Juscelino Kubitschek: diferenças entre revisões

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=== Educação e início de carreira ===
[[Imagem:Juscelino Kubitschek em 1927.jpg|thumb|upright|Juscelino na época de sua formatura em medicina, em 1927.]]
 
Em 1914, Juscelino terminou o curso primário.{{sfn|Jatobá|2005|p=34}} Pagando uma mensalidade, foi estudar no seminário [[diocese|diocesano]] de Diamantina, dirigido por padres lazaristas.{{sfn|Jatobá|2005|p=34-36}}{{sfn|Heliodoro|1991|p=61}} No seminário, teve de usar batina como os demais, seguindo os estudos num regime severo, levantando às cinco horas da manhã e indo dormir às oito horas da noite.{{sfn|Jatobá|2005|p=37}} Nos estudos, ia razoavelmente bem, com exceção da disciplina de [[Aritmética]] na qual tinha dificuldades.{{sfn|Jatobá|2005|p=40}} Segundo o historiador [[Francisco de Assis Barbosa]], Juscelino era um menino "como outro qualquer, incapaz de despertar inveja ou inimizades devido à sua condição econômica humilde e por seu temperamento brincalhão e avesso a discussões e intrigas."{{sfn|Jatobá|2005|p=41}} Como não conseguiria sair da cidade para ir estudar em [[Belo Horizonte]] por ser menor de idade, dedicou-se a estudar sozinho, conseguindo a ajuda de alguns professores. Teve cursos de [[língua inglesa]] com um professor chamado José e [[língua francesa]] com a professora Madame Louise.{{sfn|Couto|2011|p=46}}
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=== Revolução Constitucionalista ===
[[Ficheiro:Revolução Constitucionalista de 1932 - Dr. Bayard Lucas de Lima, Dr. Cristóvão Miranda e Juscelino Kubitschek no P. C. Lerí, nas proximidade de Tunel.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Dr. Bayard Lucas de Lima, Dr. Cristóvão Miranda e Juscelino Kubitschek no P. C. Lerí, nas proximidade de Túnel]]
Em julho de 1932, irrompeu a [[Revolução Constitucionalista de 1932|Revolução Constitucionalista]], um conflito entre [[São Paulo (estado)|São Paulo]] e o [[Era Vargas|Governo Vargas]]. Enquanto os paulistas rebelavam-se contra Vargas, os mineiros organizavam-se para defender o presidente.{{sfn|Couto|2011|p=57}} Neste contexto, Juscelino foi convocado pelo comando geral para atuar como médico das tropas mineiras que lutavam contra os paulistas na [[Serra da Mantiqueira]].{{sfn|Jatobá|2005|p=103-104}}{{sfn|Heliodoro|1991|p=69}} Instalado em [[Passa Quatro]], JK começou a atender, de forma improvisada, feridos nas batalhas. Mais tarde, relembrou:
<blockquote>"Nunca pude me esquecer daquele espetáculo. Começaram a descer feridos. Uns tinham a farda ensanguentada, mas ainda caminhavam. Outros, sustentados pelos padioleiros, gemiam, com a roupa estraçalhada, deixando ver ferimentos de estilhaços de granada nas partes expostas. Muitos deixavam-se levar, inertes, os braços caídos e a fisionomia contraída pela dor. Alguns já se encontravam em agonia. Intermitentemente, faziam-se ouvir as peças de grosso calibre, canhões e morteiros. As granadas, explodindo a intervalos, davam-me impressão tão estranha quanto sinistra. Faziam-me
pensar, estourando de um extremo a outro, que o Anjo da Morte distendia um imenso sudário para amortalhar a Mantiqueira."{{sfn|Couto|2011|p=57}}</blockquote>
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== Início da carreira política ==
[[Imagem:Juscelino Kubitschek em 1934.jpg|thumb|175px|upright|Juscelino nos anos 1930.]]
 
