Wolfgang Frank: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 33:
 
Na temporada 1970/71, sob a tutela do treinador [[Karl Bögelein]], Frank conquistou com a equipe o título amador do ''Verbandsliga Württemberg'', competição regional do estado, onde ele marcou 25 gols. O título rendeu a oportunidade do clube disputador o campeonato alemão amador, que abrangia todos os estados alemães, mas com o time de Frank, que contava com nomes, além do próprio, como [[Günter Sawitzki]], Karl Berger, Dieter Schwemmle e Dieter Ungewitter, todos jogadores que se tornaram profissionais nos anos seguintes, perdendo para o então bicampeão SC Jülich por 1 x 0, em final disputada em [[Wurtzburgo]] no dia 10 de julho de 1971, frente a um público de seis mil pessoas.<ref>{{citar web || url= http://www.rsssf.com/tablesd/duitamachampfull.html#71 || titulo= Germany - Amateur Championship 1950-1995 ||acessodata= 31 de outubro de 2020}}</ref><ref>{{citar web || url= http://www.rsssf.com/tablesd/duitamachamp.html || titulo= (West) Germany - Amateur Championship Finals ||acessodata= 31 de outubro de 2020}}</ref> Seu desempenho naquele ano lhe rendeu um contrato com o time principal do [[Verein für Bewegungsspiele Stuttgart 1893 e. V.|Stuttgart]], quando já estava com 20 anos, onde foi comandado incialmente pelo iugoslavo [[Branko Zebec]], treinador responsável pelo primeiro título e ''dobradinha'' do [[Bayern München]] na [[Bundesliga]],<ref>Torres, p. 71.</ref> que fora substituído por Bögelein em 19 de abril de 1972.
[[Ficheiro:Branco Zebec (Kiel 69.654).jpg|miniaturadaimagem|esquerdadireita|180px|Branko Zebec (em 1979), em jogo contra o [[Holstein Kiel]] enquanto era treinador do [[Hamburger Sport-Verein|Hamburgo]].]]
No clube de Stuttgart, acabou ficando apenas dois anos, mas significativos. Embora não tenha chegado a conquistar títulos pelo time, ele conseguiu marcar 13 gols em 33 jogos em seu primeiro ano, sendo apenas dois vindo do banco de reservas, mesmo tendo vindo de uma equipe amadora, ficando à frente na lista de artilheiros do time no ano, à frente de Karl-Heinz Handschuh (10 gols), já estabelecido no clube, Horst Köppel, que retornava ao clube naquele ano, e Hans Ettmayer, também em seu primeiro ano, que marcaram oito gols cada. O Stuttgart terminou em oitavo no campeonato.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/schedule/bundesliga-1971-1972-spieltag/34/ || titulo= Bundesliga 1971/1972 » 34. Round ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref> No seu segundo ano, agora sob o comando de Hermann Eppenhoff, conseguiu melhorar ainda mais os números, jogando os mesmos 33 jogos, mas terminando com 17 gols.<ref name = wf2>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/player_summary/wolfgang-frank/2/ || titulo= Wolfgang Frank » Club matches ||acessodata= 31 de outubro de 2020}}</ref> O time ficou em posição melhor do que no ano anterior, embora apenas em sexto.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/schedule/bundesliga-1972-1973-spieltag/34/ || titulo= Bundesliga 1972/1973 » 34. Round ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref>
 
Linha 39:
Frank passara um ano jogando no clube neerlandês AZ Alkmaar, na temporada de 1973/74, atuando sob o comando Joop Brand, e ao lado de [[Kees Kist]], grande artilheiro e ídolo do clube, com o clube terminando em sétimo no campeonato naquele ano.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/schedule/ned-eredivisie-1973-1974-spieltag/34/ || titulo= Eredivisie 1973/1974 » 34. Round ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref> Apesar de sua passagem pela [[Holanda do Norte]] ter sido curta, com Frank deixando o clube no ano seguinte a sua chegada, ela ficara marcada pelo período em que jogou no clube, quando o futebol neerlandês vivia o seu maior momento com o "[[Futebol Total]]", com a [[seleção neerlandesa de futebol|seleção neerlandesa]] chegando à final da [[Copa do Mundo de 1974]], embora tenha perdido para a [[seleção alemã de futebol|Alemanha Ocidental]] o título, com este sistema de jogo sendo altamente influenciador no alemão.<ref name = LGU>{{citar web || url= https://punditfeed.com/long-reads/wolfgang-frank-jurgen-klopp-mentor/ || titulo=Wolfgang Frank – Klopp’s Mentor and unheralded innovator of German football - Pundit Feed ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref>
 
