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Desinformação na eleição presidencial brasileira de 2018: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Desinformação na eleição presidencial brasileira de 2018 .png|250px|thumb|Manchetes de [[meios de comunicação]] desmentindo algumas [[Notícia falsa|notícias falsas]] repercutidas durante a [[eleição presidencial no Brasil em 2018|eleição presidencial de 2018]].]]
 
A '''[[eleição presidencial no Brasil em 2018|eleição presidencial brasileira de 2018]]''' ficou marcada pela proliferação de [[Notícia falsa|notícias falsas]] que,{{sfnm|Gragnani|2018|Valente|2018|Jardelino, Cavalcanti & Toniolo|2020}} em maior escala, foram disseminadas por polos [[Bolsonarismo|bolsonaristas]] em redes sociais e serviços de [[Mensageiro instantâneo|mensagens instantâneas]].{{sfnm|Benites|2018|Gragnani|2018|Macedo|2018|Nicolau|2020|Simões|2018}} Dentre os principais objetivos das notícias falsas, destaca-se: ataques a opositores políticos,{{sfnm|Barragán|2018|Nicolau|2020}} [[Teoria da conspiração|teorias conspiratórias]]{{efn|Embora algumas publicações mencionam teorias conspiratórias como um tema recorrente nas notícias falsas de 2018,{{sfnm|Barragán|2018}} um conjunto expressivo de pesquisadores classificam as notícias falsas, juntamente com [[boato]]s e [[Teoria da conspiração|teorias conspiratórias]], como um subgênero de desinformação.{{sfn|Lelo & Caminhas|2020|pp=5-6}}}} e discursos político-religiosos que associam a defesa da família e o combate a políticas públicas voltadas para a população [[LGBT|LGBTIQ+]].{{sfnm|Barragán|2018|Godoy|2018|Maranhão Filho, Coelho & Dias|2018|3p=85}}
 
==Contexto==
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[[Dilma Rousseff]], representante do [[Partido dos Trabalhadores]] (PT), obteve a vitória no [[Eleição presidencial no Brasil em 2014|plebiscito]] de 2014.{{sfnm|G1|2014|Lourenço & Craide|2014}} No entanto, o segundo mandato de Rousseff sofreu um significativo impacto da [[Crise econômica brasileira de 2014|crise político-econômica]] que contribuiu com o [[Impeachment de Dilma Rousseff|término]] precoce de seu governo.{{sfn|Brito|2016}} Após o processo de ''impeachment'', [[Michel Temer]] assumiu a [[Presidência da República (Brasil)|Presidência]] em 31 de agosto de 2016.{{sfnm|Garcia|2016|Lopes|2016}} O [[Governo Michel Temer|governo Temer]] obteve a maioria no [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]]{{sfn|Ortiz|2016}} e conseguiu aprovar algumas das medidas que considerava essenciais, como o [[Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos|Novo Regime Fiscal]] e uma [[Reforma trabalhista no Brasil em 2017|reforma trabalhista]],{{sfnm|Senado Federal do Brasil|2016|Benites & Mendonça|2017}} porém essas ações não foram suficientes para minimizar os impactos da crise político-econômica.{{sfn|Folha de S.Paulo|2017}} Com um índice de rejeição elevado, Temer desistiu de concorrer a reeleição.{{sfnm|Bretas|2018|Fernandes & Caram|2018|Paraguassu|2018}}
 
No contexto político, [[Dilma Rousseff]], representante do [[Partido dos Trabalhadores]] (PT), obteve a vitória no [[Eleição presidencial no Brasil em 2014|plebiscito]] de 2014.<ref>{{Citar web|url=http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/noticia/2014/10/dilma-e-reeleita-presidente-e-amplia-para-16-anos-ciclo-do-pt-no-poder.html|título=Dilma é reeleita presidente e amplia para 16 anos ciclo do PT no poder|publicado=[[G1]]|data=26/10/2014|acessodata=09/09/2021|wayb=20210726072733|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Lourenço, Luana|autor2=Craide, Sabrina|título=Dilma Rousseff é reeleita|url=https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-10/dilma-rousseff-e-reeleita|publicado=[[Agência Brasil]]|data=26/10/2014|acessodata=09/09/2021|wayb=20190424001454|urlmorta=não}}</ref> No entanto, o segundo mandato de Dilma sofreu um significativo impacto da [[Crise econômica brasileira de 2014|crise político-econômica]] que contribuiu com o [[Impeachment de Dilma Rousseff|término]] precoce de seu governo.<ref>{{Citar web|autor=Brito, Adriano|título=Em 3 pontos: Por que o governo Dilma não deu certo?|url=https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160416_porque_deu_errado_ab|publicado=[[BBC|BBC Brasil]]|data=18/04/2016|acessodata=08/09/2021|wayb=20210503231416|urlmorta=não}}</ref> Após o processo de ''impeachment'', [[Michel Temer]] assumiu a [[Presidência da República (Brasil)|Presidência]] em 31 de agosto de 2016.<ref>{{Citar web|autor=Garcia, Gustavo|título=Em cerimônia de 11 minutos, Temer é empossado presidente da República|url=http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/08/temer-e-empossado-presidente-da-republica-em-solenidade-no-senado.html|publicado=[[G1]]|data=31/08/2016|acessodata=09/09/2021|wayb=20210505192006|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Lopes, Marcos Rogério|título=Michel Temer toma posse como presidente|url=https://veja.abril.com.br/politica/michel-temer-toma-posse-como-presidente/|obra=[[Veja]]|data=31/08/2016|acessodata=09/09/2021|wayb=20160904133948|urlmorta=não}}</ref> O [[Governo Michel Temer|governo Temer]] obteve a maioria no [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]]<ref>{{Citar web|autor=Ortiz, Délis|título=Michel Temer passa a governar com ampla maioria no Congresso|url=http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2016/08/michel-temer-passa-governar-com-ampla-maioria-no-congresso.html|publicado=[[G1]]|data=31/08/2016|acessodata=09/09/2021|wayb=20180915042420|urlmorta=não}}</ref> e conseguiu aprovar algumas das medidas que considerava essenciais, como o [[Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos|Novo Regime Fiscal]] e uma [[Reforma trabalhista no Brasil em 2017|reforma trabalhista]],<ref>{{Citar web|autor=Benites, Afonso|autor2=Mendonça, Heloísa|título=Reforma trabalhista: um Governo contra as cordas celebra a aprovação|url=https://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/12/politica/1499812913_071957.html|obra=[[El País Brasil]]|data=12/07/2017|acessodata=09/09/2021|wayb=20210123055953|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|publicado=[[Senado Federal do Brasil]]|url=https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/12/13/pec-que-restringe-gastos-publicos-e-aprovada-e-vai-a-promulgacao|título=PEC que restringe gastos públicos é aprovada e vai a promulgação|data=13/12/2016|acessodata=09/09/2021|wayb=20210615055504|urlmorta=não}}</ref> porém essas ações não foram suficientes para minimizar os impactos da crise político-econômica.<ref>{{Citar web|título=Entenda o impacto da crise no governo na economia|url=https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/05/1885077-entenda-o-impacto-da-crise-no-governo-na-economia.shtml|obra=[[Folha de S.Paulo]]|data=18/05/2017|acessodata=09/09/2021|ref={{sfnRef|Folha de S.Paulo|2017}}|urlmorta=não|url-access=subscrição}}</ref> Com um índice de rejeição elevado, Temer desistiu de concorrer a reeleição.<ref>{{Citar web|autor=Bretas, Valéria|título=Com 82% de rejeição, Temer se torna presidente mais impopular da história|url=https://exame.com/brasil/com-82-de-rejeicao-temer-se-torna-presidente-mais-impopular-da-historia/|obra=[[Exame (revista brasileira)|Exame]]|data=10/06/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210801013301|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Fernandes, Talita|autor2=Caram, Bernardo|título=Temer desiste de candidatura e anuncia Meirelles pelo MDB|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/05/temer-desiste-de-candidatura-e-anuncia-meirelles-pelo-mdb.shtml|obra=[[Folha de S.Paulo]]|data=22/05/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210126040239|urlmorta=não|url-access=subscrição}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Paraguassu, Lisandra|título=Temer desiste de concorrer à Presidência e vai anunciar Meirelles como candidato do MDB, diz fonte|url=https://www.reuters.com/article/politica-temer-desistencia-idBRKCN1IN16F-OBRTP|publicado=[[Reuters]]|data=22/05/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210909033159|urlmorta=não}}</ref>
Neste ínterim ocorreram manifestações populares contra os governos [[Protestos contra o governo Dilma Rousseff|Rousseff]] e [[Protestos contra o governo Michel Temer|Temer]]. Os primeiros protestos se iniciaram em 2015, naqueles que, segundo algumas estimativas, foram os maiores protestos no país desde o início da [[Nova República]].{{sfnm|Coronato & Vergotti|2015|Folha de S.Paulo|2015}} Os manifestantes pediam o ''impeachment'' da presidente e protestavam contra a corrupção.{{sfnm|Folha de S.Paulo|Março 2015|G1|2015}} Pautas antidemocráticas, como a intervenção militar, também foram defendidas por uma parcela dos participantes.{{sfnm|G1|2015|Telles|2015|2p=13}} Por outro lado, as manifestações contrárias ao governo Temer se iniciaram logo nos primeiros dias. Dentre as principais razões, estão a contrariedade ao ''impeachment'' de Dilma Rousseff,{{sfnm|Santiago|2016|Mamona, Ribeiro, Ferreira & Abrantes|2016}} as suspeitas de corrupções{{sfn|O Globo|2017}} e a discordância a atos da gestão do governo.{{sfn|G1|2016}}
 