Em 1933, com a morte de Olegário Maciel, o presidente Vargas nomeou [[Benedito Valadares]] para o cargo.{{sfn|Couto|2011|p=61}} Valadares e Juscelino tornaram-se amigos após a campanha eleitoral de 1932, e o novo interventor federal nomeou Juscelino para ocupar o cargo de chefe de gabinete.{{sfn|Couto|2011|p=63}}{{sfn|Jatobá|2005|p=117}} Ele inicialmente não aceitou o convite, dizendo pessoalmente a Valadares que não iria deixar sua profissão e que não tinha objetivos políticos. Valadares, no entanto, insistiu, indo até o hospital militar onde JK estava trabalhando e anunciando, durante homenagem a Maciel, que havia escolhido-o para compor seu gabinete.{{sfn|Couto|2011|p=64}} JK contou que foi nomeado por "{{dic|imposição}}". No cargo, cuidava da agenda de Valadares e resolvia vários problemas conversando com as autoridades.{{sfn|Jatobá|2005|p=117}}{{sfn|Couto|2011|p=65-66}} Em [[Diamantina]], por exemplo, conseguiu abrir estradas e preservar edifícios históricos.{{sfn|Jatobá|2005|p=118}} Nessa época, construiu a sua primeira obra pública: uma ponte sobre o [[Ribeirão do Inferno]], ligando Diamantina à cidade de [[Rio Vermelho (Minas Gerais)|Rio Vermelho]].{{sfn|Jatobá|2005|p=118}} Durante o período em que desempenhou a função, JK não desativou seu consultório, mas desistiu de desenvolver a tese que pretendia utilizar para candidatar-se a uma cátedra na Faculdade de Medicina.<ref>{{citar web |url=http://www.projetomemoria.art.br/JK/biografia/2_secretario.html |titulo=Secretário de governo |publicado=Projeto Memória |data= |acessodata=28 de abril de 2017}}</ref>
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=== Deputado federal pela segunda vez ===
Após a saída da Prefeitura de Belo Horizonte, decidiu entrar definitivamente na política. Engajou-se na criação do Partido Social Democrático de Minas Gerais, fundado por políticos ligados a Valadares.{{sfn|Couto|2011|p=85}} Nas [[Eleições estaduais em Minas Gerais em 1945|eleições gerais de dezembro de 1945]] foi eleito deputado federal para a [[Assembleia Nacional Constituinte]] pelo Partido Social Democrático (PSD), ficando em terceiro lugar. Pelo estado de Minas Gerais, elegeram-se também entre outros vinte deputados, entre eles [[Tancredo Neves]], [[José Maria Alkmim]], [[Gustavo Capanema]] e Valadares. Juscelino, juntamente com a esposa e a filha Márcia, foi morar na capital federal, mais especificamente em [[Copacabana]].{{sfn|Jatobá|2005|p=124}} Em 5 de fevereiro de 1946, foi empossado deputado federal no [[Palácio Tiradentes]].{{sfn|Couto|2011|p=91}}<ref name="Deputado federal">{{Citar web |url=https://jk.cpdoc.fgv.br/trajetoria-de-vida/07-de-volta-camara-deputados-1946-1950 |título=07. De Volta à Câmara dos Deputados (1946 - 1950) |publicado=Fundação Getúlio Vargas |data= |acessodata=18 fevereiro de 2009}}</ref>
 
Em seu segundo mandato como deputado federal, JK integrou a Comissão de Transportes e Comunicações, defendeu a transferência da capital federal para o [[Triângulo Mineiro]], e discursou sobre a necessidade de se construir casas populares e de se realizar uma política de conteúdo social, tendo em vista elevar o padrão de vida das pessoas.{{sfn|Couto|2011|p=92}}{{sfn|Jatobá|2005|p=125}} Ele destacou-se por sua oratória e seus discursos mais importantes, com as frases que ficaram famosas, como "Deus me poupou o sentimento do medo", foram escritos pelo poeta carioca [[Augusto Frederico Schmidt]];{{sfn|Chagas|1994|p=}} destacou-se, também, por sua atuação na chamada "política de bastidores", nome dado para as articulações políticas bem trabalhadas, típica de seu segundo partido político.{{sfn|Falcão|1989|p=}}{{sfn|Sodré|1960|p=}}<ref name="Deputado federal" />
 
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== Governador de Minas Gerais ==
[[Imagem:Milton campos passa cargo a JK 1951.jpg|thumb|O governador [[Milton Campos]] transmite o cargo a JK, em 31 de janeiro de 1951.]]
 