Quando retornou à Alemanha, pelo [[Braunschweiger Turn- und Sportverein Eintracht von 1895|Eintracht Braunschweig]], que pagou o equivalente a 120 mil euros,<ref name = tm>{{citar web || url= https://www.transfermarkt.com/wolfgang-frank/profil/trainer/327 || titulo=Wolfgang Frank - Manager profile ||acessodata= 23 de janeiro de 2021}}</ref> esteve novamente sob o comando do iugoslavo Branko Zebec. Zebec, que também fora uma pessoa de personalidade difícil durante sua vida, sendo considerado um personagem complexo, ao ponto de referir-se a si mesmo como um ditador,<ref>{{citar web || url= https://www.bbc.com/sport/football/52970612 || titulo=Bayern Munich: Branko Zebec, the brilliant, damaged manager who helped shape a giant - BBC Sport ||acessodata= 22 de novembro de 2020}}</ref> acabara por se tornar outra referência para Frank durante sua carreira como jogador: valendo-se de um rigoroso regime de preparação física e de disciplina tática sólida, o iugoslavo fora o primeiro treinador a experimentar a marcação por zona na elite do futebol alemão em meados dos anos 1970, contrastando com a marcação homem a homem, a utilizada naquela época. Frank chegarra a comentar anos depois sobre: "Sob o comando de Zebec, não corríamos mais feito idiotas atrás de nossos adversários (individualmente), ele estava à frente de seu tempo."<ref name = p77>Honigstein, p. 77.</ref> Seu passagem também ficara marcada por seus seis jogos pela equipe B da Alemanha, onde chegara a marcar três vezes.<ref name = LGU/>
 
O melhor ano da sua passagem pelo Braunschweig acabara sendo na temporada 1976/77, quando marcara 30 gols naquele ano nos 37 jogos que disputou, com destaque para os três gols em sua primeira partida por competições europeias, na [[Copa da UEFA]], contra o dinamarquês
Linha 45:
 
=== Dortmund, Nürnberg e amadorismo ===
No ano seguinte acabou atuando apenas até setembro, tendo marcado seis vezes nos 12 jogos que disputou até aquele momento, antes de seguir para o [[Borussia Dortmund]], que pagou o equivalente a 450 mil euros pela transferência.<ref name = tm/> O seu último jogo pelo clube da [[Baixa Saxônia]] fora contra o soviético [[Dínamo Kiev]], do lendário treinador [[Valeriy Lobanovskiy]], considerado um dos maiores treinadores da história do futebol, e que acabou por se tornar uma grande influência para Frank.<ref>{{citar web || url= https://gq.globo.com/Corpo/Esportes/noticia/2019/03/revista-francesa-elege-os-50-maiores-tecnicos-de-todos-os-tempos.html || titulo= Revista francesa elege os 50 maiores técnicos de todos os tempos - GQ ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref> No restante da temporada, jogando pelo novo clube, disputou os sete primeiro jogos, com dois gols marcados em empate por 3 x 3 com o [[Borussia Mönchengladbach]];<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/report/bundesliga-1977-1978-borussia-dortmund-bor-moenchengladbach/ || titulo= Borussia Dortmund - Bor. Mönchengladbach 3:3 (Bundesliga 1977/1978, 17. Round) ||acessodata= 22 de janeiro de 2021}}</ref> mas voltando apenas para as duas últimas rodadas do campeonato, tendo marcado um último gol em vitória por 5 x 3 sobre o [[VfL Bochum|Bochum]],<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/report/bundesliga-1977-1978-borussia-dortmund-vfl-bochum/ || titulo= Borussia Dortmund - VfL Bochum 5:3 (Bundesliga 1977/1978, 33. Round) ||acessodata= 22 de janeiro de 2021}}</ref> e estado na humilhante e histórica derrota por 12 x 0 para o Mönchengladbach na última rodada do campeonato.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/report/bundesliga-1977-1978-bor-moenchengladbach-borussia-dortmund/ || titulo= Bor. Mönchengladbach - Borussia Dortmund 12:0 (Bundesliga 1977/1978, 34. Round) ||acessodata= 22 de janeiro de 2021}}</ref> No ano seguinte, disputou apenas um jogo na temporada, pela Bundesliga, em vitória por 1 x 0 sobre o [[Bayern München]], antes de sair no intervalo do jogo e retornar apenas para a temporada seguinte.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/report/bundesliga-1978-1979-borussia-dortmund-bayern-muenchen/ || titulo= Borussia Dortmund - Bayern München 1:0 (Bundesliga 1978/1979, 1. Round) ||acessodata= 31 de outubro de 2020}}</ref>
 
