Rabia de Baçorá: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
→Anedotas: anedota de tradução, isso sim. |
m manut. refs. |
||
Linha 9:
|interesses = [[Sufismo]], [[Zuhd|Ascetismo]], [[Amor de Deus|Amor divino]]
}}
'''Rábia'''<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=s3SMDwAAQBAJ&pg=PA424&lpg=PA424&dq=%22r%C3%A1bia%22#v=onepage&q=%22r%C3%A1bia%22&f=false|título=Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos|ultimo=Azevedo|primeiro=Antonio Carlos do Amaral|editora=Lexikon Editora|ano=2012|editor-sobrenome=Geiger|editor-nome=Paulo|edicao=4ª|local=Rio de Janeiro|página=424
== Nascimento ==
Diz-se ter nascido entre 714 e 718 EC (95 e 98 [[Ano da Hégira|A.H.]]) em [[Baçorá]],<ref name="EI2"
Ela mesma não deixou obras escritas sobre sua vida. Ela era a quarta filha de sua família e, portanto, denominada Rābiʻa, que significa "quarta".
Segundo Faridadim Attar, quando Rābiʻa nasceu, seus pais eram tão pobres que não havia óleo em casa para acender uma lâmpada, nem mesmo um pano para envolvê-la. Sua mãe pediu ao marido que pedisse emprestado um pouco de óleo a um vizinho, mas ele havia resolvido em sua vida nunca pedir nada a ninguém, exceto Deus. Ele fingiu ir até a porta do vizinho e voltou para casa de mãos vazias. À noite, [[Maomé]] apareceu para ele em um sonho e lhe disse: <blockquote> "Sua filha recém-nascida é a favorita do Senhor e deve levar muitos muçulmanos ao caminho certo. Você deve se aproximar do Amir de Baçorá e apresentar a ele uma carta na qual deve ser escrita esta mensagem: 'Você oferece Durood ao Santo Profeta cem vezes toda noite e quatrocentas vezes toda quinta-feira à noite. No entanto, como você não cumpriu a regra na última quinta-feira, como penalidade, deve pagar ao portador quatrocentos dinares". </blockquote>
== Vida ==
No entanto, após a morte de seu pai, a [[Carestia|fome]] tomou conta de Baçorá. Ela se separou de suas irmãs. Rabia foi ao deserto rezar e se tornou um [[Ascese|asceta]], vivendo uma vida de semirreclusão. Ela é frequentemente citada como sendo a rainha das mulheres santas <ref name=":1">{{Citar livro|título=Islamic Spirituality Foundations|ultimo=Khawar Khan Chrishti|primeiro=Saadia|editor-sobrenome=Hossein Nasr
Ela rezou: <blockquote> "Ó Senhor, se eu Te adoro por medo do inferno, <
Se eu Te adoro porque desejo o Paraíso, <
Mas se eu te adorar por Ti mesmo apenas, <
== Morte ==
Rabia morreu aos 80 anos<ref>{{Citar jornal|titulo=Rabia al Basri|url=http://www.poetseers.org/spiritual-and-devotional-poets/sufi-poets/rabia}}</ref> em Baçorá, em 185 AH/801 EC, onde sua tumba era visível fora da cidade.<ref name="EI2"
== Filosofia ==
Frequentemente mencionada como tendo sido a única mulher renunciante mais renomada e influente da história islâmica, Rabia era conhecida por sua extrema virtude e piedade. Asceta devota, quando perguntada por que ela realizou mil prostrações rituais durante o dia e a noite, ela respondeu: <blockquote> "Não desejo recompensa por isso; faço-o para que o Mensageiro de Deus, que Deus o abençoe e lhe dê paz, se deleite no dia da ressurreição e diga aos profetas: 'Tome nota do que uma mulher de minha comunidade realizou'".<ref name=":0"
Foi ela quem primeiro expôs a doutrina do [[Ágape|Amor Divino]] conhecida como ''[[
Diz-se que quando alguém perguntou a ela, "O que é o amor?", ela respondeu: <blockquote>"O amor vem da Eternidade e a atravessa, e ninguém foi encontrado em setenta mil mundos que beba uma gota dele até que finalmente, ele esteja absorvido em Deus, e é disto que vieram Suas palavras: 'Ele os ama, e eles O amam.'"<ref>[http://imagomundi.com.br/espiritualidade/rabia.pdf Rabia al-Adawiya, artigo em português no site da Imago Mundi]</ref></blockquote>
