercontinental era um torneio amistoso, e propôs uma expansão da Copa Intercontinental, sendo que, segundo ele, tal expansão ocorreria sob os auspícios da FIFA. A [[CONCACAF]] e a [[Asian Football Confederation|AFC]] haviam estabelecido seus torneios continentais de clubes naquele ano (1967), e nesta ocasião, [[Stanley Rous]] afirmou que a [[CONCACAF]] e a [[Asian Football Confederation|AFC]] haviam solicitado a participação de seus campeões na Copa Intercontinental, e que a oposição à participação deles vinha de UEFA e CONMEBOL.<ref name="mundodeportivo.com4" /><ref name="archiviolastampa.it3">
Após as declarações de [[Stanley Rous]] e René Courte em 1967, um artigo de Carlos Pardo, no jornal catalão El Mundo Deportivo, sugeriu que a FIFA assumisse a responsabilidade pela Copa Intercontinental e a tornasse um torneio oficial. No artigo, Pardo concordou também com uma possível exigência da FIFA de que, para se poder "falar de campeonato do mundo de clubes" (''"para hablar del campeonato del mundo de clubs"''), seria necessária uma expansão da Copa Intercontinental para dar direito a asiáticos, africanos e equipes da Oceania de indicarem um representante.{{Carece de fontes|data=data=setembro de 2020}} No início de 1968, um artigo de Stanley Rous na revista ''FIFA News'' reafirmou a vontade da FIFA de criar um Campeonato Mundial de Clubes, com a participação de todos os campeões continentais existentes.<ref>{{citar
Em 1968 e 1969, mais confrontos violentos na Copa Intercontinental (''1968: Estudiantes X Manchester United; 1969: Milan X Estudiantes''), causados pela equipe argentina do Estudiantes, e mais demandas públicas para que a FIFA se envolvesse na competição, como as feitas por Matt Busby, técnico do Manchester United em 1968.<ref>{{citar web
=== Crise na década de 1970 ===
[[Ficheiro:Franz_Beckenbauer_22-6-74.png|esquerda|miniaturadaimagem|352x352px|[[Franz Beckenbauer]], o grande nome do time [[Alemanha|alemão]] [[Bayern Munique]], vencedor da Copa Intercontinental em 1976, uma das 3 vezes na década de 1970 em que o campeão europeu aceitou participar da competição; porém, mesmo vencendo o título, após a final de 1976, o técnico do Bayern, [[Dettmar Cramer]], declarou que um amistoso teria sido financeiramente preferível à Copa Intercontinental, adicionando que o público europeu tinha pouco interesse pela mesma.<ref name="X8s2k1IRwC 1976">{{citar
Além da violência, a edição de 1967 da Copa Intercontinental foi também a primeira vez em que começou a vir à tona um certo desinteresse europeu, particularmente britânico, pelo título da competição: antes do terceiro jogo (jogo-desempate), os escoceses do Celtic afirmaram que queriam o título intercontinental "não tanto por eles próprios" mas sim para não permitir que o título fosse para o Racing, com quem desenvolveram rivalidade em função dos incidentes violentos nos 2 primeiros jogos.<ref>{{citar
Em resposta à violência na Copa Intercontinental de 1967, em junho de 1968 a UEFA propôs uma mudança no regulamento da competição: o saldo de gols das equipes passaria a contar como critério de desempate caso as equipes empatassem com uma vitória cada nos dois primeiros jogos. O objetivo da proposta era reduzir a possibilidade de que fosse necessária uma terceira partida de desempate, pois tanto na Copa Intercontinental de 1963 quanto na de 1967, foi na partida de desempate que ocorreram os episódios de maior violência.<ref name=":11">{{citar
Em 1970, a Copa Intercontinental é criticada pela primeira vez do ponto de vista do mérito técnico dos participantes. Em 22 de outubro de 1970, o jornal espanhol El Mundo Deportivo publica artigo crítico à [[Copa Intercontinental]], primeiramente, com as críticas sobre a então já notória violência da competição, e também as já notórias críticas de [[Stanley Rous]] ao fato da competição não dar oportunidade de participação a clubes de Ásia e África e portanto não ser um "autêntico mundial de clubes". Porém, nesta matéria, o jornal critica a [[Copa Libertadores da América]], dizendo que a competição não era uma representação adequada do futebol sul-americano (ou seja, o jornal criticava a forma de escolha do representante sul-americano na [[Copa Intercontinental]]). O jornal critica a fórmula de disputa da [[Copa Libertadores]], e acima de tudo, critica o valor de título sul-americano da [[Copa Libertadores]] uma vez que a mesma não contava com clubes do Brasil.<ref>{{citar
