Evolução da bandeira do Brasil: diferenças entre revisões

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A bandeira com a esfera armilar dourada é considerada, em alguns trabalhos sobre vexilologia, como sendo o pavilhão privativo do [[Príncipe do Brasil]] - título do príncipe herdeiro do trono de Portugal, a partir do reinado de [[D. João IV]]. No entanto, aparentemente, nunca foi usada como tal, sendo apenas uma das bandeiras marítimas portuguesas.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
 
Outra bandeira marítima portuguesa ligada ao Brasil, usada durante o [[século XVIII]], era a chamada "Bandeira para converter a América", que incluía as [[Brasão de Armas de Portugal|Armas Reais de Portugal]], a esfera armilar em ouro com o zodíaco em vermelho<ref>[[#OLIVEIRA1908{{sfn|OLIVEIRA, |1908]], |p. =97.</ref>}} e um frade segurando uma cruz na mão direita, tudo assente sobre um campo branco. Esta bandeira destinava-se a ser hasteada nas embarcações portuguesas envolvidas no comércio com a [[Região das Missões]], do Sul do Brasil.<ref>{{Citar web|url=http://www.ancruzeiros.pt/ancbnavais.html|título=Pavilhões Navais Portugueses'', Associação Nacional de Cruzeiros|língua=|autor=|obra=|data=|acessodata=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20101127052719/http://www.ancruzeiros.pt/ancbnavais.html|arquivodata=2010-11-27|urlmorta=yes}}</ref><ref name="bandeiras reino brasil">{{Citar web |url=http://audaces.blogs.sapo.pt/6292.html |título=SOBRAL, J., ''Armas e Bandeiras do Reino do Brasil'', Audaces, 2009 |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref>
 
==== Bandeira da Ordem de Cristo (1319-1651) ====
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==== Bandeira da Restauração (1640-1656) ====
[[Ficheiro:Flag John IV of Portugal (alternative).svg|thumb|{{FIAV|historical}}{{FIAV|010000}}? Bandeira da Restauração (1640-1656).]]
Depois de restaurada a [[independência de Portugal]] (final do domínio espanhol e renascimento do [[Reino de Portugal]]), quando [[Filipe IV de Espanha|Filipe IV da Espanha]] deixou o trono, [[João IV de Portugal|Dom João IV]], "O Maior Senhor" (1640-1656), foi o monarca instituidor da nova bandeira tremulada no Brasil. Alterou-se a bandeira de [[João III de Portugal|Dom João III]], que constituía-se de campo de prata ([[branco]]) com orla [[azul]], mantendo o [[brasão de armas de Portugal]], que agora centralizou-se, com uma [[cruz]] de [[Or (heráldica)|ouro]] e sendo encimada a coroa de ouro em [[vermelho]]. A cor azul e a cruz eram as figuras representativas da veneração à [[Imaculada Conceição|Nossa Senhora da Conceição]], [[Orago|padroeira]] de [[Portugal]].<ref>{{Harvnb|STRAUBE 2002}}, p. 52-53.</ref>
 
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Em 1645, [[João IV de Portugal|Dom João IV]] concedeu a seu filho [[Teodósio, Príncipe do Brasil|Teodósio]] o título de "[[Príncipe do Brasil]]", título que todos os herdeiros presuntivos da coroa começaram a usar. Nessa situação, o [[Brasil]] elevara-se à categoria de [[Principado do Brasil|principado]], cuja bandeira retangular recebida teve no lado esquerdo do [[Campo (heráldica)|campo]] de [[Argent (heráldica)|prata]] a [[esfera armilar]] de [[Or (heráldica)|ouro]], cujo [[Timbre (heráldica)|timbre]] era um [[globo terrestre]] de [[Azure (heráldica)|blau]] ([[azul]]) com [[Banda (heráldica)|banda]] de prata e uma [[cruz cristã]] de [[Gules|goles]] ([[vermelho]]). Essa bandeira seria a primeira flâmula adotada exclusivamente pelo Brasil.<ref>{{Harvnb|STRAUBE 2002}}, p. 53.</ref>
 
== Reino doUnido de Portugal, Brasil e Algarves (1815–1821) ==
[[Imagem:Flag of the United Kingdom of Portugal, Brazil, and the Algarves.svg|thumb|250px|{{FIAV|historical}}Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.]]
 
