Antônio José Landi: diferenças entre revisões

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'''Giuseppe Antonio Landi''' ([[Bolonha]], [[29 de outubro]]<ref name="m19">Mendonça (2003), p. 19</ref> de [[1713]] — [[Belém (Pará)|Belém]], [[22 de junho]] de [[1791]]), conhecido como Antônio José Landi no Brasil e em Portugal, foi um [[Arquitetura|arquiteto]] [[Itália|italiano]] com marcante atuação na [[Amazônia]].
 
==Biografia==
[[Ficheiro:Belemcatedral.jpg|thumb|right|250px335x335px|Catedral Metropolitana de Belém]]
[[Ficheiro:Landi-catedraldopara.jpg|250px290x290px|thumb|Gravura anônima mostrando o aspecto da catedral no século XIX]]
Filho do médico e professor universitário Carlo Antonio Landi e de Teresa di Bartolomeo Guglielmini, Giuseppe nasceu a 29 de outubro, pelas seis e meia da manhã. Foi batizado na Catedral de São Pedro, sendo seu padrinho o também médico Giovanni Marco Bigatti. Era o segundo filho de um total de oito.<ref name="m19" />
 
Tinha o título honroso de membro da [[Academia Clementina]], eleito em 16 de fevereiro de [[1743]]. Aluno do mestre [[Fernando Gil de Bibiena|Fernando Galli Bibiena]], foi premiado em [[1731]] e em [[1734]]. Deixou, trabalho de Bolonha, estampas e gravuras de portas e janelas por ele próprios criadas ou de monumentos arquitetônicos, como a Igreja metropolitana e o Museu arquiepiscopal de Ravena, a Igreja de Jesus Maria, a de São Pedro, a de São Jorge, a de São Paulo, em Bolonha. Como diz [[Leandro Tocantins]], é opinião do professor [[Robert Smith]], da [[Universidade da Pensilvânia|Universidade de Pensilvânia]], que se ficasse na Itália teria tido papel de primeira plana comparável a Luís Vanvitelli ou a Carlos Dotti.
 
O [[rei de Portugal]] encarregou o carmelita João Alvares de Gusmão de contratar nas cidades italianas «sujeitos práticos nos estudos de geografia e astronomia» para fazerem observações astronômicas e formarem cartas geográficas do Brasil. Portugal e Espanha acabavam de assinar o [[Tratado de Madrid (1750)|Tratado de Madri]] em 1750 e o rei desejava técnicos para trabalhar na comissão de limites que iria estabelecer os marcos de fronteira - e preferia que «fossem versados na filosofia experimental» e «práticos de Medicina, especialmente de Botânica», e «suficientemente desenhadores para tirarem vistas dos lugares mais notáveis e debuxarem as plantas, animais e outras coisas desconhecidas e dignas de notícia» - eram as instruções de [[Marcos de Azeredo Coutinho|Marcos de Azevedo Coutinho]].
 
Professor de arquitetura e de perspectiva em [[Bolonha]],<ref>''Brasiliana'' da [[Biblioteca Nacional]], pg 49</ref> foi contratado por D. [[João V de Portugal|João V]] como desenhista para a Expedição Demarcadora dos [[Colónias portuguesas#Américas|Territórios Portugueses]] no [[Norte do Brasil]].
 
Não se sabe como se produziu o contato entre o carmelita e Landi, mas o primeiro o contratou, assim como ao astrônomo [[João Angelo Brunelli]]. Deixaram Bolonha em fins de 1750 ou princípios de [[1751]], tomando um barco em Gênova com destino a Lisboa. Landi permaneceu em Portugal dois anos. Já no trono o novo rei [[José I de Portugal|D. José I de Portugal]], Landi partiu para o [[Pará]] a 2 de junho de [[1753]] com os demais membros da comissão técnica. A comissão permaneceu um ano em [[Belém (Pará)|Belém]] antes de subir para o alto rio Negro, teatro das futuras operações.
 