No início da década de 1950, o PSD mineiro encontrava-se dividido entre as alas lideradas por Bia Fortes e JK; ambos mantinham o desejo de ser candidato ao governo estadual na [[Eleições estaduais em Minas Gerais em 1950|eleição de 1950]].{{sfn|Couto|2011|p=97}} Em 22 de julho de 1950, o PSD realizou sua convenção, com a comissão executiva, composta por 23 membros, sendo a encarregada pela escolha do candidato.{{sfn|Couto|2011|p=97}}<ref name="Governador de Minas Gerais">{{Citar web |url=http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2006/02/17/447861/iografia-do-presidente-juscelino-kubitschek.html |título=Biografia do presidente Juscelino Kubitschek |publicado=Universia |data=17 de fevereiro de 2006 |acessodata=17 de fevereiro de 2009}}</ref> JK acabou sendo o candidato do partido, vencendo a disputa por três votos; posteriormente, Tancredo recordou: "até hoje é um sigilo. Não se sabe quem votou em Juscelino, nem quem votou em Bias Fortes."{{sfn|Couto|2011|p=98}} JK contou, ainda, com o apoio do [[Partido Republicano (Brasil)|PR]], [[Partido Trabalhista Nacional|PTN]], [[Partido Social Progressista (1946)|PSP]] e [[Partido Social Trabalhista (1946)|PST]].{{sfn|Couto|2011|p=98}} No decorrer da campanha, percorreu 168 municípios.{{sfn|Couto|2011|p=99}} Ironicamente, o outro candidato era o seu {{dic|concunhado}} [[Gabriel Passos]] ([[Partido Democrata Cristão (1945-1965)|PDC]]-[[União Democrática Nacional|UDN]]), casado com a irmã de sua esposa.{{sfn|Couto|2011|p=98}}
 
Minas Gerais não tinha produção de energia elétrica suficiente e nem estradas, por isso sua estratégia se baseou no binômio "Energia e Transporte", sugerido pelo reitor da Universidade do Brasil, [[Pedro Calmon]].{{sfn|Jatobá|2005|p=130}} Apurados os resultados, JK foi eleito governador com 714 mil votos (56,7%), contra 544 mil votos (43,2%) de Gabriel. Pela mesma coalizão de JK, foi eleito para vice [[Clóvis Salgado da Gama]] com 676 mil votos (56,5%), derrotando [[Pedro Aleixo]]. A disputa pelo Senado foi vencida por [[Artur Bernardes Filho]], também filiado ao PSD.<ref>{{Citar web|url=http://www.tre-mg.jus.br/eleicoes/eleicoes_anteriores/gov_50.htm|título=Resultados da eleição para Governador de Minas em 1950|publicado=Tribunal Regional Eleitoral-Minas Gerais|data=|acessodata=30 de maio de 2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120624011221/http://www.tre-mg.jus.br/eleicoes/eleicoes_anteriores/gov_50.htm#|arquivodata=24 de junho de 2012|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://jk.cpdoc.fgv.br/trajetoria-de-vida/08-campanha-presidencial-de-1950 |título=08. A Campanha Presidencial de 1950 |publicado=Fundação Getúlio Vargas |data= |acessodata=17 de fevereiro de 2009}}</ref>
 
[[Imagem:Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek na década de 1950 (cropped).jpg|thumb|JK e o presidente Getúlio Vargas, na década de 1950.]]
 
JK assumiu o cargo em 31 de janeiro de 1951, tornando-se o 24º governador do estado.{{sfn|Couto|2011|p=103}} Como governador, criou a [[Companhia Energética de Minas Gerais]] (CEMIG) em 1952 e construiu cinco [[usina hidrelétrica|usinas hidrelétricas]], triplicando o poder energético estadual.{{sfn|Couto|2011|p=111}} Com a eletrificação foi possível estimular a industrialização, e assim pôde ser instalado em agosto de 1954 um conjunto de produção metalúrgica na [[região metropolitana de Belo Horizonte]], a [[Mannesmann]], uma siderúrgica alemã que possibilitou a concretização de seus planos: tirar o estado da situação "agropastoril".{{sfn|Couto|2011|p=103}} Foram construídos mais de três mil quilômetros de estradas, 251 pontes e mais de 160 centros de saúde.{{sfn|Couto|2011|p=103}} Quando tomou posse, havia 680 mil alunos matriculados na escola primária, índice que saltou para 1,1 milhão de alunos no final do governo.{{sfn|Couto|2011|p=103}}<ref name="Governador de Minas Gerais" /> Uma grande dificuldade que enfrentou como governador foi uma revolta ocorrida em [[Uberaba]], em 1952, contra os elevados impostos estaduais, que causou prejuízos milionários.<ref>{{Citar web |url=https://www.nytimes.com/1952/04/26/archives/reds-lead-brazil-tax-riot-spree-that-causes-damage-of-6000000.html |título=Reds Lead Brazil Tax Riot Spree That Causes Damage of $6,000,000; Income Tax Office and Other Buildings Are Wrecked in Minas Geraes Town |publicado=The New York Times |autor=Sam Pope Brewer |data=26 de abril de 1952 |acessodata=17 de fevereiro de 2019}}</ref>
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{{artigo principal|Eleição presidencial brasileira de 1955}}
[[Ficheiro:Juscelino Kubitschek e fotografia da família presidencial na revista O Cruzeiro 4 de fevereiro de 1956.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Numa fotografia da família presidencial na revista [[O Cruzeiro (revista)|O Cruzeiro]], edição de 4 de fevereiro de 1956.]]
[[Ficheiro:Cédula presidencial brasileira de 1955.png|thumb|200px|right|Primeira cédula eleitoral oficial, com candidatos a presidente e vice.]]
Através de uma aliança política formada por seis partidos, Juscelino foi eleito [[Presidente do Brasil|Presidente da República]] em 3 de outubro de 1955, com 35,68% dos votos válidos, a menor votação de todos os presidentes eleitos de 1945 a 1960.
 