[[Ficheiro:Bandeira Reino Brasil azul.svg|border|thumb|{{FIAV|historical}} Hipotética bandeira armorial do Reino do Brasil.]]
 
NaEm sequência16 dade dezembro de 1815 o [[ReinoEstado Unidodo deBrasil]] Portugal(1549-1815), Brasilentão ecolônia Algarves|elevaçãode doPortugal, Brasilfoi elevado a Reinocategoria Unidode aoreino depara Portugalque efosse Algarves]],juridicamente empossível 1815,a por Cartarealização de Leiuma deunião 13política decom maioo Reino de 1816Portugal forame criadasdos armasAlgarves.<ref>{{citar paraq|Q24083887}}</ref> Assim, o novo [[Monarquia|Reino]], quede passaramPortugal passou a estarse incluídaschamar nas armas dooficialmente novodenominado [[Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves]].<ref>[[#RIBEIRO|RIBEIRO, 1933]], p. 43.</ref>
 
Por meio da carta de Lei de 13 de maio de 1816, o brasão ganhou armas, e as armas do reino foram modificadas:<ref>{{citar q|Q19535837}}</ref>{{sfn|RIBEIRO|1933|p=43}}
A Carta de Lei de 1816 refere ''Que o Reino do Brasil tenha por Armas uma Esfera Armilar de Ouro em campo azul''. A mesma carta de lei refere que o Escudo Real Português (representando Portugal e Algarve) assente sobre a dita Esfera Armilar de Ouro em campo azul (representando o Brasil), com uma Coroa sobreposta passasse a constituir as Armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
{{quote|
:I. Que o Reino do Brazil tenha por Armas uma esphera armiliar de ouro em campo azul.
:II. Que o escudo real português, incrito na dita esfera armiliar de ouro em campo azul, com uma Coroa sobreposta, fique sendo de hoje em diante as armas do Reino Unido de Portugal e do Brazil e Algarves, e das mais partes integrantes da minha Monarchia.
:III. Que estas novas armas sejam por conseguinte as que uniformemente se hajam de empregar em todos os estandartes, bandeiras, sellos reaes e cunhos de moedas, assim como em tudo mais em que até agora se tenha feito uso das armas precedentes.
}}
 
Assim, a bandeira do Reino, que era composta do brasão real sob o fundo branco foi atualizando com os novos brasão, dando origem a bandeira de Reino Unido de Portugal e do Brazil e Algarves.
A Carta de Lei não se refere a modelos específicos de bandeiras, mas refere que os emblemas então criados passassem a ser usados em todos os estandartes, bandeiras, selos reais, cunhagens de moedas e nas demais utilizações como se tinha feito, até então, das armas antecedentes.<ref>{{Citar web |url=http://www.brown.edu/Facilities/John_Carter_Brown_Library/CB/1816_docs/L09_p01.html |título=Carta de Lei de 13 de Maio de 1816'' em Código Brasiliense na Jonh Carter Brown Library |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref>
 
Tem-se especulado sobre a existência de uma bandeira armorial brasileira, que reproduziria as armas atribuídas ao Reino do Brasil, usada entre 1816 e 1822. Essa bandeira teria uma esfera armilar dourada sobre um campo azul. Na verdade, é muito pouco provável que essa bandeira tenha, alguma vez, existido.{{carece de fontes|data=abril de 2017}} O uso limitado que era feito das bandeiras na época – basicamente apenas um uso militar e naval – indica que só tenham sido usadas as armas completas do [[União pessoal|Reino Unido]]. O que aconteceu foi a diminuição do uso da esfera armilar sozinha, já que os suportes onde ela era usada assim – por exemplo, nas moedas em curso no Brasil – passaram também a ostentar o escudo português assente sobre a esfera.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
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Por outro lado, se, eventualmente, foi feito um uso restrito de uma bandeira exclusivamente brasileira, ela seria provavelmente de campo branco, com o azul a ocupar apenas a base da esfera armilar, como acontecia na Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.<ref name="bandeiras reino brasil"/>
 
