Sebastião I de Portugal: diferenças entre revisões

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== Regência ==
Com dois anos de idade, seu avô, o rei, enfermo, chamou-o à sua presença, para brincar. Quando o rei pediu água, trouxeram dois copos, um, fechado, para o rei e outro aberto para Sebastião. Vendo isto, o menino começou a chorar, querendo um copo como o do avô, que comentou:<ref name="bayam.p.4">[[José P. Bayam]], ''Portugal cuidadoso, e lastimado com a Vida, e Perda do Senhor Rey Dom Sebastião, o desejado de saudosa memoria'' (1737), ''Livro I'', ''De Sua Infância'', ''Capítulo Primeiro'', ''Do nascimento, batismo, e aclamação del Rey D. Sebastião, de outros sucessos notáveis deste tempo'', p.4</ref> [[File:D sebastiao 1562.jpg|thumb|Retrato inédito de D. Sebastião I, por [[Alonso Sánchez Coello]], 1562. Estava na Áustria, no castelo Schönberg, mas erradamente identificado com um nobre austríaco.]] "Cedo quereis reinar". No ano seguinte de 11 de junho de 1557, morre D. João III. Sebastião tornou-se rei com três anos, quatro meses e vinte e dois dias de idade.<ref name="bayam.p.4" />
 
Durante a sua menoridade, a [[regência (governo)|regência]] foi assegurada primeiro pela sua avó, a rainha [[Catarina de Áustria]], viúva de D. João III,<ref name="bayam.p.6">[[José P. Bayam]], ''Portugal cuidadoso, e lastimado com a Vida, e Perda do Senhor Rey Dom Sebastião, o desejado de saudosa memoria'' (1737), ''Livro I'', ''De Sua Infância'', ''Capítulo II'', ''Como o governo do Reyno foy entregue à Rainha Dona Catharina. Vistas Reays, Embaixadas, e outros successos notaveis deste tempo'', p.6</ref> e depois pelo tio-avô, o [[Henrique I de Portugal|Cardeal D. Henrique de Évora]], (23 de Dezembro de 1562<ref name="bayam.p.34">[[José P. Bayam]], ''Portugal cuidadoso, e lastimado com a Vida, e Perda do Senhor Rey Dom Sebastião, o desejado de saudosa memoria'' (1737), ''Livro I'', ''De Sua Infância'', ''Capítulo VI'', ''De como a Rainha largou o governo do Reyno, e foy entregue ao Cardeal Infante. Notícias memoraveis do tempo, que ella governou.'', p.34</ref>-1568). Neste período, depois da aquisição de [[Macau]] no ano de 1557 e [[Damão]] em 1559, a expansão colonial foi interrompida. A premência era a conjugação de esforços para preservar, fortalecer e defender os territórios conquistados.
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Conta-se que, ao ser aconselhado a render-se, e a entregar a sua espada aos vencedores, o rei se tenha recusado com altivez, dizendo: "''A liberdade real só há de perder-se com a vida.''".<ref>''Historia de Portugal nos seculos XVII e XVIII'', por Luiz Augusto Rebello da Silva, Volume I (Imprensa Nacional, 1860), p. 237.</ref> Foram as suas últimas palavras, e é-nos dito que ao ouvi-las, "os cavaleiros arremeteram contra os infiéis; D. Sebastião seguiu-os e desapareceu aos olhos de todos envolto na multidão, deixando ... a posteridade duvidosa acerca do seu verdadeiro fim.".<ref>''Ibidem.''</ref> Há quem defenda, por outro lado, que o seu corpo terá sido enterrado logo em Ceuta, "com toda a solemnidade".<ref>[[José Agostinho de Macedo]], ''Inventario da refutação analytica'' (1810) – "''O cadaver del Rei D. Sebastião foi enterrado em Ceuta com toda a solemnidade, e sinaes para se não equivocar com outros cadáveres.''"</ref> Mas para o povo português de então, o rei havia apenas desaparecido. Este desastre teria as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes ainda mais agravou as dificuldades financeiras do país.
 
