Sapiens: Uma Breve História da Humanidade: diferenças entre revisões

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'''''Sapiens: Uma Breve História da Humanidade ''''' (em [[Língua hebraica|hebreu]]: קיצור תולדות האנושות‎, [Ḳitsur toldot ha-enoshut]) é um livro de [[Yuval Harari]] publicado primeiramente em 2014, embora tenha sido lançado originalmente em [[Israel]] em 2011, com o título ''Uma Breve História do Gênero Humano''.<ref name="Guardian_strawson">{{citar jornal|último1 = Strawson|primeiro1 = Galen|título= Sapiens: A Brief History of Humankind by Yuval Noah Harari – review|url = http://www.theguardian.com/books/2014/sep/11/sapiens-brief-history-humankind-yuval-noah-harari-review|acessodata=29 de outubro de 2014|obra= The Guardian|data=11 de setembro de 2014}}</ref><ref name="Telegraph_Payne">{{citar jornal|último1 = Payne|primeiro1 = Tom|título= Sapiens: a Brief History of Humankind by Yuval Noah Harari, review: 'urgent questions'|url = http://www.telegraph.co.uk/culture/books/bookreviews/11120947/Sapiens-a-Brief-History-of-Humankind-by-Yuval-Noah-Harari-review-urgent-questions.html|acessodata=29 de outubro de 2014|obra= The Telegraph|data=26 de setembro de 2014}}</ref> Harari cita o livro [[Armas, Germes e Aço]], do autor [[Jared Diamond]] como uma das maiores inspirações para o livro, mostrando que era possível "fazer muitas grandes perguntas e respondê-las cientificamente".<ref>{{citar periódico|último = Kennedy|primeiro = Paul|título= Sapiens|periódico= Ideas: with Paul Kennedy|publicado= CBC Radio 1|data= 2015-01-12|url = http://www.cbc.ca/ideas/episodes/2015/01/12/sapiens/}}</ref>
 
O livro aborda a História da Humanidade desde a evolução arcaica da espécie humana na [[idade da pedra]], até o século XXI. Seu principal argumento é que o ''[[Homo sapiens]]'' domina o mundo porque é o único animal capaz de cooperar de forma flexível em largo número e o faz por ser a única espécie capaz de acreditar em coisas que não existem na natureza e são produtos puramente de sua imaginação, tais como [[deuses]], [[nações]], [[dinheiro]] e [[direitos humanos]]. O autor afirma que todos os sistemas de cooperação humana em larga escala - incluindo [[religiões]], estruturas políticas, mercados e instituições legais - são, em última instância, [[ficção]].<ref>{{Citar web |url=http://www.ynharari.com/sapiens-the-book/short-overview/ |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2015-09-13 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20141208051813/http://www.ynharari.com/sapiens-the-book/short-overview/ |arquivodata=2014-12-08 |urlmorta=yes }}</ref> Outros argumentos relevantes do livro são os de que dinheiro é um sistema de confiança mútua; o [[capitalismo]] é uma religião e não apenas uma [[teoria econômica]]; o [[império]] tem sido o sistema político mais bem sucedido dos últimos 2000 anos; o tratamento dado a [[animais domésticos]] está entre os piores crimes da [[História]]; as pessoas hoje não são necessariamente mais felizes que no passado;<ref>http:/div/www.theguardian.com/books/2014/sep/05/were-we-happier-in-the-stone-age</ref> e os humanos estão atualmente em um processo de modernização de seus deuses.
 
== Conteúdo ==
Harari divide o livro em quatro partes, são elas:<div>
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* Parte 1 - ''A Revolução Cognitiva'';
* Parte 2um: - ''A Revolução Agrícola'';Cognitiva
** Um animal insignificante
* Parte 3 - ''A Unificação da Humanidade'';
**A árvore do conhecimento
* Parte 4 - ''A Revolução Científica'';
** Um dia na vida de Adão e Eva
O livro aborda a História da Humanidade desde a evolução arcaica da espécie humana na [[idade da pedra]], até o século XXI. Seu principal argumento é que o [[Homo sapiens]] domina o mundo porque é o único animal capaz de cooperar de forma flexível em largo número e o faz por ser a única espécie capaz de acreditar em coisas que não existem na natureza e são produtos puramente de sua imaginação, tais como [[deuses]], [[nações]], [[dinheiro]] e [[direitos humanos]]. O autor afirma que todos os sistemas de cooperação humana em larga escala - incluindo [[religiões]], estruturas políticas, mercados e instituições legais - são, em última instância, [[ficção]].<ref>{{Citar web |url=http://www.ynharari.com/sapiens-the-book/short-overview/ |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2015-09-13 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20141208051813/http://www.ynharari.com/sapiens-the-book/short-overview/ |arquivodata=2014-12-08 |urlmorta=yes }}</ref></div>
** A inundação
* Parte 1dois: - ''A Revolução Cognitiva'';Agrícola
** A maior fraude da história
** Construindo pirâmides
**Sobrecarga de memória
** Não existe justiça na história
* Parte três: A unificação da humanidade
** A seta da história
** O cheiro do dinheiro
** Visões imperiais
** A lei da religião
** O segredo do sucesso
* Parte 4quatro: - ''A Revolução Científica'';
** A descoberta da ignorância
** O casamento entre ciência e império
** O credo capitalista
** As engrenagens da indústria
** Uma revolução permanente
** E eles viveram felizes para sempre
** O fim do ''Homo sapiens''
* Epílogo: O animal que se tornou um deus
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=== A revolução Cognitiva ===
Harari designa a memória, a capacidade de aprender e de se comunicar como as habilidades cognitivas que se desenvolveram no ''[[Homo sapiens]]'' cerca de 70 mil anos a.C. Teve início aí a construção de estruturas mais complexas que hoje chamamos de cultura, ou civilização. O homem começou a expandir seu território, primeiramente no [[Oriente próximo]] e, em seguida, em toda a [[Eurásia]]. Mais tarde, de barco, também ocupou a [[Austrália]] e [[Oceania]]. Os primeiros objetos que se podem ser classificados como arte e joias surgiram nessa época.<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/Sapiens.html?id=uCt-BwAAQBAJ|título=Sapiens: Uma breve história da humanidade|ultimo=Harari|primeiro=Yuval Noah|data=2015-03-20|editora=L&PM Editores}}</ref>
 
