Clidemia hirta: diferenças entre revisões

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== Descrição física ==
''Clidemia hirta'' é um [[arbusto]] densamente ramificado e de vida longa (perene) que normalmente cresce 0,5-3 m de altura, mas às vezes atinge 5 m de altura, dependendo do habitat. Em habitats mais sombreados, ele cresce muito mais alto do que em áreas expostas, onde normalmente cresce menos de 1 m de altura.
 
Os caules mais jovens são arredondados e cobertos por pêlos grandes, duros, castanhos ou avermelhados (são estrigose). As folhas simples dispostas de maneira oposta carregam-se em talos. As folhas são ovais no contorno com extremidade larga na base, com pontas pontiagudas e margens quase inteiras a finamente dentadas. Suas superfícies superiores são esparsamente cobertas de pêlos, semelhantes aos encontrados nos caules, enquanto suas superfícies e margens inferiores são mais densamente peludas. As folhas também têm uma aparência um pouco enrugada e cinco nervuras distintas que correm de forma quase paralela da base às pontas.
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== Distribuição e habitat ==
Originaria das [[Américas]] entrada do [[México]] ate a [[Argentina]], bem como do [[Caribe)]]<ref name="IITF">{{cite web |url=http://www.fs.fed.us/global/iitf/pdf/shrubs/Clidemia%20hirta.pdf |title=Clidemia hirta |work=International Institute of Tropical Forestry |publisher=[[United States Department of Agriculture]] |accessdate=2009-02-18}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=GRIN |primeiro= |url=https://npgsweb.ars-grin.gov/gringlobal/taxon/taxonomydetail?id=10919 |titulo=U.S. National Plant Germplasm System |data= |acessodata=2020-12-06 |publicado=United States Department of Agriculture}}</ref>, foi amplamente introduzido no [[Ásia Meridional|sul da Ásia]] e na [[África Oriental]] e ocorre em duas áreas isoladas da [[Austrália]].
 
Foi introduzido no [[Havaí]] na década de 1940; em 1978, havia se espalhado para mais de 360 km2 de terra em [[Oahu]]. Em 1972, a ''Clidemia hirta'' foi vista pela primeira vez na [[Havaí]]. No [[Sri Lanka]] é bastante invasivo em zonas úmidas e florestas do interior, especialmente invadindo clareiras na floresta, impedindo o surgimento de outras espécies nativas.<ref>Lalith Gunasekera, ''Invasive Plants: A guide to the identification of the most invasive plants of Sri Lanka'', Colombo 2009, p. 95–96.</ref>
 
== Biologia e ecologia ==
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A ''C. hirta'' é usada como sabonete na Guiana Francesa e suas propriedades antimicrobianas foram relatadas em publicações etnobotânicas<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/694361571|título=Fijian medicinal plants|ultimo=Cambie, R. C.|data=1994|editora=CSIRO Australia|local=[East Melbourne, Vic., Australia]|oclc=694361571}}</ref>. Essas propriedades foram testadas por Meléndes e Capriles<ref>{{Citar periódico |titulo=Antibacterial properties of tropical plants from Puerto Rico |url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S094471130500156X |jornal=Phytomedicine |data=2006-03-13 |issn=0944-7113 |paginas=272–276 |numero=4 |acessodata=2020-12-06 |doi=10.1016/j.phymed.2004.11.009 |lingua=en |primeiro=P. A. |ultimo=Meléndez |primeiro2=V. A. |ultimo2=Capriles}}</ref> e podem ser atribuídas às saponinas encontradas em suas folhas e comumente usadas como compostos antimicrobianos<ref>{{Citar periódico |titulo=Biological activities and distribution of plant saponins |url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874104002557 |jornal=Journal of Ethnopharmacology |data=2004-10-01 |issn=0378-8741 |paginas=219–243 |numero=2 |acessodata=2020-12-06 |doi=10.1016/j.jep.2004.05.016 |lingua=en |primeiro=S. G. |ultimo=Sparg |primeiro2=M. E. |ultimo2=Light |primeiro3=J. |ultimo3=van Staden}}</ref>. El Abdellaoui et al.<ref>{{Citar periódico |titulo=Centrifugal partition chromatography for antibacterial bio-guided fractionation of Clidemia hirta roots |ultimo3=Krolikiewicz-Renimel |primeiro9=Claire |ultimo8=André |primeiro8=Patrice |ultimo7=Landemarre |primeiro7=Ludovic |ultimo6=Jeronimo-Monteiro |primeiro6=Valentin |ultimo5=Toribio |primeiro5=Alix |ultimo4=Cancellieri |primeiro4=Perrine |primeiro3=Isabelle |url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1383586614000033 |ultimo2=Destandau |primeiro2=Emilie |ultimo=Abdellaoui |primeiro=Saïda El |lingua=en |doi=10.1016/j.seppur.2013.12.036 |acessodata=2020-12-06 |paginas=221–228 |issn=1383-5866 |data=2014-02-26 |jornal=Separation and Purification Technology |ultimo9=Elfakir}}</ref> identificaram recentemente o ácido arjunólico, uma saponina triterpenóide, como um dos principais compostos antibacterianos presentes nesta planta.
 