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== Presidente do Brasil ==
{{AP|Governo Juscelino Kubitschek}}
[[Ficheiro:Coat of Arms of Juscelino Kubitschek (Order of Isabella the Catholic).svg|thumb|246x246px|right|O Brasão presidencial de Kubitschek composto com as condecorações que o mesmo recebeu, de diferentes países, como chefe de estado.]]
[[Ficheiro:Posse de Juscelino Kubitschek como Presidente da República e de João Goulart como Vice.tif|miniaturadaimagem|203x203px|Posse de Juscelino Kubitschek como Presidente da República e de João Goulart como Vice, 1956. [[Arquivo Nacional (Brasil)|Arquivo Nacional]].]]
Juscelino foi o último [[presidente do Brasil|presidente da República]] a assumir o cargo no [[Palácio do Catete]]. Foi empossado em 31 de janeiro de 1956, e governou por cinco anos, até 31 de janeiro de 1961. Seu vice-presidente, eleito também em 3 de outubro de 1955, foi [[João Goulart]]. Não havia reeleição naquela época. Foi o primeiro presidente civil desde [[Artur Bernardes]] a cumprir integralmente seu mandato. Juscelino Kubitschek empolgou o país com seu ''slogan'' "''Cinquenta anos em cinco''", conseguiu {{dic|encetar}} um processo de rápida industrialização, tendo como carro-chefe a [[Indústria automobilística no Brasil|indústria automobilística]]. Houve, no seu governo, um forte crescimento econômico, porém, houve também um significativo aumento das dívidas públicas [[Dívida interna|interna]] e [[Dívida externa|externa]], bem como da [[inflação]] nos governos seguintes de [[Jânio Quadros]] e João Goulart.<ref name="UOL - Educação"/> Os anos de seu governo são lembrados como "''Os Anos Dourados''", coincidindo com a fase de prosperidade norte-americana conhecida como "''The Great American Celebration''", que se caracterizou pela baixa inflação, elevadas taxas de crescimento da economia e do padrão de vida dos norte-americanos.
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| [[Lista de ministros da Aeronáutica do Brasil|Aeronáutica]]
| [[Vasco Alves Seco]]<br />[[Henrique Fleiuss (militar)|Henrique Fleiuss]]<br />[[Francisco de Assis Correia de Melo]]
| [[31 de janeiro]] de [[1956]] — [[20 de março]] de [[1956]]<br />[[20 de março]] de [[1956]] — [[30 de julho]] de [[1957]]<br />[[30 de julho]] de [[1957]] — [[31 de janeiro]] de [[1961]]
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| [[Lista de ministros da Agricultura do Brasil|Agricultura]]
| [[Ernesto Dornelles]]<br />[[José Parsifal Barroso]]<br />[[Mário Meneghetti]]<br />[[Paulo Fróes da Cruz]] (interino)<br />[[Fernando Nóbrega]]<br />[[Antônio de Barros Carvalho]]
| [[31 de janeiro]] de [[1956]] — [[30 de setembro]] de [[1956]] <br />[[30 de setembro]] de [[1956]] — [[3 de outubro]] de [[1956]]<br />[[3 de outubro]] de [[1956]] — [[5 de abril]] de [[1960]]<br />[[1 de agosto]] de [[1958]] — [[31 de agosto]] de [[1958]]<br />[[6 de abril]] de [[1960]] — [[6 de junho]] de [[1960]]<br />[[6 de junho]] de [[1960]] — [[30 de janeiro]] de [[1961]]
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| [[Lista de ministros da Educação do Brasil|Educação e Cultura]]
| [[Clóvis Salgado da Gama]]<br />[[Celso Brant]] (interino)<br />[[Nereu Ramos]] (interino)<br />[[Clóvis Salgado da Gama]]<br />[[Pedro Calmon]]<br />[[José Pedro Ferreira da Costa]] (interino)<br />[[Pedro Paulo Penido]]<br />[[Clóvis Salgado da Gama]]
| [[31 de janeiro]] de [[1956]] — [[30 de abril]] de [[1956]]<br />[[30 de abril]] de [[1956]] — [[2 de outubro]] de [[1956]]<br /> [[3 de outubro]] de [[1956]] — [[4 de novembro]] de [[1956]]<br />[[4 de novembro]] de [[1956]] — [[18 de junho]] de [[1959]]<br />[[18 de junho]] de [[1959]] — [[16 de junho]] de [[1960]]<br />[[17 de junho]] de [[1960]] — [[24 de junho]] de [[1960]]<br />[[1 de julho]] de [[1960]] — [[17 de outubro]] de [[1960]]<br />[[18 de outubro]] de [[1960]] — [[31 de janeiro]] de [[1961]]