Neste ínterim ocorreram manifestações populares contra os governos [[Protestos contra o governo Dilma Rousseff|Dilma Rousseff]] e [[Protestos contra o governo Michel Temer|Temer]]. Os primeiros protestos se iniciaram em 2015, naqueles que, segundo algumas estimativas, foram os maiores protestos no país desde o início da [[Nova República]].<ref>{{Citar web|autor=Coronato, Marcos|autor2=|título=Manifestação anti-Dilma entra para a história|url=https://epoca.oglobo.globo.com/tempo/noticia/2015/03/bmanifestacao-anti-dilmab-entra-para-historia.html|publicado=Epoca.oglobo.globo.com|data=15/03/2015|acessodata=09/09/2021|wayb=20210726111226|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|título=Paulista reúne maior ato político desde as Diretas-Já, diz Datafolha|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/03/1603271-paulista-reune-maior-ato-politico-desde-as-diretas-ja-diz-datafolha.shtml|obra=[[Folha de S.Paulo]]|data=15/03/2015|acessodata=09/09/2021|wayb=20201108132433|urlmorta=não|url-access=subscrição}}</ref> Na oportunidade, os manifestantes pediam o ''impeachment'' da presidente e protestavam contra a corrupção.<ref>{{Citar web|título=Protestos contra o governo reúnem quase 1 milhão pelo país|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/03/1603286-protestos-contra-o-governo-reune-quase-1-milhao-pelo-pais.shtml|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|data=15/03/2015|acessodata=09/09/2021|wayb=20210414081718|urlmorta=não|url-access=subscrição}}</ref><ref name=G12015>{{Citar web|título=Manifestantes protestam contra Dilma em todos os estados, DF e exterior|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/03/manifestantes-protestam-contra-dilma-em-estados-no-df-e-no-exterio.html|publicado=[[G1]]|data=15/03/2015|acessodata=09/09/2021|wayb=20210415050332|urlmorta=não}}</ref> Pautas antidemocráticas, como a intervenção militar, também foram defendidas por uma parcela.<ref name=G12015/>{{sfn|Telles|2015|p=13}} Por outro lado, as manifestações contrárias ao governo Temer se iniciaram logo nos primeiros dias. Dentre as principais razões, estão a contrariedade ao ''impeachment'' de Dilma Rousseff,<ref>{{Citar web|autor=Mamona, Karla|autor2=Ribeiro, Marcelo|autor3=Ferreira, Barbara dos Santos|autor4=Abrantes, Talita|título=Como foram os protestos contra Temer no feriado de 7/9|url=https://exame.com/brasil/como-foram-os-protestos-contra-temer-no-feriado-de-79/|obra=[[Exame (revista brasileira)|Exame]]|data=07/09/2016|acessodata=09/09/2021|wayb=20210909041534|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Santiago, Tatiana|título=Grupo contrário ao impeachment protesta em frente à casa de Temer|url=http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/04/grupo-contrario-ao-impeachment-protesta-em-frente-casa-de-temer.html|publicado=[[G1]]|data=21/04/2016|acessodata=09/09/2021|wayb=20181228125123|urlmorta=não}}</ref> as suspeitas de corrupções<ref>{{Citar web|título=Protestos contra Temer bloqueiam rodovias em São Paulo|url=https://oglobo.globo.com/brasil/protestos-contra-temer-bloqueiam-rodovias-em-sao-paulo-21658391|obra=[[O Globo]]|data=02/08/2017|acessodata=09/09/2021|ref={{sfnRef|O Globo|2017}}|wayb=20200517100405|urlmorta=não}}</ref> e a discordância a atos da gestão do governo.<ref>{{Citar web|título=Centrais sindicais fazem protestos contra reformas propostas por Temer|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/09/cut-e-outras-centrais-sindicais-fazem-protestos-contra-temer-pelo-pais.html|publicado=[[G1]]|data=22/09/2016|acessodata=09/09/2021|wayb=20200206070047|urlmorta=não}}</ref>
No âmbito das redes sociais digitais, as notícias falsas já eram discutidas por especialistas antes do plebiscito de 2018 em decorrência da [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016|eleição presidencial norte-americana]], a qual elegeu [[Donald Trump]].{{sfnm|Bublitz|2018|Teixeira, Marcos, Machado & Cabral|2018|2p=4}} A polarização política, o aumento de brasileiros com acessos à internet, a contínua utilização das mídias e das redes sociais digitais e o crescente nível de influência destas sobre o indivíduo foram mencionados como indícios da veiculação de notícias falsas sobre candidatos com o intuito de influenciar o resultado da eleição.{{sfnm|Struck|2018|Teixeira, Marcos, Machado & Cabral|2018|2p=3-5}} Discorrendo sobre assunto, especialistas classificaram as notícias falsas como um dos desafios das eleições de 2018.{{sfnm|Senado Federal do Brasil|Março 2018|Senado Federal do Brasil|Maio 2018}} No entanto, o combate também provocou debates sobre a violação da [[liberdade de expressão]].{{sfn|Garcia|2018}}
 
No âmbito das redes sociais digitais, as notícias falsas já eram discutidas por especialistas antes do plebiscito de 2018 em decorrência da [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016|eleição presidencial norte-americana]], a qual elegeu [[Donald Trump]].<ref>{{Citar web|autor=Bublitz, Juliana|título=Eleições 2018: crise política, Lava-Jato e fake news complicam a vida dos candidatos|url=https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2018/04/eleicoes-2018-crise-politica-lava-jato-e-fake-news-complicam-a-vida-dos-candidatos-cjg54bvvo013h01qljhfz0gk3.html|obra=[[Zero Hora]]|data=20/04/2018|acessodata=12/09/2021|wayb=20210912102150|urlmorta=não}}</ref>{{sfn|Teixeira, Marcos, Machado & Cabral|2018|p=4}} A polarização política, o aumento de brasileiros com acessos à internet, a contínua utilização das mídias e redes sociais digitais e o crescente nível de influência destas sobre o indivíduo foram mencionados como indícios da veiculação de desinformações sobre candidatos com o intuito de influenciar o resultado da eleição.<ref>{{Citar web|autor=Struck, Jean-Philip|título=O desafio das 'fake news' nas eleições de 2018|url=https://www.dw.com/pt-br/o-desafio-das-fake-news-nas-elei%C3%A7%C3%B5es-de-2018/a-42214569|publicado=[[Deutsche Welle]]|data=18/01/2018|acessodata=12/09/2021|wayb=20180119120725|urlmorta=não}}</ref>{{sfn|Teixeira, Marcos, Machado & Cabral|2018|p=3-5}} Discorrendo sobre assunto, especialistas classificaram as notícias falsas como um dos desafios das eleições de 2018.<ref>{{Citar web|título='Fake news' são desafio para Justiça Eleitoral e imprensa, avaliam debatedores|url=https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/03/21/fake-news-sao-desafio-para-justica-eleitoral-e-imprensa-avaliam-debatedores|publicado=[[Senado Federal do Brasil]]|data=21/03/2018|acessodata=12/09/2021|wayb=20210912110828|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|título=Fake news podem influenciar eleição, alerta professor|url=https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/05/24/fake-news-podem-influenciar-eleicao-alerta-professor|publicado=[[Senado Federal do Brasil]]|data=24/05/2018|acessodata=12/09/2021|wayb=20210912111021|urlmorta=não}}</ref> No entanto, o combate também provocou debates sobre a violação da [[liberdade de expressão]].<ref>{{Citar web|autor=Garcia, Gustavo|título=Propostas que criminalizam 'fake news' violam liberdade de expressão, dizem especialistas|url=https://g1.globo.com/politica/noticia/propostas-que-criminalizam-fake-news-violam-liberdade-de-expressao-dizem-especialistas.ghtml|publicado=[[G1]]|data=25/02/2018|acessodata=12/09/2021|wayb=20210119123726|urlmorta=não}}</ref>
 
