Arara-azul-pequena: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 21:
 
== Taxonomia ==
[[Louis Jean Pierre Vieillot]] descreveu em 1816 uma nova espécie de arara com o nome de ''Macrocercus glauca'' baseada nos relatos de [[Félix de Azara]] sobre um "guacamayo azul" encontrado por ele no sul da América do Sul.<ref name="Vieillot1816"/> Em 1825, Vieillot mudou de opinião e considerou a nova espécie como [[sinonímia (taxonomia)|sinônimo]] da ''[[Anodorhynchus hyacinthinus|Macrocercus hyacinthinus]]''.<ref name="Vieillot1825"/> [[Johann Georg Wagler]] em 1832 conservou a espécie como um táxon distinto, recombinando-a para ''Sittace glauca''.<ref name="Wagler1832"/> [[Charles Lucien Bonaparte]] em 1856 recombinou a espécie para ''Anodorhynchus glaucus''.<ref name=Bonaparte1856/> E em 1857, juntamente com [[Charles de Souancé]] e [[Émile Blanchard]], enfatizam os caracteres diagnósticos da ''Anodorhynchus glaucus'' como uma espécie distinta.<ref name=Souance1857/><ref name=Sick1980/><ref name=Alvarenga2007/>
 
== Descrição ==
Linha 30:
A espécie encontrava-se historicamente distribuída pelo norte da [[Argentina]], sul do [[Paraguai]], leste da [[Bolívia]], nordeste do [[Uruguai]] e sul do [[Brasil]], ao sul do estado do [[Paraná]].<ref name=Bertonatti2001/> Ela era [[endemismo|endêmica]] dos cursos médios dos rios Uruguai, Paraná e Paraguai e áreas adjacentes.<ref name=IUCN/><ref name=Collar1992/> Os relatos feitos pelos exploradores no século XVIII e XIX indicam que a espécie habitava savanas arborizadas entremeadas com matas e palmares, como as palmeiras de [[butiá-jataí]] (''Butia yatai''), especialmente ao longo de rios com barrancos escarpados.<ref name=Vieillot1823/>
 
Há poucos registros da espécie no Brasil, sendo que apenas dois exemplares [[Taxidermia|taxidermizados]] muito antigos coletados no Brasil são conhecidos, mas sem uma designação específica do local. Outros registros provém de relatos feitos em 1767, por [[Sánchez Labrador]], de aves no banco leste do rio Uruguai, referindo-se tanto do Uruguai como do [[Rio Grande do Sul]]. Em 1820 [[Bourjot Saint-Hilaire]], em viagem por [[Santa Catarina]], relatou a presença de araras azul-esverdeadas próximo à [[Laguna (Santa Catarina)|Laguna]]. Na passagem de ano de 1823-1824, [[Friedrich Sellow]] comunicou que uma arara-azul-pequena tinha nidificado em uma encosta nas proximidades de [[Caçapava do Sul]], no Rio Grande do Sul. O último registro é da década de 1960 no sudoeste do estado do Paraná, quando um morador local afirmou ter visto eventualmente entre os anos de 1961 e 1964 araras azul-esverdeadas nos paredões escarpados do [[rio Iguaçu]].<ref name=Collar1992/><ref name=Rodríguez2019/><ref name=Yamashita1993/>
 
== Conservação ==
A arara-azul-pequena é classificada pela [[União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais]] (IUCN) como "[[criticamente em perigo]]", apesar do último registro ter sido um relato feito na década de 1960.<ref name=IUCN/> Na [[Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção]] (CITES) aparece no "Appendix I",<ref name="CITES"/> e peloPelo [[Ministério do Meio Ambiente (Brasil)|Ministério do Meio Ambiente]] aparece como extinta desde 2003.<ref name=MMA2003/><ref name=Sick1987/>
 
A espécie nunca foi muito comum na sua área de distribuição e as populações diminuíram consideravelmente durante a metade [[século XIX]] devido a [[caça]] e o [[tráfico de animais|tráfico ilegal]], assim como também pela destruição e degradação do habitat. Durante o [[século XX]] dois registros são aceitos, uma observação direta no Uruguai em 1951 e relatos locais no estado do Paraná no início da década de 1960. Embora geralmente considerada extinta, rumores persistentes de avistamentos recentes, relatos locais e rumores de aves comercializadas, na [[Países Baixos|Holanda]] na década de 1970, no Brasil em meados 1970 e na [[Suécia]] na década de 1980, indicam que a espécie possa ter sobrevivido.<ref name=IUCN/><ref name=Collar1992/> A espécie possui poucos registros de cativeiro, sendo que os últimos exemplares morreram no [[Zoológico de Londres]] em 1912, no [[Jardin d'Acclimatation]], em Paris, em 1905 ou 1914, e no [[Zoológico de Buenos Aires]] em 1936.<ref name=Collar1992/>
Linha 41:
 