Na sequência da [[Revolução liberal do Porto]] de 1820, são estabelecidas as Cortes Constituintes. Na sessão de 14 de agosto de 1821, o deputado [[Manuel Gonçalves de Miranda]] propõe a substituição das cores vermelha e azul do laço nacional pelas cores verde e amarela.{{sfn|PORTUGAL|1882|182}}{{sfn|Portugal|1821|p=1973}}. A substituição de cores é aprovada pelas Cortes, mas são preferidas as cores azul e branca propostas pelo deputado [[Francisco Trigoso]] e justificadas por este como sendo as cores azul e branco, cores do escudo português desde D. Afonso Henriques. Assim, pela carta de lei de 23 de agosto de 1821 é revogado o decreto de 7 de janeiro de 1796 e adotado um laço nacional nas cores azul e branca, de uso obrigatório para os militares e empregado públicos e uso facultativo para os restantes civis.<ref>{{citar q|Q105702701}}</ref> Mandada cumprir no Brasil pelo decreto 70, de 31 de outubro do mesmo anno, as cores dos laços e topes foram substituídos pelo laço azul e branco, que foi o que d. Pedro e a sua guarda arrancaram no Ipiranga, a 7 de setembro.{{sfn|RIBEIRO|1933|p=322}}
<br />
 
=== Regime Constitucional (1821-1822) ===
[[Ficheiro:Flag Portugal sea (1830).svg|miniaturadaimagem|Bandeira do Regime Constitucional (1821 - 1822)]]
A Revolução do Porto, de 1820, fez prevalecer em Portugal os ideais liberais da Revolução Francesa, abolindo a monarquia absoluta e instituindo o regime constitucional, cujo pavilhão foi criado em 21 de agosto de 1821. Foi a última bandeira Lusa a tremular no Brasil.
 
 
 
 
 
A alteração das cores do laço, no entanto, não teve impacto na bandeira, que continuou a ser branca com as armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves ao centro.{{sfn|Prado|1903|pp=[[s:A_bandeira_nacional_(Eduardo_Prado)/Historia#cite_note-p11-3|11-12]]|ps=: "O decreto de 7 de janeiro de 1796, o decreto das Côrtes, de 22 de agosto de 1821, revogado pelo de 18 de julho de 1823, referem-se sómente aos laços militares do exercito, e não, ás côres da bandeira."}}{{Nota de rodapé|1=Um texto publicado no ''Diário de Notícias'' n. 15.043 afirma erroneamente "(...) na sessão de 21 de agosto d'esse anno [1821] approvando-se a proposta do deputado Trigoso decretou se que a bandeira fosse azul e branca, 'cores empregadas no escudo de Affonso Henriques'".<ref>{{citar livro |titulo=O Oriente português: Revista da Comissão Archeologica da India Portuguesa |volume=4 |local=Nova Goa |editora=Imprensa Nacional |ano=1907 |url=https://books.google.com/books?id=1HtFAQAAMAAJ&pg=PA516}}</ref> Essa informação errônea aparece reproduzida em outras fontes reputáveis, como Oliveira (1908),{{sfn|OLIVEIRA|1908|p=98}} Ribeiro (1933),{{sfn|Ribeiro|1933|p=44}} e Luz (2005){{sfn|LUZ|2005|p=44}}.}}
 
== Império do Brasil (1822–1889) ==
[[Ficheiro:Flag Regent Prince of Brazil.svg|border|thumb|left|{{FIAV|historical}} Bandeira do Reino do Brasil que nasceu com o decreto de 18 de setembro de 1822 e que em 1 de dezembro do idem ano foi alterada pelo decreto que mandou redesenhar a coroa com heráldica de coroa imperial.<ref>{{sfn|RIBEIRO, Clovis (|1933). Brazões e Bandeiras do Brasil. São Paulo: Limitada</ref>|p=57-63}}]]
 