=== A Revolução Agrícola ===
Como consequência de um crescente número de indivíduos em uma mesma região''', '''o ''Homo sapiens'' tornou-se [[Sedentarismo|sedentário]] e começou a praticar a agricultura, a pecuária, e domesticou animais selvagens'''.''' Harari chama isso de a revolução agrícola. Povoações fixas foram criadas. Deste modo, mais homens puderam alimentar-se. As desvantagens de se fixar em um mesmo lugar eram uma carga de trabalho incomumente pesada, uma dieta menos variada, uma maior densidade populacional nessas regiões, a proliferação de doenças e a busca por sempre mais [[bem-estar]] (a "armadilha do luxo").<ref name=":0" />
 
Por causa das inseguranças sazonais e climáticas de uma vida campestre, o homem criou reservas de suprimentos. Essas posses acumuladas despertaram, contudo, o interesse de terceiros. Formou-se então um sistema de elites e dominadores para proteger os fazendeiros ou roubar fazendeiros de outros assentamentos. As elites acumularam riquezas e formaram áreas de domínio. Eles firmaram seu sistema por meio de ordens culturais ou religiosas, nas quais todos acreditavam. Para melhor organizar a vida em comum nessas novas condições, o homem desenvolveu meios auxiliares, como o sistema numérico e a escrita, e surgiram estruturas hierárquicas na sociedade.<ref name=":0" />
 
===A unificação da humanidade===
Harari designa por união da humanidade o processo pelo qual culturas individuais absorvem outras culturas, total ou parcialmente. Harari também vê aí uma revolução. As bases desse processo são, conforme suas palavras, a ordem do dinheiro, a dos impérios e a das grandes religiões. O dinheiro tornou a troca muito mais eficiente, opondo-a ao escambo; ele facilitou o armazenamento de riquezas e possibilitou o transporte de valores materiais. Harari designa o dinheiro como um produto da fantasia: "A confiança é a [[matéria-prima]] com a qual as moedas são cunhadas." Impérios unificaram diferentes civilizações e criam, assim, uma cultura dominante, a qual continua a se desenvolver, mesmo após o ocaso do império. A religião foi a terceira grande força que contribuiu para a união da humanidade; ela trata da ordem sobre-humana e lhe dá um fundamento estável na forma de normas e valores unitários.<ref name=":0" />
 
=== A Revolução Científica ===
Aproximadamente há 500 anos, teve início a revolução científica, cuja dinâmica se intensificou nos últimos dois séculos. O homem percebeu que, por meio da investigação científica e de novas tecnologias, é possível alcançar poder e riqueza'''.''' Os impulsionadores desse desenvolvimento foram o [[imperialismo]] e o [[capitalismo]]. Ambos tiveram origem primeiro na [[Europa]], e depois também na [[Estados Unidos|América do norte]] e em seus governos e corporações. Surgiram mercados financeiros, que aceleraram o desenvolvimento econômico com base na prospectiva de obtenção de lucro.<ref name=":0" />
 
Devido aos avanços da medicina, a expectativa de vida aumentou. O número de pessoas no planeta ao longo da revolução científica passou de cerca de 500 milhões no século XVI para mais de 7,5 bilhões. A economia industrial resolveu o problema da escassez e a substituiu, hoje, pela ética do consumo. As consequências disso são a destruição do meio ambiente, a dissolução dos laços familiares, uma crescente influência do Estado no indivíduo e o surgimento de comunidades "inventadas" (por exemplo, estados-nações).<ref name=":0" />
 
O fim do imperialismo, a paz atômica, um considerável aumento do bem-estar material e os avanços da medicina moldam nosso presente. Harari investiga se o homem está mais feliz hoje e determina que a felicidade depende de nossas sensações subjetivas (ou da falta delas), que são influenciadas pela bioquímica. Depende também do sentido (ou da falta de sentido) da vida. Harari avalia a biotecnologia e o desenvolvimento de vida não-orgânica com grande preocupação, pois eles podem colocar o "design inteligente" no lugar da [[seleção natural]], e o homem não saberá o que fazer com esse conhecimento.<ref name=":0" />
Outros argumentos relevantes do livro são os de que dinheiro é um sistema de confiança mútua; o [[capitalismo]] é uma religião e não apenas uma [[teoria econômica]]; o [[império]] tem sido o sistema político mais bem sucedido dos últimos 2000 anos; o tratamento dado a [[animais domésticos]] está entre os piores crimes da [[História]]; as pessoas hoje não são necessariamente mais felizes que no passado;<ref>http://www.theguardian.com/books/2014/sep/05/were-we-happier-in-the-stone-age</ref> e os humanos estão atualmente em um processo de modernização de seus deuses.
 
== Recepção ==