A temporada 1979/80 acabou por ser sua última, com Frank disputando 29 jogos e marcando 11 gols, mas ficando marcada por ele ter ficado todo o ano de 1979 sem marcar gols, conseguindo de novo apenas a partir de janeiro de 1980, quando marcou todos os 11 até maio.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/player_summary/wolfgang-frank/bundesliga-1979-1980/borussia-dortmund/3/ || titulo= Wolfgang Frank » Bundesliga 1979/1980 ||acessodata= 31 de outubro de 2020}}</ref> Frank seguiu para o [[1. Fußball-Club Nürnberg|Nürnberg]] em julho, com o clube pagando 800 mil marcos alemães ao Dortmund pela transferência. O alemão ficou dois anos no time, mas com pouco sucesso, marcando apenas quatro vezes em 22 jogos no total, todos ainda pelo ano de 1980, e dois saindo em vitória por 4 x 2 sobre o [[TSV 1860 München|1860 München]].<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/report/bundesliga-1980-1981-tsv-1860-muenchen-1-fc-nuernberg/ || titulo= TSV 1860 München - 1. FC Nürnberg 2:4 (Bundesliga 1980/1981, 3. Round) ||acessodata= 22 de janeiro de 2021}}</ref> Em seu segundo ano, acabou se tornando essencialmente um "reserva de luxo", tendo disputado apenas três jogos naquela época, todos derrotas.<ref>{{citar web || url= https://www.worldfootball.net/player_summary/wolfgang-frank/bundesliga-1981-1982/1-fc-nuernberg/3/ || titulo= Wolfgang Frank » Bundesliga 1981/1982 ||acessodata= 22 de janeiro de 2021}}</ref> Após isso, acabou voltando a atuar em nível amador pelo clube homônimo da cidade de [[Bad Windsheim]], que fica localizada próximo de onde jogava pelo Nürnberg, e jogava na ''Bezirksliga'' na época. Frank passou dois anos jogando pela equipe, antes de rumar para o futebol suíço em 1984, para jogar no igualmente pequeno Glarus da igualmente [[Glarona|cidade homônima]], onde também exerceu a função de treinador do time.<ref name = wf2/>
 
=== Início como treinador na Suíça ===
Frank era reverenciado na pequena cidade de 12 mil habitantes de [[Glarona]], onde o alemão levou a pequena equipe local, o Glarus, para a ''Nationalliga B'', a segunda divisão suíça, em 1988, pela primeira vez em sua história;<ref name = p69>Honigstein, p. 69.</ref> apenas um ano antes, a equipe disputava a quarta divisão nacional, com o treinador-jogador levando o time à terceira divisão em 1986/87, em ano que marcava o 75º aniversário de fundação da agremiação. No primeiro ano na segunda divisão, em 13 de agosto, a equipe também conseguiu uma vitória por 2 x 1 sobre o [[FC Basel|Basel]] na casa deste, apenas a segunda do time na divisão, na temporada 1988/89, e ainda é considerada uma das mais significativas na história do clube. Ele é considerado a maior influência na história da agremiação, à frente de nomes como Hans Reutlinger, [[Fritz Künzli]], René Botteron e [[Hans-Peter Briegel]].<ref name = leticialeticiagabrielle>{{citar web || url= https://fcglarus.ch/2020/02/21/wolfgang-frank-die-geschichte-einer-fussball-legende/ || titulo= Wolfgang Frank – die Geschichte einer Trainer-Legende ||acessodata= 23 de janeiro de 2021}}</ref>
{{Quote_box|
width=30%
|align=left
|quote= Uma vitória contra o [[FC Basel|Basel]], provavelmente era impensável para a maioria. Agora, nós conseguimos nesta temporada. Essa vitória com certeza ficará marcada na história do Glarus.
|source=– Wolfgang Frank<ref name = leticialeticiagabrielle/>}}
Seu sucesso com o Glarus fez com que fosse nomeado treinador do FC Aarau em dezembro de 1988, uma equipe da primeira divisão suíça que tinha vivenciado conquistas inesperadas sob o comando técnico do alemão [[Ottmar Hitzfeld]], com a equipe chegando a ser chamada de "FC Wunder" pela imprensa por conta do título na [[Copa da Suíça]] na primeira temporada do alemão à frente do clube, em 1984/85, e o vice-campeonato suíço naquele mesmo ano.<ref name = p71>Honigstein, p. 71.</ref><ref name = p72/> Frank tinha assumido apenas a função de treinador do Glarus poucos meses antes, após uma fratura na perna durante o quarto jogo do campeonato. Embora ele tivesse contrato até o final da temporada 1991/92, o Glarus o liberou. Ele fora substituído por Peter Stubbe.<ref name = leticialeticiagabrielle/>
[[Ficheiro:20180602 FIFA Friendly Match Austria vs. Germany Jogi Löw 850 1386.jpg|miniaturadaimagem|direita|180px|Joachim Löw (2018)]]
Seu sucesso com o Glarus fez com que fosse nomeado treinador do FC Aarau em dezembro de 1988, uma equipe da primeira divisão suíça que tinha vivenciado conquistas inesperadas sob o comando técnico do alemão [[Ottmar Hitzfeld]], com a equipe chegando a ser chamada de "FC Wunder" pela imprensa por conta do título na [[Copa da Suíça]] na primeira temporada do alemão à frente do clube, em 1984/85, e o vice-campeonato suíço naquele mesmo ano.<ref name = p71>Honigstein, p. 71.</ref><ref name = p72/> Frank tinha assumido apenas a função de treinador do Glarus poucos meses antes, após uma fratura na perna durante o quarto jogo do campeonato. Embora ele tivesse contrato até o final da temporada 1991/92, o Glarus o liberou. Ele fora substituído por Peter Stubbe.<ref name = leticia/>
 
