Saúde pública: diferenças entre revisões

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=== Saúde Coletiva ===
O objetivo da investigação e das práticas da Saúde Coletiva <ref>SILVA, Marcelo José de Souza e; SCHRAIBER, Lilia Blima; MOTA, André. O conceito de saúde na Saúde Coletiva: contribuições a partir da crítica social e histórica da produção científica. Physis, Rio de Janeiro , v. 29, n. 1, e290102, 2019 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312019000100600&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 09 mar. 2020. Epub 18-Abr-2019. https://doi.org/10.1590/s0103-73312019290102. </ref> são as seguintes dimensões:
 
# o estado de saúde da população ou condições de saúde de grupos populacionais específicos e tendências gerais do ponto de vista epidemiológico, demográfico, sócio-econômico e cultural;
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# o saber sobre a saúde, incluindo investigações históricas, sociológicas, antropológicas e epistemológicas sobre a produção de conhecimentos nesse campo e sobre as relações entre o saber "científico" e as concepções e práticas populares de saúde, influenciadas pelas tradições, crenças e cultura de modo geral.
 
Alguns autores enfatizam a organização e participação social e implementação de políticas de saúde como forma de intervenção e resolução dos problemas de saúde de uma comunidade .<ref>SILVA, Marcelo José de Souza e. O conceito de saúde na saúde coletiva: contribuições a partir da crítica social e histórica à tomada do corpo e seu adoecimento na medicina da modernidade. 2017. Tese (Doutorado em Medicina Preventiva) - Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. URL: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-09082017-100757/ doi:10.11606/T.5.2017.tde-09082017-100757. Acesso em: 2020-03-09.</ref>
 
== Saúde pública no mundo ==
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Entre as descrições das patologias e medicamentos utilizados no [[Brasil Colônia]] destaca-se as contribuições do médico naturalista [[Guilherme Piso]] (1611-1678), que participou, como médico, de uma expedição nos anos 1637 - 1644 para o Brasil, com patrocínio do conde [[Maurício de Nassau]] (1604-1679) que administrou a conquista holandesa do nordeste do país entre 1637 e 1644.<ref>Pereira, Ruy dos Santos. Piso e a medicina indígena. PE, Instituto Arqueológico Histórico Pernambucano - UFPE, 1980</ref> Observe-se a continuidade da catalogação de espécies de uso medicinal, já iniciada pelos jesuítas e outros viajantes, comparando o uso das espécies nativas às já conhecidas na farmacopeia europeia.
 
Com a chegada da família real portuguesa, em 1808, as necessidades da corte forçaram a criação das duas primeiras escolas de [[medicina]] do país: o [[Colégio Médico-Cirúrgico]] no [[Real Hospital Militar]] da Cidade de Salvador e a [[Escola de Medicina e Cirurgia|Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro]]. E foram essas as únicas medidas governamentais até a [[República]]. <ref>Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930). ESCOLA DE CIRURGIA DA BAHIA. Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)</ref>
 
Foi no primeiro governo de [[Rodrigues Alves]] (1902-1906) que houve a primeira medida sanitarista no país. O Rio de Janeiro não tinha nenhum saneamento básico e, assim, várias doenças graves como [[varíola]], [[malária]], [[febre amarela]] e até a [[peste bubônica]] espalhavam-se facilmente. O presidente então nomeou o médico [[Oswaldo Cruz]] para dar um jeito no problema. Numa ação policialesca, o sanitarista convocou 1 500 pessoas para ações que invadiam as casas, queimavam roupas e colchões. Sem nenhum tipo de ação educativa, a população foi ficando cada vez mais indignada. E o auge do conflito foi a instituição de uma vacinação anti-varíola. A população saiu às ruas e iniciou a [[Revolta da Vacina]]. Oswaldo Cruz acabou afastado.<ref>Oswaldo Cruz. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro , v. 38, n. 2, p. 75, 2002 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442002000200001&lng=en&nrm=iso>. access on 15 Mar. 2020. https://doi.org/10.1590/S1676-24442002000200001.</ref><ref>PORTO, Mayla Yara. Uma revolta popular contra a vacinação. Cienc. Cult., São Paulo , v. 55, n. 1, p. 53-54, Jan. 2003 . Available from <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252003000100032&lng=en&nrm=iso>. access on 15 Mar. 2020.</ref><ref> Rio de Janeiro (Cidade). Secretaria Especial de Comunicação Social. 1904 - Revolta da Vacina. A maior batalha do Rio / Prefeitura