Tratado da Tríplice Aliança: diferenças entre revisões

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'''Tratado da Tríplice Aliança''' foi a união entre [[Argentina]], [[Império do Brasil]] e [[Uruguai]] para lutar contra o [[Paraguai]] na [[Guerra do Paraguai]] entre 1864 e 1870.<ref>{{Citar web |url=http://www.eb.mil.br/patronos/-/asset_publisher/DJfoSfZcKPxu/content/campanha-da-triplice-alianca |titulo=Campanha da Tríplice Aliança - Patronos |acessodata=2021-03-08 |website=Exército Brasileiro |lingua=pt-BR}}</ref>.
 
Este [[tratado]] foi objeto de curtas negociações entre os três países interessados. Uma curiosa figura humana representou o Brasil, [[Francisco Octaviano de Almeida Rosa]], político brasileiro do Partido Liberal, então à frente do governo. Quando ele foi encarregado de sua missão diplomática, só o Brasil fora atacado pelo Paraguai, dando-se isto em março de 1865.
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== Contexto político==
A transição de [[Carlos Antonio López]] (1842-1862) e seu filho [[Francisco Solano López]] no governo paraguaio se soma entre os fatores importantes na preparação do cenário de guerra; o primeiro, apesar de sua vulnerabilidade regional – e, portanto, ciente de sua fragilidade – agia com uma visão pragmática nas relações com os vizinhos, enquanto seu filho "parecia ignorar os limites de seu poder" e estava ansioso por participar das questões do Prata.<ref name=":1">{{citar livro|url=https://www.amazon.com.br/Maldita-guerra-Alcir-P%C3%A9cora-Org/dp/8535902244|título=Maldita Guerra. Nova historia da guerra do Paraguai|ultimo=DORATIOTO|primeiro=Franscisco|editora=Companhia de Letras|ano=2002|página=138}}</ref>. O Paraguai no triênio 1862-65 sentia-se igual a seus dois vizinhos, mas eles não o tratavam como um igual.
 
As errôneas percepções com que os atores entraram na guerra também foram levadas em conta no esforço interpretativo de desenvolvimento e resultado dessa tragédia. Conhecida a invasão da província de [[Corrientes (província)|Corrientes]] pelo exército paraguaio, em abril de 1865, o presidente argentino [[Bartolomé Mitre]] prometeu diante de uma multidão uma guerra rápida – “em 24 horas no quartel, em 15 dias em Corrientes, em 3 meses em Assunção " – uma promessa difícil de cumprir porque o exército argentino carecia de todos os recursos para atingir esse objetivo.Também seu chanceler, [[Rufino de Elizalde]], foi levado por um otimismo irreal, acreditando que graças à aliança argentino-brasileira a guerra duraria entre três e quatro meses; nem mesmo o Brasil acreditava que o Paraguai estivesse disposto a romper com ele.<ref name=":1" />. Entre dezembro de 1864 e meados de setembro de 1865, Francisco Solano López desenvolveu uma ofensiva militar invadindo o território brasileiro e argentino; ele havia planejado uma [[Blitzkrieg|"blitzkrieg"]] que, se bem-sucedida, constituiria um novo equilíbrio no Prata. O plano foi frustrado pois suas forças invasoras em Corrientes e no Rio Grande do Sul não aproveitaram o fator surpresa de forma adequada e seu aliado no Uruguai, o partido branco, saiu do poder. Pode-se pensar então que isso provaria que o tratado da Tríplice Aliança foi uma resposta à agressão paraguaia, mas então seríamos nós que sofreríamos com essa visão míope. O tratado de guerra ao Paraguai de maio de 1865 foi apenas a ocasião para avançar em uma aliança estratégica de maior alcance pela qual Argentina e Brasil estabeleceriam uma política de cooperação no Prata, exercendo uma hegemonia compartilhada em substituição às rivalidades e disputas que predominam em seus relacionamentos.<ref>{{citar livro|título=De aliados a rivais: o fracasso da primeira cooperação entre Brasil e Argentina (1865-1876)|ultimo=DORATIOTO|primeiro=Francisco|editora=Revista Múltipla|ano=1999|local=Brasília|página=21-seguintes}}</ref>
 
A precariedade da Aliança e a efemeridade do entusiasmo bélico foram suficientemente documentadas em várias investigações. Desde a segunda metade de 1866, com exceção da inflexível decisão do imperador [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]], todos no Prata queriam acabar com a guerra. O desastre aliado em [[Batalha de Curupaiti|Curupaiti]] alarmou a Argentina a tal ponto que o Congresso autorizou Mitre a negociar com o Paraguai uma trégua ou uma paz definitiva e não cumprir o tratado de 1º de maio, mas o governo imperial rejeitou a iniciativa, recusando-se a fazer qualquer tipo de modificação no tratado. Entretanto, foi efêmera essa cooperação argentino-brasileira, tal como apontou o cônsul inglês [[Richard Francis Burton|Richard Burton]] em suas ''Cartas dos Campos de Batalha do Paraguai'', ao percorrer essas regiões entre 1868 e 1869:<ref>{{citar web |ultimo=Burton |primeiro=Richard |url=https://en.wikisource.org/wiki/Letters_from_the_Battlefields_of_Paraguay |titulo=Letters from the Battlefields of Paraguay}}</ref>
 
{{Quote|texto=[..] A aliança entre argentinos e brasileiros era a mesma que entre gato e cachorro. As altas autoridades dos dois países evitavam dissidências, mas o vínculo entre eles era político e não de simpatia. No Paraguai, os brasileiros mantinham um excessivo senso de nacionalidade devido à sua superioridade numérica em relação aos argentinos, que tinham vergonha de desempenhar um papel secundário. a guerra não é popular em nenhuma parte do Prata e espera-se que o seu fim seja acompanhado de dificuldades entre os ex-aliados.}}{{referências}}