{{Referências|col=2|refs=
 
<ref name="Wagler1832">{{citar livro |autor=WAGLER, J.G. |ano=1832 |seção=Monographia psittacorum |título=Abhandlungen der Mathematisch-Physikalischen Klasse der Königlich Bayerischen Akademie der Wissenschaften |volume=1 |local=Munique |editora=Bayerische Akademie der Wissenschaften |páginas=807 |url=http://books.google.com.br/books?id=_R0OAAAAQAAJ&vq}}</ref>
 
<ref name="CITES">{{citar web|autor=CITES|data=2008|url=http://www.cites.org/eng/app/appendices.php|título=Appendices I, II and III|publicado=CITES|acessodata=8 de novembro de 2012}}</ref>
 
<!-- Referências com formatação padronizada -->
 
<ref name=Alvarenga2007>{{Citar periódico |sobrenome=Alvarenga |nome=H |ano=2007 |título=Anodorhynchus glaucus e A. leari (Psittaciformes, Psittacidae): osteologia, registros fósseis e antiga distribuição geográfica |jornal=Revista Brasileira de Ornitologia |número=15 |volume=3 |página=427-32 |url=http://www.revbrasilornitol.com.br/BJO/article/view/3010/pdf_501 |doi= |idioma=português }}</ref>
Linha 64 ⟶ 58:
<ref name=MMA2003>{{citar web |url=https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/biodiversidade/fauna-brasileira/normativas/IN%2003-2003%20Fauna.pdf |formato=pdf |título=Instrução Normativa MMA nº 3 de 27/05/2003 |autor=Ministério do Meio Ambiente |data=28/05/2003 |publicado=Diário Oficial da União |idioma=português |acessodata=13/02/2021 }}</ref>
 
<ref name=MMA2014>{{Citar web |título=Portaria nº 444, de 17 de dezembro de 2014 |data=18/12/2014 |formato=pdf |autor=Ministério do Meio Ambiente |issnISSN=1677-7042 |url=https://www.icmbio.gov.br/sisbio/images/stories/instrucoes_normativas/PORTARIA_N%C2%BA_444_DE_17_DE_DEZEMBRO_DE_2014.pdf |obra=Diário Oficial da União |acessodata=13/02/2021 }}</ref>
 
<ref name=Pittman1993>{{Citar periódico |sobrenome=Pittman |nome=T |ano=1993 |título=Recent Research on the Anodorhynchus Macaws Feeding Habits |jornal=AFA Watchbird |volume=20 |número=6 |página=48-50 | url=https://journals.tdl.org/watchbird/index.php/watchbird/article/view/737/720 |doi= |idioma=inglês }}</ref>
Linha 81 ⟶ 75:
 
<ref name=Vieillot1825>{{citar livro |sobrenome=Vieillot |nome=LJP |ano=1825 |título=La galerie des Oiseaux |volume=2 |local=Paris |editora=Constant-Chantpie }}</ref>
 
<ref name="Wagler1832">{{citar livro |autorsobrenome=WAGLER,Wagler J.G.|nome=JG |ano=1832 |seção=Monographia psittacorum |título=Abhandlungen der Mathematisch-Physikalischen Klasse der Königlich Bayerischen Akademie der Wissenschaften |volume=1 |local=Munique |editora=Bayerische Akademie der Wissenschaften |páginas=807 |ISSN=0716-7100 |url=httphttps://bookswww.googlebiodiversitylibrary.com.brorg/books?id=_R0OAAAAQAAJ&vqpage/11355936 }}</ref>
 
<ref name=Yamashita1993>{{Citar periódico |sobrenome=Yamashita |nome=C |coautores=de Paula Valle, M |ano=1993 |título=On the linkage between Anodorhynchus macaws and palm nuts, and the extinction of the Glaucous Macaw |jornal=Bulletin of the British Ornithologists' Club |volume=113 |número=1 |página=53-60 |idioma=inglês |url=https://www.biodiversitylibrary.org/page/40028158#page/61/mode/1up }}</ref>
 
}}
Linha 97 ⟶ 95:
[[Categoria:Araras (aves)]]
[[Categoria:Anodorhynchus]]
[[Categoria:Espécies no anexo I da CITES]]
[[Categoria:Animais descritos em 1816]]