Cartão telefônico: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
m
Linha 14:
O sistema foi inventado pelo engenheiro [[Nelson Guilherme Bardini]] com a colaboração financeira de [[Dalson Artacho]], entre os anos de [[1972]] e [[2012]], com o nome de "Ficha Eletrônica".
 
Em [[1978]] Dalson Artacho financiou e depositou a primeira patente do invento no [[Instituto Nacional da Propriedade Industrial]] (INPI), antes mesmo que Bardini, o idealizador maior do invento, entrasse para o [[CPqD]] da [[Telecomunicações Brasileiras S/.A.|Telebrás]], em [[Campinas]], que trabalhando em seu laboratório num pequeno quarto de sua casa fabricou de forma totalmente artesanal os primeiros cartões indutivos de leitura estática do mundo. Aliás, algo muito comum a inventos de grande criatividade, ou seja, pequenas ou micro empresas, em geral, longe de grandes centros de pesquisa, e de grandes corporações, origem comum de diversas outras empresas inovadoras, tais como a [[Apple]], [[Hewlett-Packard|HP]], entre outras, que assim como Bardini, também iniciaram suas pesquisas em pequenos laboratórios caseiros, ou mais precisamente na garagem de suas casas, como [[Steve Jobs]] e [[Steve Wozniak]], ou mesmo [[Bill Hewlett]] e [[David Packard]] por exemplo.
 
Posteriormente, já trabalhando na [[Telecomunicações de São Paulo|Telesp]] e em seguida na [[Telecomunicações Brasileiras S/.A.|Telebrás]], Bardini tenta convencer diversos superiores e colegas da aplicação prática no país, de seu invento.
 
Mas, descontente com o aparente desinteresse do CPqD da Telebrás, Bardini desligou-se daquele centro em 1987, passando a trabalhar junto à empresa Signalcard, visando o aprimoramento da tecnologia dos cartões e leitoras indutivas. Já naquele mesmo ano, mais específicamente em novembro de 1987, Bardini juntamente com a empresa Signalcard, empresta para uma outra empresa, a Icatel da capital de SP, um protótipo de telefone público para que a empresa paulistana o expusesse em seu estande na "TELECOM 1987" em Genebra na Suíça, o que acabou chamando enorme atenção, não apenas dos visitantes europeus do evento, mas também de muitos brasileiros, inclusive da Telebrás, que ali também estavam presentes, e que até então, não acreditavam na tecnologia.
Linha 28:
Convencidos que necessitavam lançar um telefone público tecnologicamente superior aos arcaicos aparelhos por fichas, mas preocupados com uma possível ação sobre direitos de propriedade intelectual, representantes da Telebrás forçam uma retomada nas negociações com a Signalcard, agora com um novo argumento: "se não for passada a patente para a Telebrás, o Brasil importará e adotará outra tecnologia."
 
Neste momento, porém, por volta de 1991, a [[Telecomunicações Brasileiras S/.A.|Telebrás]], visando facilitar a negociação, já admitia receber apenas o que lhe parecia imprescindível para não ser processada, ou seja a chamada patente-mãe (número PI7804885) depositada em 1978. Questionada pela Signalcard sobre os outros pedidos de patente em trâmite no [[Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Brasil)|INPI]], a Telebrás argumentou que, pedidos de patente são apenas "expectativa de direito" e que, se concedidas, a Telebrás negociaria oportunamente com a Signalcard.
 
A Signalcard ponderou, mas se viu forçada a aceitar licenciar apenas a patente-mãe à empresa monopolista, mas não os subsequentes pedidos de patentes, que então tramitavam, com bastante lentidão, junto à autarquia federal.
 
A [[Telecomunicações Brasileiras S/.A.|Telebrás]] passa então a combater administrativamente no INPI, as demais patentes e/ou pedidos de patentes em trâmite, obtendo algumas vitórias parciais. Em outros processos de patentes porém, não conseguiu convencer tecnicamente os examinadores do INPI, que entenderam que os pedidos eram plenamente merecedores do privilégio pois melhoravam muito a tecnologia original, concedendo principalmente a PI9107336-7 depositada em 1991, que versava sobre a forma de leitura estática do cartão, permitindo principalmente que a leitora pudesse ter acesso a todos os créditos do cartão, sem a necessidade de ter de ficar introduzindo o mesmo a todo tempo na leitora, e economizando a escassa energia disponível no sistema brasileiro, algo essencial para a forma que se utiliza do mesmo até hoje! O que foi reconhecido pelo INPI, sendo matéria em notícia do jornal Gazeta Mercantil do dia 17 de setembro de 2001, com a manchete, "TELEBRÁS PERDE DISPUTA POR CARTÃO TELEFÔNICO" em cujo texto: '' "muitos documentos descrevem de modo genérico cartões indutivos sem apresentar um detalhamento técnico satisfatório que permita caracterizar antecipação da matéria protegida pela patente em questão diz o INPI em sua decisão, assinada pelo seu presidente José Graça Aranha. A decisão baseia-se em parecer do assistente de pesquisa da Divisão de Patente de física, eletrônica e eletricidade (Difele), Antônio Carlos Souza de Abrantes, que analisou ainda outras patentes de cartões telefônicos expedidas em diversas partes do mundo, apontadas pela Telebrás."'' E tudo isto apesar de notória e fortíssima pressão política, a que se tem notícia sobre aquela autarquia federal. É importante ressaltar, que embora seja muito comum a alegação de nulidade da patente ou marca por parte de empresas que sejam processadas por infringência de propriedade intelectual, questionando portanto a legalidade da concessão por parte da autarquia, o INPI brasileiro é tido por instituições internacionais especializadas na matéria, como um dos mais rigorosos neste tipo de exame, como se constata em uma matéria do jornal ''Folha de S. Paulo'' de 6 de março de 2012 cujo texto diz: "(''...)apesar de criticar a lentidão do INPI, a Thompson Reuters afirma que parte do atraso vem do fato de o Brasil ser seletivo ao analisar os pedidos. Enquanto na China e na India o índice de aprovação de patentes gira em torno de 20%, no Brasil a taxa é de 2%, um sinal de que a inovação brasileira está mais madura que nos outros gigantes emergentes".'' A seu turno, a Signalcard passou também a questionar administrativamente junto ao INPI, diversos pedidos de patentes de propriedade da Telebrás,que vinha tentando recuperar o tempo perdido da época em que não acreditava na tecnologia do cartão indutivo brasileiro, conseguindo também algum sucesso sobre a sucessora da Telebrás a agora não mais estatal fundação CPqD.
 
Concluído o licenciamento, já em 1992, durante o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, foi apresentado o primeiro telefone público brasileiro, que foi oficialmente implantado na [[ECO-92]], a Conferência Mundial da ONU sobre o meio ambiente, em Junho do mesmo ano.