Linha 3 do Metrô de São Paulo: diferenças entre revisões

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Após a obtenção de recursos, as obras do trecho Tatuapé–Artur Alvim foram retomadas em setembro de 1984, enquanto o trecho Santa Cecília–Barra Funda sairia do papel apenas no ano seguinte. Apesar de a gestão Montoro ter prometido entregar a linha completa no final de 1986, atrasos fizeram com que apenas o trecho Tatuapé–Penha (licitado duas vezes) fosse entregue nesse prazo. A entrega da primeira etapa do pátio de Itaquera e a primeira viagem entre Barra Funda e Itaquera foram realizadas nos últimos dias da gestão Montoro, gerando críticas da imprensa e do Sindicato dos Metroviários, pelo fato de a "inauguração" ter sido realizada às pressas (com Montoro passando por várias estações ainda em obras). A promessa era de que as obras fossem concluídas em outubro de 1987.<ref>{{citar web|URL=https://acervo.folha.com.br/compartilhar.do?numero=9800&anchor=4107031&pd=7c7cdff9d29a4d7363bed7a87f498ad6|título="Inaugurada" linha do metrô;Montoro refuta as críticas|autor=|data=8 de março de 2020|publicado=Folha de S.Paulo, ano 67, edição 21158, Segundo Caderno, página A31|acessodata=}}</ref>
 
A crise econômica gerada pelo [[Plano Cruzado]] causou novos atrasos nas obras. Após a eleição de [[Orestes Quércia|Quércia]], um novo cronograma foi apresentando, prometendo a conclusão das obras até o fim de 1988.<ref>{{citar web|URL=https://acervo.folha.com.br/compartilhar.do?numero=9931&anchor=4155304&pd=7c18b6b16cbb11a72a279440b7e7fff8|título=Metrô adia entrega de duasestações da linha leste-oeste|autor=|data=17 de julho de 1987|publicado=Folha de S.Paulo, ano 67, edição 21289, página 13|acessodata=25 de junho de 2020}}</ref> Entre agosto e dezembro de 1988, foram abertas as estações do trecho Penha–Corinthians Itaquera e Santa Cecília–Barra Funda, sendo assim concluído o projeto da Linha Leste–Oeste. Ao chegar a Itaquera, a linha passou a transportar um milhão de passageiros por dia, aproximando-se do limite original de projeto.<ref>{{citar web|URL=https://acervo.folha.com.br/compartilhar.do?numero=10370&anchor=4163529&pd=53b419d40dd62e71110fef15d2b31d6b|título=Com festa política, Metrô chega até Itaquera já próximo da superlotação|autor=Milton Abrucio Jr.|data=28 de setembro de 1988|publicado=Folha de S.Paulo, Ano 68, edição 21728, Caderno Cidades, página C4|acessodata=25 de junho de 2020}}</ref><ref>{{citar web|URL=https://acervo.folha.com.br/compartilhar.do?numero=10374&anchor=4124548&pd=b602866449da02f54e0050d59e779e33|título=Metrô em Itaquera é inaugurado com agressões a manifestantes|autor=|data=2 de outubro de 1988|publicado=Folha de S.Paulo, Ano 68, edição 21732, Caderno Cidades, página C4|acessodata=25 de junho de 2020}}</ref> Ao finalfim das obras, a implantação da Linha Leste-Oeste custou cerca de 3,5 bilhões de dólares (valores calculados em 2005).<ref>{{citar web|url=http://www.aeamesp.org.br/biblioteca/stm/11SMTF050923T02.pdf|título=Metrô:otimização dos investimentos e redução dos custos operacionais|autor=Peter L. Alouche|data=2005|publicado=11ª Semana de Tecnologia Metroferroviária da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô no estado de São Paulo|acessodata=25 de abril de 2021|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref>
 
Milhares de pessoas foram mobilizadas na construção da Linha Leste–Oeste (cerca de quatro mil em 1979<ref>{{citar web|URL=https://www.imprensaoficial.com.br/DO/BuscaDO2001Documento_11_4.aspx?link=%2f1980%2fineditoriais%2fabril%2f19%2fp2%2fpag_0020_1QL1L2HU7P2FBeCM26174NQT9KH.pdf&pagina=20&data=19/04/1980&caderno=Ineditoriais&paginaordenacao=100020|título=Relatório da Administração para 1979|autor=Companhia do Metropolitano de São Paulo|data=19 de abril de 1980|publicado=Diário Oficial do Estado de São Paulo, caderno Ineditoriais, página 18, coluna 1|acessodata=4 de julho de 2020}}</ref>), na maioria [[Migração nordestina no Brasil|migrantes]] semialfabetizados de áreas rurais do [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]]. As condições de trabalho nas obras eram precárias, faltando equipamentos de proteção individual, e operários eram mantidos em alojamentos mal ventilados e superlotados. As más condições foram parcialmente retratadas no filme ''[[O Homem Que Virou Suco]]'' (1981), de [[João Batista de Andrade]]. Em um trecho do filme, o personagem Deraldo (interpretado pelo ator [[José Dumont]]) é contratado para trabalhar nas obras da Linha Leste-Oeste e é apresentado às obras por meio de um curso de três dias oferecido pela Cia. do Metropolitano e pelas empreiteiras para treinar a mão de obra. O filme (reproduzido por João Batista de Andrade após o Metrô se negar a ceder a fita original) apresenta a obra do metrô e ridiculariza a cultura nordestina (empregando o cangaceiro [[Lampião (cangaceiro)|Lampião]] como personagem), para forçar os migrantes a abandoná-la em nome de uma adaptação às regras de convivência e segurança nos canteiros de obras. Deraldo reclama do filme, das instalações dos alojamentos (onde um corredor de acesso aos refeitórios, feito de grade de ripas de madeira, lhe parece um curral para animais, desumanizando os trabalhadores) e acaba demitido após protestar por ter recebido uma refeição estragada no refeitório de uma das empreiteiras. Ao sair do canteiro, depara com uma placa publicitária da obra exposta no centro de São Paulo, que destaca a "humanização da cidade" proporcionada pela implantação da obra do Metrô.<ref>{{citar web|URL=http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra67266/o-homem-que-virou-suco|título=O Homem que Virou Suco|autor=|data=14 de junho de 2016|publicado=Enciclopédia Itau Cultural|acessodata=3 de julho de 2020}}</ref><ref>{{citar web|URL=https://cinema.uol.com.br/resenha/teste/1981/o-homem-que-virou-suco.jhtm|título=O Homem que Virou Suco (1981)|autor=[[Rubens Ewald Filho]]|data=25 de agosto de 2009|publicado=UOL Cinema|acessodata=3 de julho de 2020}}</ref>