[[Ficheiro:Bandeira do Brasil no padrão correto (1822 - 1853).svg|border|thumb|left|{{FIAV|historical}} Padrão correto, em que o forro da [[Coroa Imperial do Brasil]] é em goles e o ''Laço da Nação'' é em auriverde, da Bandeira do Império do Brasil durante o Primeiro Reinado e parte do Segundo Reinado, com 19 estrelas, pois a partir de 29 de agosto de 1853, com a sanção da Lei Imperial n.º 704 que criou a [[Província do Paraná]] a bandeira passa a ter 20 estrelas. <ref>Wendel Albert Oliveira Pereira. «O Almanaque Imperial». 2013</ref><ref>LUPONI, Artur (1942). Os Símbolos Nacionais. Rio de Janeiro, Ministério da Educação</ref>]]
 
[[Ficheiro:Bandeira Imperial oficial (com heráldica certa).svg|border|thumb|left|{{FIAV|historical}} Bandeira do Império do Brasil durante o Segundo Reinado (20 estrelas).]]
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A nova bandeira ainda preservava muitos dos elementos do antigo reino e seu brasão, como a esfera armilar e a [[cruz da Ordem de Cristo]], era muito semelhante ao da bandeira [[Cisplatina (província)|cisplatina]]. Novos elementos foram introduzidos: a combinação auriverde e a ordenação de três figuras no campo, presentes até hoje na bandeira, bem como os ramos de café e tabaco, ainda utilizados como suportes do brasão nacional. Sobre os significados dos elementos, contudo, muito se especula, uma vez que nada consta no decreto que instituiu o pavilhão<ref name="Decreto_de_D._Pedro_I_de_18_de_setembro_de_1822">{{Citar web|url=http://pt.wikisource.org/wiki/Decreto_de_D._Pedro_I_de_18_de_setembro_de_1822|título=Decreto de 18 de setembro de 1822|data=18 de setembro de 1822|acessodata=12 de agosto de 2013}}</ref>.
 
Outro decreto, que institui o [[Tope Nacional do Brasil|laço nacional do Brasil]] e que também é datado de 18 de setembro de 1822, assim determina as cores escolhidas: "''(…) será composto das cores emblemáticas – verde de primavera e amarelo d'ouro''"<ref name="Decreto_de_D._Pedro_I_de_18_de_setembro_de_1822"/><ref name="Milton21">{{Citar livro|autor=Luz, Milton|título=A História dos Símbolos Nacionais|página=21|editora=Ed. do Senado Federal|local=Brasília|ano=2005}}</ref>. Por coincidência ou não, as cores verde e amarela haviam sido as inicialmente propostas em 1821, pelo deputado [[Manuel Gonçalves de Miranda]], às [[Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa|Cortes Constituintes Portuguesas]], para o novo laço nacional do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Estas cores haviam sido preteridas por serem consideradas cores maçônicas, tendo as Cortes preferido as cores azul e branca. <ref>[https://books.google.pt/books?id=SoZPAAAAYAAJ&pg=PA182&lpg=PA182&dq=trigoso+la%C3%A7o+nacional&source=bl&ots=U_3mWAHtpO&sig=H2pwT-uL9M2PU2oJAm_aIIFDca0&hl=pt-PT&sa=X&ved=0ahUKEwiD_aa1gobKAhUFpw4KHQbmAPkQ6AEIKjAD#v=onepage&q=trigoso%20la%C3%A7o%20nacional&f=false ''Collecção dos Decretos, Resoluções e Ordens das Côrtes Gerais, Extraordinarias e Constituintes da Nação Portugueza'', pág {{sfn|PORTUGAL|1882|182]</ref>}} Ainda, em {{Dtlink|29|9|1823}}, um agente diplomático do Brasil junto à corte de Viena teria descrito a nova bandeira a [[Metternich]], explicando ser a cor [[verde]] em referência à [[casa de Bragança]], da qual fazia parte [[Pedro I do Brasil|D. Pedro I]], ao passo que a [[Amarelo|amarela]] simbolizaria a [[casa de Habsburgo]], da qual fazia parte [[Maria Leopoldina de Áustria|D. Leopoldina]]<ref name="Milton21"/>. D. Pedro I teria possivelmente escolhido o verde para representar sua casa em decorrência de ser essa a cor do [[dragão]], figura heráldica associada aos Braganças<ref name="Milton21"/>. O dragão, como divisa dinástica, seria explorado em diferentes objetos durante o Primeiro Reinado. Os ramos de [[café]] e [[tabaco]], colocados como [[Suporte (heráldica)|suportes]], representavam as duas culturas que passavam a destacar-se na produção nacional. As estrelas, dezenove, representavam as províncias de então, inclusive a Cisplatina. O brasão apresenta elementos já utilizados para simbolizar o Brasil desde, pelo menos, o século XVI (a cruz e a esfera armilar).
 