Frank assumiu a equipe do Aarau com a temporada de 1989/90 já em andamento, também chegando a uma final da Copa da Suíça, mas perdendo por 2 x 1 para o [[Grasshoppers]], a nova equipe de Hitzfeld (que havia assumido o clube em 1988). Frank deixou o clube em 1991, não conseguindo destaque nas equipes suíças que treinou em seguida, o Wettingen, em 1991/92, e o Winterthur, em 1992/93, que lutavam contra o rebaixamento.<ref name = p71>Honigstein, p. 71.</ref> No Winterthur, o principal jogador e capitão da equipe era seu conterrâneo [[Joachim Löw]], que seria um dos seus discípulos mais bem-sucedidos, vencendo a [[Copa do Mundo de 2014]] com a Alemanha.<ref name = p72/>
 
Frank assumiu a equipe do Aarau com a temporada de 1989/90 já em andamento, também chegando a uma final da Copa da Suíça, mas perdendo por 2 x 1 para o [[Grasshoppers]], a nova equipe de Hitzfeld (que havia assumido o clube em 1988). Frank deixou o clube em 1991, não conseguindo destaque nas equipes suíças que treinou em seguida, o Wettingen, em 1991/92, e o Winterthur, em 1992/93, que lutavam contra o rebaixamento.<ref name = p71>Honigstein, p. 71.</ref> No Winterthur, o principal jogador e capitão da equipe era seu conterrâneo [[Joachim Löw]], que seria um dos seus discípulos mais bem-sucedidos, vencendo a [[Copa do Mundo de 2014]] com a Alemanha como treinador.<ref name = p72/>
[[Ficheiro:20180602 FIFA Friendly Match Austria vs. Germany Jogi Löw 850 1386.jpg|miniaturadaimagem|direita|180px|Joachim Löw (em 2018). Löw fora treinado por Frank no suíço Winterthur, e levou a Alemanha ao seu quarto titulo mundial em [[Copa do Mundo de 2014|2014]].]]
=== Essen e sua única final ===
Em 19 de janeiro de 1994 retornou à Alemanha e assumiu o tradicional [[Rot-Weiss Essen e. V.|Rot-Weiss Essen]], que havia perdido seu treinador, Jürgen Röber, para o Stuttgart durante a pause de inverno. No entanto, durante o período a federação alemã cassou a licença profissional do clube como consequência de irregularidades financeiras, com elao Essen sendo condenadacondenado ao rebaixamento para a terceira divisão. Embora o advogado da equipe, Reinhard Rauball, tenha encontrado vários erros concessuais cometidos pela federação, utilizando-os no recurso, a punição acabou sendo mantida, com todos os jogos da equipe no campeonato sendo anulados. Além disso, houve uma revolta dentro da equipe, com o capitão Ingo Pickenäcker e o vice-capitão Frank Kurth se demitindo em protesto por não terem sido consultados sobre o sucessor de Röber, apesar da promessa feita pela diretoria.<ref name = p72/> Em contraste com as notícias fora dos campos, a equipe venceu nas semifinais o Tennis Borussia por 2 x 0, chegando surpreendetemente à final da [[Copa da Alemanha]].<ref name = p72>Honigstein, p. 72.</ref>
 
Em maio, 35 mil torcedores do time viajaram para a capital para assistir à final e protestar contra a decisão da federação. Frank chegara a comentar: "Se existe justiça divina, nós vamos vencer".<ref>Honigstein, p. 72-73.</ref> Porém, na final, disputada contra o [[Werder Bremen]] de [[Otto Rehhagel]], seu treinador na época do Borussia Dortmund e que levaria a seleção da Grécia a uma surpreendente vitória na [[Eurocopa de 2004]] dez anos depois, a equipe de Essen acabou perdendo por 3 x 1.<ref name = p73>Honigstein, p. 73.</ref> A final também acabaria ficando marcada para a equipe de Essen, quando, anos depois foi revelado que o importante jogador Frank Kontny fora impedido de jogar pela nova direção do clube, com Pickenäcker, que ainda não estava totalmente recuperado de uma lesão sofrida algumas semanas antes, jogando no seu lugar. Pickenäcker acabara sendo responsável por dois gols sofridos.{{nota de rodapé|O livro é contrastante na informação sobre Kontny, citando que o mesmo era o capitão do time na época; mas o mesmo capítulo cita Pickenäcker como o responsável pela função. Pickenäcker foi o capitão na final contra o Werder Bremen.}}<ref name = p73/><ref>{{citar web || url= https://www.fussballdaten.de/dfb-pokal/1994/finale/bremen-rwessen/ || titulo= SV Werder Bremen gegen Rot-Weiss Essen - DFB-Pokal 1993/1994 - Finale - Fussballdaten ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref>
 