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| [[Lista de ministros da Fazenda do Brasil|Fazenda]]
| [[José Maria Alkmin]]<br />[[Sebastião Pais de Almeida]] (interino)<br />[[João de Oliveira Castro Viana Júnior]] (interino)<br />[[Lucas Lopes]]<br />[[Sebastião Pais de Almeida]] (interino)<br />[[Sebastião Pais de Almeida]]<br />[[Maurício Chagas Bicalho]] (interino)<br />[[Antônio Carlos Barcellos]] (interino)
|[[1 de Fevereiro]] de [[1956]] — [[24 de Junho]] de [[1958]]<br />[[19 de Setembro]] de [[1956]] — [[26 de Outubro]] de [[1956]]<br />[[15 de Agosto]] de [[1957]] — [[9 de Outubro]] de [[1957]]<br />[[25 de Junho]] de [[1958]] — [[3 de Junho]] de [[1959]]<br />[[28 de Novembro]] de [[1958]] — [[3 de Junho]] de [[1959]]<br />[[4 de Junho]] de [[1959]] — [[31 de Janeiro]] de [[1961]]<br />[[19 de Setembro]] de [[1959]] — [[15 de Junho]] de [[1960]]<br />[[19 de Setembro]] de [[1960]] — [[29 de Novembro]] de [[1960]]
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| [[Lista de ministros do Exército do Brasil|Guerra]]
| [[Henrique Teixeira Lott]]<br />[[Odílio Denys]]
| [[31 de janeiro]] de [[1956]] — [[15 de fevereiro]] de [[1960]]<br />[[15 de fevereiro]] de [[1960]] — [[31 de janeiro]] de [[1961]]
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| [[Lista de ministros da Justiça do Brasil|Justiça e Negócios Interiores]]
| [[Nereu Ramos]]<br />[[Eurico de Aguiar Sales]]<br />[[Carlos Cirilo Júnior]]<br />[[Armando Falcão]]
| [[31 de janeiro]] de [[1956]] — [[4 de novembro]] de [[1957]]<br />[[4 de novembro]] de [[1957]] — [[8 de julho]] de [[1958]]<br />[[8 de julho]] de [[1958]] — [[31 de julho]] de [[1959]]<br />[[31 de julho]] de [[1959]] — [[31 de janeiro]] de [[1961]]
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| [[Lista de ministros da Marinha do Brasil|Marinha]]
| [[Antônio Alves Câmara Júnior]]<br />[[Jorge do Paço Matoso Maia]]
| [[31 de janeiro]] de [[1956]] — [[19 de agosto]] de [[1958]]<br />[[19 de agosto]] de [[1958]] — [[3 de janeiro]] de [[1961]]
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| [[Lista de ministros das Relações Exteriores do Brasil|Relações Exteriores]]
| [[José Carlos de Macedo Soares]]<br />[[Francisco Negrão de Lima]]<br />[[Horácio Lafer]]
| [[31 de janeiro]] de [[1956]] — [[4 de julho]] de [[1958]]<br />[[4 de julho]] de [[1958]] — [[30 de agosto]] de [[1959]]<br />[[30 de agosto]] de [[1959]] — [[31 de janeiro]] de [[1961]]
Linha 227:
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| [[Lista de ministros da Saúde do Brasil|Saúde]]
| [[Maurício Campos de Medeiros]]<br />[[Mário Pinotti]]<br />[[Pedro Paulo Penido]]<br />[[Armando Falcão]]
| [[31 de janeiro]] de [[1956]] — [[2 de julho]] de [[1958]]<br />[[3 de julho]] de [[1958]] — [[31 de julho]] de [[1960]]<br />[[1 de agosto]] de [[1960]] — [[31 de dezembro]] de [[1960]]<br />[[1 de janeiro]] de [[1961]] — [[2 de fevereiro]] de [[1961]]
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| [[Lista de ministros dos Transportes do Brasil|Viação e Obras Públicas]]
| [[Lúcio Martins Meira]]<br />[[Ernani do Amaral Peixoto]]
| [[31 de janeiro]] de [[1956]] — [[28 de julho]] de [[1959]]<br />[[28 de julho]] de [[1959]] — [[31 de janeiro]] de [[1961]]
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=== A convivência democrática ===
[[Ficheiro:Memorial JK 1.JPG|200px|thumb|direita|[[Memorial JK]], museu em homenagem ao presidente.]]
[[Ficheiro:Juscelino Kubitschek Bridge Photo by Sascha Grabow.jpg|thumb|200px|right|Ponte Juscelino Kubitschek.]]
 