Em 1971, o campeão europeu Ajax (Holanda) se recusa a disputar a Copa Intercontinental,<ref>{{citar
[[Ficheiro:Raí_Souza_Vieira_de_Oliveira_01.jpg|direita|miniaturadaimagem|200x200px|[[Raí]] marcou os dois gols da vitória do São Paulo FC contra o FC Barcelona na Copa Intercontinental de 1992, uma partida que o Barcelona cogitou não disputar, mas disputou obrigado por termos contratuais junto à UEFA.<ref>{{citar
Em 1975, a Copa Intercontinental foi pela primeira vez descontinuada. Em julho deste ano, o campeão europeu de 1974/1975 Bayern de Munique anunciou sua decisão de não disputá-la.<ref>{{citar
A matéria do jornal El Mundo Deportivo de 10 de abril de 1975 identifica na crise da Copa Intercontinental a razão para o ceticismo da UEFA à criação da Copa do Mundo de Clubes da FIFA.<ref name="Mundo Deportivo 1975">{{citar
Em 1979 chegou-se a cogitar que a Copa Intercontinental seria extinta.{{Carece de fontes
=== Copa Toyota ===
[[Ficheiro:Nunes.JPG|esquerda|miniaturadaimagem|200x200px|[[João Batista Nunes de Oliveira|Nunes]] marcou dois gols na vitória de 3-0 do CR Flamengo contra o Liverpool FC na Copa Intercontinental de 1981, a maior diferença de gols em jogos na história da competição após a disputa ter passado a ocorrer no Japão.]]
Em 1980, a Copa Intercontinental passou por uma reformulação que fez com que os clubes campeões europeus voltassem a disputá-la. A primeira alteração é depois que ela passou a ser disputada em partida única no Japão,
Algumas fontes alegam que, a partir da mudança da Copa Intercontinental para o Japão, os europeus teriam passado a ver a competição como um amistoso<ref name="oglobo.globo.com">{{citar web
A despeito do comprovado desinteresse europeu pela Copa Intercontinental nos anos 1970 e do suposto desinteresse europeu pela competição a partir dos anos 1980, e a despeito de ter passado a ser organizada pela Associação Japonesa de Futebol, a Copa Intercontinental continuou sendo uma competição supervisionada por UEFA e CONMEBOL,<ref>{{citar web
== Outras competições ==
Em 1983, foi a vez da Federação Inglesa de Futebol propor uma Copa do Mundo de Clubes, a ser realizada em 1985, porém a Federação Inglesa de Futebol desistiu do projeto antes de submetê-lo à análise da FIFA.<ref>{{citar
Em 1984, a Associação de Futebol Argentina anunciou sua intenção de realizar em 1987, com apoio da FIFA, uma Copa do Mundo de Clubes. Segundo a AFA, seriam
Também 1984, o [[Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense|Grêmio Football Porto Alegrense]] teria afirmado querer reconhecimento da FIFA ao [[Mundialito de Clubes (futebol)|Mundialito de Clubes]], outra competição de clubes que foi simbólica e informalmente chamada de "mundial".{{Carece de fontes
Em 1987, os organizadores da [[Copa Ouro Los Angeles de Futebol de 1987|Copa Los Angeles]] anunciaram a intenção de transformá-la em um torneio bianual com 12 equipes campeãs de Europa, América do Sul e México;<ref>
=== International Soccer League ===
Em junho de 1961, a FIFA proibiu a Copa Intercontinental de ser jogada, a não ser que os participantes dessem caráter privado e amistoso à competição, e em maio do mesmo ano, a FIFA autorizou a [[International Soccer League de 1960|International Soccer League]],<ref>{{citar web
== Propostas da FIFA por uma Copa do Mundo de Clubes ==
=== Década de 1970 ===
[[Ficheiro:João_Havelange.jpg|direita|miniaturadaimagem|264x264px|Ao ser eleito presidente da FIFA em 1974, [[João Havelange]]<nowiki/> relançou a ideia de seu antecessor [[Stanley Rous]]: expandir a [[Copa Intercontinental]] para incluir os outros continentes e transformá-la numa Copa do Mundo de Clubes.]]