=== Mainz ===
Linha 73 ⟶ 72:
Com o retorno do campeonato após a pausa de inverno, o novo sistema fez do Mainz o melhor time da [[2. Bundesliga]] no segundo turno do campeonato, com o time conquistando 32 pontos, mais do que qualquer outra equipe das duas primeiras divisões do futebol alemão.<ref>Honigstein, p. 79.</ref> Apesar disso, por conta da péssima campanha que a equipe realizara na primeira metade do campeonato, esta chegou a última rodada da temporada precisando de uma vitória, em casa, contra o [[VfL Bochum|Bochum]]; o Mainz acabou vencendo por 1 x 0 com um gol de Marco Wiesshaupt logo do início da partida.<ref name = p81>Honigstein, p. 81.</ref> Por fim, o time terminou o ano na 11ª posição do torneio.<ref>{{citar web || url= https://trivela.com.br/klopp-50-anos-a-carreira-de-um-jogador-mediano-com-um-cerebro-melhor-que-as-pernas/ || titulo= Klopp, 50 anos: a carreira de um jogador mediano, com um cérebro melhor que as pernas ||acessodata= 21 de novembro de 2020}}</ref>
 
Na temporada seguinte, o clube passou a brigar pela primeira vez em sua história para subir para a [[Bundesliga]]. O ''Süddeutsche Zeitung'' escreveu sobre isso: "Ninguém nunca havia levado a sério esse clube, que fora abandonado à própria sorte durante anos. Agora, eles são a única equipe da segunda divisão a jogar com (e entender) uma linha de quatro defensores".<ref name = p81/> Quando o Mainz chegou a pausa de inverno da nova temporada, contrastando com o ano anterior, ele estava na segunda posição da tabela, atrás apenas do [[Kaiserslautern]], de [[Otto Rehhagel]], que terminaria como campeão e também conquistaria o título da primeira divisão no ano seguinte.<ref name = p82>Honigstein, p. 82.</ref> Na mesma época, Frank requisitou a diretoria um estádio maior e mais moderno, além de melhores instalações de treinamento, como a instalação de uma piscina e de uma sauna. Antes disso, o clube já havia instalado refletores e um placar eletrônico. O presidente do Mainz na época chegara a comentar anos depois relembrando o episódio que Frank "deixou a diretoria do Mainz maluca com suas exigências para tornar sustentável o sucesso do clube", visando um possível acesso a Bundesliga no futuro.<ref name = p82/> O próprio Frank chegara a comentar relembrando a época: "A diretoria deve ter achado que eu era louco".<ref name = p83>Honigstein, p. 83.</ref>
[[Ficheiro:Jürgen Klopp Saisonstart 01.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|180px|kloppKlopp em 2010. Ele fora fortemente influênciado por Frank, e se tornou um dos melhores treinadores do mundo a partir dos anos (2010).]]
Quando o clube retornou da pausa de inverno, com um período de treinamento no [[Chipre]], acabou perdendo o primeiro jogo, em casa, para o [[Hertha Berlin]], por 1 x 0; em seguida, também perdeu, fora de casa, para o Leipzig, por 3 x 0. Frank chegara a conclusão, retornando de [[Leipzig]], que fora o motivo pelas duas derrotas, pedindo demissão em 2 de março de 1997.<ref>Honigstein, p. 84.</ref> Ele fora substituído pelo experiente treinador Reinhard Saftig, que acabara não tendo muito sucesso no clube por não conseguir se adaptar ao esquema que Frank utilizava e os jogadores serem relutantes em voltar a atuar com um sistema contendo um líbero.<ref name = p86>Honigstein, p. 86.</ref> Na última rodada do campeonato, o clube acabou perdendo o acesso para o [[Wolfsburg]], após uma derrota fora de casa para o próprio por 5 x 4, após estar vencendo por 3 x 1 com um jogador a mais.<ref name = p85>Honigstein, p. 85.</ref> Saftig fora substituído cinco meses após sua chegada, pelo austríaco [[Dietmar Constantini]], o qual disse aos jornalistas que o estilo de pressão executado pelo Mainz tinha o formato de uma "gaita de foles".<ref name = p85/> Constantini durou no cargo apenas até o início de abril de 1998, quando fora demitido com o clube na zona de rebaixamento. Ele venceu apenas quatro dos dezoito jogos em que esteve no comando do clube.<ref name = p86/>
 