Outro fato importante do governo de JK foi a manutenção do regime democrático e da estabilidade política, que gerou um clima de confiança e de esperança no futuro entre os brasileiros. Teve grande habilidade política para conciliar os diversos setores da sociedade brasileira, mostrando-lhes as vantagens de cada setor dentro da estratégia de desenvolvimento de seu governo.
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=== Construção de Brasília ===
A construção de Brasília foi um dos fatos mais marcantes da história brasileira, e da política de JK no seu mandato de cinco anos como presidente, sendo uma das maiores obras do [[século XX]]. A ideia de construir uma nova capital no centro geográfico do País estava prevista na [[Constituição de 1891]], na [[Constituição de 1934]] e na [[Constituição de 1946]], mas foi adiada sua construção por todos os governos brasileiros desde 1891.
[[FileImagem:Discurso do presidente da República, Juscelino Kubitschek, saudando os brasileiros após a instalação do governo federal em Brasília, em A Voz do Brasil.wav|thumb|Discurso de Juscelino Kubitschek, durante a instalação do governo federal em Brasília, em 25 de abril de 1960.]]
A promessa de construir Brasília foi feita por JK, no dia 4 de abril de 1955, em um [[comício]] em [[Jataí (Goiás)|Jataí]], no estado de [[Goiás]] quando, no final do comício, JK resolveu ouvir perguntas de populares e o estudante para [[tabelião]] Antônio Soares Neto, o ''Toniquinho'', perguntou a JK se este iria cumprir toda a constituição do Brasil de [[1946]], inclusive o artigo referente a nova capital.<ref name="CHAGAS, Carmo 1994"/><ref>KUBITSCHEK, ''Juscelino, Por Que Construí Brasília''?, Editora Bloch, 1975</ref><ref>{{Citar web|url=http://www2.senado.gov.br/bdsf/bitstream/id/70293/3/0657233%20Juscelino.pdf|título=Juscelino Kubitschek - Especial de 100 anos|publicado=Senado Federal do Brasil|data=dezembro de 2002|acessodata=3/6/2012|formato=PDF}}</ref>
 
