América Latina: diferenças entre revisões

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A expressão "América Latina" foi utilizada pela primeira vez em 1856 pelo filósofo chileno Francisco Bilbao<ref name="Francisco Bilbao">{{Citar web |url=http://www.clarin.com/diario/2005/05/16/opinion/o-01901.htm |título=América Latina o Sudamérica?'', por Luiz Alberto Moniz Bandeira, Clarín, 16 de mayo de 2005 |língua=espanhol |data= |acessodata=}}</ref> e, no mesmo ano, pelo escritor colombiano José María Torres Caicedo;<ref name="José María Torres Caicedo">{{citar web|url=http://www.filosofia.org/hem/185/18570215.htm|título=Las dos Américas (poema)|autor=TORRES CAICEDO, José María|data=|publicado=Cola da Web|língua=espanhol|acessodata=29 de maio de 2012}}</ref> e aproveitada pelo imperador francês [[Napoleão III]] durante sua invasão francesa no México como forma de incluir a França — e excluir os anglo-saxões — entre os países com influência na América, citando também a [[Indochina]] como área de expansão da [[França]] na segunda metade do [[século XIX]].<ref>{{citar web|url=http://www.languagehat.com/archives/001218.php|título=LATIN AMERICA|autor=Language Hat|data=21 de março de 2004|publicado=Language Hat|língua=inglês|acessodata=12 de dezembro de 2011}}</ref> Deve-se também observar que na mesma época foi criado o conceito de [[Europa latina|Europa Latina]], que englobaria as regiões de predomínio de [[línguas românicas]].<ref>A Europa Latina, por sua vez, engloba [[Portugal]], [[Espanha]], [[Andorra]], [[França]], [[Mônaco]], [[Itália]], [[San Marino]], [[Vaticano]] e [[Romênia]]</ref> Pesquisas sobre a origem da expressão conduzem, ainda, a [[Michel Chevalier]], que mencionou o termo "América Latina" em 1836, durante uma [[missão diplomática]] feita aos Estados Unidos e ao México.<ref>{{citar web|url=http://netviagens.sapo.pt/Ferias/CircuitosDetalhe.aspx?channelId=9D2140A0-A388-41E8-A6EB-51BEEF686FFF|título=América Latina|autor=Net Viagens|data=2011|publicado=Net Viagens|acessodata=12 de dezembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120103132202/http://netviagens.sapo.pt/Ferias/CircuitosDetalhe.aspx?channelId=9D2140A0-A388-41E8-A6EB-51BEEF686FFF|arquivodata=2012-01-03|urlmorta=yes}}</ref> Nos Estados Unidos, o termo não foi usado até o final do século XIX tornando-se comum para designar a região ao sul daquele país já no início do século XX.<ref name="Enciclopédia Canção Nova">{{citar web|url=http://wiki.cancaonova.com/index.php/América_Latina|título=América Latina|autor=Enciclopédia Canção Nova|data=2011|publicado=Enciclopédia Canção Nova|acessodata=12 de dezembro de 2011}}</ref> Ao final da [[Segunda Guerra Mundial]], a criação da [[Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe]] consolidou o uso da expressão como sinônimo dos países menos desenvolvidos dos continentes americanos, e tem, em consequência, um significado mais próximo da economia e dos assuntos sociais.<ref name="Enciclopédia Canção Nova"/>
 
Convém observar que a [[Organização das Nações Unidas]] reconhece a existência de dois [[continente]]s: [[América do Sul]] e [[América do Norte]], sendo que esta última se subdivide em [[Caribe]], América Central e América do Norte propriamente dita, englobando México, Estados Unidos e Canadá, além das ilhas de [[SaintSão PierrePedro ete MiquelonMiquelão]], [[Bermudas]] e a [[Groenlândia]].<ref name="Enciclopédia Canção Nova"/> As antigas colônias neerlandesas (e, atualmente, países constituintes do [[Reino dos Países Baixos]]) [[Curaçao]], [[Aruba]] e [[São Martinho (Caraíbas)|São Martinho]] não são habitualmente consideradas partes da América Latina, embora sua língua mais falada seja o [[papiamento]], língua de influência ibérica (embora não considerada latina).<ref name="Enciclopédia Canção Nova"/>
 