===Candidaturas===
Em 22 de julho de 2018, o [[Partido Social Liberal]] (PSL) oficializou [[Jair Bolsonaro]] como candidato à Presidência. Na ocasião, ele defendeu a extinção e a fusão de alguns ministérios, além da privatização de estatais.<ref>{{citar web|título=PSL oficializa Bolsonaro como candidato à Presidência|url=https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-07/psl-oficializa-bolsonaro-como-candidato-presidencia|publicado=[[Agência Brasil]]|data=22/07/2018|autor=Brasil, Cristina Indio|autor2=Toledo, Mario|acessodata=16/09/2021|wayb=20190908003122|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2018/07/psl-oficializa-candidatura-de-jair-bolsonaro-presidencia-da-republica.html|título=PSL oficializa candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República|publicado=[[G1]]|data=23/07/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20180726102920|urlmorta=não}}</ref> No entanto, o capitão reformado e deputado federal ficou marcado como notório defensor da ditadura militar e por suas declarações polêmicas com viés antidemocrático, homofóbico, machista, sexista e racista.<ref>{{citar web|autor=Malta, João Carlos|título=Pró-tortura, misógino, homofóbico. Bolsonaro é o novo Presidente do Brasil|url=https://rr.sapo.pt/especial/mundo/2018/10/28/pro-tortura-misogino-homofobico-bolsonaro-e-o-novo-presidente-do-brasil/103851/|publicado=Rádio Renascença|data=24/01/2018|acessodata=16/09/2021|arquivourl=https://archive.is/eJ8x9|arquivodata=16/09/2021|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|título=Relembre frases polêmicas de Jair Bolsonaro|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/relembre-frases-polemicas-de-jair-bolsonaro.shtml|obra=[[Folha de S.Paulo]]|data=28/10/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20210523155618|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|título=O que Bolsonaro já disse de fato sobre mulheres, negros e gays|url=https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/06/politica/1538859277_033603.html|obra=[[El País Brasil]]|data=07/10/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20210728133159|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|título=Treze frases de Bolsonaro de natureza sexual e machista|url=https://congressoemfoco.uol.com.br/governo/treze-frases-de-bolsonaro-de-natureza-sexual-e-machista/|publicado=[[Congresso em Foco]]|data=13/08/2019|acessodata=16/09/2021|wayb=20210605220137|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|título=Bolsonaro é conhecido por suas frases agressivas, vulgares, racistas, misóginas e homofóbicas, diz Le Monde|url=https://www.rfi.fr/br/brasil/20181005-bolsonaro-e-conhecido-por-suas-frases-agressivas-vulgares-racistas-misoginas-e-homof|publicado=[[Rádio França Internacional]]|data=05/10/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20200216041011|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|título="Racista, homofóbico, misógino e pró-ditadura", Bolsonaro seduziu o Brasil, diz Libération|url=https://www.rfi.fr/br/franca/20181005-racista-homofobico-misogino-e-pro-ditadura-bolsonaro-seduziu-o-brasil-diz-liberation|publicado=[[Rádio França Internacional]]|data=05/10/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20201112042546|urlmorta=não}}</ref>
 
O PT, por sua vez, confirmou a candidatura de [[Luiz Inácio Lula da Silva]]. Este, contudo, encontrava-se detido por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e, consequentemente, potencialmente inelegível pelas regras da [[Lei da Ficha Limpa]].<ref>{{citar web|autor=Casado, Letícia|autor2=Turollo Jr., Reynaldo|título=PT registra candidatura de Lula à Presidência|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/pt-registra-candidatura-de-lula-a-presidencia.shtml|obra=[[Folha de S.Paulo]]|data=15/08/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20210115152839|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|título=PT oficializa candidatura de Lula à Presidência da República|url=https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/08/04/pt-oficializa-candidatura-de-lula-a-presidencia-da-republica.ghtml|publicado=[[G1]]|data=04/08/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20180816125828|urlmorta=não}}</ref> No mesmo período, pesquisas eleitorais mostravam o ex-presidente como líder nas intenções de votos.<ref>{{citar web|título=Pesquisa Datafolha: Lula, 39%; Bolsonaro, 19%; Marina, 8%; Alckmin, 6%; Ciro, 5%|url=https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/eleicao-em-numeros/noticia/2018/08/22/pesquisa-datafolha-lula-39-bolsonaro-19-marina-8-alckmin-6-ciro-5.ghtml|publicado=[[G1]]|data=22/08/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20210514180644|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|título=Pesquisa Ibope: Lula, 37%; Bolsonaro, 18%; Marina, 6%; Ciro, 5%; Alckmin, 5%|url=https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/noticia/2018/08/20/pesquisa-ibope-lula-37-bolsonaro-18-marina-6-ciro-5-alckmin-5.ghtml|publicado=[[G1]]|data=20/08/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20210911184832|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|título=Lula chega a 39%, aponta Datafolha; sem ele, Bolsonaro lidera|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/lula-chega-a-39-aponta-datafolha-sem-ele-bolsonaro-lidera.shtml|obra=[[Folha de S.Paulo]]|autor=Gielow, Igor|data=22/08/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20210513043613|urlmorta=não|url-access=subscrição}}</ref><ref>{{citar web|título=Lula lidera isolado com 37%, mostra nova pesquisa CNT/MDA|autor=Venaglia, Guilherme|url=https://veja.abril.com.br/politica/lula-lidera-isolado-com-37-mostra-nova-pesquisa-cnt-mda/|obra=[[Veja]]|data=20/08/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20210313185519|urlmorta=não}}</ref> Porém esta candidatura foi indeferida pelo [[Tribunal Superior Eleitoral]] (TSE) em 1.º de setembro.<ref>{{citar web|título=TSE indefere pedido de registro de candidatura de Lula à Presidência da República|url=https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2018/Setembro/tse-indefere-pedido-de-registro-de-candidatura-de-lula-a-presidencia-da-republica|publicado=[[Tribunal Superior Eleitoral]]|data=01/09/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20210904173640|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|título=TSE decide que Lula é inelegível e não pode disputar a Presidência|url=https://veja.abril.com.br/politica/tse-decide-que-lula-e-inelegivel-e-nao-pode-disputar-a-presidencia/|obra=[[Veja]]|data=|acessodata=16/09/2021|wayb=20201026111551|urlmorta=não}}</ref> [[Fernando Haddad]] assumiu o posto de candidato.<ref>{{citar web|autor=Kaniak, Thais|autor2=Paris, Letícia|autor3=Gimenes, Erick|autor4=D'Agostino, Rosanne|título=PT anuncia candidatura de Fernando Haddad à Presidência no lugar de Lula|url=https://g1.globo.com/pr/parana/eleicoes/2018/noticia/2018/09/11/pt-anuncia-candidatura-de-fernando-haddad-a-presidencia-no-lugar-de-lula.ghtml|publicado=[[G1]]|data=11/09/2018|acessodata=16/09/2021|wayb=20210228200703|urlmorta=não}}</ref>
 