Linha 87 ⟶ 86:
 
== Estilo de jogo ==
[[Ficheiro:Sacchi.jpg|miniaturadaimagem|direita|180px|O italiano [[Arrigo Sacchi]] durante sua passagem pelo Milan. O Milan comandado pelo italiano no final dos anos 1980 fora uma das maiores equipes da história, e fortemente influênciou Frank.]]
Como atleta, Frank era fascinado pelo estilo de jogo do italiano [[Associazione Calcio Milan|Milan]] de Arrigo Sacchi, um time que dominiou o futebol europeu no final dos anos 1980 e início dos 1990 graças às suas táticas coletivas revolucionárias, um sincronismo de movimentos que sufocava os adversários, privando-os de espaço e tempo. Frank também considerava para seus atletas a importância da regeneração, da nutrição e do treinamento mental em uma época em que tais assuntos eram considerados extravagantes na Alemanha.<ref>Honigstein, p. 70-71.</ref> Frank compreendia que uma inovação tática poderia ser a arma de uma equipe pequena em sua luta contra oponentes maiores e melhores; que as ideias certas podiam aumentar consideralmente a qualidade de seu próprio desempenho.<ref name = p71/> Klopp resumira: "Com o nosso estilo de jogo, nós éramos capazes de bater times que eram melhores do que nós. Sua grande força era que ele sempre mandava você para o jogo com um plano claro".<ref>{{citar web || url= https://www.bundesliga.com/en/news/Bundesliga/0000268658.jsp || titulo= Former coach Wolfgang Frank dies ||acessodata= 1 de novembro de 2020}}</ref>
 
O jogo de Frank se baseava em alta intensidade, pressão e contra-ataques –– uma versão híbrida entre o estilo do Milan de Sacchi e do futebol total neerlandês<ref name = goal/> ––,<ref name = le/> e ele é creditado por introduzir a formação de jogo 4-4-2 no futebol alemão, com foco na marcação por espaço ao contrário da marcação individual de jogadores, ainda muito comum no futebol alemão da época. Peter Krawietz, que se tornara o principal assistente de Klopp, chegara a comentar sobre isso: “Wolfgang Frank tinha uma ideia de futebol que era como uma revolução na Alemanha, baseada no estilo de pressão e defesa de [[Arrigo Sacchi]]."<ref name = leticia/> Frank acabou transformando o modelo de operação do Mainz tanto dentro quanto fora do campo.<ref name = leticia2>{{citar web || url= https://www.thisisanfield.com/2018/09/the-story-of-wolfgang-frank-jurgen-klopps-mentor-and-biggest-influence/ || titulo= The story of Wolfgang Frank: Jurgen Klopp's mentor and biggest influence - Liverpool FC - This Is Anfield ||acessodata= 20 de novembro de 2020}}</ref>
 
Muito do modo de Frank visualizar o futebol de uma forma diferente se deveu a sua passagem pelo futebol neerlandês durante a temporada 1973/74, pelo AZ Alkmaar, em uma época que o futebol local estava se encaminhando para o auge do chamado "[[Futebol Total]]", que culminou no vice-campeonato da [[Copa do Mundo de 1974]]. A isto, também soma-se a influência do iugoslavo Branko Zebec sobre o então jogador Frank na época do Braunschweig, que utilizava um rigoroso regime de preparação física e de disciplina tática sólida, com o iugoslavo sendo o primeiro a experimentar a marcação por zona na elite do futebol alemão em meados dos anos 1970, contrastando com a marcação homem a homem, comumente utilizada na época. O alemão resumiu: "Sob o comando de Zebec, não corríamos mais feito idiotas atrás de nossos adversários (individualmente), ele estava à frente de seu tempo."<ref name = p77/> Assim como Frank, Zebec é pouco lembrado por sua influência no futebol alemão.<ref>Torres, p. 67.</ref>
 
== Legado ==
A influência de Frank sobre o Mainz 05 foi de suma importância para a transformação de um time relativamente inexpressivo dentro do futebol alemão em um clube de primeira divisão; assim como para o próprio futebol alemão quando aboliu a utilização do líbero, indiretamente iniciando uma revolucação no futebol local fortificada pela eliminação da Alemanha na fase de grupos da [[Eurocopa de 2004]], e que acabou cuminando no título da [[Copa do Mundo de 2014]] com um futebol considerado atrativo.<ref>{{citar web || url= https://www.suedostschweiz.ch/zeitung/zwei-leben-fuer-koenig-fussball || titulo= Zwei Leben für König Fussball ||acessodata= 23 de janeiro de 2021}}</ref><ref name = goal/> Sobre a importância de Frank para o Mainz, Harald Sturtz, presidente do clube durante a época do treinador, comentou: "Wolfgang Frank deixou sua marca no Mainz 05 como nenhum outro treinador. Ele era um especialista em futebol e um visionário, suas ideias eram muito à frente do seu tempo. O Mainz 05 não seria possível sem Wolfgang Frank."<ref name = leticia/>
 