Era governador e capitão general da [[Capitania do Grão-Pará]] [[Francisco Xavier de Mendonça Furtado]], irmão do [[conde de Oeiras]], [[Sebastião José de Carvalho e Melo]], o futuro [[marquês de Pombal]]. Landi atuou como naturalista amador, desenhando pela primeira vez a flora e a fauna [[Floresta amazônica|amazônicas]]. Somente na pequena vila de [[Barcelos]] permaneceria seis anos!
 
Adotou uma vida totalmente luso-tropical nos hábitos, membro da [[Ordem Terceira de São Francisco da Penitência]], fazia as viagens fluviais de exploração científica, e gostava de confraternizar com as populações nativas,
Ficaria entretanto conhecido pelo plano urbanístico da cidade de [[Belém (Pará)|Belém]], traçando fachadas, prédios, porto, praças e demais desenhos arquitetônicos. Ainda segundo Leandro Tocantins, «jamais representou o abandono dos valores culturais que faziam parte de sua personalidade de homem europeu e, especialmente, de italiano. Ao contrário, sua presença no Brasil - e no Brasil mais tropical que é a Amazônia - significou a introdução de formas e concepções técnicas e artísticas novas para o Brasil daquela época, e a feliz convergência de estilos em voga na Itália e em Portugal, sem esquecer a íntima correlação entre a arquitetura e o meio, fenômeno que Landi teve a sensibilidade de perceber. O que lhe proporcionou a vantagem de construir prédios, palácios e igrejas mais ou menos adaptados às condições climáticas da Amazônia, e nunca a transposição integral dos modelos europeus para os trópicos amazônicos. Neste ponto, Antonio Landi absorveu as constantes culturais nas áreas tropicais. E ainda foi além (...) adotou uma vida totalmente luso-tropical nos hábitos, em ser lusitanamemte membro da [[Ordem Terceira de São Francisco da Penitência]], em apreciar as viagens fluviais de exploração científica, no prazer de confraternizar com as populações nativas, na associação franciscana com a natureza e na curiosidade de investigá-la na propensão de fazer ciência experimentalista, dentro das tradições lusas e franciscanas do saber de experiência feito. E, por fim, na constituição da família, escolhendo para mulher uma senhora luso-brasileira, descendente do sólido tronco português.
 
Constituiu uma família, escolhendo para mulher uma luso-brasileira, descendente de portugueses.
 
== Legado e estilo ==
Ficaria entretanto conhecido pelo plano urbanístico da cidade de [[Belém (Pará)|Belém]], traçando fachadas, prédios, porto, praças e demais desenhos arquitetônicos. Ainda segundo Leandro Tocantins, «jamais representou o abandono dos valores culturais que faziam parte de sua personalidade de homem europeu e, especialmente, de italiano. Ao contrário, sua presença no Brasil - e no Brasil mais tropical que é a [[Amazônia]] - significou a introdução de formas e concepções técnicas e artísticas novas para oa Brasilregião daquela época, e a feliz convergência de estilos em voga na [[Itália]] e em [[Portugal]], sem esquecer a íntima correlação entre a arquitetura e o meio, fenômeno que Landi teve a sensibilidade de perceber. O que lhe proporcionou a vantagem de construir prédios, palácios e igrejas mais ou menos adaptados às condições climáticas da Amazônia, e nunca a transposição integral dos modelos europeus para os trópicos amazônicos. Neste ponto, Antonio Landi absorveu as constantes culturais nas áreas tropicais. E ainda foi além (...) adotou uma vida totalmente luso-tropical nos hábitos, em ser lusitanamemte membro da [[Ordem Terceira de São Francisco da Penitência]], em apreciar as viagens fluviais de exploração científica, no prazer de confraternizar com as populações nativas, na associação franciscana com a natureza e na curiosidade de investigá-la na propensão de fazer ciência experimentalista, dentro das tradições lusas e franciscanas do saber de experiência feito. E, por fim, na constituição da família, escolhendo para mulher uma senhora luso-brasileira, descendente do sólido tronco português.
 
O que lhe proporcionou a vantagem de construir prédios, palácios e igrejas mais ou menos adaptados às condições climáticas da Amazônia, e nunca a transposição integral dos modelos europeus para os trópicos amazônicos. Neste ponto, Antonio Landi absorveu as constantes culturais nas áreas tropicais.
 
==Obras relacionadas==