==Desinformações==
As desinformações começaram a ser registradas pela imprensa nos meses de setembro e outubro de 2018,<ref>{{citar web|url=https://catracalivre.com.br/cidadania/eleicoes-2018-lista-de-fake-news-que-circularam-nas-redes/|título=Eleições 2018: lista de fake news que circularam nas redes|publicado=[[Catraca Livre]]|data=05/05/2020|acessodata=16/09/2021|wayb=20180921120315|urlmorta=não}}</ref><ref name=Valente>{{citar web|url=https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-10/um-dia-da-eleicao-fake-news-sobre-candidatos-inundam-redes-sociais|título=Fake news sobre candidatos inundam redes sociais em período eleitoral|data=06/10/2018|autor=Valente, Jonas|acessodata=27/08/2021|wayb=20210805191414|urlmorta=não}}</ref> sendo a maior parte delas disseminadas em redes sociais e serviços de mensagens instantâneas por grupos bolsonaristas.<ref name=Benites>{{citar web|url=https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/26/politica/1537997311_859341.html|título=A máquina de ‘fake news’ nos grupos a favor de Bolsonaro no WhatsApp|obra=[[El País Brasil]]|autor=Benites, Afonso|data=27/08/2021|acessodata=27/08/2021|wayb=20210717152803|urlmorta=não}}</ref><ref name=Gragnani>{{Citar web|url=https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45666742|título=Um Brasil dividido e movido a notícias falsas: uma semana dentro de 272 grupos políticos no WhatsApp|autor=Gragnani, Juliana|publicado=[[BBC]]|data=5/10/2018|acessodata=27/08/2021|wayb=20181009093729|urlmorta=não}}</ref><ref name=Macedo>{{Citar web|autor=Macedo, Isabella|url=https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/das-123-fake-news-encontradas-por-agencias-de-checagem-104-beneficiaram-bolsonaro/|título=Das 123 fake news encontradas por agências de checagem, 104 beneficiaram Bolsonaro|data=26/10/2018|acessodata=27/08/2021|publicado=[[Congresso em Foco]]|wayb=20210517110517|urlmorta=não}}</ref><ref name=Nicolau>{{Citar livro|url={{Google books|aHf8DwAAQBAJ|plainurl=yes}}|título=O Brasil dobrou à direita: Uma radiografia da eleição de Bolsonaro em 2018|autor=Nicolau, Jairo|editora=Schwarcz - Companhia das Letra|isbn=9786557820216|páginas=144|citação=Em 2018, a maioria das fake news foi difundida pelos apoiadores de Bolsonaro e teve como alvo o candidato do PT. Por exemplo, um levantamento de 123 notícias falsas difundidas ao longa da campanha indica que 104 (85%) beneficiaram Bolsonaro e 19 (15%) favoreceram Haddad.}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Simões, Mariana|url=https://apublica.org/2018/10/grupos-pro-bolsonaro-no-whatsapp-orquestram-fake-news-e-ataques-pessoais-na-internet-diz-pesquisa/|título=Grupos pró-Bolsonaro no WhatsApp orquestram fake news e ataques pessoais na internet, diz pesquisa|publicado=[[Agência Pública]]|data=22/10/2018|acessodata=27/08/2021|wayb=20210612124848|urlmorta=não}}</ref> Entre as notícias falsas, a suposta fraude nas urnas eletrônicas foi a mais citada no Twitter e a mais visualizada no [[YouTube]].{{sfn|Fundação Getulio Vargas|2019|p=25-26}} ​De acordo com um estudo da [[Fundação Getulio Vargas]], a desconfiança sobre a lisura das eleições mobilizou mais de 800 menções no Twitter nos meses de agosto e setembro. O debate se dividiu entre a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a confiabilidade das urnas eletrônicas. Em 29 de agosto, após uma entrevista de Bolsonaro para a [[GloboNews]], na qual ele afirmou sua descrença nas pesquisas eleitorais, a rede social registrou o ápice do debate.{{sfn|Fundação Getulio Vargas|2019|p=30}}
 
O [[atentado contra Jair Bolsonaro]] ocorrido em 6 de setembro também foi objeto de notícias falsas: uma teoria conspiratória foi disseminada quando uma fotografia de Bolsonaro andando na unidade de saúde, sugerindo que o atentado havia sido uma encenação. Entretanto, o acontecimento também foi utilizado para atacar integrantes do PT. Após a prisão do agressor, Adélio Bispo de Oliveira apareceu em diversas montagens próximo à personalidades do partido. Fotografias adulteradas de candidatos próximos à personalidades comunistas também foram compartilhadas em redes sociais.{{sfn|Portela|2019|p=19-22}}
 
===Contra Fernando Haddad===
[[Ficheiro:Eleições presidenciais brasileiras em 2018 - Lançamento da chapa "O Povo Feliz de Novo" (PT, PCdoB e PROS).jpg|250px|thumb|esquerda|A [[Campanha presidencial de Fernando Haddad em 2018|campanha presidencial]] de [[Fernando Haddad]] e [[Manuela d'Ávila]] foi o principal alvo de desinformações.{{sfn|<ref name=Macedo|2018}}/>]]
 