A única alteração efetuada na bandeira imperial ocorreria já no [[Segundo Reinado]], quando, por volta de 1870, [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]] resolveu acrescentar a vigésima estrela para adequar o pavilhão à organização territorial do país, ato que careceu de instrumentação jurídica formal: a perda da Cisplatina foi compensada pela criação de duas províncias: [[Amazonas]] e [[Paraná]], resultado da divisão das províncias do [[Grão-Pará]] e de [[São Paulo (estado)|São Paulo]] respectivamente{{carece de fontes|data=abril de 2017}}. Ainda que seus significados tenham mudado, muitos dos elementos da bandeira imperial permaneceram após o advento da República.
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[[Imagem:Raimundo Teixeira Mendes - Esboço Bandeira Nacional - 1889.jpg|thumb| Esboço da Bandeira Nacional feito em papel quadriculado, datado novembro de 1889, autoria do engenheiro [[Raimundo Teixeira Mendes]].]]
 
Uma das primeiras bandeiras republicanas foi proposta por [[José Lopes da Silva Trovão]]. Inspirada na [[bandeira dos Estados Unidos]], ela preservava as treze listras referentes às [[treze colônias]] americanas. Além disso, dispunha vinte estrelas em grupos de cinco, sobre quadrilátero preto, que homenageava a população negra do país. Não estava representado o [[Município Neutro]] nessa primeira versão. Essa bandeira foi içada na [[Câmara Municipal do Rio de Janeiro]] em 15 de novembro de 1889<ref name="RIBEIRO1933_68">[[#RIBEIRO1933{{sfn|RIBEIRO, |1933]], |p. =68.</ref>}}, hasteada por [[José do Patrocínio]]. Outra versão, criada por [[Ruy Barbosa]], com o quadrilátero azul em vez de preto, contendo vinte e uma estrelas, foi usada no mastro do navio Alagoas, que levou a [[família imperial brasileira]] ao [[exílio]], e também foi hasteada na redação do jornal ''A Cidade do Rio''. Foi essa versão alternativa que o governo provisório republicano adotou por quatro dias.<ref>Cláudio Fragata Lopes. [http://galileu.globo.com/edic/112/rep_republica2.htm «Proclamação ou equívoco?»]. [[Galileu (revista)|''Revista Galileu'']], edição 112. Consultado em 05 de fevereiro de 2017.</ref>
 
Em 19 de novembro de 1889, Lopes Trovão, acompanhado de comitiva, foi à casa de [[Deodoro da Fonseca]] para oficializar o pendão por ele criado. Deodoro, monarquista por toda a vida, considerou a proposta de Trovão muito parecida com a bandeira estadunidense e sugeriu que a nova bandeira fosse igual a bandeira imperial, com a eliminação da coroa imperial que encimava o brasão de armas<ref>MAGALHÃES, Couto de. ''Diario Popular''. São Paulo, 18 de dezembro de 1889.</ref><ref>[[#RIBEIRO1933{{sfn|RIBEIRO |1933]], |p. =70.</ref>}}<ref>{{citar livro|autor=SENNA, Ernesto|título=Subsídeos para a Historia}}</ref>.
 
A primeira proposta de bandeira republicana serviu de base para, primeiramente, a [[Bandeira de Goiás|bandeira do Estado de Goiás]], apesar de outras bandeiras estaduais serem semelhantes, como as dos estados de [[Bandeira de Sergipe|Sergipe]] e do [[Bandeira do Piauí|Piauí]].
 