As folhas são adstringentes e antiespasmódicas. Uma decocção dos ramos folhosos é feita para reduzir o fluxo menstrual excessivo. Uma infusão é usada para tratar a dor de estômago e também é tomadausada como um enema. Uma decocção das folhas é usada para cicatrizar velhas feridas. Maceradas em água fria, as folhas são usadas para fazer um banho genital anti-séptico feminino para remediar a hemorragia<ref>{{citar web |ultimo=Robert A. DeFilipps, Shirley L. Maina and Juliette Crepin |primeiro= |url=http://www.sepanguy.com/files/ressources/DePhillips-&-al.-(2004)-medicinal-plants-of-the-guianas-(guyana-surinam-french-guiana).pdf |titulo=MEDICINAL PLANTS OF THE GUIANAS(GUYANA, SURINAM, FRENCH GUIANA) |data=2004 |acessodata=2020-12-06 |publicado=Department of Botany National Museum of Natural History Smithsonian Institution}}</ref>.
 
A ''C hirta'' também esta sendo estudada como hepatoprotetor (protetor do fígado)<ref>{{Citar periódico |titulo=The Hepatoprotective Effect of Clidemia hirta against Carbon Tetrachloride (CCl4)-Induced Oxidative Stress and Hepatic Damage in Mice |url=http://www.dl.begellhouse.com/journals/0ff459a57a4c08d0,1b80d9046bc9fa9c,018479be6337690b.html |jornal=Journal of Environmental Pathology, Toxicology and Oncology |data=2017 |issn=0731-8898 |paginas=293–307 |numero=4 |acessodata=2020-12-06 |doi=10.1615/JEnvironPatholToxicolOncol.2017019824 |lingua=en |primeiro=Nurul |ultimo=Amzar |primeiro2=Mohammad |ultimo2=Iqbal}}</ref>, anticâncer e antioxidante<ref>{{Citar periódico |titulo=EVALUATION OF IN VITRO ANTICANCER AND ANTIOXIDANT ACTIVITIES FROM LEAF EXTRACTS OF MEDICINAL PLANT CLIDEMIA HIRTA |ultimo2=Bindu |primeiro7=Joseph |ultimo6=Chandrasekhar |primeiro6=Thummala |ultimo5=Kumari |primeiro5=Meruva Keerthi |ultimo4=Raghavan |primeiro4=Rahul |ultimo3=Cheriyamundath |primeiro3=Sanith |primeiro2=Yeduguri Hima |url=http://innovareacademics.in/journals/index.php/ijpps/article/view/16483 |ultimo=Narasimham |primeiro=Dokka |doi=10.22159/ijpps.2017v9i4.16843 |acessodata=2020-12-07 |numero=4 |paginas=149 |issn=0975-1491 |data=2017-02-27 |jornal=International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences |ultimo7=Madassery}}</ref>
 
Existem registros de uso da ''C hirta'' em [[Madagascar]] do suco das folhas como cicatrizante, o chá das folhas para resfriados comuns e o chá das folhas e das raízes para problemas estomacais.<ref>{{citar periódico |titulo=Medicinal plants of the eastern region of Madagascar |acessodata=2020-12-06 |jornal=Journal of Ethnopharmacology |publicado=Journal of Ethnopharmacology |ultimo=Novy |primeiro=Julia W. |pagina=119-- 126 |url=http://www.ethnopharmacologia.org/prelude2016/pdf/biblio-hn-10-novy.pdf |data=1997 |numero=55}}</ref>. E na [[Indonésia]] é usado para tratar em feridas (para parar o sangramento) com sumo das folhas esmagadas sobre a área afetada, com o chá dos galho é para aliviar cólicas menstruais, o chá das as folhas paraé usado para reduzir as cicatrizes, tabémtambém o chá é usado como um antidisentérico e antiespasmódico, as folhas maceradas com água fria pode ser usada como antiséptico para área [[Órgão sexual|genital]] da mulher e também pode ser usado para tratar sangramento, a
decocção desta planta também é usada para tratar dor de estômago (Boggan et al., 1997)<ref>{{Citar livro|url=http://dx.doi.org/10.33089/jthort|título=Journal of Tropical Horticulture|editora=Indonesian Society for Horticulture - Perhorti - Aceh Commissariat}}</ref>.
 
== Nome ==
O [[epiteto]] ''hirta'' significa "eriçado" em [[latim]], dado por seus pelos no talos e folhas. Nos países de língua inglesa é comum a denominação de maldição de Koster ("Koster's curse") em lugares onde a planta cresce como uma erva daninha nociva, como no [[Havaí]]. Koster foi o homem que entre 1880 e 1886 introduziu acidentalmente sementes de ''C. hirta'' em [[Fiji]] em um viveiro de [[café]], onde sua natureza problemática foi notada pela primeira vez por volta de 1920 (Paine, 1934; Simmonds, 1937). Originalmente conhecido apenas como "a maldição" pelos danos que causou às plantações de [[coco]], seu nome vernáculo se tornou um modelo a partir do qual os de outras plantas invasoras foram padronizados, como ''[[Vachellia farnesiana]]'' como maldição de Ellington em [[Fiji]] , ''[[Gleditsia triacanthos]]'' como maldição de McConnel na [[Austrália]] ou ''[[Lantana camara]]'' como a maldição da [[Índia]] na [[África Oriental]].
 
==Sinonímias==