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Miconia albicans é uma espécie de arbusto da família Melastomataceae. É conhecida como canela de velho no Brasil. É nativa da América do Norte, América Central e América do Sul[1][2]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMiconia albicans
Folhas e inflorecências da Miconia albicans
Folhas e inflorecências da Miconia albicans
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Myrtales
Família: Melastomataceae
Género: Miconia
Espécie: M. albicans
Nome binomial
Miconia albicans
(Sw.) DC.
Sinónimos
Melastoma albicans Sw.

Acinodendron albicans (Sw.) Kuntze
Chitonia albicans (Sw.) D. Don ex G. Don

Descrição física

Miconia albicansé uma pequena árvore de até 3 m de altura, distribuída do sudeste do Brasil ao sul do México, e é abundante em diferentes fisionomias do cerrado brasileiro e áreas recentemente perturbadas [3][4]. As flores são de cor creme esverdeada esbranquiçada e de leve cheiro, organizadas em inflorescências. Elas florescem no final da estação seca, com pico em setembro (M. G. G, Camargo e L. P. C. Morellato). Possuem anteras poricidas, exigindo polinização vibratória para liberar grãos de pólen [5] [6]. Nesta espécie, grãos de pólen e visitantes florais raramente são observados; os frutos são produzidos por apomixia obrigatória [7].[8]

Os frutos são bagas pequenas, com 7,5 mm de largura e 5,9 mm de comprimento, com uma média de 34 sementes por fruto; as sementes têm 0,72 mm de largura e 1,02 mm de comprimento . A polpa dos frutos maduros é composta principalmente por água (76,6%), açúcares (13,4%) e proteínas (2,17%) [9]. As frutas são organizadas em infrutescências. Com base no tamanho e na cor do fruto, três estágios podem ser distinguidos durante o desenvolvimento do fruto: (1) frutos imperceptíveis, cinza-esverdeados, inicialmente verdes; (2) frutos verdes avermelhados em um estágio intermediário; (3) e frutos maduros, verdes e totalmente expandidos. Os frutos verdes intermediários (“não maduros”) e os frutos maduros têm um cálice vermelho persistente. Os frutos maduras estão disponíveis principalmente no início da estação chuvosa, com pico em novembro.

Biologia e ecologia

Os frutos são uma importante fonte de alimento consumido por diferentes espécies de aves, principalmente generalistas [10], marsupiais Gracilinanus spp. [11][12], e frutos caídos também são coletados por formigas[13]. Não há informação na literatura se frutas não maduras são consumidas por pássaros.

Os pássaros se alimentam dos frutos da Miconia albicans e dispersam suas sementes[14]


Uso medicinal

Esta planta Miconia albicans sob o nome popular de canela de velho é muito conhecida e utilizada na medicina popular do Brasil para tratar artrite, artrose e dores nas articulações por sua ação antinflamtória[15].

Estudos indicaram potencial atuação da Miconia albicans como antioxidante[16], tendo ação antimicrobiana[17] [18] e ação analgésica [19] e antiinflamatória [20].

Sinonímias

Sinônimos taxonômicos para Miconia albicans inclui:

  • Melastoma albicans Sw.
  • Acinodendron albicans (Sw.) Kuntze
  • Chitonia albicans (Sw.) D. Don ex G. Don

