Estado de Maracaju: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Palácio Maracaju 2.JPG|thumb|180px|esquerda|[[Loja Maçônica Oriente Maracajú|Loja Maçônica Oriente Maracaju]], antigamente serviu como Palácio Maracaju, sede do Estado de Maracaju, localizado em [[Campo Grande (Mato Grosso do Sul)|Campo Grande]], [[Mato Grosso do Sul]].]]
[[Imagem:Palácio Maracaju.JPG|thumb|180px|esquerda|Placa indicativa do Palácio Maracaju]]
O setor respectivo ao estado de Maracaju, então comandado pelo coronel [[Oscar Saturnino de Paiva]], foi entregue ainda no mês de julho para o coronel [[Francisco Jaguaribe Gomes de Matos|Francisco Jaguaribe Gomes de Mattos]], que a princípio de setembro veio a ser substituído pelo coronel [[Nicolau Bueno Horta Barbosa]].<ref>{{citar notícia|url=http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=763900&pesq=Nicolau%20Horta%20Barbosa|título=O commando da Circumscripção Militar de Matto Grosso|data=1932-09-05|edição=07988|publicado=A Gazeta|acessodata=2018-06-01|página=1|idioma=pt}}</ref> O coronel Saturnino de Paiva veio a assumir no mês seguinte o comando do destacamento paulista respectivo ao denominado setor leste de combate, situado na região de [[Campinas]].<ref name=":17" />Desde os primeiros combates o destacamento constitucionalista de Maracaju assumiu a ofensiva para garantir posições estratégicas para o controle da região. À leste, aquela tropa desbaratou uma coluna de soldados federais em [[Paranaíba|Santana do Paranaíba]], e também outra vinda de [[Goiás]], com vários elementos tendo sido presos. Também repeliram forças federais em [[Três Lagoas]] e [[Porto XV de Novembro]]. Ao norte, em [[Coxim]], também debelaram uma coluna vinda de [[Cuiabá]] que visava a tomada de Campo Grande. Mais ao sul, em [[Bela Vista]], os rebeldes tomaram a cidade após súbita resistência do interventor municipal, o major Mário Garcia, e do comandante do [[10.º Regimento de Cavalaria Mecanizado|10º R.C.I.]] que inicialmente haviam declarado apoio a Revolução. A oeste, os combates foram mais intensos, tendo as tropas revolucionárias tomado a cidade de [[Corumbá]], a [[Base Fluvial de Ladário]], [[Porto Esperança]], o [[Forte Coimbra]] e, por fim, [[Porto Murtinho]], em 12 de setembro de 1932, onde lá desbarataram a flotilha liderada pelo monitor fluvial ''Pernambuco'' e o destacamento governista comandado pelo coronel do Exército Leopoldo Nery da Fonseca Junior. As batalhas pela tomada de [[Porto Murtinho]] e [[Porto Esperança]] foram os feitos mais notáveis daquelas tropas no conflito, cuja vitória também garantiu para os rebeldes o controle de toda a região atualmente contemplada pelo Estado do [[Mato Grosso do Sul]]. Além disso, garantiram o acesso ao [[Oceano Atlântico]] pelo [[Rio Paraguai]], ao [[Rio Paraná]] e a fronteira brasileira com a [[Bolívia]] e o [[Paraguai]] para viabilizar a entrada de recursos bélicos em favor das tropas revolucionárias, uma vez que o [[Porto de Santos]] estava sob bloqueio da esquadra naval governista. Ainda em meados de setembro, parte daquela força mato-grossense viria dar reforço na frente sul e frente leste paulista de combate, com o [[7.º Batalhão de Engenharia de Combate|Batalhão Visconde de Taunay]] junto com uma unidade de artilharia se deslocando para [[Capão Bonito]] para combater tropas gaúchas. O controle da região sul do então Estado do Mato Grosso viabilizou o acesso dos revolucionários ao estrangeiro, algo que até então estava restringido, inclusive por meio dele conseguiram realizar o translado dos novos aviões adquiridos dos [[Estados Unidos|EUA]]. A atuação das tropas de Maracaju foi mais tarde reconhecida como notável pelos comandantes paulistas.<ref name=":17" /><ref name=":19">MIRANDA, Alcibíades (coronel). A Rebelião de São Paulo. Curitiba: scp, 1934, 249p. v.2</ref><ref name=":23" /><ref name=":24" /><ref name=":25" />
 
Até a data de rendição, ocorrida em 2 de outubro, o território do estado de Maracaju permaneceu com livre-trânsito para os paulista, tendo inclusive boa parte dos líderes do levante fugido via Campo Grande do cerco governista na véspera do armistício. Porém, entre 3 e 4 de outubro, as tropas rebeldes situadas na Capital, após tomarem conhecimento do armistício em [[São Paulo]], se amotinaram e prenderam o seu comandante, o coronel Nicolau Horta Barbosa. No entanto, as demais regiões do estado continuaram nas mãos dos revoltosos por mais algumas semanas até negociarem a deposição de armas e sua rendição às tropas federais.