Outra bandeira republicana vetada foi a que atualmente representa o [[estado de São Paulo]], criada em 1888 pelo abolicionista [[Júlio Ribeiro]]. Foi hasteada no palácio do governo nos primeiros dias da República<ref name="RIBEIRO1933_68" /ref>{{sfn|RIBEIRO|1933|p=70}}. A bandeira de Ribeiro, porém, ficaria caracterizada como a bandeira do Estado de São Paulo, sendo seu uso cívico consolidado apenas com a [[Revolução de 1932]].
 
Cabe ressaltar que, durante os primeiros anos da República, não houve uma total uniformização do estandarte pelo território, havendo diversos exemplares com pequenas imprecisões ou mesmo outras bandeiras completamente diferentes, criadas de maneira informal. Dentre as versões alternativas, as que mais foram usadas apresentavam uma estrela vermelha de cinco pontas – símbolo republicano – sobre o brasão imperial ou tomando todo o centro do losango amarelo.
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Inúmeros projetos foram criados para o estandarte nacional, estando aqui listados os mais conhecidos. Nota-se que predominou, entre as primeiras alternativas à bandeira imperial, a combinação tricolor rubro-alvinegra, inspirada na tese histórica de [[Carl Friedrich Philipp von Martius]] de que os povos fundadores do Brasil seriam os das etnias indígena, europeia e africana.<ref>[[#MARTIUS|MARTIUS]], p. 381.</ref>
 
<gallery style="text-alignfloat:center; margin:0 auto;" styles="text-align:center; margin:0 auto;">
Ficheiro:Flag of Brazil (Ribeiro project).svg|Projeto de [[Júlio Ribeiro]], criado em 1888. A bandeira acima é semelhante à atual [[bandeira do estado de São Paulo]].
Ficheiro:Flag-lopes-trovão.svg|Projeto de [[José Lopes da Silva Trovão]], criado em 1889.
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Ficheiro:Flag of Brazil (Góis project, 1933).svg|Segundo projeto de Eurico de Góis, apresentado em 1933.
</gallery>
 