== Etimologia ==
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Entre 1500 e 1800, os [[Colonização|colonizadores]] que vieram da [[Coroa de Castela]] e do [[Reino de Portugal]] acorreram em grande número para as novas terras.<ref>''[http://escola.britannica.com.br/article/480591/colonizacao-e-exploracao-da-America Colonização e exploração da América]''. In Britannica Escola Online.'' Enciclopédia Escolar Britannica'', 2015. Web, 2015. Acesso em: 31 de março de 2015.</ref> Os proprietários de terras plantavam [[algodão]], [[Fruta de Leite|frutas]] e [[cana-de-açúcar]] na maioria do território que ocuparam, principalmente na [[Região Nordeste do Brasil]], nas [[ilha]]s das [[Antilhas]] e na [[América Central]].<ref name=":0">CARDOSO, C. F. S.; PÉREZ BRIGNOLI, Héctor. ''Historia Económica de America Latina, Volume I - Sistemas agrários e historia colonial''. BARCELONA (Espanha): Editorial Crítica, 1979. v. 1. 232 p.</ref> Grupos de homens agitados que procuravam [[ouro]] e [[prata]] passavam pela grande área do [[México]] até a [[Bolívia]] dos dias de hoje.<ref name=":0" />
 
[[Imagem:NavioNegreiro.gif|thumb|Esquema mostrando como eram transportados escravos em um navio negreiro.]]
 
Por onde percorriam, os [[europeus]] obrigavam que boa parte dos nativos trabalhassem para eles, nos [[Campo (bioma)|campos]], nas [[floresta]]s e nas [[Mina terrestre|minas]].<ref name=":1">{{Harvnb|Enciclopédia Delta Universal}}, p. 423</ref> Trouxeram os primeiros [[Escravidão|escravos]] que vieram da [[África]] para a [[América]] nos primeiros anos do [[século XVI]].<ref>{{citar web|url = http://www.aaregistry.org/historic_events/view/blacks-latin-america-brief-history|título = Blacks in Latin America: a brief history|acessadoem = 31 de março de 2015|publicado = African American Registry|arquivourl = https://web.archive.org/web/20150402140427/http://www.aaregistry.org/historic_events/view/blacks-latin-america-brief-history|arquivodata = 2015-04-02|urlmorta = yes}}</ref> Principalmente, o litoral leste da [[América do Sul]] fornecia uma pequena quantidade de atrativos para os colonizadores.<ref name=":0" /> Uma pequena quantidade de [[indígenas]] habitavam a região e nada restou ouro e prata.<ref name=":0" /> Por isso, o litoral leste continuou quase sem exploração até o início do século XVII, na época em que a fertilidade do solo para a [[lavoura]] e a [[pecuária]] foi verificada pelos europeus.<ref name=":0" />
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O [[Haiti]] se revoltou contra a [[França]], em 1791.<ref>{{citar web|url = http://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao-haitiana.htm|título = Revolução Haitiana|data = 2011|publicado = Mundo Educação|acessodata = 1 de novembro de 2011}}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> Em 1804, o Haiti foi proclamado [[Independência|independente]] e elevado à categoria de [[república]] negra mais antiga das [[Américas]] e do [[mundo]].<ref>{{citar web|url = http://www.brasilescola.com/historia-da-america/independencia-haiti.htm|título = Independência do Haiti|data = 2010|publicado = Brasil Escola|acessodata = 1 de novembro de 2011}}</ref> Um antigo escravo negro, [[Toussaint l'Ouverture]] (1743-1803) foi o mais importante líder haitiano que lutou pela liberdade de seu povo.<ref name="Independências na América Latina e seus desdobramentos" />
 
[[Imagem:Latin_American_independence_countries.PNG|esquerda|thumb|Países latino-americanos por ano de independência.]]
 