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Este estilo de vida foi criado nos Estados Unidos e recebeu o nome de ''[[American way of life]]'', (estilo de vida americano) e, por conta da influência norte-americana durante e após a [[Segunda Guerra Mundial]], espalhou-se pelo mundo.
 
[[Ficheiro:Placa-da-Torre-Brasília-1960.JPG|thumb|esquerda|220px|Placa homenageando JK.]]
 
Enquanto tudo isso se consolidava, os meios de comunicações e de diversões se ampliavam. Eram emissoras de rádios que através das ondas curtas chegavam a grande parte do interior do Brasil, revistas como [[Seleções]] e [[O Cruzeiro (revista)|O Cruzeiro]], jornais, [[radionovela]]s, o teatro de revista, programas radiofônicos de musicais e os humorísticos, o radiojornal [[Repórter Esso]] e as comédias e as chanchadas da [[Atlântida Cinematográfica]] do Rio de Janeiro. O [[cinema brasileiro]] teve sua fase dourada, nos anos 1950, com a [[Companhia Cinematográfica Vera Cruz]], de São Paulo, e a premiação do filme ''[[O Cangaceiro]]'', no exterior, em [[1953]].
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====O edifício Ciamar====
O consórcio de empreiteiras (Sotege-Rabello) seria responsável pela construção do edifício Ciamar, onde JK teria ganho um apartamento e também por benfeitorias feitas num terreno que o governo [[paraguai]]o doara a Juscelino na região de [[Foz do Iguaçu]]. O dono do apartamento, [[Sebastião Paes de Almeida]], amigo de JK e ex-[[Lista de ministros da Fazenda do Brasil|ministro da Fazenda]], foi considerado um "[[laranja (indivíduo)|laranja]]" de Juscelino. O então chefe do Gabinete de Segurança Institucional e futuro [[presidente da república]], &nbsp;[[Ernesto Geisel]], acompanhou o processo pessoalmente. A denúncia foi arquivada em [[1968]] por falta de provas. Atualmente, o edifício Ciamar chama-se "JK" e está localizado no [[Leblon]]. Avalia-se que tal escândalo influenciou diretamente a eleição de &nbsp;[[Jânio Quadros]] e até mesmo na [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|tomada de poder pelos militares]].<ref>{{citar web|URL=http://noblat.oglobo.globo.com/geral/noticia/2016/02/jk-na-vieira-souto-e-lula-no-guaruja.html|título=JK na Vieira Souto e Lula no Guarujá|publicado=[[O Globo]]}}</ref><ref>{{citar web|URL=https://www.esmaelmorais.com.br|título=Antes de Lula, JK e Getúlio foram massacrados pela mídia por corrupção que nunca houve|primeiro=Esmael|último=Moraes|publicado=Blog do Esmael|data=28 de janeiro de 2018|acessodata=10 de fevereiro de 2019}}</ref><ref>{{citar web|URL=https://br.noticias.yahoo.com/jk-ou-lula-presidentes-condenados-por-triplex-153704302.html|título=JK ou Lula? Presidentes condenados por triplex|publicado=[[Yahoo]]|data=25 de janeiro de 2018|acessodata=10 de fevereiro de 2019}}</ref>
 
===Escândalo sexual===
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[[Ficheiro:Crypt - Memorial JK - DSC00409.JPG|miniatura|Túmulo de JK no [[Memorial JK]]]]
 
Faleceu em 22 de agosto de 1976, durante viagem de carro na [[Rodovia Presidente Dutra]].<ref name=":0">[{{citar web |url=http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2013/12/juscelino-kubitschek-foi-assassinado-conclui-comissao-da-verdade-de-sao-paulo-7241.html |titulo=Juscelino Kubitschek foi assassinado, conclui Comissão da Verdade de São Paulo] RBA, |data=9/12/ de dezembro de 2013 |website=RBA |urlmorta=sim |wayb=20160423125155}}</ref> Segundo as autoridades de então, teria sido um mero acidente automobilístico, no antigo quilômetro 165 (atual 328) da Rodovia Presidente Dutra, na altura da cidade [[Rio de Janeiro (estado)|fluminense]] de [[Resende (Rio de Janeiro)|Resende]].
 
O automóvel em que viajava, um [[Chevrolet Opala]],<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL309194-9658,00-OPALA+FOI+ASTRO+NO+CINEMA+E+PIVO+DE+UMA+TRAGEDIA.html |publicado=[[G1]] |obra= |autor= |título=Opala foi astro no cinema e pivô de uma tragédia|data= |acessodata= }}</ref> colidiu violentamente com uma carreta carregada de gesso, tendo também seu motorista e amigo Geraldo Ribeiro, morto no acidente. O local do acidente ficou conhecido como "''Curva do JK''", antes conhecido como "Curva do Açougue". Mais de trezentas mil pessoas assistiram ao seu funeral em Brasília, onde a multidão cantou a música que o identificava: ''Peixe Vivo''. Seus restos mortais repousam no [[Memorial JK]], construído em 1981, na capital federal do Brasil, Brasília, por ele fundada.
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{{quote2|Por mais que se exercite a imaginação e a criatividade, não se consegue encontrar um argumento sólido, balizado, lógico e técnico que possa apoiar a tese de assassinato... Os menores detalhes não passaram despercebidos. Investigamos todas as dúvidas, todas as suspeitas. À medida que as questões foram sendo esclarecidas e respondidas, a conclusão foi-se impondo inexoravelmente. Ao final destes trabalhos, não restam mais dúvidas de que a morte de Juscelino Kubitscheck foi causada por um acidente automobilístico, sem qualquer resquício da consumação de um assassinato encomendado.<ref>[http://oglobo.globo.com/opiniao/a-morte-de-jk-acidente-a-farsa-11086283 A morte de JK: o acidente e a farsa] O Globo, 17/12/2013</ref>}}
 
