Ernesto II, Duque de Saxe-Coburgo-Gota: diferenças entre revisões

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O apoio de Ernesto à Prússia durante a Guerra Austro-Prussiana e, mais tarde, na Guerra Franco-Prussiana fez com que deixasse de ser o líder de um movimento político. Apesar de ter conseguido manter os seus ducados, a sua posição teve um preço. De acordo com a historiadora Charlotte Zeepvat, Ernesto "sentia-se cada vez mais perdido num furacão de divertimentos privados que eram censurados pelo mundo exterior".<ref>Zeepvat, p. 5. Vitória escreveu em 1873, "Os relatos da conduta do tio Ernesto são demasiado angustiantes", e, duas semanas depois, numa carta à filha Vicky: "o que se diz sobre o tio E. meu Deus! Foi o que já ouvi de demasiadas pessoas e é muito doloroso e humilhante. É impossível visitar Coburgo quando o tio está lá."</ref> Ernesto canalizou as suas opiniões políticas para a vida privada, preferindo escrever artigos patrocinados na imprensa de Coburgo que mostravam cada vez mais desagrado para com a Inglaterra.<ref name=":11">Zeepvat, p. 5.</ref> Em 1886, Ernesto publicou o panfleto "Co-Regentes e a Influência Estrangeira na Alemanha", que enfureceu profundamente a sua família. Apesar de ter escrito de forma anónima, ninguém duvidou que o autor era Ernesto. Atacava Vicky, acusando-a de ser uma alemã desleal que dependia demasiado da mãe e declarava que ela tinha sido demasiado indiscreta por lhe ter transmitido informações confidenciais durante os períodos de guerra e paz.<ref name=":12">Zeepvat, p. 6 and Feuchtwanger, p. 209.</ref> A rainha Vitória ficou furiosa, escrevendo a Vicky: "''o que me contaste sobre o tio E. e aquele panfleto é simplesmente monstruoso. Garanto-te que tive muita dificuldade em escrever-lhe no aniversário dele, mas enviei uma carta curta e o mais fria que consegui sem perder o meu civismo''".<ref name=":12" /> "''O querido tio Ernesto prejudica-nos gravemente a todos com as suas excentricidades, língua incontrolável e imaginação muito fértil''".<ref name=":11" />
 
=== Últimos anos ===
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Nos últimos anos do seu reinado, as acções de Ernesto conseguiram enfurecer sempre a sua cunhada. Apesar de Vitória adorar Ernesto por ser o irmão de Alberto, não gostou do facto de ele escrever as suas memórias, preocupando-se que o seu conteúdo pudesse incluir referências ao seu falecido marido.<ref name=":13">Zeepvat, p. 6.</ref> Apesar das suas disputas, Ernesto continuou a encontrar-se com Vitória e a sua família ocasionalmente. Em 1891, os dois encontraram-se em França. A dama-de-companhia e Vitória comentou: "''o velho duque de Saxe-Coburgo-Gota esteve cá hoje com a esposa. É o único irmão do príncipe-consorte e tem um aspecto horrível. A rainha não gosta nada dele. Está sempre a escrever panfletos anónimos contra a rainha e a imperatriz Frederico'' (a filha mais velha da rainha Vitória)'', o que, naturalmente, irrita profundamente a família''".<ref>citada em Zeepvat, p. 6.</ref>
 
Ao longo do seu reinado, Ernesto sempre foi conhecido como um homem extravagante e mulherengo. Á medida que foi envelhecendo, Ernesto passou a gostar dos rumores de que era alvo e tornou-se num "roué completamente desconceituado que gosta do escândalo provocado pelas suas acções", levando Vicky a declarar que o seu tio era "o seu própio inimigo".<ref name=":11" /> O seu comportamento e forma de se vestir passaram a ser cada vez mais motivo de chacota para as novas gerações.<ref name=":13" /> A sua sobrinha-neta, a princesa Maria de Edimburgo descreveu mais tarde Ernesto como "um velho beau, comprimido dentro de um fato demasiado apertado para a figura dele e desconfortável na cintura, {{referências|col=2}}
{{commons|Ernst II, Duke of Saxe-Coburg and Gotha}}
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