Amália Rodrigues: diferenças entre revisões

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| assinatura = [[Imagem:Rodrigues Amalia.gif|200px]]
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'''Amália da Piedade Rebordão Rodrigues''' <small>[[Ordem Militar de Sant’Iago da Espada|GCSE]] • [[Ordem do Infante D. Henrique |GCIH]]</small> (Lisboa, [[23 de julho]] de [[1920]]<ref>{{citar web|url= http://aeiou.expresso.pt/google-homenageia-amalia-rodrigues-video=f663674 |título=Google homenageia Amália Rodrigues (vídeo) |data=23 de julho de 2011| obra = Expresso |acessodata=25 de julho de 2011}}</ref> – [[Lisboa]], [[6 de outubro]] de [[1999]]) foi uma [[vocal|cantora]], [[actriz]] e [[fadista]] [[Portugueses|portuguesa]], geralmente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. Está sepultada no [[Panteão Nacional]], entre outras ilustres figuras portuguesas.<ref>Cf. [https://www.museudofado.pt/fado/personalidade/amalia-rodrigues Biografia] de Amália Rodrigues na página do Museu do Fado.</ref>
 
Tornou-se conhecida mundialmente como a ''Rainha do Fado''<ref name="amalia.com" /> e, por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na [[Cultura de Portugal|cultura portuguesa]], foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras no mundo. Aparecia em vários programas de televisão pelo mundo fora, onde não só cantava fados e outras músicas de tradição popular portuguesa, como ainda canções contemporâneas (iniciando o chamado fado-canção) e mesmo alguma música de origem estrangeira (francesa, americana, espanhola, italiana, mexicana e brasileira). Marcante contribuição sua para a história do Fado, foi a novidade que introduziu de cantar poemas de grandes autores portugueses consagrados, depois de musicados, de que é exemplo a lírica de [[Luís de Camões]] ou as cantigas e trovas de [[D. Dinis]]. Teve ainda ao serviço da sua voz a pena de alguns dos maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como [[David Mourão Ferreira]], [[Pedro Homem de Mello]], [[José Carlos Ary dos Santos]], [[Alexandre O'Neill]] ou [[Manuel Alegre]]. Rodrigues falava e cantava em [[Língua castelhana|castelhano]], [[Língua galega|galego]], [[Língua francesa|francês]], [[Língua italiana|italiano]] e [[Língua inglesa|inglês]]. Em 1943 iniciou sua carreira internacional, actuando no [[Teatro Real de Madrid]]. Entre 1944 e 1945, ficou oito meses em cartaz no [[Copacabana Palace|Casino Copacabana]]. Sua estreia no cinema deu-se em 1947, com o filme ''[[Capas Negras]]'', considerado um marco no cinema [[Europa latina|europeu e latino]], tendo ficado mais de um ano em cartaz e sendo o maior sucesso do cinema lusitano até hoje.<ref name="amaliaglobo2015">[http://g1.globo.com/mundo/videos/t/todos-os-videos/v/fado-de-amalia-rodrigues-continua-conquistando-fas/4314524/ Fado de Amália Rodrigues continua conquistando fãs]</ref> A canção "[[Coimbra (canção)|Coimbra]]", atingiu a segunda posição da Music Chart Popularity - a tabela de êxitos musicais predecessora da [[Billboard Hot 100]] -, da revista estadunidense ''[[Billboard]]'', em 1952.<ref name= Whitburn>{{citar livro |último = Whitburn |primeiro = Joel |autorlink = Joel Whitburn |título= Top Pop Records 1940–1955 |publicado= Record Research |ano= 1973}}</ref> Em maio de 1954, Amália foi capa da mesma revista, pois o álbum ''Amália in Fado & Flamenco'' atingiu a primeira posição entre os mais vendidos nos [[Estados Unidos]].<ref>[https://books.google.com./books?id=bx8EAAAAMBAJ&pg=PA58 Billboard], 5 jun. 1954.</ref> Neste mesmo ano, atuou no [[Radio City Music Hall]] em Nova Iorque por 4 meses.