Castelo de Aljezur: diferenças entre revisões

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No Século XV, o castelo já se encontrava em avançado estado de abandono, como foi relatado por uma visitação da Ordem de Santiago à vila de Aljezur, em 1448<ref name=SIPA/> ou 1482.<ref name=TerrasMouros/> Segundo este documento, a muralha ocidental estava em ruínas, enquanto que as portas estavam danificadas e não tinham fechaduras.<ref name=TerrasMouros/> Foi proibida a remoção de pedra ou de cantaria para ser utilizada noutros edifícios, e foram deixadas normas para que fosse feita a reedificação das partes das muralhas já arruinadas e limpeza da cisterna,<ref name=SIPA/> que estava a ser utilizada como local de depósito para entulho.<ref name=TerrasMouros/> No entanto, as obras de recuperação do castelo não chegaram a avançar, apesar de terem sido reforçadas pelo rei [[Manuel I de Portugal|D. Manuel]], no âmbito do seu programa de ordenamento do território.<ref name=DGPC/> Aquele monarca emitiu um novo foral para Aljezur em 20 de Agosto de 1504, tendo a vila ganho o estatuto de ''honrada''.<ref name=SIPA/> Apesar disto, desde então que o castelo foi deixado ao abandono, entrando num profundo processo de degradação, que foi testemunhado pelos autores entre os séculos XVI e XIX.<ref name=DGPC/> Apesar do estado de abandono da fortaleza, ainda assim continuou a ter alcaides-mores, função que foi desempenhada pelos [[Conde de Vila Verde|Condes de Vila Verde]], e posteriormente pelos [[Marqueses de Angeja]].<ref name=ArqHist/>
 
Na obra ''Diccionario Geographico'' do padre [[Luís Cardoso]], editada entre 1747 e 1751, no tomo I, página 312, foi inserida uma referência ao castelo de Aljezur: «''Nos suburbios da Villa se acham vestigios de hum Castelo com sua cisterna quasi de todo entulhada, e perdida.''».<ref>{{citar jornal|titulo=Informações Archeologicas colhidas no «Diccionario Geographico» de Cardoso|pagina=242|autor=FIGUEIREDO, A. Mesquita de|jornal=O Archeologo Português|volume=Série I|número=Volume I|local=Lisboa|publicado=Museu Etnographico Português|ano=1895|via=Direcção Geral do Património Cultural|url=http://www.patrimoniocultural.gov.pt/static/data/publicacoes/o_arqueologo_portugues/serie_1/volume_1/informacoes_archeologicas3.pdf|acessodata=22 de Março de 2020}}</ref> Pouco tempo depois, tanto a vila como o castelo foram muito atingidos pelo [[Sismo dee 1755]] devastou a vila e o castelo, tendoque sofridosofreu gravesgrandes danos, tanto nas suas estruturas próprias comoe nos edifícios no interior.<ref name=DGPC/>
 
Uma outra descrição da fortaleza foi feita por João Maria Baptista, na sua obra ''Chorographia Moderna do Reino de Portugal'', publicada em 1876: «''Tinha um castello forte no tempo dos mouros, cujas ruinas ainda se conservam na parte mais elevada do serro ao S., de figura octogona com duas torres e uma formosa cisterna que ainda se conserva em bom estado, e alicerces de pequenos quarteis. Os vestigios dos poucos e acanhados edificios que em algumas escavações nos seus arredores se tem encontrado, mostram ter sido sempre a povoação pequena e pobre como é hoje.''».<ref>{{citar livro|pagina=479|autor=BAPTISTA, João Maria|titulo=Chorographia moderna do reino de Portugal|subtitulo=Provincias de Alemtejo e Algarve|ano=1876|volume=Volume V|local=Lisboa|publicado=Typographia da Real Academia das Sciencias|via=Internet Archive|url=https://archive.org/details/chorographiamode05bapt|acessodata=23 de Março de 2020}}</ref>
 
[[Imagem:Castelo de Aljezur132.jpg|thumb|left|Vista do lado Noroeste do castelo de Aljezur em 1994, vendo-se à esquerda a cisterna]]
 
=== Século XX ===
Depois de vários séculos de abandono, as primeiras intervenções significativas no castelo só foram feitas entre 1940 e 1941, no âmbito das comemorações dos centenário do [[Infante D. Henrique]], durante as quais foram feitas importantes obras de restauro em monumentos do Barlavento Algarvio, incluindo na [[Fortaleza de Sagres]] e na cidade de [[Lagos (Algarve)|Lagos]].<ref name=DGPC/> No caso do Castelo de Aljezur, destacou-se a sua importância, principalmente devido à tradição que seria uma das fortalezas do Algarve inserida na bandeira nacional, tendo sido principalmente feitas obras de reparação nas muralhas, embora alguns lanços tenham sido bastante modificados durante o processo.<ref name=DGPC/> Estas intervenções ficaram recordadas numa placa comemorativa, colocada junto à entrada do castelo.<ref name=SIPA/> Em 12 de Outubro de 1956, a 1.ª Subsecção da 6.ª Secção da Junta Nacional de Educação emitiu um parecer sobre a classificação do castelo, e em 13 de Outubro desse ano o Subsecretário de Estado da Educação Nacional publicou um despacho de homologação nesse sentido.<ref name=SIPA/> Em 19 de Setembro de 1972, a Junta Nacional de Educação opinou sobre a possível instalação de uma unidade hoteleira no castelo, tendo declarado que só autorizaria esta obra se não fosse danificado o seu interior.<ref name=SIPA/> Em 1973 foi feito um projecto para a iluminação exterior do edifício, a pedido da autarquia, e entre 1976 e 1977 foi construída a estrada de acesso e um parque de estacionamento.<ref name=SIPA/> O Castelo de Aljezur foi classificado como [[Imóvel de Interesse Público]] pelo Decreto 129/77, de 29 de Setembro.<ref name=Decreto129/77/> Em 1981 foram colocados os sistemas de iluminação, e em 1985 foram feitos trabalhos urgentes de conservação nas muralhas.<ref name=SIPA/>