Wolfgang Frank: diferenças entre revisões

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|posição = [[Atacante (futebol)|Atacante]]
|jovemanos =
|jovemclubes = Schlierbach
|ano = 1968–1971<br />1971–1973<br />1973–1974<br />1974–1977<br />1977–1980<br />1980–1982<br />1982–1984<br />1984–1988
|clubes = Kirchheim/Teck<br />[[Verein für Bewegungsspiele Stuttgart 1893 e. V.|Stuttgart]]<br />[[Alkmaar Zaanstreek|AZ Alkmaar]]<br />[[Braunschweiger Turn- und Sportverein Eintracht von 1895|Eintracht Braunschweig]]<br />[[Borussia Dortmund]]<br />[[1. Fußball-Club Nürnberg|Nürnberg]]<br />Bad Windsheim<br />Glarus
|jogos(golos) = <br />{{0|000}}55 {{0|00}}(23)<br />{{0|000}}22 {{0|000}}(4)<br />{{0|00}}106 {{0|00}}(52)<br />{{0|000}}34 {{0|00}}(10)<br />{{0|000}}20 {{0|000}}(4)<br />
|anoselecao = 1972–1977
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'''Wolfgang Frank''' ([[Reichenbach (Fils)|Reichenbach]], 21 de fevereiro de 1951 –– [[Mainz]], 7 de setembro de 2013) foi um [[futebolista]] e [[treinador]] [[alemão]] que jogou como [[Atacante (futebol)|atacante]].<ref name = wf>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/player_summary/wolfgang-frank/ || titulo= Wolfgang Frank ||acessodata= 30 de outubro de 2020}}</ref>
 
Nascido no estado sulista de [[Baden-Württemberg]], Frank foi um respeitável jogador durante os anos 1970, com sucesso no futebol alemão, tendo disputado 215 jogos na [[Bundesliga]] e marcado 89 gols, em especial durante sua passagem por [[Verein für Bewegungsspiele Stuttgart 1893 e. V.|Stuttgart]] e [[Braunschweiger Turn- und Sportverein Eintracht von 1895|Eintracht Braunschweig]]. Apesar disso, ''Pulga'', apelido pelo qual ficou conhecido durante sua carreira de atleta por conta de seu físico esguio e sua elevada capacidade para cabecear, apesar de sua baixa estatura para os padrões do futebol, ficou marcado por sua carreira como treinador, principalmente por sua passagem pelo Mainz 05, onde é creditado como o responsável por tornar o então inexpressivo clube em uma equipe de primeira divisão, embora nunca tenha conseguido o acesso enquanto treinou este –– glória que acabou ficando a cargo de seu principal discípulo, [[Jürgen Klopp]], que fora treinado por Frank nas duas passagens deste pelo clube durante os anos 1990 ––.<ref name = leticia/><ref name = leticia2/>
 
Frank era considerado um estudioso do jogo, chegando ao ponto de obsessão, característica que combinava com seu perfil sério e introvertido. Esses atributos acabaram por ser considerados como o principal fator por sua falta de um elevado sucesso na carreira como treinador –– além do Mainz, Frank obteve algum sucesso apenas com Glarus, Essen e Unterhaching, com este último tendo resultado em seu único título profissional ––, por ele ter problemas para falar "a língua dos jogadores" –– em contraste, Klopp, quando se tornou treinador, sempre quebrava a tensão com os jogadores com uma brincadeira ou sorriso ––. Aliado a isto, Frank também era considerado excêntrico e difícil de lidar pelos dirigentes.<ref>{{citar web || url= https://www.ogol.com.br/text.php?id=12250 || titulo= Wolfgang Frank, o mentor de Klopp que ajudou a revolucionar o futebol alemão ||acessodata= 21 de novembro de 2020}}</ref> Outro fator, constatado pelo próprio Frank, foi a elevada quantidade de clubes que treinou na carreira: 16, em 28 anos como técnico. Apesar disso, através de seus discípulos, em especial Klopp e [[Joachim Löw]], Frank acabou tendo uma enorme influência na modernização do futebol alemão, dado o sucesso que os dois obtiveram posteriormente.<ref name = le>{{citar web || url= https://zicoball.com/the-making-of-jurgen-klopp-the-uncelebrated-story-of-wolfgang-frank/ || titulo= The Making of Jürgen Klopp: The Uncelebrated Story of Wolfgang Frank – ZICOBALL ||acessodata= 21 de novembro de 2020}}</ref>
 
== Carreira ==
=== Primeiros anos ===
Frank nasceu em [[Reichenbach (Fils)|Reichenbach]], pequena cidade pertencente a região administrativa de [[Estugarda (região)|Stuttgart]], e localizada a apenas 25 quilômetros de distância da [[Estugarda|cidade homônima e capital]] do estado sulista de [[Baden-Württemberg]]. Jogador comocom exímia qualidade técnica, a ponto de mesmo medindo 1,72apenas mum demetro altura,e conseguirsetenta e dois centímetros, vencer defensores adveráriosadversários mais altos queem ele,jogadas apelo ponto dealto, se tornartornando um emidotemido cabeceador parapor osseus adversários,. Frank iniciacomeçou sua vidatrajetória em clubes deno futebol no pequeno Schlierbach, jogando nas categorias de base, antes dode seu talento o conseguir uma vaga no também pequeno clube amador Kirchheim/Teck, que erafuncionava como uma espécie de clube subsidiário do [[Verein für Bewegungsspiele Stuttgart 1893 e. V.|Stuttgart]], em 1968. Na temporada 1970/71, sob a tutela do treinador [[Karl Bögelein]], Frank conquistou com a equipe o títulomaior amadorclube dode ''Verbandsliga Württemberg'', competição regional doseu estado de [[Baden-Württemberg]], onde ele marcou 25 golsnascimento.
 