A ocorrência de incidentes na [[Europa]] foi a causa das batalhas [[independência|independentistas]] nas colônias localizadas na América Latina.<ref name="Enciclopédia Delta Universal 424">{{citar enciclopédia|ano= 1982|título= América Latina: História: Lutas pela Independência|enciclopédia= Enciclopédia Delta Universal|publicado= Delta |local= Rio de Janeiro|total-páginas= 424|edição= volume 1}}</ref> Os reinos da [[Reino da Espanha|Espanha]] e de [[Reino de Portugal|Portugal]] passavam a entrar em decadência como potências mundiais.<ref name="Enciclopédia Delta Universal 424" /> Em 1808, a derrubada [[Primeiro Império Francês|franco]]-[[Napoleão Bonaparte|napoleônica]] de [[Fernando VII da Espanha]], substituído por seu irmão, [[José Bonaparte]]<ref>{{citar web|url=http://www.arqnet.pt/portal/portugal/invasoes/inv1808.html|data=2010|acessodata=1 de novembro de 2011|publicado=O Portal da História|título=Cronologia das Invansões Francesas: 1808}}</ref> levou os [[hispano-americanos]] a reagirem violentamente.<ref name="Enciclopédia Delta Universal 424" /> Em 1810, exemplificando, a revolta dos [[mexicanos]] foi contrária aos governantes espanhóis de José Bonaparte.<ref name="Independência do México">{{citar web|url = http://educacao.uol.com.br/historia/independencia-do-mexico.jhtm|título = Índios, mestiços e criollos lutam entre si|data = 2011|publicado = UOL Educação|acessodata = 1 de novembro de 2011}}</ref> Os dois líderes da revolta mexicana foram ambos os padres [[Miguel Hidalgo y Costilla]] (1753-1811) e [[José Maria Morelos y Pavón]] (1765-1815).<ref name="Independência do México" /> Também em 1810, [[Chile]] foi declarado independente do [[Reino da Espanha]] pelos grandes fazendeiros do país andino.<ref>{{citar web|url = http://educacao.uol.com.br/historia/independencia-do-chile.jhtm|título = Independência do Chile: Estratégia militar garantiu libertação|data = 2011|publicado = UOL Educação|acessodata = 1 de novembro de 2011}}</ref> Mas perderam das forças espanholas.<ref name="Enciclopédia Delta Universal 424" /> O [[Chile]] foi declarado finalmente independente em 1818, com as forças cujos líderes foram o herói chileno foi [[Bernardo O'Higgins]] (1778-1842) e por San Martin.<ref>{{citar web|url = http://educacao.uol.com.br/historia/independencia-do-chile.jhtm|título = Independência do Chile: Estratégia militar garantiu libertação|data = 2011|publicado = Independência do Chile|acessodata = 1 de novembro de 2011}}</ref>
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[[Imagem:Coffee Plantation.jpg|thumb|left|Café em [[Minas Gerais]]. Em 2018, o Brasil era o maior produtor mundial, com 3,5 milhões de toneladas. A América Latina produz metade do café do mundo.]]
[[Imagem:Rota Alternativa Paraguai - Rio Preto - 2 - panoramio.jpg|thumb|left|Milho em [[Dourados]]. Brasil, Argentina e México estão entre os 10 maiores produtores mundiais]]
[[Imagem:Pergola Vineyard Argentina.jpg|thumb|Plantação de uvas na Argentina. A Argentina e o Chile estão entre os 10 maiores produtores de uvas e vinho do mundo, e o Brasil está entre os 20 maiores.]]
[[Imagem:Pineapple field.jpg|thumb|left|Abacaxi em Veracruz, México. A América Latina produz 35% do abacaxi mundial.]]
[[Imagem:Jaula cultivo salmon chile.jpg|thumb|Criação de salmão no Chile. Um terço de todo o salmão vendido no mundo vem do país.]]
[[Imagem:Perdigao.jpg|thumb|left|Caminhão de uma empresa de carnes no Brasil. A América Latina produz 25% da carne bovina e de frango do mundo.]]
[[Imagem:Brasil - Ametista do Sul - Piedra amatista.jpg|thumb|200px|right|Mina de ametista em [[Ametista do Sul]]. A América Latina é um grande produtor de gemas como ametista, topázio, esmeralda, água-marinha e turmalina.]]
 