Em janeiro de 1970, a FIFA anunciou que, em seu Congresso seguinte, faria a proposta de uma Copa do Mundo de Clubes com todos os clubes campeões continentais: a Copa Intercontinental seria expandida, sob os auspícios da FIFA, para incluir os campeões de Europa, América do Sul, Ásia, África, Oceania e Concacaf, e passaria a ser disputada como torneio oficial.{{Carece de fontes
Em seu Congresso de 23 de junho de 1970, a FIFA propôs a ideia de um Campeonato Mundial de Clubes, aberto ao mundo todo (aos campeões de todas as federações continentais), através de uma proposta de seu então presidente [[Stanley Rous]]. Porém a proposta foi rechaçada pela maior parte dos representantes europeus no Congresso. A ideia de um Mundial de Clubes foi, entretanto, apoiada por João Havelange e pelo então presidente da Conmebol, e visava substituir a [[Copa Intercontinental]], restrita a europeus e sul-americanos.[[Stanley Rous]]{{Carece de fontes|data=setembro de 2020}} A proposta da FIFA de 1970 foi mal
Em 1973, o jornal francês [[L'Equipe]] (o mesmo jornal que deu a ideia para a criação da [[Copa dos Campeões da UEFA]])<ref>{{citar
Em 1974, após ser eleito presidente da FIFA (substituindo [[Stanley Rous]]), [[João Havelange]] anuncia seu desejo de criar uma "Copa Intercontinental de Clubes" com a participação de todos os continentes, não só Europa e América do Sul.{{Carece de fontes
Em 1975, o mesmo jornal francês [[L'Equipe]], através de seu diretor Jacques Goddet, apresentou novamente esta proposta, durante as celebrações pelos 20 anos da Copa dos Campeões da Europa.{{Carece de fontes
=== Década de 1990 ===
Em 1993, a FIFA relançou a ideia de uma Copa do Mundo de Clubes na reunião do seu Comitê Executivo, realizada em Las Vegas em dezembro daquele ano. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo de 16 de junho de 1994, a ideia teria sido desta vez lançada por [[Silvio Berlusconi]].{{Carece de fontes
Em 1996, o Comitê Executivo da FIFA aprovou a ideia da competição.{{Carece de fontes|data=data=setembro de 2020}}
== A posição da FIFA sobre competições anteriores ao Campeonato Mundial de Clubes de 2000 ==
{{VT|Lista de títulos internacionais de clubes brasileiros de futebol|l1=}}Antes da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, alguns jogos e algumas competições (''jogos entre campeões escocês e inglês/1886-1901, Troféu Sir Thomas Lipton/1909-1911, Copa das Nações/1930, Copa Rio Internacional/1951-1952, Copa Rivadavia/1953, amistosos do Wolverhampton/1954, [[Pequena Taça do Mundo]]/1952-1957 e 1963, [[International Soccer League]]/1960-1965, Copa Intercontinental/1960-2004, [[Mundialito de Clubes (futebol)|Mundialito de Clubes]]/1981-1987'')
Segundo texto do site da FIFA, a partir do desenvolvimento do futebol em outras regiões do mundo (além de Europa e América do Sul), se tornou "irrealista" conferir o título simbólico de "campeão mundial de clubes" aos vencedores do confronto "Europa X América do Sul", sendo esta a fundamentação da criação do Mundial de Clubes da FIFA,<ref name=":13" /> cuja criação foi proposta pela primeira vez em 1967 pelo presidente da FIFA [[Stanley Rous]] com o objetivo de incluir os campeões de Ásia ([[Confederação Asiática de Futebol]]) e [[CONCACAF]], que em 1967 haviam estabelecido seus torneios continentais de clubes. Porém, [[UEFA]] e [[CONMEBOL]] recusaram esta proposta de expansão da Copa Intercontinental.<ref name="mundodeportivo.com4" /><ref name="archiviolastampa.it3" /><ref name="abc.es">{{citar