Na temporada 1970/71, sob a tutela do treinador [[Karl Bögelein]], Frank conquistou com a equipe o título amador do ''Verbandsliga Württemberg'', competição regional do estado, onde ele marcou 25 gols. O título rendeu a oportunidade do clube disputador o campeonato alemão amador, que abrangia todos os estados alemães, mas com o time de Frank, que contava com nomes, além do próprio, como [[Günter Sawitzki]], Karl Berger, Dieter Schwemmle e Dieter Ungewitter, todos jogadores que se tornaram profissionais nos anos seguintes, perdendo para o então bicampeão SC Jülich por 1 x 0, em final disputada em [[Wurtzburgo]] no dia 10 de julho de 1971, frente a um público de seis mil pessoas.<ref>{{citar web || url= http://www.rsssf.com/tablesd/duitamachampfull.html#71 || titulo= Germany - Amateur Championship 1950-1995 ||acessodata= 31 de outubro de 2020}}</ref><ref>{{citar web || url= http://www.rsssf.com/tablesd/duitamachamp.html || titulo= (West) Germany - Amateur Championship Finals ||acessodata= 31 de outubro de 2020}}</ref> Seu desempenho naquele ano lhe rendeu um contrato com o time principal do [[Verein für Bewegungsspiele Stuttgart 1893 e. V.|Stuttgart]], quando já estava com 20 anos, onde foi comandado incialmente pelo iugoslavo [[Branko Zebec]], treinador responsável pelo primeiro título e ''dobradinha'' do [[Bayern München]] na [[Bundesliga]],<ref>Torres, p. 71.</ref> que fora substituído por Bögelein em 19 de abril de 1972.
[[Ficheiro:Branco Zebec (Kiel 69.654).jpg|miniaturadaimagem|esquerda|180px|Branko Zebec (1979)]]
SeuNo desempenhoclube naquele ano lhe rendeu um contrato com o [[Verein für Bewegungsspielede Stuttgart 1893 e. V.|Stuttgart]], quando já estava com 20 anos, onde foi comandado incialmente por Branko Zebec, que fora substituído por Bögelein em 19 de abril de 1972. No clube acabou ficando apenas dois anos, mas significativos. Embora não tenha chegado a conquistar títulos pelo time, ele conseguiu marcar 13 gols em 33 jogos em seu primeiro ano, sendo apenas dois vindo do banco de reservas, mesmo tendo vindo de uma equipe amadora, ficando à frente na lista de artilheiros do time no ano, à frente de Karl-Heinz Handschuh (10 gols), já estabelecido no clube, Horst Köppel, que retornava ao clube naquele ano, e Hans Ettmayer, também em seu primeiro ano, que marcaram oito gols cada. O Stuttgart terminou em oitavo no campeonato.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/schedule/bundesliga-1971-1972-spieltag/34/ || titulo= Bundesliga 1971/1972 » 34. Round ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref> No seu segundo ano, agora sob o comando de Hermann Eppenhoff, conseguiu melhorar ainda mais os números, jogando os mesmos 33 jogos, mas terminando com 17 gols.<ref name = wf2>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/player_summary/wolfgang-frank/2/ || titulo= Wolfgang Frank » Club matches ||acessodata= 31 de outubro de 2020}}</ref> O time ficou em posição melhor do que no ano anterior, embora apenas em sexto.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/schedule/bundesliga-1972-1973-spieltag/34/ || titulo= Bundesliga 1972/1973 » 34. Round ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref>
 
=== AZ Alkmaar e Eintracht Braunschweig ===
Frank passara um ano jogando no clube neerlandês AZ Alkmaar, na temporada de 1973/74, atuando sob o comando Joop Brand, e ao lado de [[Kees Kist]], grande artilheiro e ídolo do clube, com o clube terminando em sétimo no campeonato naquele ano.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/schedule/ned-eredivisie-1973-1974-spieltag/34/ || titulo= Eredivisie 1973/1974 » 34. Round ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref> MasApesar de sua passagem pela [[Holanda do Norte]] forater sido curta, com Frank deixando o clube no ano seguinte a sua chegada., Suaela passagem acabara ficando maisficara marcada pelo período em que jogou no clube, quando o futebol neerlandês vivia o seu maior momento com o "[[Futebol Total]]", com a [[seleção neerlandesa de futebol|seleção neerlandesa]] chegando à final da [[Copa do Mundo de 1974]] apresente o conceito de futebol, embora tenha perdido para a [[seleção alemã de futebol|Alemanha Ocidental]] o título, com este sistema de jogo sendo altamente influenciador no alemão.<ref name = LGU>{{citar web || url= https://punditfeed.com/long-reads/wolfgang-frank-jurgen-klopp-mentor/ || titulo=Wolfgang Frank – Klopp’s Mentor and unheralded innovator of German football - Pundit Feed ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref>
 
