José de San Martín: diferenças entre revisões
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A figura de San Martín no final século XIX, passa a ser utilizada para se criar uma narrativa heroica com o objetivo de se tornar parte importante da história Argentina. Em 1877, o então Presidente [[Nicolás Avellaneda]] comemora o centenário de nascimento do Libertador, visando recuperar os restos de San Martin que estavam no jazigo do cemitério da família Brunoy desde 1861. Os discursos desta época já apontavam San Martin como uma figura capaz de unificar os argentinos, o afastando de um personagem ditatorial movido por interesses de poder próprio.
Na noite literária de 25 de maio no Teatro Colón, diversos poemas foram lidos em
A biografia publicada por [[Ricardo Rojas]]: "El Santo de La espada. Vida de San Martin", em 1933, teve uma importante influencia na construção do mito. Rojas buscava apresentar uma outra visão de San Martin da que era apresentada pelo governo ditatorial de Augstín Pedro Justo, que estimulava o culto militar e havia transformado o dia 17 de agosto, data da morte de San Martín, em feriado Nacional. Rojas buscava apresentar os aspectos humanos do mito, focando em sua crença e hábitos.
Martín é apresentado como homem prudente que segue movido pelo senso de obrigação e noção profunda da grandeza de sua missão. Ele é comparado com os lendários cavaleiros medievais, como El Cid e Amadis de Gaula. As comparações com [[George Washington|Washington]] e [[Simón Bolívar|Bolívar]] visavam enaltecer a liderança e a dedicação do líder em serviço a nação, não esperando qualquer gloria pessoal. San Martín todavia, é apresentando como um novo tipo de guerreiro-
Dessa forma Martin se afastava das características negativas dos outros dois mitos, como o escravismo de Washington e a liderança autoritária de Bolívar. A decisão de San Martín deixar o Peru para evitar conflitos com Bolívar e de abandonar a Argentina para não participar das guerras civis além de não querer contribuir com a expansão de práticas caudilhistas que prejudicariam a autonomia, dava força a imagem de um protetor, auto denominação dada pelo próprio San Martín.
A infância de San Martín passa a ser vista como a origem da nova América, enaltecendo seu nascimento em [[Yapeyú]], um antigo povoado jesuítico com presença da população indígena. As características étnicas similar a população local, como sua cor morena e seus olhos negros, passa a ser destacado, visando criar origens nativas em sua composição racial e nas suas relações
San Martín é apresentado como um percussor de um nacionalismo hispanista, visando a democracia representativa entre os povos de fala espanhola, o que incluiria a Espanha, que buscava formas de conciliação e negociação em vez de conflitos e guerras. O Mito é apresentando como um herói portador de qualidades raras e virtudes incomum. Transformando a biografia do herói em uma narrativa ideal da história da nação.
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