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É formado por um [[buraco negro supermassivo]], com massa variando de milhões até bilhões de massas solares, cercado por um [[disco de acreção]]<ref name=":0" />. O gás presente no disco é acelerado (e eventualmente engolido) pela interação gravitacional com o buraco negro, atingindo altíssimas velocidades e temperaturas. Isso faz com que uma quantidade monstruosa de energia seja liberada na forma de ondas eletromagnéticas, como ondas de rádio e luz visível. Na verdade, os quasares são os maiores emissores de energia do Universo. Um único quasar pode atingir luminosidades milhares de vezes maior que a de uma galáxia como a Via Láctea.
 
Os primeiros quasares foram identificados nosna anosdécada 50de 1950 como fontes de [[ondas de rádio]] de origem desconhecida. E, quando as primeiras imagens no espectro visível foram feitas, eles se mostraram apenas pontos fracos de luz, como uma estrela. Por isso o nome quasar - (do inglês: ''quasi-stellar radio source'', ou fonte rádio quase-estelar)<ref name="PhysicsToday" />. Além disso, a luz emitida por quasares possuem altos [[Desvio para o vermelho|desvios para o vermelho]] (em [[Língua inglesa|inglês]]: redshift). A origem desse ''redshift'' é cosmológica, indicando que muitos quasares estão à distâncias incrivelmente grandes de nós.
 
Levantamentos astronômicos mostraram que quasares eram mais comuns no passado distante do nosso universo, e que a época onde houve um pico de quasares terá sido há cerca de 10.000 milhões de anos<ref>{{Citar periódico |titulo=Spectroscopic CCD Surveys for Quasars at Large Redshift.IV.Evolution of the Luminosity Function from Quasars Detected by Their Lyman-Alpha Emission |url=http://adsabs.harvard.edu/cgi-bin/bib_query?1995AJ....110...68S |jornal=The Astronomical Journal |data=1995-07 |paginas=68 |acessodata=2021-01-02 |doi=10.1086/117497 |primeiro=Maarten |ultimo=Schmidt |primeiro2=Donald P. |ultimo2=Schneider |primeiro3=James E. |ultimo3=Gunn |publicado= |pagina=}}</ref>. O quasar mais distante de nós conhecido até momento (dezembro de 2017) é o ULAS J1342+0928, com um ''redshift'' igual a 7,54. A luz emitida por esse quasar foi emitida quando o universo tinha apenas 690 milhões de anos. O buraco negro presente neste quasar possui uma massa estimada de 800 milhões de massas solares<ref>{{Citar periódico |titulo=An 800-million-solar-mass black hole in a significantly neutral Universe at a redshift of 7.5 |ultimo3=Mazzucchelli |primeiro9=Xiaohui |ultimo8=Stern |primeiro8=Daniel |ultimo7=Decarli |primeiro7=Roberto |ultimo6=Wang |primeiro6=Feige |ultimo5=Walter |primeiro5=Fabian |ultimo4=Farina |primeiro4=Emanuele P. |primeiro3=Chiara |url=http://www.nature.com/articles/nature25180 |ultimo2=Venemans |primeiro2=Bram P. |ultimo=Bañados |primeiro=Eduardo |lingua=en |doi=10.1038/nature25180 |acessodata=2021-01-02 |numero=7689 |paginas=473–476 |issn=0028-0836 |data=2018-01 |jornal=Nature |ultimo9=Fan}}</ref>. Recentemente, julho de 2020, um outro quasar quase tão distante foi descoberto, na época em que o universo tinha apenas 700 milhões de anos e sua massa estimada é de 1,51500 bilhãomilhões de massasvezes solaresa massa do [[Sol]]<ref>{{Citar periódico |titulo=Pōniuā‘ena: A Luminous z = 7.5 Quasar Hosting a 1.5 Billion Solar Mass Black Hole |ultimo3=Fan |primeiro9=Bram |ultimo8=Wu |primeiro8=Xue-Bing |ultimo7=Banados |primeiro7=Eduardo |ultimo6=Yue |primeiro6=Minghao |ultimo5=Davies |primeiro5=Frederick B. |ultimo4=Hennawi |primeiro4=Joseph F. |primeiro3=Xiaohui |url=https://iopscience.iop.org/article/10.3847/2041-8213/ab9c26 |ultimo2=Wang |primeiro2=Feige |ultimo=Yang |primeiro=Jinyi |doi=10.3847/2041-8213/ab9c26 |acessodata=2021-01-02 |numero=1 |paginas=L14 |issn=2041-8213 |data=2020-07-01 |jornal=The Astrophysical Journal |ultimo9=Venemans}}</ref>.
 
== Visão geral ==
[[Imagem:Quasar viewed from Hubble.jpg|miniatura|Uma imagem do [[Hubble Space Telescope|Hubble]] mostrando o núcleo de um quasar]]
 
Quasares apresentam um ''redshift'' muito alto, que é um efeito da [[Expansão métrica do espaço|expansão do espaço]] entre o quasar e a Terra.<ref name=grupen_cowan2005>{{citar livro|autor =Grupen, Claus; Cowan, Glen |título=Astroparticle physics |páginas=11–12 |publicado=Springer |ano=2005 | isbn=3-540-25312-2 }}</ref> Eles estão entre os objetos mais luminosos, poderosos e energéticos no Universo. Eles tendem a existir no centro de galáxias jovens e ativas, e podem emitir até milhares de vezes a energia emitida pela [[Via Láctea]]. Quando combinado com a [[Lei de Hubble]], a implicação do ''redshift'' é a de que os quasares estão muito longe e, portanto, objetos que fazem parte de uma etapa muito anterior na história do Universo. Os quasares mais luminosos brilham a uma taxa que pode exceder o brilho de uma [[galáxia]] média, equivalente a dois trilhões (2{{e|12}}) de [[sol|sóis]]. Esta radiação é emitida de forma praticamente homogênea pelo [[espectro eletromagnético]], dos [[raio X|raios-X]] ao infravermelho, com um pico nas bandas de ultravioleta e óptica, sendo que alguns quasares são também fontes poderosas de emissão de rádio e raios-gama.
 
Nas imagens ópticas primitivas, os quasares pareciam com pontos de luz (ou seja, [[fonte puntiforme]]s), indistinguíveis de estrelas, exceto pelo espectro peculiar. Com telescópios infravermelhos e o [[Hubble Space Telescope]], a "galáxia hospedeira" em torno dos quasares foi identificada em alguns casos.<ref>[http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/1996/35/image/a/ Hubble Surveys the "Homes" of Quasars] Hubblesite News Archive, 1996-35</ref> Estas galáxias são normalmente muito tênues para serem vistas contra o brilho do quasar, exceto com algumas técnicas especiais. A maioria dos quasares não podem ser vistos com telescópios pequenos, mas o quasar [[3C 273]], com uma [[magnitude aparente]] média de 12,9, é uma exceção. À distância de 2,44 bilhões de [[ano-luz|anos-luz]], é um dos objetos mais distantes diretamente observáveis com um equipamento amador.