Quando retornou à Alemanha, pelo [[Braunschweiger Turn- und Sportverein Eintracht von 1895|Eintracht Braunschweig]], esteve novamente sob o comando do iugoslavo Branko Zebec. Zebec, treinador que conquistaratambém comfora ouma Bayernpessoa Münchende opersonalidade primeirodifícil títulodurante destesua davida, [[Bundesliga]]sendo considerado um personagem complexo, emao 1969ponto de referir-se a si mesmo como um ditador,<ref>{{citar web || url= https://www.bbc.com/sport/football/52970612 || titulo=Bayern Munich: Branko Zebec, the brilliant, damaged manager who helped shape a giant - BBC Sport ||acessodata= 22 de novembro de 2020}}</ref> acabara por se tornar outra referência para Frank durante sua carreira como jogador: valendo-se de um rigoroso regime de preparação física e de disciplina tática sólida, eo iugoslavo fora o primeiro treinador a experimentar a marcação por zona na elite do futebol alemão em meados dos anos 1970, contrastando com a marcação homem a homem, a utilizada naquela época. Frank chegarra a comentar anos depois sobre: "Sob o comando de Zebec, não corríamos mais feito idiotas atrás de nossos adversários (individualmente), ele estava à frente de seu tempo."<ref name = p77>Honigstein, p. 77.</ref> Seu passagem também ficara marcada por seus seis jogos pela equipe B da Alemanha, onde chegara a marcar três vezes.<ref name = LGU/>
 
O melhor ano da sua passagem pelo Braunschweig acabara sendo na temporada 1976/77, quando marcara 30 gols naquele ano nos 37 jogos que disputou, com destaque para os três gols em sua primeira partida por competições europeias, na [[Copa da UEFA]], contra o dinamarquês
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=== Dortmund, Nürnberg e amadorismo ===
No ano seguinte acabou atuando apenas até setembro, tendo marcado seis vezes nos 12 jogos que disputou até aquele momento, antes de seguir para o [[Borussia Dortmund]]. O seu último jogo pelo clube da [[Baixa Saxônia]] fora contra o soviético [[Dínamo Kiev]], do lendário treinador [[Valeriy Lobanovskiy]], considerado um dos maiores treinadores da história do futebol, e que acabou por se tornar umuma grande influência para Frank.<ref>{{citar web || url= https://gq.globo.com/Corpo/Esportes/noticia/2019/03/revista-francesa-elege-os-50-maiores-tecnicos-de-todos-os-tempos.html || titulo= Revista francesa elege os 50 maiores técnicos de todos os tempos - GQ ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref> No restante da temporada, jogando pelo novo clube, disputou os sete primeiro jogos, com dois gols marcados; voltando apenas para as duas últimas rodadas do campeonato, tendo marcado um último gol. No ano seguinte, disputou apenas um jogo na temporada, pela Bundesliga, em vitória por 1 x 0 sobre o [[Bayern München]], antes de sair no intervalo do jogo e retornar apenas para a temporada seguinte.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/report/bundesliga-1978-1979-borussia-dortmund-bayern-muenchen/ || titulo= Borussia Dortmund - Bayern München 1:0 (Bundesliga 1978/1979, 1. Round) ||acessodata= 31 de outubro de 2020}}</ref>
 
A temporada 1979/80 acabou por ser sua última, com 29 jogos e 11 gols, mas marcado por Frank ficar todo o ano de 1979 sem marcar gols, conseguindo de novo apenas em março de 1980.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/player_summary/wolfgang-frank/bundesliga-1979-1980/borussia-dortmund/3/ || titulo= Wolfgang Frank » Bundesliga 1979/1980 ||acessodata= 31 de outubro de 2020}}</ref> Frank seguiu para o [[1. Fußball-Club Nürnberg|Nürnberg]], com o clube pagando 800 mil marcos alemães ao Dortmund pelo jogador, ficando dois anos no time, mas com pouco sucesso, marcando apenas quatro golsvezes em 22 jogos, sendo em seu segundo ano essencialmente um "reserva de luxo". Após isso, acabou voltando a atuar em nível amador pelo clube da cidade de Bad Windsheim, jogando pela ''Bezirksliga'', seus dois últimos anos apenas como jogador, tendo rumado para o futebol suíço em 1984, jogando no também pequeno FC Glarus, onde também exerceu a função de treinador.<ref name = wf2/>
 
=== Início como treinador na Suíça ===
Frank era reverenciado na pequena cidade de 12 mil habitantes de [[Glarona]], onde o alemão levou a pequena equipe local, o FC Glarus, para a Nationalliga B, a segunda divisão suíça, em 1988, pela primeira vez em sua história.<ref name = p69>Honigstein, p. 69.</ref>
[[Ficheiro:20180602 FIFA Friendly Match Austria vs. Germany Jogi Löw 850 1386.jpg|miniaturadaimagem|direita|180px|Jogi Löw (2018)]]
Seu sucesso com o Glarus fez com que fosse nomeado treinador do FC Aarau em dezembro de 1988, uma equipe da primeira divisão suíça que tinha vivenciado conquistas inesperadas sob o comando técnico do alemão [[Ottmar Hitzfeld]], com a equipe chegando a ser chamada de "FC Wunder" pela imprensa por conta do título na [[Copa da Suíça]] na primeira temporada do alemão à frente do clube, em 1984/85, e o vice-campeonato suíço naquele mesmo ano. Frank assumiu a equipe com a temporada de 1989/90 já em andamento, também chegando a uma final da Copa da Suíça, mas perdendo por 2 x 1 para o [[Grasshoppers]], a nova equipe de Hitzfeld (que havia assumido o clube em 1988). Frank deixou a equipe um ano depois de sua chegada, não conseguindo destaque nas equipes suíças que treinou em seguida, o Wettingen, em 1991/92, e o Winterthur, em 1992/93, que lutavam contra o rebaixamento.<ref name = p71>Honigstein, p. 71.</ref> No Winterthur, o principal jogador e capitão da equipe era seu conterrâneo [[Joachim Löw]], que seria um dos seus discípulos mais bem-sucedidos, vencendo a [[Copa do Mundo de 2014]] com a Alemanha.<ref>Honigstein, p.name 72.<= p72/ref>
 