Fernando Haddad foi associado à desinformação relativa às questões de gênero e dogmas sociais com viés sexual. Uma das principais notícias falsas disseminadas durante a eleição{{sfnm|Fundação Getulio Vargas|2019|Jardelino, Cavalcanti & Toniolo|2020}} atribuía a autoria da iniciativa não governamental [[Escola sem Homofobia]], pejorativamente apelidada como "kit Gay", ao candidato petista.<ref>{{sfnmCitar web|url=https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/10/16/e-fake-que-haddad-criou-kit-gay-para-criancas-de-seis-anos.ghtml|título=É #FAKE que Haddad criou 'kit gay' para crianças de seis anos|publicado=[[G1]]|data=16/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210827101822|urlmorta=não}}</ref><ref name=Figueiredo>{{Citar web|autor=Figueiredo, Patrícia|url=https://apublica.org/checagem/2018/10/truco-haddad-nao-criou-o-kit-gay/|G1título=Haddad não criou o ‘kit gay’|Outubropublicado=[[Agência Pública]]|data=11/10/2018|Mouraacessodata=09/09/2021|wayb=20210827102743|urlmorta=não}}</ref><ref &name=MouraCypreste>{{Citar web|autor=Moura, Bernardo|autor2=Cypreste, Judite|url=https://www.aosfatos.org/noticias/e-falso-que-haddad-criou-kit-gay-para-criancas-de-seis-anos/|título=É falso que Haddad criou 'kit gay' para crianças de seis anos|obra=[[Aos Fatos]]|data=10/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210827102229|urlmorta=não}}</ref> Também alegava que a iniciativa era voltada para "crianças de seis anos".{{sfn|Moura<ref & Cypreste|2018}}name=MouraCypreste/> No entanto, a mesma foi produzida por organizações não-governamentais visando promover a [[cidadania]] e os [[direitos humanos]] da [[comunidade LGBT]]. O conteúdo do material, por sua vez, era voltado à formação de educadores.<ref name=MouraCypreste/><ref>{{sfnm|G1Citar web|url=http://g1.globo.com/educacao/noticia/2011/05/projeto-de-distribuir-nas-escolas-kits-contra-homofobia-provoca-debate.html|Mouratítulo=Projeto &de Cyprestedistribuir nas escolas kits contra a homofobia provoca debate|2018publicado=[[G1]]|data=12/05/2011|acessodata=12/09/2021|wayb=20210809165954|urlmorta=não}}</ref> Esta desinformação, inclusive, foi disseminada por Bolsonaro em entrevistas públicas. Na primeira ocasião, em setembro, ele mencionou o livro ''[[Aparelho Sexual e Cia.]]'', da francesa [[Hélène Bruller]], como um dos materiais integrantes do "kit gay".<ref>{{sfnmCitar web|autor=Coletta, Ricardo Della|url=https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/29/politica/1535564207_054097.html|G1título=Bolsonaro mentiu ao falar de livro de educação sexual no ‘Jornal Nacional’|Setembroobra=[[El País Brasil]]|data=29/08/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210827175339|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/09/04/e-fake-que-livro-citado-por-bolsonaro-no-jn-e-o-que-aparece-com-carimbo-de-escola-de-maceio.ghtml|título=É #FAKE que livro citado por Bolsonaro no JN é o que aparece com carimbo de escola de Maceió|publicado=[[G1]]|data=04/09/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210827101852|urlmorta=não}}</ref> No mês seguinte, acusou Haddad de ser o criador da iniciativa.<ref name=Figueiredo/><ref>{{sfnm|FigueiredoCitar web|url=https://jovempan.com.br/eleicoes-2018/presidenciais/o-haddad-criou-o-kit-gay-diz-jair-bolsonaro.html|título=‘O Haddad criou o kit gay’, diz Jair Bolsonaro|publicado=[[Jovem Pan]]|data=09/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210909064618|urlmorta=não}}</ref> As publicações de Bolsonaro com expressão "kit gay" foram removidas das redes sociais por determinação do ministro [[Carlosdo Horbach]]TSE, do [[TribunalCarlos Superior EleitoralHorbach]] (TSE). Na ocasião, Horbach concluiu que a obra nunca foi distribuída em escolas públicas pelo governo e considerou que as publicações geram "desinformação no período eleitoral, com prejuízo ao debate político".<ref>{{sfnmCitar web|autor=Casado, Letícia|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/ministro-do-tse-determina-exclusao-de-publicacoes-com-expressao-kit-gay-usadas-por-bolsonaro.shtml|título=Ministro do TSE determina exclusão de publicações com expressão 'kit gay' usadas por Bolsonaro|obra=[[Folha de S.Paulo]]|data=16/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210711002710|urlmorta=não|url-access=subscrição}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Moura, Rafael Moraes|url=https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,tse-determina-remocao-de-videos-em-que-bolsonaro-cita-kit-gay,70002548946|título=TSE determina remoção de vídeos em que Bolsonaro cita 'kit gay'|obra=[[O Estado de S. Paulo]]|data=16/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20201203075536|urlmorta=não|url-access=subscrição}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Ramalho, Renan|url=https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/noticia/2018/10/16/tse-manda-remover-da-internet-videos-de-bolsonaro-contra-o-kit-gay.ghtml|título=TSE manda remover da internet vídeos de Bolsonaro com críticas a material contra homofobia|publicado=[[G1]]|data=16/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20201107225700|urlmorta=não}}</ref> Porém Bolsonaro desrespeitou a determinação do TSE e voltou a associar Haddad ao "kit gay".<ref>{{sfnmCitar web|url=https://www.brasildefato.com.br/2018/10/25/bolsonaro-desrespeita-a-justica-e-volta-a-divulgar-falso-kit-gay|título=Bolsonaro desrespeita a Justiça e volta a divulgar falso “kit gay”|obra=[[Brasil de Fato]]|data=25/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20200930212412|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.redebrasilatual.com.br/eleicoes-2018/2018/10/bolsonaro-ignora-tse-e-volta-a-falar-em-kit-gay-na-campanha/|título=Bolsonaro ignora TSE e volta a falar em ‘kit gay’ na campanha|publicado=[[Rede Brasil Atual]]|data=25/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210224232503|urlmorta=não}}</ref>
 
O "kit gay" também foi usado em outra desinformação, na qual um vídeo publicado no Facebook alegava que [[mamadeira]]s eróticas com bico de borracha em formato de pênis foram distribuídas em creches pelo PT para combater a homofobia. Na oportunidade, o [[Ministério da Educação (Brasil)|Ministério da Educação]] negou a distribuição do produto. Este, por sua vez, realmente existe, mas é comercializado em [[sex shop]]s para o público adulto.<ref>{{sfnmCitar web|url=https://checamos.afp.com/nao-o-pt-nao-esta-distribuindo-mamadeiras-eroticas-nas-creches|título=Não, o PT não está distribuindo ‘mamadeiras eróticas’ nas creches|publicado=[[Agence France-Presse]]|data=28/09/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210909082924|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.aosfatos.org/noticias/mamadeiras-eroticas-nao-foram-distribuidas-em-creches-pelo-pt/|título='Mamadeiras eróticas' não foram distribuídas em creches pelo PT|obra=[[Aos Fatos]]|data=28/09/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210827103741|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://projetocomprova.com.br/post/re_2B5W8XYj0Jwb/|título="Mamadeiras eróticas" não foram distribuídas em creches pelo PT|publicado=[[Projeto Comprova]]|Setembro data=27/09/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210302231242|urlmorta=não}}</ref>
 
Em outubro de 2018, uma montagem começou a circular nas redes sociais, especialmente no Facebook e WhatsApp, que mostra uma criança com a boca tapada e menciona o projeto de lei de número 236/2012, descrevendo-o como proposta de descriminalização da pedofilia no caso de relações sexuais com crianças a partir de 12 anos.<ref>{{sfnCitar web|url=https://veja.abril.com.br/blog/me-engana-que-eu-posto/projeto-nao-torna-pedofilia-ato-legal-nem-tem-participacao-de-haddad/|título=Projeto não torna pedofilia ‘ato legal’ nem tem participação de Haddad|obra=[[Veja]]|data=16/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20200818081821|urlmorta=não}}</ref> ​Várias versões desta montagem associavam falsamente Haddad como o autor do texto e também exibiam a logomarca da campanha do petista.<ref name=G1out2018>{{sfnmCitar web|url=https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/10/13/e-fake-cartaz-atribuido-a-haddad-que-diz-que-projeto-de-lei-torna-a-pedofilia-um-ato-legal.ghtml|título=É #FAKE cartaz atribuído a Haddad que diz que projeto de lei torna a pedofilia um ato legal|publicado=[[G1]]|data=13/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210827100734|urlmorta=não}}</ref><ref name=Menezes>{{Citar web|autor=Menezes, Luiz Fernando|url=https://www.aosfatos.org/noticias/nao-ha-projeto-de-lei-para-legalizar-pedofilia-imagem-distorce-projeto-de-novo-codigo-penal/|título=Não outubrohá projeto de 2018lei para legalizar a pedofilia; imagem distorce projeto do Novo Código Penal|Menezesobra=[[Aos Fatos]]|data=15/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210827102231|urlmorta=não}}</ref><ref name=comprova2018>{{Citar web|url=https://projetocomprova.com.br/post/re_2B5W8XNDG6Pb/|título=Projeto não torna a pedofilia um ato legal e nem tem participação de Haddad|publicado=[[Projeto Comprova]]|2018acessodata=09/09/2021|wayb=20210305043033|urlmorta=não}}</ref> O projeto era na verdade uma proposta do [[Novo Código Penal Brasileiro|Novo Código Penal]] e não tinha relação com a legalização da pedofilia ou com Haddad. No entanto, o mesmo previa a redução de 14 anos para 12 anos no limite de idade da vítima na qualificação do crime de estupro de vulnerável.{{sfnm|G1|13<ref dename=G1out2018/><ref outubro de 2018|name=Menezes|2018|Projeto/><ref Comprova|2018}}name=comprova2018/>
 