Em [[2012]], a [[Comissão Nacional da Verdade]], que analisa os crimes políticos ocorridos entre 1946 e 1988, decidiu analisar o inquérito sobre a morte de Juscelino.<ref>[http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,comissao-da-verdade-analisa-inquerito-sobre-morte-de-jk,949313,0.htm Comissão da Verdade analisa inquérito sobre morte de JK] O Estado de S. Paulo, 22/10/2012</ref> Finalmente, em 9 de dezembro de 2013, a Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, da cidade de São Paulo, anunciou que o ex-presidente na realidade foi assassinado.<ref name=":0" /><ref>{{Citar web |url=https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/12/09/comissao-municipal-da-verdade-de-sao-paulo-conclui-que-jk-foi-morto-pela-ditadura.htm |titulo=Comissão Municipal da Verdade de São Paulo conclui que JK foi morto pela ditadura |acessodata=2021-08-31 |website=noticias.uol.com.br |lingua=pt-br}}</ref> Em 22 de abril de 2014, a Comissão Nacional da Verdade, concluiu que a morte de JK foi acidental.<ref>[http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2014/04/22/comissao-nacional-da-verdade-conclui-que-jk-nao-foi-morto-pela-ditadura.htm Morte de JK foi acidental, conclui Comissão Nacional da Verdade] Uol Notícias, 22/4/2014</ref>
 
== Representações na cultura e homenagens ==
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Foi criada a "''Comenda JK''", também conhecida como a "Jóia de JK" (cravejada com 22 rubis e cinco esmeraldas) durante as comemorações de seus cem anos. No [[Palácio da Alvorada]], o presidente [[Fernando Henrique Cardoso]] recebeu a primeira peça das mãos de uma das filhas de JK, e do Comendador Regino Barros, Grão Mestre da Soberana Ordem do Mérito do Empreendedor JK, e presidente do CICESP, Centro de Integração Cultural e Empresarial de São Paulo, considerada a mais alta condecoração da Sociedade Brasileira.
 
Em 1986, no décimo aniversário de morte de Juscelino Kubitschek, o compositor [[Claudio Santoro|Cláudio Santoro]] escreveu, por encomenda do então Governador do Distrito Federal [[José Aparecido de Oliveira]], a obra ''Réquiem para JK'', baseada no texto rito fúnebre católico. A obra foi estreada no Teatro Nacional de Brasília em 4 de outubro de 1986, com o Coro e a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília sob a regência do compositor .<ref>{{Citar web |url=http://claudiosantoro.art.br/Santoro/13.html |titulo=Claudio Santoro (1919-1989), compositor brasileiro / site oficial |acessodata=2021-02-23 |website=claudiosantoro.art.br}}</ref>.
 
A [[Rodovia Juscelino Kubitschek]] que liga Brasília à cidade Rio de Janeiro, o [[Aeroporto Internacional de Brasília]], a [[Rodovia Presidente Juscelino Kubitschek]] que compreende o trecho da [[BR-020]] entre [[Formosa (Goiás)|Formosa]] e [[Fortaleza]], e as cidades de [[Presidente Juscelino (Minas Gerais)]], [[Presidente Kubitschek]] (Minas Gerais) e [[Presidente Juscelino (Maranhão)]] foram nomeadas em sua homenagem.
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at:1933 text:Nomeado interventor federal em Minas Gerais
 
at:1934 text:Eleito deputado federal
 
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}}
{{Caixa de sucessão
|título={{nowrap|[[Ficheiro:Coat of arms of Brazil.svg|30px|Brasil.]] <br>[[Lista de presidentes do Brasil|21º Presidente do Brasil]]}}
|anos=[[1956]] — [[1961]]
|antes=[[Nereu Ramos]]