=== Essen e sua única final ===
Em 19 de janeiro de 1994 retornou à Alemanha e assumiu o tradicional [[Rot-Weiss Essen e. V.|Rot-Weiss Essen]], que havia perdido seu treinador, Jürgen Röber, para o Stuttgart durante a pause de inverno. No entanto, durante o período a federação alemã cassou a licença profissional do clube como consequência de irregularidades financeiras, com ela sendo condenada ao rebaixamento para a terceira divisão. Embora o advogado da equipe, Reinhard Rauball, tenha encontrado vários erros concessuais cometidos pela federação, utilizando-os no recurso, a punição acabou sendo mantida, com todos os jogos da equipe no campeonato sendo anulados. Além disso, houve uma revolta dentro da equipe, com o capitão Ingo Pickenäcker e o vice-capitão Frank Kurth se demitindo em protesto por não terem sido consultados sobre o sucessor de Röber, apesar da promessa feita pela diretoria.<ref>Honigstein, p.name 72.<= p72/ref> Em contraste com as notícias fora dos campos, a equipe venceu nas semifinais o Tennis Borussia por 2 x 0, chegando surpreendetemente à final da [[Copa da Alemanha]].<ref name = p72>Honigstein, p. 72.</ref>
 
Em maio, 35 mil torcedores do time viajaram para a capital para assistir à final e protestar contra a decisão da federação. Frank chegara a comentar: "Se existe justiça divina, nós vamos vencer".<ref>Honigstein, p. 72-73.</ref> Porém, na final, disputada contra o [[Werder Bremen]] de [[Otto Rehhagel]], que levaria a seleção da Grécia a uma surpreendente vitória na [[Eurocopa de 2004]] dez anos depois, a equipe de Essen acabou perdendo por 3 x 1.<ref name = p73>Honigstein, p. 73.</ref> A final também acabaria ficando marcada para a equipe de Essen quando anos depois foi revelado que o importante jogador Frank Kontny fora impedido de jogar pela nova direção do clube, com Pickenäcker, que ainda não estava totalmente recuperado de uma lesão sofrida algumas semanas antes, jogando no seu lugar. Pickenäcker acabara sendo responsável por dois gols sofridos.<ref>Honigstein, p.name 73.<= p73/ref><ref>{{citar web || url= https://www.fussballdaten.de/dfb-pokal/1994/finale/bremen-rwessen/ || titulo= SV Werder Bremen gegen Rot-Weiss Essen - DFB-Pokal 1993/1994 - Finale - Fussballdaten ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref>
 
=== Mainz ===
Em 25 de setembro de 1995 Frank assumiu o comando do pequeno [[Mainz 05]], que lutava contra o rebaixamento, com o jornal ''Rhein-Zeitung'' o chamando-o de "a última esperança" após seu anúncio (na temporada anteior, três semanas após a final da Copa da Alemanha, o Mainz empatara o último jogo do campeonato, contra o Essen, em 1 x 1, livrando o clube do rebaixamento daquele ano.)<ref name = p74>Honigstein, p. 74.</ref> Embora os jogadores tenham considerado os métodos de treinamento de Frank como "bastante sofisticados", o clube entrou na pausa de inverno como o pior time na liga, à cinco pontos da primeira posição que evitaria o rebaixamento. A revista ''kicker'' chegara a escrever sobre a situação do Mainz naquele momento: "Chance de rebaixamento do Mainz: 100%".<ref>Honigstein, p.name 74.<= p74/ref>
 
Durante a pausa naquele ano, Frank decidiu que o time faria uma período de treinamento durante o inverno e que não utilizaria a posição de líbero na equipe, algo considerado quase inconcebível no futebol alemão naquela época, ao ponto de [[Franz Beckenbauer]], este considerado o maior jogador da posição no futebol alemão, proibir [[Erich Ribbeck]], então treinador do [[Bayern München]] (Beckenbauer era o presidente do clube na época), de continuar seus exprimentos com quatro jogadores na linha de defesa, sem o líbero, durante a temporada de 1993/94, e [[Berti Vogts]], chegando a dizer que um sistema sem um líbero "era, no fundo, destrutivo", e por isso não viria a ter aceitação na Alemanha.<ref>Honigstein, p. 75.</ref> O próprio Heidel, que contratara Frank, após observar os treinos com o novo sistema, disse anos depois relembrando o período de treinamento na pausa: "(...) nós treinamos, treinamos e treinamos. E eu tinha certeza de que seríamos rebaixados."<ref>Honigstein, p. 76.</ref>
 
