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[[Imagem:MarcFerrez MachadodeAssis.jpg|thumb|right|200px|Machado de Assis]]
'''''Contos Fluminenses''''' é umo primeiro livro de [[conto]]s do [[escritor]] [[brasil]]eiro [[Machado de Assis]], com tema relacionado ao [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] do [[Brasil Império|período imperial]]. Reúne uma história inédita (“Miss Dollar”) e seis já publicadas, entre abril de 1865 e janeiro de 1869, no ''[[Jornal das Famílias]]''. O livro foi publicado em [[1870]] e o conto mais famoso é ''Miss Dollar''. A segunda edição só viria a ser publicada 29 anos depois, em 1899. O termo “fluminense” na época designava o natural ou morador da cidade do Rio de Janeiro (o radical latino ''flumen'' significa “rio”), cidade onde transcorrem os contos, com exceção de “Frei Simão”, sem indicação de local, e “Linha Reta e Linha Curva”, que se passa em Petrópolis.<ref>Prefácio de ''Contos Fluminenses'' publicado em 1977 nas "Edições Críticas de Obras de Machado de Assis" pela [[Editora Civilização Brasileira]].</ref>
 
Sobre o livro escreveu o jornal ''A Reforma'' em 13 de fevereiro de 1870: “O Sr. Machado de Assis ainda está recebendo os merecidos aplausos, motivados pela aparição da ''[[Falenas]]'', e já oferece ao público um novo volume, que honra o muito talento do jovem escritor. Depois de uma formosa coleção de poesias, uma delicadíssima série de contos, tão recomendáveis pelos atavios romanescos como pelo primor e castigado [=aprimorado] do estilo.”<ref>''A Reforma'', 13/2/1870, seção Crônica Geral, p. 2, acessado na Hemeroteca Digital.</ref> Também [[França Júnior]], em seu Folhetim do ''Jornal da Tarde'' de 4 de abril de 1870, escreveu um longo texto elogioso sobre o livro, inclusive: “Elegante, satírico, caprichosamente encadernado, e exalando perfumes, ele corre esta boa cidade, conquistando o que [[Humboldt]] jamais conseguiu conquistar–leitoras.”<ref>Acessado na Hemeroteca Digital.</ref>
 
==Contos do livro==
#1) '''[[Miss Dollar]]'''
#''Luís Soares''
#''A Mulher de preto''
#''O segredo de Augusta''
#''Confissões de uma viúva moça''
#''Linha reta e linha curva''
#''Frei Simão''
 
Ao devolver uma cadela galga perdida, chamada Miss Dólar, um médico se apaixona por sua dona. Mas não será fácil conquistar seu coração.
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TRECHO: Amor repelido é amor multiplicado. Cada repulsa de Margarida aumentava a paixão de Mendonça.
{{esboço-livro}}
 
#2) '''Luís Soares'''
 
O jovem Luís Soares, que gostava de “trocar o dia pela noite”, dilapida a fortuna herdada do pai e então se lembra de contactar o tio (major Luís da Cunha Vilela), para ver se consegue herdar-lhe a fortuna. Mas esse tio cria uma sobrinha, Adelaide, e gostaria que Luís casasse com ela. Este prefere “a herança sem o casamento”. Uma carta do falecido pai da moça para ser lida dez anos apos sua morte bota mais lenha na fogueira.
 
TRECHO: Lá fogos ardentes, meu rico sobrinho, são coisas que ficam bem em verso, e mesmo em prosa; mas na vida, que não é prosa nem verso, o casamento apenas exige certa conformidade de gênio, de educação e de estima.
 
#3) '''A Mulhermulher de preto'''
 
O jovem médico Dr. Estevão Soares apaixona-se pela bela Magdalena, a misteriosa “mulher de preto” que havia visto no teatro Lírico, mas se verá ante a espinhosa tarefa de reconciliá-la com seu amigo, o deputado Meneses, que dela se separara (à moda antiga, sem divórcio formal) por uma suspeita de adultério, agora dirimida.
 
TRECHO: - Padre Luiz, uma menina que deixa as bonecas para ir decorar mecanicamente alguns livros mal escolhidos; que interrompe uma lição para ouvir contar uma cena de namoro; que em matéria de arte só conhece os figurinos parisienses; que deixa as calças para entrar no baile, e que antes de suspirar por um homem, examina-lhe a correção da gravata, e o apertado do botim; padre Luiz, esta menina pode vir a ser um esplêndido ornamento de salão e até uma fecunda mãe de família, mas nunca será uma mulher.
 
#4) '''O segredo de Augusta'''
 
Um marido infiel (Vasconcelos), que dilapidou todo seu patrimônio, vê como única solução casar a filha com um amigo endinheirado (Gomes). A família se opõe. Um conto sobre a vaidade e egoísmo humanos.
 
TRECHO: Possuía uma boa fortuna e não trabalhava, isto é, trabalhava muito na destruição da referida fortuna, obra em que sua mulher colaborava conscienciosamente.
 
#5) '''Confissões de uma viúva moça'''
 
Uma mulher casada (Eugênia) é assediada por um homem que se diz perdidamente apaixonado (Emílio) e até se torna amigo do marido para melhor se aproximar dela e apos muita insistência conquista seu coração. Mas quando ela enfim fica viúva e eles podem assumir seu amor abertamente, ele perde o interesse.
 
TRECHO: Era um crime, eu bem o via, bem o sentia; mas não sei qual era a minha fatalidade, qual era a minha natureza; eu achava nas delícias do crime desculpa ao meu erro, e procurava com isso legitimar a minha paixão.
 
#6) '''Linha reta e linha curva'''
 
Conto mais longo do livro, constituído em grande parte de diálogos, como se fosse uma peça teatral. O casal Adelaide e Azevedo, que vive em Petrópolis uma prolongada lua de mel, recebe a visita do amigo Tito que, devido a uma decepção amorosa no passado, decidiu nunca mais se apaixonar, pois “se não tenho os gozos íntimos do amor, não tenho nem os dissabores, nem os desenganos”. Mas a bela Emília, por quem um “velho de cinquenta anos” (Diogo Franco) está apaixonado, decide desafiar a resolução de Tito. Tudo termina num final surpreendente.
 
TRECHO: Não conhecer o amor é não conhecer a vida! Há nada igual à união de duas almas que se adoram? Desde que o amor entra no coração, tudo se transforma, tudo muda, a noite parece dia, a dor assemelha-se ao prazer...
 
#7) '''Frei Simão'''
 
Um frade beneditino (Simão), “de caráter taciturno e desconfiado”, com leves sintomas de alienação mental, morre aos 50 anos aparentando 38 e deixando anotações onde revela a decepção amorosa que o levou a ingressar, aos 30 anos, no convento: o amor por uma prima (Helena) que o pai mentirosamente disse ter morrido, durante uma viagem de negócios do filho, para evitar que se casassem.
 
TRECHO: Morro odiando a humanidade.
 
{{Referências}}
 
{{wikisource-obra|Contos fluminenses}}
 
{{Machado de Assis}}