<ref>[https://books.google.com./books?id=bx8EAAAAMBAJ&pg=PA58 Billboard], 29 maio 1954.</ref> Na [[década de 1970]], embora estivesse no auge da sua fama internacional, sua imagem em Portugal foi afetada por falsos rumores de que Amália tinha ligações com o regime do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]], de [[António de Oliveira Salazar]]. Na verdade, o antigo regime censurou muitos de seus fados. Amália reconquistou a popularidade com o povo português, cantou o hino da [[Revolução dos Cravos]], a canção "[[Grândola, Vila Morena]]" e deu clandestinamente dinheiro ao [[Partido Comunista Português]].<ref>{{Citation |jornal= El País |data= 1999-10-8 |língua= es | url = http://elpais.com/diario/1999/10/08/cultura/939333615_850215.html |título= Saramago desvela que Amália Rodrigues dio dinero a los comunistas}}.</ref>
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==Biografia==
===Infância===
Filha de Albertino de Jesus Rodrigues ([[Castelo Branco (freguesia)|Castelo Branco]], 8 de Junho de 1888 - [[São João de Deus (Lisboa)|São João de Deus]], [[Lisboa]], 13 de Maio de 1962), um [[músico]], correeiro e [[sapateiro]] de profissão que, para sustentar os quatro filhos e a mulher Lucinda da Piedade Rebordão ([[Fundão (freguesia)|São Martinho]], [[Fundão (Portugal)|Fundão]], 2 de Maio de 1892 - [[Graça (Lisboa)|Graça]], Lisboa, 23 de Novembro de 1986), tentou a sua sorte em [[Lisboa]].<ref>Fotobiografias do Século XX, Fotobiografia de Amália Rodrigues, Círculo de Leitores.</ref><ref>Castilho, José Martins Barata de, ''Castilhos da Beira Baixa-História e Genealogia'', p. 120, ed. Pinacoteca José Barata de Castilho, Castelo Branco, 2020. </ref><ref>Castilho, José Barata de,''Reconquista'', p. 27, Castelo Branco, 3 Setembro 2020 (versão digital [https://www.reconquista.pt/servicos/jornal-digital/view/reconquista3886.pdf] . </ref> Amália nasceu a [[1 de Julho]] de [[1920]], porém apenas foi [[registro civil|registada]] dias depois, tendo no seu assento de nascimento como nascida às cinco horas de [[23 de Julho]] de [[1920]], na rua Martim Vaz, na freguesia lisboeta da [[Pena (Lisboa)|Pena]]. Amália pretendia, no entanto, que o aniversário fosse celebrado a [[1 de Julho]] ("no tempo das cerejas"), e dizia: ''Talvez por ser essa a altura do mês em que havia dinheiro para me comprarem os presentes''. No entanto, pesquisas recentes concluíram que nasceu no Fundão em 1 de Julho de 1915, mas por falta de dinheiro para pagar os emolumentos do registo, elevados para gente de fracos recursos, apenas foi registada em 1920 em Lisboa, com data declarada obrigatoriamente dentro do prazo de sete dias após o nascimento, para evitar fortíssimas penalizações. Para todos os efeitos a data válida é a oficial.<ref>Castilho, José Martins Barata de, ''Castilhos da Beira Baixa-História e Genealogia'', p. 120, ed. Pinacoteca José Barata de Castilho, Castelo Branco, 2020. </ref><ref>Castilho, José Barata de, ''Reconquista'', p. 27, Castelo Branco, 3 Setembro 2020 (versão digital [https://www.reconquista.pt/servicos/jornal-digital/view/reconquista3886.pdf]. </ref>
 
Catorze meses depois, o pai, não tendo arranjado trabalho, volta com a família para o [[Fundão (Portugal)|Fundão]]. Amália fica com os avós maternos na capital, António Joaquim Rebordão e Ana do Rosário Bento. A sua faceta de cantora cedo se revela. Amália era muito tímida, mas começa a cantar para o avô e os vizinhos, que lhe pediam. Na infância e juventude, cantarolava [[tango]]s de [[Carlos Gardel]] e canções populares que ouvia e lhe pediam para cantar.