Com o retorno do campeonato após a pausa de inverno, o novo sistema fez do Mainz o melhor time da [[2. Bundesliga]] no segundo turno do campeonato, com o time conquistando 32 pontos, mais do que qualquer outra equipe das duas primeiras divisões do futebol alemão.<ref>Honigstein, p. 79.</ref> Apesar disso, por conta da péssima campanha que a equipe realizara na primeira metade do campeonato, esta chegou a última rodada da temporada precisando de uma vitória, em casa, contra o [[VfL Bochum|Bochum]]; o Mainz acabou vencendo por 1 x 0 com um gol de Marco Wiesshaupt logo do início da partida.<ref name = p81>Honigstein, p. 81.</ref> Por fim, o time terminou o ano na 11ª posição do torneio.<ref>{{citar web || url= https://trivela.com.br/klopp-50-anos-a-carreira-de-um-jogador-mediano-com-um-cerebro-melhor-que-as-pernas/ || titulo= Klopp, 50 anos: a carreira de um jogador mediano, com um cérebro melhor que as pernas ||acessodata= 21 de novembro de 2020}}</ref>
 
Na temporada seguinte, o clube passou a brigar pela primeira vez em sua história para subir para a [[Bundesliga]]. O ''Süddeutsche Zeitung'' escreveu sobre isso: "Ninguém nunca havia levado a sério esse clube, que fora abandonado à própria sorte durante anos. Agora, eles são a única equipe da segunda divisão a jogar com (e entender) uma linha de quatro defensores".<ref>Honigstein, p.name 81.<= p81/ref> Quando o Mainz chegou a pausa de inverno da nova temporada, contrastando com o ano anterior, ele estava na segunda posição da tabela, atrás apenas do [[Kaiserslautern]], de [[Otto Rehhagel]], que terminaria como campeão e também conquistaria o título da primeira divisão no ano seguinte.<ref name = p82>Honigstein, p. 82.</ref> Na mesma época, Frank requisitou a diretoria um estádio maior e mais moderno, além de melhores instalações de treinamento, como a instalação de uma piscina e de uma sauna. Antes disso, o clube já havia instalado refletores e um placar eletrônico. O presidente do Mainz na época chegara a comentar anos depois relembrando o episódio que Frank "deixou a diretoria do Mainz maluca com suas exigências para tornar sustentável o sucesso do clube", visando um possível acesso a Bundesliga no futuro.<ref>Honigstein, p.name 82.<= p82/ref> O próprio Frank chegara a comentar relembrando a época: "A diretoria deve ter achado que eu era louco".<ref name = p83>Honigstein, p. 83.</ref>
[[Ficheiro:Jürgen Klopp Saisonstart 01.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|180px|klopp (2010)]]
Quando o clube retornou da pausa de inverno, com um período de treinamento no [[Chipre]], acabou perdendo o primeiro jogo, em casa, para o [[Hertha Berlin]], por 1 x 0; em seguida, também perdeu, fora de casa, para o Leipzig, por 3 x 0. Frank chegara a conclusão, retornando de [[Leipzig]], que fora o motivo pelas duas derrotas, pedindo demissão em 2 de março de 1997.<ref>Honigstein, p. 84.</ref> Ele fora substituído pelo experiente treinador Reinhard Saftig, que acabara não tendo muito sucesso no clube por não conseguir se adaptar ao esquema que Frank utilizava e os jogadores serem relutantes em voltar a atuar com um sistema contendo um líbero.<ref name = p86>Honigstein, p. 86.</ref> Na última rodada do campeonato, o clube acabou perdendo o acesso para o [[Wolfsburg]], após uma derrota fora de casa para o próprio por 5 x 4, após estar vencendo por 3 x 1 com um jogador a mais.<ref name = p85>Honigstein, p. 85.</ref> Saftig fora substituído cinco meses após sua chegada, pelo austríaco [[Dietmar Constantini]], o qual disse aos jornalistas que o estilo de pressão executado pelo Mainz tinha o formato de uma "gaita de foles".<ref>Honigstein, p.name 85.<= p85/ref> Constantini durou no cargo apenas até o início de abril de 1998, quando fora demitido com o clube na zona de rebaixamento. Ele venceu apenas quatro dos dezoito jogos em que esteve no comando do clube.<ref>Honigstein, p.name 86.<= p86/ref>
 
Após sua saída do Mainz, assumira o comando do austríaco [[Austria Wien]] no lugar de Walter Skocik a partir da 29ª rodada do campeonato da temporada 1996/97, embora tenha obtido pouco sucesso no clube, com Frank entrando em acordo com a direção para deixar o clube ao fim da temporada. No entanto, Christian Heidel entrara em contato com Frank após a saída de Constantini para que voltasse ao comando do Mainz, com Frank aceitando e deixando o time austríaco antes do fim da temporada de 1997/98, em 9 de abril de 1998.<ref>Honigstein, p.name 86.<= p86/ref> O Wien terminou em sétimo em um campeonato com 10 clubes naquele ano. Com seu retorno, o Mainz acabou se livrando do rebaixamento e terminando na décima posição na tabela.<ref>Honigstein, p.name 86.<= p86/ref> Na temporada 1998/99, o clube terminou em sétimo; e em nono no ano seguinte. Sobre isso, o ''Süddeutsche Zeitung'' chegou a escrever que Frank fora o homem que acordara "o Mainz de seu sono profundo".<ref name = p90>Honigstein, p. 90.</ref> Apesar disso, Frank queria treinar na Bundesliga, e quando recebeu uma proposta do [[Duisburg]], aceitou, considerando que o clube oferecia uma melhor chance para chegar na elite alemã.<ref>Honigstein, p.name 90.<= p90/ref> No entanto, a passagem pelo clube acabou sendo curta e de pouco sucesso, com Frank sendo demitido apenas quatro meses depois do início da [[2. Bundesliga]], com o time rondando a zona de rebaixamento.<ref>Honigstein, p.name 90.<= p90/ref> O ''Rhein-Post'' comentou após sua saída: "Seus métodos foram recebidos com rejeição por grande parte da equipe desde o início". Frank chegara a pedir seus jogadores que abraçassem árvores durante uma prova de resistência pelo bosque.<ref name = p91>Honigstein, p. 91.</ref>
 