Apesar disso, salvo pequenos êxitos com Glarus, Essen e Unterhaching, o sucesso de Frank ficara muito restrito ao Mainz. Refletindo sobre isso, Strutz dissera: "Frank tinha uma personalidade muito especial e poderia ter sido um treinador fantástico se fosse um pouco mais descontraído. Diferente do que viria a ser, depois, [[Jürgen Klopp]]; ele era simplesmente sério demais. E realmente não entendia por que jogadores jovens queriam, às vezes, se divertir e tomar, vez ou outra, uma cerveja, ou por que não queriam ser reprimidos".<ref>Honigstein, p. 89.</ref> Após uma derrota fora de casa para o [[Bayern München]], pela [[Copa da Alemanha]], Frank ficara tão irritado e decepcionado, que removeu toda a mobília de seu escritório no clube por conta disso, porque "tinha certeza de que o pequeno e velho Mainz podia vencer em Munique se jogasse no seu limite máximo e talvez pegasse o Bayern em um dia ruim", conforme relatou seu filho Sebastian.<ref name = p90/>
 
Apesar disso, salvoexcluindo pequenossua êxitoshistórica compassagem como jogador-treinador do Glarus, a final obtida com o Essen e o título regional com o Unterhaching, o sucesso de Frank, e em especial o relativamente reconhecido, ficara muito restrito ao Mainz. Refletindo sobre isso, Strutz dissera: "Frank tinha uma personalidade muito especial e poderia ter sido um treinador fantástico se fosse um pouco mais descontraído. Diferente do que viria a ser, depois, [[Jürgen Klopp]]; ele era simplesmente sério demais. E realmente não entendia por que jogadores jovens queriam, às vezes, se divertir e tomar, vez ou outra, uma cerveja, ou por que não queriam ser reprimidos".<ref>Honigstein, p. 89.</ref> Após uma derrota fora de casa para o [[Bayern München]], pela [[Copa da Alemanha]], Frank ficara tão irritado e decepcionado, que removeu toda a mobília de seu escritório no clube por conta disso, porque "tinha certeza de que o pequeno e velho Mainz podia vencer em Munique se jogasse no seu limite máximo e talvez pegasse o Bayern em um dia ruim", conforme relatou seu filho Sebastian.<ref name = p90/>
{{Quote_box|
width=30%
|align=left
|quote= Wolfgang Frank era seu nome, e, infelizmente, ele morreu muito cedo.
|source=– Resposta de Klopp quando questionado se algum treinador o havia infliênciado.<ref name = le23>{{citar web || url= https://www.liverpoolecho.co.uk/sport/football/football-news/liverpool-jurgen-klopp-wolfgang-frank-16745261 || titulo= Wolfgang Frank, the perfect role model who influenced Jurgen Klopp more than any other - Liverpool Echo ||acessodata= 23 de janeiro de 2021}}</ref>}}
Christian Heidel, que trabalhava como diretor técnico voluntáro no Mainz e foi o responsável pela contratação do treinador, chegou a comentar: "Nunca conseguiu atingir o estrelato porque tinha uma personalidade difícil. Eu era o único com quem ele se dava bem. Éramos bastante íntimos até termos uma discussão muito feia. Depois de nos deixar pela segunda vez, para assumir o Duisburg, ficamos dois anos sem conversar. Ele sempre achava que podia encontrar algo melhor."<ref>Honigstein, p. 91-92.</ref> Em contraste, muitos de seus ex-jogadores se tornaram treinadores com algum destaque, como Torsten Lieberknecht, Jürgen Kramny, Peter Neustädter, Christian Hock, Stephan Kuhnert, Lars Schmidt, Sandro Schwarz, Sven Demandt e Uwe Stöver. Outros dois, seu ''protégé'' no Mainz, Klopp, se tornou um treinador de renome internacional, assim como Joachim Löw, este ainda da época do suíço Winterthur.<ref>Honigstein, p. 93.</ref>
 