[[Imagem:Lagos46 kopie.jpg|thumb|left|Batalha de Alcácer-Quibir, 1578. in: Miscellanea ([[Miguel Leitão de Andrade]], 1629.).|306x306px]]
Em 1582, [[Filipe II de Espanha|Filipe I de Portugal]] mandou trasladar para o [[Mosteiro dos Jerónimos]], em Lisboa, um corpo que se alegava ser o do rei desaparecido, na esperança de acabar com o ''[[sebastianismo]]'', o que não resultou, nem se pôde comprovar ser o corpo realmente o de Sebastião I. Ele terá chegado de barco ao porto de [[Faro]] e a restante jornada até Lisboa sido transportado por terra na companhia de oito [[nobres]] portugueses, que tinham sido seus companheiros d´armas em Alcácer, convocados para o efeito.<ref> Código Alcobacense n.º 459 (ant.º) e 126 (mod), na Biblioteca Nacional de Lisboa, refere o Conde de Almada, em Relação dos Feitos de D. Antão Dalmada, edição de 1940</ref><ref> O préstito fúnebre teve a direcção do vedor [[Francisco Barreto de Lima]], era composto pelos seguintes fidalgos: D. [[Francisco de Castelo Branco]], [[Jerónimo Moniz de Luzinhano]], D. [[João de Castro (desambiguação)|João de Castro]], [[Rui Lourenço de Távora, neto|Ruy Lourenço de Távora]], [[Henrique Correia da Silva]], D. [[Lucas de Portugal]], D. [[Lourenço Soares de Almada|Lourenço de Almada]] e [[Diogo da Silva, 8.º Senhor de Vagos|Diogo da Silva]]. - [http://elosclubedelisboa.blogs.sapo.pt/36164.html Coisas Que Poucos Sabem, Henrique Salles da Fonseca, Elos Clube de Lisboa, 19 de Julho de 2011]</ref> O Túmulo de Mármore, que repousa sobre dois elefantes, pode ainda hoje ser observado em Lisboa.
 
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=== Teorias e dados sobre o desaparecimento ===
Dentre incontáveis especulações e investigações de vários autores, a historiadora Maria Luísa Martins da Cunha defende, em dezembro de 2011, no terceiro volume do livro ‘Grandes Enigmas da História de Portugal', que o rei D. Sebastião sobreviveu à batalha de Alcácer-Quibir e reapareceu no ano de 1598 em Itália, onde foi mais tarde preso em [[Veneza]], [[Florença]] e [[Nápoles]], com a cumplicidade dos espanhóis. Segundo a mesma historiadora, o corpo do rei encontra-se sepultado na capela de São Sebastião, no Convento dos Agostinhos de Limoges.<ref name="Veneza">{{citar web |autorultimo=Mascarenhas Paulo Pinto,|primeiro= |url=http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/lazer/cultura/d-sebastiao-foi-preso-em-italia |publicado=[[Correio da Manhã (Portugal)|Correio da manhã]] |título=D. Sebastião foi preso em Itália |data= |acessodata=a 14 de Dezembro de 2011 |publicado=[[Correio da Manhã (Portugal)|Correio da manhã]] |autor=Mascarenhas Paulo Pinto, |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120107203809/http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/lazer/cultura/d-sebastiao-foi-preso-em-italia |arquivodata=2012-01-07 |urlmorta=yes }}</ref>
 
Na verdade, já o historiador [[Manuel de Faria e Sousa|Faria e Sousa]] reportara testemunhos, como o de D. Luís de Brito, que afirmavam ter visto no final da batalha o rei à distância sem ser perseguido. Brito encontrou-o posteriormente, em direção ao rio, e segundo o historiador esta foi a última vez que ele foi visto vivo.
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== Ver também ==
* [[Lista de participantes na Batalha de Alcácer Quibir|Lista de militares portugueses falecidos na Batalha de Álcacer Quibir]]
* [[Arcos do Jardim]]
* [[Árvore genealógica dos reis de Portugal]]