=== Trabalhos seguintes ===
Frank voltou a treinar um clube apenas em 2002, através do [[Spielvereinigung Unterhaching|Unterhaching]]. Fora bem-sucedido no pequeno clube, levando-o da terceira divisão para a [[2. Bundesliga]], embora sendo demitido no ano seguinte, em 2 de abril de 2004. Nos clubes em que trabalhou em seguinte, obteve pouco sucesso, com seus métodos de trabalho não dando certo em nenhum deles.<ref>Honigstein, p.name 91.<= p91/ref> O Mainz tampouco obteve sucesso durante anos após sua saída, com os treinadores subsequentes do Mainz não tendo ideia de como colocar o sistema de Frank em prática. O clube voltara a ter sucesso apenas a partir do momento que [[Jürgen Klopp]], que fora seu comandado durante seus anos de Mainz, assumiu o comando do time. Sobre o fracasso dos treinadores antes dele e após as saídas de Frank, comentara: "Taticamente, a equipe era melhor do que seus treinadores."<ref name = p92>Honigstein, p. 92.</ref>
 
Foi a partir do sucesso de Klopp reestabelecendo o estilo de jogo introduzido no clube por Frank que os treinadores na Alemanha passaram a ser escolhidos para se adequarem ao clube e a um determinado estilo de jogo, o de Frank no caso do Mainz, e não o oposto. Sobre isso, Heidel chegara a comentar: "Desde então e até a minha saída, em 2016, essa foi a maneira de fazermos as coisas. E tudo remonta àquele primeiro ano com Wolfgang Frank, nosso primeiro ano de sucesso."<ref>Honigstein, p.name 92.<= p92/ref> Passou pelo [[Kickers Offenbach]] na época 2006/07,<ref>{{citar web || url= https://www.faz.net/aktuell/sport/fussball-frank-neuer-trainer-von-kickers-offenbach-11260107.html || titulo= Fußball: Frank neuer Trainer von Kickers Offenbach - Sport - FAZ ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref> mas sem sucesso. No Carl Zeiss Jena, embora tivesse contrato até o fim da temporada 2010/11,<ref>{{citar web || url= https://www.weser-kurier.de/sport/fussball_artikel,-Wolfgang-Frank-neuer-Trainer-in-Jena-_arid,301433.html || titulo= Wolfgang Frank neuer Trainer in Jena ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref> acabara demitido em 20 de abril de 2011 após uma sequência de nove jogos sem vitória.<ref>{{citar web || url= https://web.archive.org/web/20110608002823/http://www.fc-carlzeiss-jena.de/magazin/artikel.php?artikel=8400&type=&menuid=74&topmenu=301 || titulo= FC Carl Zeiss Jena - FCC-News ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref>
 
== Estilo de jogo ==
[[Ficheiro:Sacchi.jpg|miniaturadaimagem|direita|180px|Arrigo Sacchi]]
Como atleta, Frank era fascinado pelo estilo de jogo do italiano [[Associazione Calcio Milan|Milan]] de Arrigo Sacchi, um time que dominiou o futebol europeu no final dos anos 1980 e início dos 1990 graças às suas táticas coletivas revolucionárias, um sincronismo de movimentos que sufocava os adversários, privando-os de espaço e tempo. Frank também considerava para seus atletas a importância da regeneração, da nutrição e do treinamento mental em uma época em que tais assuntos eram considerados extravagantes na Alemanha.<ref>Honigstein, p. 70-71.</ref> Frank compreendia que uma inovação tática poderia ser a arma de uma equipe pequena em sua luta contra oponentes maiores e melhores; que as ideias certas podiam aumentar consideralmente a qualidade de seu próprio desempenho.<ref>Honigstein, p.name 71.<= p71/ref> Klopp resumira: "Com o nosso estilo de jogo, nós éramos capazes de bater times que eram melhores do que nós. Sua grande força era que ele sempre mandava você para o jogo com um plano claro".<ref>{{citar web || url= https://www.bundesliga.com/en/news/Bundesliga/0000268658.jsp || titulo= Former coach Wolfgang Frank dies ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref>
 
O jogo de Frank se baseava em alta intensidade, pressão e contra-ataques,<ref name = le/> e ele é creditado por introduzir a formação de jogo 4-4-2 no futebol alemão, com foco na marcação por espaço ao contrário da marcação individual de jogadores, ainda muito comum no futebol alemão da época. Peter Krawietz, que se tornara o principal assistente de Klopp, chegara a comentar sobre isso: “Wolfgang Frank tinha uma ideia de futebol que era como uma revolução na Alemanha, baseada no estilo de pressão e defesa de [[Arrigo Sacchi]]."<ref name = leticia/> Frank acabou transformando o modelo de operação do Mainz tanto dentro quanto fora do campo.<ref name = leticia2>{{citar web || url= https://www.thisisanfield.com/2018/09/the-story-of-wolfgang-frank-jurgen-klopps-mentor-and-biggest-influence/ || titulo= The story of Wolfgang Frank: Jurgen Klopp's mentor and biggest influence - Liverpool FC - This Is Anfield ||acessodata= 20 de novembro de 2020}}</ref>
 