 
{{notas}}
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==Bibliografia==
<div class="references-small">
*{{citar livro|autorsobrenome=COIMBRA, |nome=Raimundo Olavo |título=A bandeira do Brasil: raízes histórico-culturais |edição=3 |local=Rio de Janeiro|editora=IBGE |ano=2000|ref=harv}}
*<span class="citation" id="CORREIA_FILHO">CORREIA FILHO, Virgílio. Ata da Terceira Sessão Ordinária em 20 de junho de 1938 (Sessão 1646). ''[http://www.ihgb.org.br/rihgb/rihgb1938volume0173.pdf Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro]. vol. 173. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1940. p.&nbsp;737-746.</span>
*{{citar livro |autorsobrenome=GÓIS |nome=[[Eurico de Góis|GÓIS, autorlink=Eurico de]] Góis |título=[[s:Galeria:Os symbolos nacionaes.pdf|Os symbolos nacionaes]]|local=São Paulo|editora=Escolas Profissionaes Salesianas|ano=1908|páginas=278|ref=GÓIS1908harv}}}
*{{citar livro |sobrenome=LUZ|nome=Milton|título=A História dos Símbolos Nacionais |url=http://www2.senado.govleg.br/bdsf/bitstreamhandle/id/1099/4/729330.pdf |local=Brasília |editora=Senado Federal |ano=2005 |páginas=210 |ref=LUZharv}}
*{{citar livro |autor=[[Carl Friedrich Philipp von Martius|MARTIUS, Carl Friedrich Philipp von]]|título=Como se deve escrever a história do Brasil|local=Rio de Janeiro|ano=1991|ref=MARTIUS}}
*{{citar livro |autorsobrenome=OLIVEIRA, |nome=José Feliciano de|autorlink=José Feliciano de Oliveira|título=A bandeira nacional|local=São Paulo|editora=Typ. Augusto Biqueira & Comp.|ano=1908|páginas=103|ref=OLIVEIRA1908harv}}
*{{citar livro|último=Portugal|título=Diario das Cortes Geraes e Extraordinarias da Nação Portugueza |url=https://debates.parlamento.pt/catalogo/mc/c1821/01/01/01/157/1821-08-21/1973|numero=157|secao=Sessão do dia 21 de Agosto de 1821|local=Lisboa|editora=Imprensa Nacional|ano=1821|ref=harv}}
*{{citar livro|sobrenome=POLIANO|nome=Luís Marques|título=Heráldica|local=Rio de Janeiro|editora=GRD|ano=1986|ref=POLIANO}}
*{{citar livro|último=Portugal |título=Collecção dos decretos, resuluções e ordens das Côrtes Geraes, Extraordinarias e Constituintes da Nação Portugueza, desde a sua installação em 26 de janeiro de 1831 |url=https://books.google.de/books?id=SoZPAAAAYAAJ&pg=PA182&dq=trigoso+la%C3%A7o+nacional |local=Coimbra|editora=Imprensa da Universidade |ano=1822|ref=harv}}
*{{citar livro|autor=[[Eduardo Paulo da Silva Prado|PRADO, Eduardo]]|título=[[s:Galeria:A bandeira nacional (Eduardo Prado).pdf|A bandeira nacional]]|local=São Paulo|editora=Escola Typographica Salesiana|ano=1903|páginas=89|ref=PRADO}}
*{{citar livro |autorsobrenome=RIBEIRO,POLIANO|nome=Luís ClóvisMarques|título=Brazões e Bandeiras do BrasilHeráldica|local=SãoRio Paulode Janeiro|editora=São Paulo EditoraGRD|ano=19331986|ref=RIBEIRO1933POLIANO}}
*{{citar livro |autorsobrenome=PRADO|nome=Eduardo|autorlink=[[Eduardo Paulo da Silva Prado|PRADO, Eduardo]]|título=[[s:Galeria:A bandeira nacional (Eduardo Prado).pdf|A bandeira nacional]]|local=São Paulo |editora=Escola Typographicatypographica salesiana Salesiana|ano=1903|páginas=89 |ref=PRADOharv}}
*<span class="citation" id="SEYSSEL">SEYSSEL, Ricardo. [https://web.archive.org/web/20110726140124/http://www.ia.unesp.br/pos/arquivos-pos/bandeira.pdf Um estudo histórico perceptual: a bandeira brasileira sem Brasil]. 206. 186 f. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais) – Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2006.</span>
*{{citar livro |autor=STRAUBERIBEIRO, Ernani CostaClóvis|título=Símbolos:Brazões Brasil,e ParanáBandeiras edo CuritibaBrasil|local=CuritibaSão Paulo|editora=InstitutoSão HistóricoPaulo e Geográfico do ParanáEditora|ano=20021933|ref=STRAUBE 2002RIBEIRO1933}}
*<span{{citar class="citation"tese id|sobrenome="SEYSSEL">SEYSSEL, |nome=Ricardo. [|url=https://web.archive.org/web/20110726140124/http://www.ia.unesp.br/pos/arquivos-pos/bandeira.pdf |título=Um estudo histórico perceptual: a bandeira brasileira sem Brasil]. 206. |páginas=186 f. |tipo=Dissertação (|grau=Mestrado em Artes Visuais) – |editora=Universidade Estadual Paulista, |local=São Paulo, |ano=2006}}.</span>
*{{citar livro |autor=STRAUBE, Ernani Costa|título=Símbolos: Brasil, Paraná e Curitiba|local=Curitiba|editora=Instituto Histórico e Geográfico do Paraná|ano=2002|ref=harv}}
</div>
 
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* [[Selo Nacional do Brasil]]
* [[Bandeira do Mercosul]]
* [[Bandeiras das unidades federativas do Brasil|Bandeiras dos estados do Brasil]]
* [[Bandeira presidencial do Brasil]]
* [[Bandeira vice-presidencial do Brasil]]
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; Outros
* {{Link|en|2=httphttps://www.fotwcrwflags.netcom/fotw/flags/brbr_index.html|3=''Brasil'' no [[FOTW|''Flags of the World'']]}}
* {{Link||2=http://www.zenite.nu/brasil|3=Astronomia no Zênite}}
* {{Link||2=http://www.brasilrepublica.com/bandeira.htm|3=Bandeira do Brasil}}