== Poesia e mitos ==
Grande parte da [[poesia]] que lhe é atribuída é de origem desconhecida. Após uma vida de dificuldades, ela alcançou espontaneamente um estado de [[autorrealização]] . Ela foi capaz de realizar milagres divinos por causa de sua intimidade com Deus através dessa introspecção. Quando [[Xeque (título)|Shaikh]] [[Haçane de Baçorá|Hasan al-Basri]] perguntou como ela descobriu o segredo, ela respondeu afirmando: <blockquote> "Você sabe o como, mas eu sei o não 'como'." <ref>Farid al-Din Attar, ''Rabe'a [sic] al-Adawiya'', from ''Muslim Saints and Mystics'', trans. A.J. Arberry, London: Routledge & Kegan Paul, 1983.</ref> </blockquote> Um dos muitos [[
== Teoria feminista baseada na vida de Rabia ==
Vários aspectos da religião sufi sugerem que as ideologias e práticas sufistas têm sido um contraponto à sociedade dominante e à sua percepção das mulheres e às relações entre homens e mulheres. As histórias que detalham a vida e as práticas de Rabia mostram uma compreensão contracultural do papel do gênero na sociedade. Seu papel como superioridade espiritual e intelectual é retratado em várias narrativas. Em uma narrativa sufi, o líder sufi Hasan al-Basri explicou: "Passei uma noite e um dia inteiro com Rabia ... nunca passou pela minha cabeça que eu era um homem nem lhe ocorreu que ela era uma mulher ... quando olhei para ela, me vi como falido [ou seja, como nada valendo espiritualmente] e Rabia como verdadeiramente sincera [rica em virtude espiritual]".<ref>{{Citar livro|título=Women and Gender in Islam|ultimo=Ahmed|primeiro=Leila}}</ref> No entanto, ela decidiu permanecer celibatária para deixar sua feminilidade para trás e se dedicar completamente a Deus.<ref name="helms"
== Episódios ==
Um dia, ela foi vista correndo pelas ruas de Baçorá carregando um pote com fogo em uma mão e um balde de água na outra. Quando lhe perguntaram o que estava fazendo, ela disse: "Quero apagar o fogo do inferno e queimar as recompensas do paraíso. Eles bloqueiam o caminho para Alá. Eu não quero adorar por medo de punição ou pela promessa de recompensa, mas simplesmente pelo amor de Alá."<ref>{{Citar livro|título=Memorial of the Friends of God|ultimo=Attar|primeiro=Farid al-Din|data=c. 1230}}</ref>
== Na cultura popular ==
A vida de Rabia foi objeto de vários filmes do [[Cinema da Turquia|cinema turco]]. Um desses filmes, ''Rabia'', lançado em 1973, foi dirigido por [[
''Rabia, İlk Kadın Evliya'' (Rabia, A primeira mulher santa), outro filme turco sobre Rabia, também de 1973 foi dirigido por [[
== Ver também ==
Linha 59:
* Kayaalp, Pinar, "Rabi'a al-'Adawiyya", em ''Muhammad em História, Pensamento e Cultura: Uma Enciclopédia do Profeta de Deus'' (2 vols.), Editado por C. Fitzpatrick e A. Walker, Santa Barbara, ABC-CLIO, 2014, vol. II, pp. 511-12; {{ISBN|1610691776}}
* Mohammad, Shababulqadri ''Tazkirah e Hazrat Rabia Basri,'' Mushtaq Book Corner, 2008
==
* [http://sufimaster.org/teachings/adawiyya.htm Sufimaster.org - Ensinamentos]
* [http://sufiteachings.com/writings/rabia-basri Ensinamentos-escritos sufistas-Rabia-al-Basri]
{{Sufismo}}
[[Categoria:Filósofos do século VIII]]
[[Categoria:Mulheres na filosofia]]
Linha 73 ⟶ 74:
[[Categoria:Mortos em 801]]
[[Categoria:Nascidos na década de 710]]
[[Categoria:Cáicidas]]
|