No mesmo período, [[Olavo de Carvalho]], considerado o "[[guru]]" de Bolsonaro,<ref>{{sfnmcitar web|título=Olavo de Carvalho, 'guru' de Bolsonaro, perde contrato com editora|url=https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/07/29/interna_politica,1291144/olavo-de-carvalho-guru-de-bolsonaro-perde-contrato-com-editora.shtml|obra=[[Estado de Minas]]|data=29/07/2021|acessodata=12/09/2021|wayb=20210729235049|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|autor=Saconi, João Paulo|título=Guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho orienta alunos a deixarem governo|url=https://oglobo.globo.com/brasil/guru-do-bolsonarismo-olavo-de-carvalho-orienta-alunos-deixarem-governo-23507185|obra=[[O Globo]]|data=08/03/2019|acessodata=12/09/2021|wayb=20210507123418|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|título=Guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho desembarca no Brasil para tratamento médico|url=https://br.noticias.yahoo.com/guru-de-bolsonaro-olavo-de-carvalho-desembarca-no-brasil-para-tratamento-medico-162614643.html|publicado=[[Yahoo!|Yahoo! Notícias]]|data=08/07/2021|acessodata=12/09/2021|wayb=20210709232748|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|título=Guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho reforça crítica ao Escola sem Partido: "Colocaram a carroça na frente dos bois"|url=https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2018/11/guru-de-bolsonaro-olavo-de-carvalho-reforca-critica-ao-escola-sem-partido-colocaram-a-carroca-na-frente-dos-bois-cjoub7l680g5p01rxuw58c1p0.html|obra=[[Zero Hora]]|data=23/11/2018|acessodata=12/09/2021|wayb=20210507154222|urlmorta=não}}</ref> escreveu no Facebook que Haddad defendia em seu livro o fim do tabu do incesto" para a implantação do socialismo. Olavo de Carvalho ainda escreveu na publicação que posteriormente foi apagada: "O homem quer que os meninos comam suas mães". Mais tarde, a informação falsa foi republicada por [[Carlos Bolsonaro]] que questionou: "é isso que você quer ver governando o país?". O livro citado, ''Em Defesa do Socialismo'', faz uma análise sobre o Manifesto Comunista escrito e publicado pelos pensadores [[Karl Marx]] e [[Friedrich Engels]] e em nenhum momento menciona incesto.<ref>{{sfnmCitar web|autor=Aragão, Alexandre|url=https://www.aosfatos.org/noticias/e-falso-que-fernando-haddad-defendeu-em-livro-sexo-entre-pais-e-filhos/|título=É falso que Fernando Haddad defendeu em livro sexo entre pais e filhos|obra=[[Aos Fatos]]|data=15/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210827103751|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Couto, & Marlen|autor2=Julião, Luís Guilherme|url=https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/10/16/e-fake-que-livro-escrito-por-haddad-incentive-o-incesto-e-cite-dez-mandatos-do-comunismo.ghtml|título=É #FAKE que livro escrito por Haddad incentive o incesto e cite dez mandamentos do comunismo|publicado=[[G1]]|data=16/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210827101739|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Matsuki, Edgard|url=https://www.boatos.org/politica/livro-haddad-defende-incesto-socialismo.html|título=Livro de Haddad defende incesto para poder implantar o socialismo #boato|publicado=Boatos.org|data=14/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210613064836|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://projetocomprova.com.br/post/re_2B5W8XNrykvb/|título=Não é verdade que Haddad defenda incesto em livro publicado em 1998|publicado=[[Projeto Comprova]]|Outubro data=18/10/2018|acessodata=09/09/2021|wayb=20210506012333|urlmorta=não}}</ref>
 
===Contra Manuela d'Ávila===
Manuela d'Ávila, candidata a vice-presidente da campanha de Haddad, tornou-se alvo de inúmeras notícias falsas, além de ameaças e manipulações de imagens. Foi associada à desinformação relativa às questões religiosas conflitando come pautas LGBTQ+.<ref>{{sfnmcitar web|url=https://aosfatos.org/noticias/manuela-davila-nao-prometeu-que-bandeira-lgbt-tremulara-junto-com-brasileira/|título=Manuela D'Ávila não prometeu que 'a bandeira LGBT tremulará junto com a brasileira'|autor=Cypreste, Judite|obra=[[Aos Fatos]]|wayb=20181009204919|acessodata=09/10/2018|Guerradata=09/10/2018|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/10/05/e-fake-post-com-manuela-davila-dizendo-que-e-mais-popular-que-jesus-e-que-o-cristianismo-vai-desaparecer.ghtml|título=É #FAKE post com Manuela D'Ávila dizendo que é mais popular que Jesus e que o cristianismo vai desaparecer|data=05/10/2018|acessodata=8/10/2018|wayb=20181008215017|publicado=[[G1]]|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|autor=Lemos, Amanda|título=Fala de Manuela D'Ávila sobre ser contra feriados cristãos é falsa|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/fala-de-manuela-davila-sobre-ser-contra-feriados-cristaos-e-falso.shtml|obra=[[Folha de S. Paulo]]|data=11/10/2018|acessodata=12/09/2021|wayb=20201109034120|urlmorta=não}}</ref> Uma das principais notícia falsadesinformações disseminadadisseminadas nas redes sociais foi uma montagem de Manuela vestindo uma camiseta com a frase "Jesus é Travesti" e um arco-íris logo abaixo., Porémporém a imagem original trazia a inscrição "Rebele-se".<ref>{{sfncitar web|url=https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/10/02/e-fake-imagem-em-que-manuela-davila-aparece-com-camiseta-jesus-e-travesti.ghtml|título=É #FAKE imagem em que Manuela D'Ávila aparece com camiseta 'Jesus é travesti'|autor=Velasco, Clara|publicado=[[G1]]|data=02/10/2018|acessodata=02/10/2018|wayb=20181002222847|urlmorta=não}}</ref> Uma outra fotografia manipulada da candidata, na qual ela aparece com tatuagens dos rostos de [[Lenin]] e [[Che Guevara]], também repercutiu nos mesmos ambientes virtuais.<ref>{{sfnCitar web|url=https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/tatuagens-de-che-guevara-e-lenin-em-manuela-sao-falsas/|título=Tatuagens de Che Guevara e Lenin em Manuela D'Ávila são falsas|data=14/09/2018|acessodata=12/09/2021|obra=[[O Estado de S. Paulo]]|Setembro de 2018wayb=20200929054153|urlmorta=não}}</ref>
 
Manuela também foi falsamente acusada de ter ligações com o responsável pelo [[Atentado contra Jair Bolsonaro|atentado]] contra Jair Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira. A desinformação se originou no Facebook e afirmava que umaa quebraPolícia deFederal, sigilo telefônicoatravés de Adéliouma porquebra partede dasigilo Polícia Federaltelefônico, revelou seis ligações entre Adélio e a candidata no dia do atentado.<ref>{{sfnmcitar web|url=https://www.gazetaonline.com.br/noticias/politica/2018/09/manuela-d--avila-relata-ameaca-e-pede-reforco-da-policia-federal-1014149453.html|título=Manuela D' Avila relata ameaça e pede reforço da Polícia Federal|data=24/09/2018|obra=[[A Gazeta (Espírito Santo)|A Gazeta]]|acessodata=30/09/2018|wayb=20210912134105|urlmorta=não}}</ref><ref name=Coutinho>{{citar web|url=https://oglobo.globo.com/brasil/manuela-davila-relata-ameaca-pede-reforco-da-pf-investigacao-da-pgr-23097589|título=Manuela D´Avila relata ameaça e pede reforço da PF e investigação da PGR|data=24/09/2018|obra=[[O Globo]]|autor=Coutinho, Mateus|acessodata=30/09/2018|wayb=20180926060632|urlmorta=não}}</ref> No entanto, o responsável pelas investigações, o delegado Rodrigo Morais já havia afirmado à [[TV Globo]] que Adélio teria executado o crime sem ajuda.<ref>{{sfnmcitar web|url=https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/noticia/2018/09/27/ministro-do-tse-arquiva-pedido-do-pt-para-que-policia-federal-fizesse-seguranca-de-manuela-davila.ghtml|título=Ministro do TSE arquiva pedido do PT para que Polícia Federal fizesse segurança de Manuela D'Ávila|data=27/09/2018|publicado=[[G1]]|autor=D'Agostino, Rosanne|acessodata=30/09/2018|wayb=20180928120100|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/manuela-relata-ameaca-e-vai-ao-tse-pedir-protecao-da-pf.shtml|título=Manuela relata ameaça e vai ao TSE pedir proteção da PF|data=24/09/2018|obra=[[Folha de S.Paulo]]|autor=Lopes, Nathan|acessodata=30/09/2018|wayb=20180925132657|urlmorta=não}}</ref> Esta acusação falsa alcançou mais de 20 mil compartilhamentos e gerou grande repercussão. Por conseguinte, a página oficial de Manuela no Facebook recebeu uma ameaça de um usuário identificado como Guilherme Messias Bolsonaro.{{sfn|<ref name=Coutinho|2018}}/>
 
