Linguística histórica: diferenças entre revisões

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Apesar de ambas as definições serem semelhantes, as pesquisas na área da linguística diacrônica não possuem a homogeneidade que teoricamente deveriam ter. Há, por exemplo, aspectos conflitantes em duas análises sobre o problema da relação entre os termos ''pecu'' e ''pecúnia''. Esses termos aparecem em três grandes [[dialeto]]s: no [[indo-iraniano]], no [[línguas germânicas|germânico]] e no [[itálico]], e são alvos de dois estudos (''Vocabulário das Instituições Indo-Européias'' (capítulos 3 e 4) de [[Émile Benveniste]], e ''Ensaio de Semântica'', de [[Michel Bréal]]) cujas conclusões não são convergentes .
 
== Histórico ==
A linguística histórica foi o primeiro ramo da linguística a ser estabelecido em bases sólidas pela pesquisa universitária. Na historiografia linguística de [[língua inglesa]], aponta-se tradicionalmente como data de fundação dessa disciplina o ano de [[1786]], quando o linguista amador [[Sir William Jones]], fez sua famosa proposta em que se apontava a origem comum do [[Língua grega|grego]], do [[latim]] e do [[sânscrito]], e portanto a existência da família linguística das línguas [[indo-européias]], todas descendentes de um único antepassado comum.
 
A linguística histórica desenvolveu-se com vigor durante todo o [[século XIX]], graças sobretudo a linguistas que eram alemães de origem, ou haviam recebido sua formação na Alemanha. A área a que se deu mais atenção foi a linguística comparativa, que se interessava por decidir que línguas tinham uma origem comum (e portanto, que famílias linguísticas existem), por estabelecer mediante um trabalho de reconstrução as propriedades das línguas não documentadas ([[protolínguas]]) e por identificar as várias mudanças que levaram cada uma das línguas antepassadas a fragmentar-se em várias línguas filhas diferentes.
Na última parte do século XIX, um certo número de jovens linguistas decidiram que dispunham de evidência suficiente para declarar que a mudança fônica é invariavelmente regular – isto é, que um determinado som, em um determinado ambiente numa determinada língua sempre muda da mesma forma, sem exceções. É a chamada hipótese neogramática, que acabou constituindo a ortodoxia na área da linguística histórica nos cem anos seguintes, e que se revelou muito proveitosa.
 
No século XX, e especialmente nos últimos anos, houve uma explosão de interesses que levou a considerar os mais diferentes aspectos da mudança linguística. Em particular, os linguistas passaram a pesquisar com afinco os princípios que regem a mudança linguística: o que torna algumas mudanças mais prováveis do que outras? Ficou demonstrado que é possível estudar mudanças que estão em andamento nas línguas contemporâneas, inclusive o [[língua inglesa|inglês]], e esses estudos permitiram levantar toda uma série de fenômenos surpreendentes, muitos dos quais são claramente incompatíveis com a hipótese neogramática. Um ponto chave foi a descoberta de que existe um nexo fundamental entre variação e mudança. A linguística histórica voltou a ser, de novo, uma das áreas mais vivas de toda a linguística.
 
== Análise ==