O sucesso de Klopp acabou popularizando o ''gegenpressing'', embora nenhum dos dois tenha sido o inventor do sistema propriamente.<ref>{{citar web || url= https://www.goal.com/en/news/gegenpressing-how-does-the-football-tactical-style-made/1wc20wx6qtkkq1t36xj0px9mel || titulo= Gegenpressing: How does the tactical style made famous by Klopp work? ||acessodata= 22 de novembro de 2020}}</ref> Sobre a introdução do sistema no Mainz por Frank, Klopp comentou anos depois: "Ele trouxe o 4-4-2 (...) e nós nos tornamos um time muito melhor naquele momento. Nós éramos realmente um time mediano, não muito bem pagos, poucas pessoas se importavam com o clube, mas então nós aprendemos que, mesmo que todos os jogadores adversários fossem melhores do que nós, ainda podíamos vencê-los –– para nós, isso abriu nossos olhos ––. Quando eu me tornei treinador anos depois, eu usei um monte das coisas que aprendi dele [Frank]. Ele era o perfeito modelo e um monte de seus jogadores agora são treinadores ao redor do mundo –– isso sempre foi seu sonho ––.<ref name = leticia>{{citar web || url= https://www.telegraph.co.uk/football/2016/09/27/wolfgang-frank-the-man-who-inspired-jurgen-klopps-coaching-philo/ || titulo= Wolfgang Frank: the man who inspired Jurgen Klopp's coaching philosophy ||acessodata= 20 de novembro de 2020}}</ref> Quando Klopp chegou a sua primeira final de [[Liga dos Campeões]], em 2013, ele envou uma mensagem a Frank: "Sem você, eu não estaria aqui hoje, em Londres, no [[Estádio de Wembley|Wembley]]".<ref name = goal>{{citar web || url= https://www.goal.com/en/news/the-games-that-defined-modern-football-mainz-1-0-bochum-1996/1j92yun062s5713wjwr8gk0p28 || titulo= The Games That Defined Modern Football: Mainz 1-0 Bochum (1996) ||acessodata= 23 de janeiro de 2021}}</ref>
 
== Vida pessoal ==
A vida pessoal de Frank era pouco dissociada de sua vida profissional. Frank era uma pessoa cruelmente autodisciplinada, com alguns o considerando obcecado, como seu filho Benjamin Frank o descreveu.<ref name = p69/> Seus dois filhos, Benjamin e Sebastian, trabalham como agentes e olheiros para o [[Liverpool Football Club|Liverpool]]. Antes disso, eram consultores do [[Leicester City Football Club|Leicester City]] na época do surpreendente título na temporada 2015/16.<ref name = p69/> Seus filhos descrevem que, para Frank, não existia diferença entre ser treinador de futebol e pai, com ambas as funções resumindo-se a um mesmo dever: educar.<ref>Honigstein, p. 69-70.</ref> "Ele era um maluco, no bom sentido", conforme seu filho Sebastian o descreveu. Ele completou: "(...) um homem incrivelmente ambicioso para quem o futebol não era somente os jogos e os sistemas táticos, mas simplesmente tudo. Uma escola para a vida."<ref name = p69/> Em contraste, Klopp o descreveu como um ser humano extraordinário.<ref>{{citar web || url= https://zicoball.com/the-making-of-jurgen-klopp-the-uncelebrated-story-of-wolfgang-frank/ || titulo= The Making of Jürgen Klopp: The Uncelebrated Story of Wolfgang Frank – ZICOBALL ||acessodata= 21 de novembro de 2020}}</ref>
{{Quote_box|
 
width=15%
|align=right
|quote= Ele era uma pessoa extraordinária.
|source=– Klopp, falando sobre Frank.<ref name = le23/>}}
O presidente do Mainz na época em que Frank fora o treinador do clube, Harald Strutz, atleta de salto triplo medalhista de prata nos campeonatos alemães de 1969 e 1970,<ref name = p87>Honigstein, p. 87.</ref> descrevera Frank como "uma pessoa singular, muito característica. Um homem maravilhoso, mas excessivalmente intelectual, místico."<ref name = p82/> "Ele não era um treinador fácil, nem uma pessoa fácil. Tinha uma personalidade com a qual era complicado lidar; muita energia."<ref name = p83/> O próprio Strutz chegou a se considerar parcialmente responsável por parte da abordagem do tempo de Frank no Mainz, por tê-lhe dado de presente o livro ''Die Macht der Motivation'', de Nikolaus B. Enkelmann, que falava sobre abordagem psicológica, sobre qual e quem Frank ficara quase obcecado. O goleiro austríaco Herbert Ilsanker chegou a recordar ao ''Allgemeine Zeitung'' de uma vez quando ouvira Frank sozinho na sauna durante um período de treinamento no Chipre, em 1998, entrevistando a si mesmo para praticar a maneira de se dirigir aos seus atletas, por influência dos ensinamentos de Enkelmann.<ref name = p87/> Apesar disso, os treinamentos cognitivos e práticas para reduzir o tempo de reação passaram a ser considerados fundamentais para o desenvolvimento dos jogadores durante os anos seguintes.<ref>Honigstein, p. 88.</ref>
 
Durante sua última temporada como profissional, Frank formou-se como professor, especializando-se em esporte e religião.<ref>Honigstein, p. 70.</ref>
 
{{Notas}}
 
{{referências}}