===Contra Jair Bolsonaro===
Jair Bolsonaro, candidato do PSL, também foi alvo de notícias falsas, embora em menor escala e repercussão, como uma falsa reportagem do jornal ''[[Folha de S.Paulo]]'' que alegava uma sugestão de Bolsonaro em trocar a imagem da padroeira do Brasil, [[Nossa Senhora da Conceição Aparecida]]. De acordo com a desinformação, a motivação pela mudança seria o tom de pele escuro da santa. Uma segunda versão alegava que Bolsonaro e seu filho, [[Eduardo Bolsonaro|Eduardo]], assinaram o projeto de lei 2623, de autoria do então deputado [[Victório Galli]].<ref>{{sfnmCitar web|título=É montagem notícia que diz que Bolsonaro vai mudar imagem da padroeira do Brasil|url=https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/noticia-que-sugere-que-bolsonaro-vai-tirar-nossa-senhora-aparecida-do-posto-de-padroeira-do-brasil-e-uma-montagem/|obra=[[O Estado de S. Paulo]]|Outubrodata=16/10/2018|acessodata=13/09/2021|wayb=20181103161442|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Schultz, Adriane|título=É #FAKE que Bolsonaro sugeriu troca da imagem de Nossa Senhora Aparecida e que assinou projeto de lei para retirada do título de padroeira do Brasil|url=https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/10/16/e-fake-que-bolsonaro-sugeriu-troca-da-imagem-de-nossa-senhora-aparecida-e-que-assinou-projeto-de-lei-para-retirada-do-titulo-de-padroeira-do-brasil.ghtml|Schultzpublicado=[[G1]]|data=16/10/2018|acessodata=13/09/2021|wayb=20210827101747|urlmorta=não}}</ref>
 
Outras desinformações tiveram como pautas pessoas envolvidas na [[Campanha presidencial de Jair Bolsonaro em 2018|campanha presidencial]], tais como o vice [[Hamilton Mourão]] e [[Flávio Bolsonaro]]. Mourão, inclusive, chegou a ser acusado por [[Geraldo Azevedo]] de ter sido um torturador durante a ditadura militar e Fernando Haddad repetiu a acusação em uma sabatina do jornal ''[[O Globo]]''. No entanto, ambos reconheceram que se equivocaram.<ref>{{sfnmCitar web|título=Mourão diz que processará Geraldo Azevedo que o chamou de torturador|url=https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-10/mourao-diz-que-vai-processar-geraldo-azevedo-que-o-chamou-torturador|publicado=[[Agência Brasil]]|data=23/10/2018|acessodata=13/09/2021|wayb=20190907232807|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Bustamante, Luisa|título=Geraldo Azevedo pede desculpas por acusar Mourão de ser torturador|url=https://veja.abril.com.br/politica/geraldo-azevedo-pede-desculpas-por-acusar-mourao-de-ser-torturador/|obra=[[Veja]]|data=23/10/2018|acessodata=13/09/2021|wayb=20210314232557|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|título=Haddad recua após chamar general Mourão de torturador em sabatina|url=https://www.reuters.com/article/politica-eleicao-haddad-mourao-idLTAKCN1MX2JF-OBRTP|publicado=[[Reuters]]|data=12/11/2018|acessodata=13/09/2021|wayb=20210913053001|urlmorta=não}}</ref> Flávio Bolsonaro, por sua vez, teve uma imagem adulterada para incluir ofensa a nordestinos. De acordo com o portal [[G1]], a imagem original, publicada pelo sítio, mostra Flávio com uma camisa lisa e sem inscrição.<ref>{{sfnmCitar web|autor=Prata, Pedro|url=https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/foto-de-flavio-bolsonaro-vestindo-camiseta-com-ofensa-a-nordestinos-e-montagem/|título=Foto de Flávio Bolsonaro vestindo camiseta com ofensa a nordestinos é montagem|obra=[[O Estado de S. Paulo]]|data=14/10/2020|acessodata=13/09/2021|wayb=20201019160852|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Schultz, Adriane|Outubrotítulo=É de#FAKE imagem que mostra Flávio Bolsonaro com camiseta com ofensas a nordestinos|url=https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/10/05/e-fake-imagem-que-mostra-flavio-bolsonaro-com-camiseta-com-ofensas-a-nordestinos.ghtml|publicado=[[G1]]|data=05/10/2018|acessodata=13/09/2021|wayb=20210827103510|urlmorta=não}}</ref>
 
{{Referências}}
==Impactos==
As notícias falsas impactaram significativamente na eleição e beneficiaram a candidatura de Bolsonaro.{{sfnm|Barragán|2018|Macedo|2018|Nicolau|2020|Simões|2018|Dourado|2020|5p=282}} Um estudo do IDEA Big Data mostrou que os conteúdos pró-Bolsonaro, na última semana do primeiro turno, chegaram a cerca de 40 mil grupos por dia no WhatsApp, alcançando aproximadamente 28 milhões de pessoas.{{sfn|Corbellini & Moura|2019|p=118}} Uma pesquisa da organização [[Avaaz.org]], publicada poucos dias após o segundo turno, informou que 98% dos eleitores de Bolsonaro foram expostos a notícias falsas durante a eleição e 89% acreditaram que os fatos eram verdadeiros.{{sfn|Pasquini|2018}}
 
==Bibliografia==
De acordo com outros estudos, as três notícias falsas que mais repercutiram no Facebook, Twitter e WhatsApp foram: "kit gay", "fraude nas urnas" e "Jesus é travesti".{{sfnm|Fundação Getulio Vargas|2019|Jardelino, Cavalcanti & Toniolo|2020}} Por outro lado, publicações falsas associadas a Jair Bolsonaro tiveram alcance mais tímido.{{sfn|Fundação Getulio Vargas|2019}} No [[Google]], os três temas tiveram resultados expressivos somente durante o período eleitoral, com exceção do termo "kit gay", que obteve uma significativa procura em maio de 2011.{{sfn|Jardelino, Cavalcanti & Toniolo|2020}}
 
Os resultados da ferramenta Buzzsumo analisou 1811 publicações na internet, que geraram mais de cinco milhões de ''engagements'' – métrica que mensura a interação do público com as publicações através de cliques, ''likes'', comentários e compartilhamentos, cada um com peso diferente. O mês com maior ''engagement'' foi exatamente outubro de 2018. Em contrapartida, essas notícias falsas foram assumidas como verdadeiras por grande parte dos visualizadores, embora desmentidas pela mídia e por agências de checagem de fatos.{{sfn|Jardelino, Cavalcanti & Toniolo|2020}}
 
==Repercussão==
Uma pesquisa antropológica da [[Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo]] observou características semelhantes em dezesseis perfis de apoiadores, eleitores e potenciais eleitores de Jair Bolsonaro. O documento afirma que muitos foram mobilizados por medos, pânicos e repulsa proliferados por notícias falsas que, embora com variações, se estruturaram em torno de uma combinação de acusações de comunismo e da ideologia de gênero.{{sfn|Kalil; et al.|2018|pp=1 e 12}} No mesmo raciocínio, um estudo publicado na revista ''Correlatio'' concluiu que a campanha presidencial de Bolsonaro se impulsionou na proliferação de notícias falsas que associaram à defesa da "família tradicional brasileira" ao combate do "kit gay" e à ideologia de gênero.{{sfn|Maranhão Filho, Coelho & Dias|2018|p=85}}
 
Discorrendo sobre o assunto, o doutor em [[ciências sociais]] Dirceu André Gerardi e o [[sociólogo]] Ricardo Mariano ressaltaram as atuações de líderes evangélicos em redes sociais para "demonizar os governos petistas".{{sfn|Mariano & Gerardi|2019|p=69}} Para os autores, líderes e deputados evangélicos começaram a se guiarem por posições políticas que visam "atacar os direitos humanos, a educação sexual nas escolas e as políticas anti-homofóbicas."{{sfn|Mariano & Gerardi|2019|p=74}}
 
Gerardi e Mariano também avaliaram o "kit gay" como "uma estratégia muito bem orquestrada pela campanha bolsonarista e por seus aliados para criar pânico moral e repulsa à candidatura petista." Por conseguinte, a direita se beneficiou significativamente com a difusão de notícias falsas nas redes sociais. De todo modo, Bolsonaro também foi objeto de notícias falsas de cunho religioso.{{sfn|Mariano & Gerardi|2019|p=73}}
 
