Fator de risco: diferenças entre revisões

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Risco, em [[epidemiologia]] é a probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável, de um dano ou de um fenômeno indesejado. Desta forma estima-se o risco ou probabilidade de que uma doença exista através dos coeficientes de [[incidência]] e [[prevalência]]. Para [[OMS]] (CLAP- OPS/OMS, 1988) o fator de risco de um dano são todas as características ou circunstâncias que acompanham um aumento de probabilidade de ocorrência do fato indesejado sem que o dito fator tenha intervindo necessariamente em sua causalidade.<ref>Rouquayrol, M. Zélia. Epidemiologia & Saúde. RJ, Medsi Editora Médica e Científica Ltda., 1994.</ref>
 
Uma das definições mais comuns da epidemiologia é que esta é o estudo da distribuição das [[Patologia|doenças]] e dos determinantes de sua prevalência nas populações humanas (MacMahon; Pugh, 1960).<ref>MacMahon, Brian; Pugh, Thomas F. Principios y métodos de epidemiologia. México, La Prensa Médica Mexicana, 1970</ref> Observe-se porém que com o advento da utilização de marcadores moleculares, a exemplo da [[Imuno-histoquímica|titulação de anticorpos]], níveis de frações do [[colesterol]] no sangue; identificação/ quantificação de [[Antígeno prostático específico|antígenos prostáticos]] e ou outros marcadores tumorais, o escopo da epidemiologia tem se ampliado ou deslocado entre a fase clínica da doença, para seus fatores de risco ou antecedentes mórbidos da fase pré -clínica, no plano da [[Promoção da saúde|história natural das doenças]] ou fatores determinantes numa perspectiva da epidemiologia social.
 
Observe-se também que, embora possa parecer evidente, risco não significa certeza. A presença de um fator de risco não é obrigação da ocorrência do evento. A afirmação "[[hipertensão arterial]] causa [[Acidente vascular cerebral|derrame]]" pode não ser apropriada. Há hipertensos que não terão nunca um derrame, morrendo um dia por outra causa. A frase "''em um grupo de pessoas, mais casos de derrame ocorrerão naqueles que tem hipertensão''" descreve melhor a situação. Não deixa de demonstrar a associação das duas situações, mas lembra que não existe vínculo absoluto em todos os casos. A importância deste fato é que, excetuando-se probabilidade de riscos de 0% (sem risco), as medidas de diminuição de risco não impedem a ocorrência de um evento qualquer.
( Brusque- SC )
A importância deste fato é que, excetuando-se probabilidade de riscos de 0% (sem risco), as medidas de diminuição de risco não impedem a ocorrência de um evento qualquer.
 
==Risco em epidemiologia==
 
De acordo com Rothman <ref>Rothman, Kenneth J.Epidemiologia moderna/ Rothman, Kenneth J.; Grenland, Sander; Lash, Timothy L. Porto Alegre, RGS, Artmed, 2011</ref> infelizmente em epidemiologia e mesmo na literatura erudita, o termo "risco" é usado para muitos conceitos distintos: [[Taxa (razão)|taxa]], razão de taxas, risco relativo, [[chance]]s (em inglês ''odds'') de [[incidência]], [[prevalência]], etc. Segundo ele a definição mais específica e, portanto mais útil, de risco é "probabilidade de um evento ocorrer durante um período especificado".
 
As investigações epidemiológicas de causalidade em epidemiologia geram resultados que apontam para os riscos a que uma pessoa está sujeita. Em termos gerais, a probabilidade de adoecer ou sofrer as conseqüências de uma patologia está associada à presença (ou ausência) dos fatores de risco em um determinado local e momento. Segundo Pereira, 2005,<ref>Pereira, Maurício Gomes. Epidemiologia, teoria e prática. RJ, Guanabara Koogan, 2005</ref> a probabilidade de um dano vir a ocorrer num futuro imediato ou remoto, pode ser estimada para um fator de risco isolado ou para vários simultâneamentesimultaneamente (etiologia multicausal). Subgrupos específicos de pessoas expostas à riscos equivalentes podem ser identificados na população e estes riscos calculados e expressos das seguintes formas:
 
* '''RISCO ABSOLUTO '''(ou taxa de incidência): mostra quantos casos da doença aparecem no grupo em um dado período. Esta é uma forma adequada e relativamente simples de quantificação de riscos. Ela alcança ainda maior significado quando comparada com os resultados obtidos, de maneira semelhante em um outro grupo de indivíduos. Esta comparação é alcançada pelo cálculo dos riscos relativo e atribuível.;
* '''RISCO RELATIVO (RR)''': Informa quantas vezes o risco é maior em um grupo, quando comparado a outro.;
 
* '''RISCO ATRIBUÍVEL (RA)''' (à exposição): Indica a diferença de incidências entre os dois grupos, diferença que é atribuída à exposição ao fator de risco.
'''RISCO RELATIVO (RR)''': Informa quantas vezes o risco é maior em um grupo, quando comparado a outro.
 
'''RISCO ATRIBUÍVEL (RA)''' (à exposição): Indica a diferença de incidências entre os dois grupos, diferença que é atribuída à exposição ao fator de risco.
 
Nos estudos epidemiológicos a magnitude dos riscos é calculada a partir da frequência de agravos entre os indivíduos expostos ou não expostos a um determinado risco, quantificados como variáveis dicotômicas da forma sim e não: expostos e não expostos (com e sem o fator de risco) consideradas determinantes da presença de doentes e não doentes na população exposta ao risco.
 
Na tabela 2x2 abaixo representada, obtida de um estudo prospectivo o ''Risco Relativo'' (RR) é a relação entre o coeficiente de incidência entre os expostos [ a/(a+b) ] e o coeficiente de incidência entre os não expostos [ c/(c+d) ] :
 
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