=Galeria de imagens

Referências

  1. Miyanishi, Kiyoko; Kellman, Martin (1986). «The Role of Fire in Recruitment of Two Neotropical Savanna Shrubs, Miconia albicans and Clidemia sericea». Biotropica. 18 (3): 224–230. JSTOR 2388489. doi:10.2307/2388489 
  2. GOLDENBERG, RENATO; ALMEDA, FRANK; CADDAH, MAYARA K.; MARTINS, ANGELA B.; MEIRELLES, JULIA; MICHELANGELI, FABIAN A.; WEISS, MARKUS (2013). «Nomenclator botanicus for the neotropical genus Miconia (Melastomataceae: Miconieae)». Phytotaxa (em inglês). 106 (1): 1. ISSN 1179-3163. doi:10.11646/phytotaxa.106.1.1 
  3. Goldenberg, Renato (dezembro de 2004). «O gênero Miconia (Melastomataceae) no Estado do Paraná, Brasil». Acta Botanica Brasilica (4): 927–947. ISSN 0102-3306. doi:10.1590/S0102-33062004000400024. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  4. Allenspach, N.; Dias, M. M. (maio de 2012). «Frugivory by birds on Miconia albicans (MELASTOMATACEAE), in a fragment of cerrado in São Carlos, southeastern Brazil». Brazilian Journal of Biology (em inglês) (2): 407–413. ISSN 1519-6984. doi:10.1590/S1519-69842012000200024. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  5. Buchmann, Stephen L; others (1983). «Buzz pollination in angiosperms.». Buzz pollination in angiosperms.: 73–113. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  6. Renner, Susanne S. (1989). «A Survey of Reproductive Biology in Neotropical Melastomataceae and Memecylaceae». Annals of the Missouri Botanical Garden (2): 496–518. ISSN 0026-6493. doi:10.2307/2399497. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  7. Goldenberg, Renato; Shepherd, George J. (1 de março de 1998). «Studies on the reproductive biology ofMelastomataceae in "cerrado" vegetation». Plant Systematics and Evolution (em inglês) (1): 13–29. ISSN 1615-6110. doi:10.1007/BF00984909. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  8. de Camargo, Maria Gabriela G.; Schaefer, H. Martin; Habermann, Gustavo; Cazetta, Eliana; Soares, Natalia Costa; Morellato, Leonor Patrícia C. (setembro de 2015). «Bicolored display ofMiconia albicansfruits: Evaluating visual and physiological functions of fruit colors». American Journal of Botany (9): 1453–1461. ISSN 0002-9122. doi:10.3732/ajb.1500138. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  9. Mendonça, Pietro Kiyoshi Maruyama; Silva, Estevão Alves; Melo, Celine (2007). «Oferta qualitativa e quantitativa de frutos em espécies ornitocóricas do gênero Miconia (Melastomataceae)». Revista Brasileira de Biociências (S1): 672–674. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  10. Allenspach, N.; Dias, M. M. (maio de 2012). «Frugivory by birds on Miconia albicans (MELASTOMATACEAE), in a fragment of cerrado in São Carlos, southeastern Brazil». Brazilian Journal of Biology (em inglês) (2): 407–413. ISSN 1519-6984. doi:10.1590/S1519-69842012000200024. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  11. Pereira-Diniz, Sandra. «Ecofisiologia da germinação de sementes de Clidemia hirta (L.) D. Don (Melastomataceae)». Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  12. Camargo, Nícholas Ferreira de; Cruz, Ramatis Machado Scarponi; Ribeiro, Juliana Fernandes; Vieira, Emerson Monteiro (setembro de 2011). «Frugivoria e potencial dispersão de sementes pelo marsupial Gracilinanus agilis (Didelphidae: Didelphimorphia) em áreas de Cerrado no Brasil central». Acta Botanica Brasilica (3): 646–656. ISSN 0102-3306. doi:10.1590/S0102-33062011000300018. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  13. Christianini, Alexander V; Mayhé-Nunes, Antônio J; Oliveira, Paulo S (2012). «Exploitation of fallen diaspores by ants: are there ant–plant partner choices?». Biotropica (3): 360–367. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  14. Camargo, Maria Gabriela G. de; Schaefer, H. Martin; Habermann, Gustavo; Cazetta, Eliana; Soares, Natalia Costa; Morellato, Leonor Patrícia C. (2015). «Bicolored display of Miconia albicans fruits: Evaluating visual and physiological functions of fruit colors». American Journal of Botany (em inglês) (9): 1453–1461. ISSN 1537-2197. doi:10.3732/ajb.1500138. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  15. Redação AF Noticias (5 de fevereiro de 2019). «CANELA DE VELHO Conheça os benefícios do tratamento com chá de Canela de Velho e como prepará-lo». AF Noticias. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  16. Pieroni, Laís Goyos; Rezende, Fernanda Mendes de; Ximenes, Valdecir Farias; Dokkedal, Anne Lígia (novembro de 2011). «Antioxidant Activity and Total Phenols from the Methanolic Extract of Miconia albicans (Sw.) Triana Leaves». Molecules (em inglês) (11): 9439–9450. PMC PMC6264309  Verifique |pmc= (ajuda). PMID 22075573. doi:10.3390/molecules16119439. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  17. Piza, Ana Candida Martins Toledo; Hokka, Carlos Osamu; Sousa, Cristina Paiva de (18 de outubro de 2014). «Endophytic Actinomycetes from Miconia albicans (Sw.) Triana (Melastomataceae) and Evaluation of Its Antimicrobial Activity». Journal of Scientific Research & Reports (em inglês) (4): 281–291. doi:10.9734/jsrr/2015/13237. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  18. Celotto, Andréa Carla; Nazario, Daniela Zaupa; Spessoto, Marcela de Almeida; Martins, Carlos Henrique Gomes; Cunha, Wilson Roberto (dezembro de 2003). «Evaluation of the in vitro antimicrobial activity of crude extracts of three Miconia species». Brazilian Journal of Microbiology (em inglês) (4): 339–340. ISSN 1517-8382. doi:10.1590/S1517-83822003000400010. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  19. Vasconcelos, MA Lemos; da Silva Ferreira, D; Silva, MLA; Veneziani, R Cassio Sola; Cunha, WR (2003). «Analgesic effects of crude extracts of Miconia albicans (Melastomataceae)». Bollettino chimico farmaceutico: 333–335. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
  20. Vasconcelos, Maria Anita L.; Royo, Vanessa A.; Ferreira, Daniele S.; Crotti, Antonio E. Miller; Silva, Márcio L. Andrade e; Carvalho, José Carlos T.; Bastos, Jairo Kenupp; Cunha, Wilson R. (1 de agosto de 2006). «In vivo Analgesic and Anti-Inflammatory Activities of Ursolic Acid and Oleanoic Acid from Miconia albicans (Melastomataceae)». Zeitschrift für Naturforschung C (em inglês) (7-8): 477–482. ISSN 1865-7125. doi:10.1515/znc-2006-7-803. Consultado em 7 de dezembro de 2020 
 
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