O Relatório de Atividades de 2005 da FIFA informa que a preeminência de Europa e América do Sul no futebol mundial no final dos anos 1950, aliado ao fato que possuíam os dois únicos torneios continentais de clubes até então existentes, fez com que fosse natural que o "título mundial" fosse disputado entre os vencedores dos dois torneios continentais citados. Afirma que, com o tempo, o futebol "caminhou um longo caminho" desde que o desafio intercontinental foi lançado pela primeira vez, e que todas as confederações organizavam torneios continentais de clubes, e lhes era negado, já há muitos anos, acesso a um evento de alcance mundial, e que para a FIFA, isso era razão suficiente para envolver-se em competições de clubes, organizando a edição inaugural do Campeonato Mundial de Clubes FIFA 2000 no Brasil, adicionado que o torneio ficou "no gelo" por algum tempo em função de alguns problemas, mas que, no fim de fevereiro de 2004, o Comitê Executivo da FIFA endossou a criação da [[Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2005]], sendo o torneio uma expressão da solidariedade no futebol pois permite a participação de todas as confederações sem colocar um fardo sobre os clubes europeus e sul-americanos, que entram nas semifinais e disputam no máximo
O Comitê Executivo da FIFA é, segundo a mesma, o único órgão da entidade com legitimidade para decidir sobre o reconhecimento oficial de competições que não foram organizadas pela entidade.<ref name=":15" /> Não há evidências de que o Comitê Executivo da FIFA tenha endossado a visão de que a Copa Intercontinental seria um Mundial de Clubes reconhecido pela entidade. No Relatório de Atividades da FIFA de 2005, afirma-se que a Copa Intercontinental foi criada com o objetivo de ser um título Mundial de Clubes, mas não há menção a tal visão ter sido oficialmente endossada pelo Comitê Executivo da FIFA, com o documento informando que a Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2005 foi endossada pelo Comitê Executivo da entidade, sem menções neste caso à Copa Intercontinental.<ref name="fifa.com1" /> O documento oficial da FIFA sobre a Copa do Mundo de Clubes, o ''Statistical Kit'',
[[Ficheiro:Sepp_Blatter.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|302x302px|[[Joseph Blatter]], presidente da FIFA, que em 2000 conseguiu realizar o que seus antecessores [[Stanley Rous]] e [[João Havelange]] propuseram em 1967, 1970 e 1974: criar a Copa do Mundo de Clubes.]]
Em 2000, o presidente da FIFA Joseph Blatter justificou esse não-reconhecimento da FIFA pelo fato de que as competições criadas anteriormente à Copa do Mundo de Clubes da FIFA eram competições de acesso restrito a clubes de, no máximo,
No caso da Copa Rio de 1951, o presidente da FIFA Joseph Blatter afirmou que a entidade consideraria o Palmeiras como sendo campeão mundial, dando-lhe um certificado de reconhecimento, mas que a entidade não equipararia oficialmente a competição de 1951 às edições da Copa do Mundo de Clubes da FIFA.<ref name="globoesporte.globo.com">{{citar web
No dia 27 de outubro de 2017, durante uma reunião realizada na [[Índia]], o Conselho da FIFA aceitou a solicitação feita pelo presidente da CONMEBOL, [[Alejandro Domínguez (dirigente esportivo)|Alejandro Domínguez]], e reconheceu os vencedores da Copa Intercontinental como campeões mundiais,<ref name="ESPN">{{citar web
== Ver também ==
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