Muito do modo de Frank visualizar o futebol de uma forma diferente se deveu a sua passagem pelo futebol neerlandês durante a temporada 1973/74, pelo AZ Alkmaar, em uma época que o futebol local estava se encaminhando para o auge do chamado "[[Futebol Total]]", que culminou no vice-campeonato da [[Copa do Mundo de 1974]]. A isto, também soma-se a influência do iugoslavo Branko Zebec sobre o então jogador Frank na época do Braunschweig, que utilizava um rigoroso regime de preparação física e de disciplina tática sólida, com o iugoslavo sendo o primeiro a experimentar a marcação por zona na elite do futebol alemão em meados dos anos 1970, contrastando com a marcação homem a homem, comumente utilizada na época. O alemão resumiu: "Sob o comando de Zebec, não corríamos mais feito idiotas atrás de nossos adversários (individualmente), ele estava à frente de seu tempo."<ref name = p77/> Assim como Frank, Zebec é pouco lembrado por sua influência no futebol alemão.<ref>Torres, p. 67.</ref>
 
== Legado ==
A influência de Frank sobre o Mainz 05 foi de suma importância para a transformação de um time relativamente inexpressivo dentro do futebol alemão em um clube de primeira divisão. Sobre a importância de Frank para o Mainz, Harald Sturtz, presidente do clube durante a época do treinador, comentou: "Wolfgang Frank deixou sua marca no Mainz 05 como nenhum outro treinador. Ele era um especialista em futebol e um visionário, suas ideias eram muito à frente do seu tempo. O Mainz 05 não seria possível sem Wolfgang Frank."<ref name = leticia/>
O presidente do Mainz na época, Strutz, que fora um atleta de salto triplo medalhista de prata nos campeonatos alemães de 1969 e 1970,<ref>Honigstein, p. 87.</ref> descrevera Frank como "uma pessoa singular, muito característica. Um homem maravilhoso, mas excessivalmente intelectual, místico."<ref>Honigstein, p. 82.</ref> "Ele não era um treinador fácil, nem uma pessoa fácil. Tinha uma personalidade com a qual era complicado lidar; muita energia."<ref>Honigstein, p. 83.</ref> O próprio Strutz chegou a se considerar parcialmente responsável por parte da abordagem do tempo de Frank no Mainz, por tê-lhe dado de presente o livro ''Die Macht der Motivation'', de Nikolaus B. Enkelmann, que falava sobre abordagem psicológica, sobre qual e quem Frank ficara quase obcecado. O goleiro austríaco Herbert Ilsanker chegou a recordar ao ''Allgemeine Zeitung'' de uma vez quando ouvira Frank sozinho na sauna durante um período de treinamento no Chipre, em 1998, entrevistando a si mesmo para praticar a maneira de se dirigir aos seus atletas, por influência dos ensinamentos de Enkelmann.<ref>Honigstein, p. 87.</ref> Apesar disso, os treinamentos cognitivos e práticas para reduzir o tempo de reação passaram a ser considerados fundamentais para o desenvolvimento dos jogadores durante os anos seguintes.<ref>Honigstein, p. 88.</ref>
 
RefletindoApesar sobredisso, osalvo poucopequenos êxitos com Glarus, Essen e Unterhaching, o sucesso quede Frank obtiveraficara emmuito suasrestrito passagensao pelosMainz. clubesRefletindo quesobre treinouisso, Strutz dissera: "Frank tinha uma personalidade muito especial e poderia ter sido um treinador fantástico se fosse um pouco mais descontraído. Diferente do que viria a ser, depois, [[Jürgen Klopp]],; ele era simplesmente sério demais. E realmente não entendia por que jogadores jovens queriam, às vezes, se divertir e tomar, vez ou outra, uma cerveja, ou por que não queriam ser reprimidos".<ref>Honigstein, p. 89.</ref> Após uma derrota fora de casa para o [[Bayern München]], pela [[Copa da Alemanha]], Frank ficara tão irritado e decepcionado, que removeu toda a mobília de seu escritório no clube por conta disso, porque "tinha certeza de que o pequeno e velho Mainz podia vencer em Munique se jogasse no seu limite máximo e talvez pegasse o Bayern em um dia ruim", conforme relatou seu filho Sebastian.<ref>Honigstein, p.name 90.<= p90/ref>
 
Christian Heidel, que otrabalhava contrataracomo paradiretor otécnico voluntáro no Mainz e foi o responsável pela contratação do treinador, chegou a comentar: "Nunca conseguiu atingir o estrelato porque tinha uma personalidade difícil. Eu era o único com quem ele se dava bem. Éramos bastante íntimos até termos uma discussão muito feia. Depois de nos deixar pela segunda vez, para assumir o Duisburg, ficamos dois anos sem conversar. Ele sempre achava que podia encontrar algo melhor."<ref>Honigstein, p. 91-92.</ref> Em contraste, muitos de seus ex-jogadores se tornaram treinadores com algum destaque, como Torsten Lieberknecht, Jürgen Kramny, Peter Neustädter, Christian Hock, Stephan Kuhnert, Lars Schmidt, Sandro Schwarz, Sven Demandt e Uwe Stöver. Outros dois, seu ''protégé'' nosno Mainz, Klopp, se tornou um treinador de renome internacional, assim como Joachim Löw, este ainda da época do suíço Winterthur.<ref>Honigstein, p. 93.</ref>
 
