Ação Revolucionária Armada: diferenças entre revisões
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A '''Ação Revolucionária Armada''' ('''ARA''') foi o braço armado do [[Partido Comunista Português]] (PCP), como organização semiautónoma que esteve em atividade de 1970 a 1973, sob a ditadura do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]] então liderada por [[Marcello Caetano]]. A primeira reunião do Comité Central do PCP sobre o uso da violência como ação de autodefesa realizou-se em dezembro de 1962, e marcaria a posição do Partido em relação a este tema, procurando relacionar esta com as ações de massas. A violência não era posta de parte, podendo ser usada no paradigma do "levantamento nacional", desde que se esta fosse dirigida pelo Partido, e numa conjuntura de radicalização e intensificação da luta de massas, que pudesse levar a um ambiente revolucionário.
Em 1964, o PCP decidiu criar as "ações especiais", e em 1965, o núcleo, composto por Raimundo Narciso e Rogério de Carvalho, vai para [[Cuba]] tirar um curso sobre treino militar. Passados cinco meses, as "ações especiais" já
As "ações especiais" passaram a apresentar-se como Ação Revolucionária Armada a partir da reunião de rescaldo ao ataque ao navio ''Cunene'', a 26 de outubro de 1970. A 20 de novembro, detonam três bombas, cada uma com um valor simbólico, representando as frentes de combate político: a luta contra a repressão, contra a [[Guerra Colonial Portuguesa|guerra colonial]], e contra o [[imperialismo]]. A [[Polícia Internacional e de Defesa do Estado]] (PIDE) — antecessora da [[Direção-Geral de Segurança]] (DGS) — só descobriu que a ARA era uma organização ligada ao PCP na sabotagem da [[base aérea de Tancos]], com o nome de código, Operação "Águia Real", devido à complexidade envolvida e ao tamanho do feito, que resultou na destruição de 28 aeronaves, 13 delas irrecuperavelmente. A 3 de junho de 1971, há uma sabotagem da central de telecomunicações nacionais e internacionais durante a conferência ministerial da NATO, que causou "grande embaraço" ao regime, sendo esta noticiada mundialmente. A 2 de outubro, a ARA executa uma missão para desviar material explosivo no assalto ao paiol da pedreira. A 27 de outubro, dois dias antes da inauguração do Quartel do [[COMIBERLANT|Comiberlant]], às duas da manhã, uma bomba explodiu, que causou uma gigante destruição no Quartel, tanto no interior como no exterior. Em janeiro de 1972, a ARA realiza uma ação de destruição de material de guerra sofisticado e novo, vindo de França, que seguia para a guerra colonial no navio ''Muxima'', e em julho há uma tentativa
Após um ano sem ações, e com a conciliação entre a oposição e o PCP, a ARA é suspensa em maio de 1973. Esta sofrera duros golpes anteriormente, com a prisão de vários operacionais importantes. Ela continuou clandestina até à [[Revolução de 25 de Abril de 1974|revolução de 25 de abril de 1974]], sendo só dissolvida com a queda do regime ditatorial do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]].
== Teoria política ==
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