Fortaleza de La Navidad: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Nuno Tavares (discussão | contribs)
m
ampliação
Linha 2:
O '''''Fuerte de La Navidad''''' localizava-se na atual baía do Caracol, na ''[[Hispaniola|ilha de Hispaniola]]'' (hoje [[Ilha de São Domingos]], [[Haiti]]), na [[América Central]].
 
Primeira [[fortaleza|fortificação]] [[Europa|européia]] nas Américas, foi erguido entre o final de dezembro de [[1492]] e o início de janeiro de [[1493]], pelos homens do Almirante [[Cristóvão Colombo]] em posição dominante sobre a [[baía]] em que encalhou a nau [[Santa Maria (nau)|Santa Maria]], que se mostrou pródiga em [[ouro]]. Encontra-se descrita nas palavras do próprio Almirante:
 
:"''Quarta, 26 de dezembro - (...) neste lugar, que está metido aqui dentro de uma grande [[baía]], com duas ou três [[restinga]]s de baixios (...) grande parte da tripulação que viaja comigo me havia pedido e implorado para dar-lhes permissão de ficar aqui. Agora determinei que se construísse uma [[torre]] e uma [[fortaleza]], tudo muito bem feito, e uma grande [[fosso|vala]], não por acreditar que essa gente precise disso, mas há motivo para se levantar essa torre e se fique como se há de ficar, estando tão longe de Vossas Majestades.''
Constituía-se em uma simples [[torre]] defendida por uma [[muralha]], provavelmente em faxina ([[madeira (material)|madeira]] e terra), tinha a função de [[feitoria]]. Ali foram deixados trinta e nove homens, com mantimentos, armas e munições, para o [[escambo]] com os [[indígena]]s, aguardando o retorno de uma nova frota.
 
A mesma fonte nos dá detalhes sobre quem eram os principais homens que ali ficavam, assim como as disposições tomadas para a sua segurança:
Quando do retorno de Colombo em sua segunda viagem, em novembro de 1493, foram encontrados os [[cadáver]]es [[barba|barbudos]] de diversos daqueles homens que deixara, e as instalações do forte abandonadas. Alguns sobreviventes viviam nas matas como indígenas, entre os quais mantinham diversas companheiras.
 
:''Quarta, 2 de janeiro - (...) Nessa ilha [de] Espanhola, que os índios dizem que se chama "''Bohio''", deixou trinta e nove homens na fortaleza, muito amigos do cacique Guacanagari e, tendo autoridade sobre eles, como seus representantes, Diego de Arana, natural de [[Córdoba]], Pedro Gutiérrez, incumbido de armar estrados para El-Rei, criado do dispenseiro-mor, e Rodrigo de Escovedo, natural de [[Segóvia]], sobrinho de frei Rodrigo Pérez, com todos os poderes que os Soberanos lhe tinham delegado. Deixou-lhes todas as mercadorias que os Reis mandaram comprar para as trocas, e que eram muitas, para que as negociassem por [[ouro]], com tudo o que trazia a [[nau]] [naufragada, Santa Maria]. Deixou-lhes também [[pão]] de [[biscoito]] para um [[ano]], [[vinho]] e muita [[munição]], e o [[barco]] da nau para que eles, na maioria marinheiros, fossem, quando vissem que lhes convinha, descobrir as minas de ouro, e um lugar onde se fundasse uma aldeia, porque aquilo ali não era porto de seu agrado. Deixou-lhes também [[semente]]s para plantar, e seus oficiais, escrivão e meirinho, e um carpinteiro de naus e calafate, e um bom bombardeiro, que entende bem de máquinas, e um tanoeiro, um físico e um alfaiate, e diz que todos são bons conhecedores do mar.''"
 
Quando do retorno de Colombo em sua segunda viagem, em novembro de [[1493]], foram encontrados os [[cadáver]]es [[barba|barbudos]] de diversos daqueles homens que deixara, e as instalações do forte abandonadas. Alguns sobreviventes viviam nas matas como indígenas, entre os quais mantinham diversas companheiras.
 
Jamais se apurou se os mortos pereceram devido às [[febre]]s tropicais, às disputas entre si pelo ouro e pelas nativas, ou se foram mortos pelos indígenas revoltados.