O sucesso de Klopp acabou popularizando o ''gegenpressing'', embora nenhum dos dois tenha sido o inventor do sistema propriamente.<ref>{{citar web || url= https://www.goal.com/en/news/gegenpressing-how-does-the-football-tactical-style-made/1wc20wx6qtkkq1t36xj0px9mel || titulo= Gegenpressing: How does the tactical style made famous by Klopp work? ||acessodata= 22 de novembro de 2020}}</ref> Sobre a introdução do sistema no Mainz por Frank, Klopp comentou anos depois: "Ele trouxe o 4-4-2 (...) e nós nos tornamos um time muito melhor naquele momento. Nós éramos realmente um time mediano, não muito bem pagos, poucas pessoas se importavam com o clube, mas então nós aprendemos que, mesmo que todos os jogadores adversários fossem melhores do que nós, ainda podíamos vencê-los –– para nós, isso abriu nossos olhos ––. Quando eu me tornei treinador anos depois, eu usei um monte das coisas que aprendi dele [Frank]. Ele era o perfeito modelo e um monte de seus jogadores agora são treinadores ao redor do mundo –– isso sempre foi seu sonho ––.<ref name = leticia>{{citar web || url= https://www.telegraph.co.uk/football/2016/09/27/wolfgang-frank-the-man-who-inspired-jurgen-klopps-coaching-philo/ || titulo= Wolfgang Frank: the man who inspired Jurgen Klopp's coaching philosophy ||acessodata= 20 de novembro de 2020}}</ref>
 
== Vida pessoal ==
A vida pessoal de Frank era pouco dissociada de sua vida profissional. Frank era uma pessoa cruelmente autodisciplinada, com alguns o considerando obececadoobcecado, como seu filho Benjamin Frank o descreveu.<ref>Honigstein, p.name 69.<= p69/ref> Seus dois filhos, Benjamin e SebatianSebastian, trabalham como agentes e olheiros para o [[Liverpool Football Club|Liverpool]]. Antes disso, eram consultores do [[Leicester City Football Club|Leicester City]] na época do surpreendente título na temporada 2015/16.<ref>Honigstein, p.name 69.<= p69/ref> Seus filhos descrevem que, para Frank, não existia diferença entre ser treinador de futebol e pai, com ambas as funções resumindo-se a um mesmo dever: educar.<ref>Honigstein, p. 69-70.</ref> "Ele era um maluco, no bom sentido", conforme seu filho Sebastian o descreveu. Ele completou: "(...) um homem incrivelmente ambicioso para quem o futebol não era somente os jogos e os sistemas táticos, mas simplesmente tudo. Uma escola para a vida."<ref name = p69/>Honigstein Em contraste, pKlopp o descreveu como um ser humano extraordinário.<ref>{{citar 69web || url= https://zicoball.com/the-making-of-jurgen-klopp-the-uncelebrated-story-of-wolfgang-frank/ || titulo= The Making of Jürgen Klopp: The Uncelebrated Story of Wolfgang Frank – ZICOBALL ||acessodata= 21 de novembro de 2020}}</ref>
 
O presidente do Mainz na época, Strutz,em que Frank fora umo treinador do clube, Harald Strutz, atleta de salto triplo medalhista de prata nos campeonatos alemães de 1969 e 1970,<ref name = p87>Honigstein, p. 87.</ref> descrevera Frank como "uma pessoa singular, muito característica. Um homem maravilhoso, mas excessivalmente intelectual, místico."<ref>Honigstein, p.name 82.<= p82/ref> "Ele não era um treinador fácil, nem uma pessoa fácil. Tinha uma personalidade com a qual era complicado lidar; muita energia."<ref>Honigstein, p.name 83.<= p83/ref> O próprio Strutz chegou a se considerar parcialmente responsável por parte da abordagem do tempo de Frank no Mainz, por tê-lhe dado de presente o livro ''Die Macht der Motivation'', de Nikolaus B. Enkelmann, que falava sobre abordagem psicológica, sobre qual e quem Frank ficara quase obcecado. O goleiro austríaco Herbert Ilsanker chegou a recordar ao ''Allgemeine Zeitung'' de uma vez quando ouvira Frank sozinho na sauna durante um período de treinamento no Chipre, em 1998, entrevistando a si mesmo para praticar a maneira de se dirigir aos seus atletas, por influência dos ensinamentos de Enkelmann.<ref>Honigstein, p.name 87.<= p87/ref> Apesar disso, os treinamentos cognitivos e práticas para reduzir o tempo de reação passaram a ser considerados fundamentais para o desenvolvimento dos jogadores durante os anos seguintes.<ref>Honigstein, p. 88.</ref>
 
Durante sua última temporada como profissional, Frank formou-se como professor, especializando-se em esporte e religião.<ref>Honigstein, p. 70.</ref>
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== Bibliografia ==
* {{citation
|last=Torres
|first=Axel
|title=Gol da Alemanha
|year=2016
|publisher=Editora Grande Área
|isbn=978-85-69214-07-6
}}
* {{citation
|last=Honigstein
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== Ligações externas ==
* {{Link|en|2=https://www.worldfootball.net/player_summary/wolfgang-frank/|3=Wolfgang Frank}}
 
{{1. FSV Mainz 05}}
{{SpVgg Unterhaching - Regionalliga Süd 2002/2003}}
 
{{Portal3|Futebol}}