Por outro lado, um artigo da revista ''Letrônica'', da [[Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul]], analisou a semântica da expressão. De acordo como o documento, a terminologia foi significativamente empregada na eleição presidencial de 2018 como subterfúgio estratégico para desqualificar informações e desacreditar jornalistas e oposicionistas.{{sfn|Azevedo & Lima|2020|p=4}} Os autores também observaram que as notícias falsas foram usadas com o intuito de suscitar preconceito, ódio e intolerância para influenciar os resultados das eleições em 2018.{{sfn|Azevedo & Lima|2020|p=13}}
 
{{Notas}}
{{Referências|col=3}}
===Bibliografia===
;Publicações acadêmicas, livros e revistas
{{Refbegin|2}}
* {{citar periódico|autor=Azevedo, Mauri de Castro|autor2=Lima, Marcus Antônio Assis|título=Fake news e pós-verdade na construção do Neoconservadorismo no Brasil pós-2013 e os efeitos nas eleições de 2018|obra=Letrônica|local=[[Porto Alegre]]|volume=13|número=2|ref={{sfnRef|Azevedo & Lima|2020}}|páginas=1-14|eissn=1984-4301|doi=10.15448/1984-4301.2020.2.35546}}
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* {{Citar revista|autor=Mariano, Ricardo|autor2=Gerardi, Dirceu André|url=https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/155531/151189|título=Eleições presidenciais na América Latina em 2018 e ativismo político de evangélicos conservadores|revista=Revista [[Universidade de São Paulo|USP]]|local=[[São Paulo]]|número=120|data=2019|ref={{sfnRef|Mariano & Gerardi|2019}}|páginas=61-76}}
* {{Citar livro|url={{Google books|aHf8DwAAQBAJ|plainurl=yes}}|título=O Brasil dobrou à direita: Uma radiografia da eleição de Bolsonaro em 2018|autor=Nicolau, Jairo|editora=Schwarcz - Companhia das Letra|ref={{sfnRef|Nicolau|2020}}|isbn=9786557820216|páginas=144|citação=Em 2018, a maioria das fake news foi difundida pelos apoiadores de Bolsonaro e teve como alvo o candidato do PT. Por exemplo, um levantamente de 123 notícias falsas difundidas ao longa da campanha indica que 104 (85%) beneficiaram Bolsonaro e 19 (15%) favoreceram Haddad.}}
* {{Citar periódico|autor=Portela, Marcelo de Castro|título=O USO DE FAKE NEWS E SEU IMPACTO NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2018|publicado=[[Universidade Federal de Minas Gerais]]|url=https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-BC8J4V/1/tcc_marcelo_portela_uso_fake_news_impactos_eleicoes_presidenciais_2018.pdf|data=2019|ref={{sfnRef|Portela|2019}}|wayb=20200319080755|urlmorta=não}}
* {{Citar periódico|autor=Teixeira, Vitória Matheus|autor2=Marcos, Amanda Duarte|autor3=Machado, Maria Luísa Horácio Gomes|autor4=Cabral, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat|título=AS FAKE NEWS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NOCIVAS À SOCIEDADE|url=http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/anais_linguagem_tecnologia/article/view/15058/1125612218|publicado=Anais do Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online|volume=7|número=1|data=2018|ref={{sfnRef|Teixeira, Marcos, Machado & Cabral|2018}}|issn=2317-0239|wayb=20200524111603|urlmorta=não}}
* {{Citar periódico|autor=Telles, Helcimara de Souza|título=O QUE OS PROTESTOS TRAZEM DE NOVO PARA A POLÍTICA BRASILEIRA|url=http://opiniaopublica.ufmg.br/site/files/artigo/3-Dossie-Abril-2015-Mara-Telles1.pdf|periódico=Em Debate|local=[[Belo Horizonte]]|data=2015|acessodata=09/09/2021|volume=7|número=2|páginas=7-14|ref={{sfnRef|Telles|2015}}|wayb=20200907154914|urlmorta=não}}
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* {{citar web|url=https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/26/politica/1537997311_859341.html|título=A máquina de ‘fake news’ nos grupos a favor de Bolsonaro no WhatsApp|obra=[[El País Brasil]]|autor=Benites, Afonso|data=27/08/2021|acessodata=27/08/2021|wayb=20210717152803|urlmorta=não|ref={{sfnRef|Benites|2018}}}}
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* {{Citar web|autor=Bretas, Valéria|título=Com 82% de rejeição, Temer se torna presidente mais impopular da história|url=https://exame.com/brasil/com-82-de-rejeicao-temer-se-torna-presidente-mais-impopular-da-historia/|obra=[[Exame (revista brasileira)|Exame]]|data=10/06/2018|acessodata=09/09/2021|ref={{sfnRef|Bretas|2018}}|wayb=20210801013301|urlmorta=não}}
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* {{Citar web|título=Protestos contra o governo reúnem quase 1 milhão pelo país|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/03/1603286-protestos-contra-o-governo-reune-quase-1-milhao-pelo-pais.shtml|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|data=15/03/2015|acessodata=09/09/2021|ref={{sfnRef|Folha de S.Paulo|Março 2015}}|wayb=20210414081718|urlmorta=não|url-access=subscrição}}
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* {{Citar web|autor=Simões, Mariana|url=https://apublica.org/2018/10/grupos-pro-bolsonaro-no-whatsapp-orquestram-fake-news-e-ataques-pessoais-na-internet-diz-pesquisa/|título=Grupos pró-Bolsonaro no WhatsApp orquestram fake news e ataques pessoais na internet, diz pesquisa|publicado=[[Agência Pública]]|data=22/10/2018|acessodata=27/08/2021|wayb=20210612124848|urlmorta=não|ref={{sfnRef|Simões|2018}}}}
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* {{citar web|url=https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-10/um-dia-da-eleicao-fake-news-sobre-candidatos-inundam-redes-sociais|título=Fake news sobre candidatos inundam redes sociais em período eleitoral|data=06/10/2018|autor=Valente, Jonas|acessodata=27/08/2021|wayb=20210805191414|urlmorta=não|ref={{sfnRef|Valente|2018}}}}
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;Agências de checagem de fatos
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* {{citar web|url=https://aosfatos.org/noticias/manuela-davila-nao-prometeu-que-bandeira-lgbt-tremulara-junto-com-brasileira/|título=Manuela D'Ávila não prometeu que 'a bandeira LGBT tremulará junto com a brasileira'|autor=Cypreste, Judite|obra=[[Aos Fatos]]|wayb=20181009204919|acessodata=09/10/2018|data=09/10/2018|ref={{sfnRef|Cypreste|2018}}|urlmorta=não}}
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* {{Citar web|título=É montagem notícia que diz que Bolsonaro vai mudar imagem da padroeira do Brasil|url=https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/noticia-que-sugere-que-bolsonaro-vai-tirar-nossa-senhora-aparecida-do-posto-de-padroeira-do-brasil-e-uma-montagem/|obra=[[O Estado de S. Paulo]]|data=16/10/2018|acessodata=13/09/2021|ref={{sfnRef|O Estado de S. Paulo|Outubro de 2018}}|wayb=20181103161442|urlmorta=não}}
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* {{Citar web|url=https://www.aosfatos.org/noticias/mamadeiras-eroticas-nao-foram-distribuidas-em-creches-pelo-pt/|título='Mamadeiras eróticas' não foram distribuídas em creches pelo PT|obra=[[Aos Fatos]]|data=28/09/2018|acessodata=09/09/2021|ref={{sfnRef|Aos Fatos|2018}}|wayb=20210827103741|urlmorta=não}}
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* {{Citar web|autor=Schultz, Adriane|título=É #FAKE imagem que mostra Flávio Bolsonaro com camiseta com ofensas a nordestinos|url=https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/10/05/e-fake-imagem-que-mostra-flavio-bolsonaro-com-camiseta-com-ofensas-a-nordestinos.ghtml|publicado=[[G1]]|data=05/10/2018|acessodata=13/09/2021|ref={{sfnRef|Schultz|Outubro de 2018}}|wayb=20210827103510|urlmorta=não}}
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