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* A Colômbia é um dos 5 maiores produtores mundiais de [[café]], [[abacate]] e [[óleo de palma]], e um dos 10 maiores produtores mundiais de [[cana-de-açúcar]], [[banana]], [[abacaxi]] e [[cacau]];
* [[Peru]] é um dos 5 maiores produtores de [[abacate]], [[mirtilo]], [[alcachofra]] e [[aspargos]], um dos 10 maiores produtores mundiais de [[café]] e [[cacau]], um dos 15 maiores produtores mundiais de [[batatas]] e [[abacaxi]], e também tem uma produção significativa de [[uva]], [[cana-de-açúcar]], [[arroz]], [[banana]], [[milho]] e [[mandioca]]; sua agricultura é notavelmente diversificada;
* A agricultura do [[Paraguai]] está em desenvolvimento, sendo atualmente o sexto maior produtor de [[soja]] do mundo e entrando na lista dos 20 maiores produtores de [[milho]] e [[cana do açúcar]]. <ref> {{Citar web |url=http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/ |titulo=FAOSTAT |acessodata=2021-06-06 |website=www.fao.org}} </ref>
 
Na [[América Central]], destacam-se:
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O [[México]] é o maior produtor mundial de [[abacate]], um dos cinco principais produtores mundiais de [[pimenta]], [[limão]], [[laranja]], [[manga]], [[mamão]], [[morango]], [[toranja]], [[abóbora]] e [[aspargos]], e um dos 10 maiores produtores mundiais de [[cana-de-açúcar]], [[milho]], [[sorgo]], [[feijão]], [[tomate]], [[coco]], [[abacaxi]], [[melão]] e [[mirtilo]].<ref> {{Citar web |url=http://www.fao.org/faostat/es/#data/QC/ |titulo=FAOSTAT |acessodata=2021-06-06 |website=www.fao.org}} </ref>
 
O [[Brasil]] é o maior exportador mundial de [[carne de frango]]: 3,77 milhões de toneladas em 2019.<ref> {{Citar web |url=https://www.aviculturaindustrial.com.br/imprensa/conheca-os-3-paises-que-desafiam-o-brasil-nas-exportacoes-de-frango/20200122-093443-o532 |titulo=Conheça os 3 países que desafiam o Brasil nas exportações de frango |acessodata=2021-06-06 |website=Avicultura Industrial |lingua=portuguese}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Formigoni |primeiro=Ivan |url=https://www.farmnews.com.br/mercado/maiores-exportadores-de-carne-de-frango/ |titulo=Maiores exportadores de carne de frango entre 2015 e 2019 |data=2019-05-30 |acessodata=2021-06-06 |website=Farmnews |lingua=pt-BR}} </ref> O país é dono do segundo rebanho do maior rebanho bovino do mundo, 22,2% do rebanho mundial. O país foi o segundo maior produtor de [[carne bovina]] em 2019, responsável por 15,4% da produção mundial.<ref> {{Citar web |url=https://www.beefpoint.com.br/ibge-rebanho-de-bovinos-tinha-21823-milhoes-de-cabecas-em-2016/ |titulo=IBGE: rebanho de bovinos tinha 218,23 milhões de cabeças em 2016 |acessodata=2021-06-06 |lingua=pt-BR}} </ref> Foi também o terceiro maior produtor de [[leite]] do mundo em 2018. Este ano o país produziu 35,1 bilhões de litros. <ref> [https://agronewsbrazil.com.br/brasil-eo-3o-maior-produtor-de-leite-do-mundo-superando-o-padrao-europeu-em-alguns-municipios/ O Brasil é o 3º maior produtor de leite do mundo, superando o padrão europeu em alguns municípios] </ref> Em 2019, o Brasil era o 4º maior produtor de [[carne de porco]] do mundo, com quase 4 milhões de toneladas.<ref> {{Citar web |ultimo=Formigoni |primeiro=Ivan |url=https://www.farmnews.com.br/mercado/principais-paises-produtores-de-carne-suina/ |titulo=Principais países produtores de carne suína entre 2017 e 2019 |data=2019-07-23 |acessodata=2021-06-06 |website=Farmnews |lingua=pt-BR}} </ref>
 
Em 2018, a [[Argentina]] era o quarto maior produtor de [[carne bovina]] do mundo, com uma produção de 3 milhões de toneladas (atrás apenas dos Estados Unidos, Brasil e China). O [[Uruguai]] também é um grande produtor de carne bovina. Em 2018, produziu 589 mil toneladas.<ref> {{Citar web |url=http://www.fao.org/faostat/en/#data/QL/ |titulo=FAOSTAT |acessodata=2021-06-06 |website=www.fao.org}} </ref>