Porto Alegre: diferenças entre revisões

=== Vegetação e áreas verdes ===

[[Imagem:Parque Farroupilha - Porto Alegre, RS - panoramio (5).jpg|thumb|[[Monumento ao Expedicionário]] no [[Parque da Redenção]].]]

Atualmente Porto Alegre preserva pouco de sua vegetação original e, como ocorre em toda a região metropolitana, os ambientes naturais foram extensamente modificados pelo homem.<ref>Machado, Álvaro Luis de Melo. ''Ecoturismo, um produto viável: a experiência do Rio Grande do Sul''. Senac, 2005. p. 151</ref> Da cobertura verde original restam hoje 24,1%, com diferentes graus de alteração humana, sendo 10,2% de [[Campo (agricultura)|campos]] e 13,9% de [[floresta]]s. Entretanto, cerca de 65% da área do município ainda não foi ocupada pela urbanização propriamente dita. Estando localizada na zona de [[ecótono]] entre os [[bioma]]s de [[Mata Atlântica]] e [[Pampa]], a cidade apresenta características de ambos, além de incorporar espécies migrantes da [[Amazônia]], do [[Chaco]] e da [[Patagônia]].<ref name="Hasenack4" /> Nos morros, já muito desmatados, a vegetação é composta essencialmente por [[gramíneas]] e plantas rasteiras. Sobrevivem algumas áreas de mata ou arbusto, sendo comuns a [[Heliotropium|crista-de-galo]], cambuim, [[Pitanga|pitangueira]], salsaparrilha, unha-de-gato, [[aroeira]], [[cangerana]], [[Tamboril (planta)|timbaúva]], [[capororoca]], [[figueira]], [[batinga]] e [[ingá|ingazeira]]. Nos terrenos de aluvião predominam o [[gravatá]] e a crista-de-galo e, nos alagadiços, o [[chapéu-de-couro]], a [[Sagittaria|sagitária]], a [[Pontederia|pontedéria]] e os [[aguapé]]s.<ref>Flores, pp. 22-23</ref>

 

A cidade conta com três unidades de conservação ambiental: a [[Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger]], o [[Parque Natural Municipal Saint-Hilaire|Parque Saint-Hilaire]] e o [[Parque Natural Morro do Osso]], que preservam segmentos de seus [[ecossistema]]s primitivos e são ponto de atração para o [[ecoturismo]]. A Reserva do Lami possui ecossistemas diferenciados, permitindo o crescimento de cerca de trezentas espécies vegetais, além de um número muito superior de espécies animais como [[capivara]]s, [[tartaruga]]s, [[lagartos]], [[lontra]]s e [[jacaré]]s. Mais de 120 espécies de [[ave]]s nativas já foram registradas na reserva, inclusive migratórias. Os banhados e juncais servem como berçários para muitos organismos aquáticos.<ref>Machado, pp. 151-152</ref><ref>[http://www2.portoalegre.rs.gov.br/smam/default.php?p_secao=156 "Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger"]. Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Acesso 10 set 2010</ref> O Parque Saint-Hilaire possui uma área de 1 148,62 hectares, dos quais 908,62 se destinam à preservação permanente. A [[flora]] nativa foi bastante modificada com a introdução de espécies exóticas como o [[eucalipto]] e o [[pinheiro]], mas ainda existe parte da [[Mata Atlântica]] original, sendo um abrigo para 12 espécies de mamíferos, 47 de répteis, 23 de anfíbios e 14 de peixes, várias delas ameaçadas.<ref>[http://www2.portoalegre.rs.gov.br/smam/default.php?p_secao=157 "Parque Natural Saint-Hilaire"]. Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Acesso 10 set 2010</ref> O Morro do Osso é uma ilha verde de 127 hectares entre os bairros Tristeza, Ipanema, Camaquã e Cavalhada, com ambiente definido por vegetações rasteiras, arbustivas e fragmentos de Mata Atlântica. No parque foi registrada cerca de 65% da avifauna encontrada em Porto Alegre, incluindo espécies ameaçadas.<ref name="Osso">[http://www2.portoalegre.rs.gov.br/smam/default.php?p_secao=158 "Parque Natural Morro do Osso"]. Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Acesso 10 set 2010</ref> A outra reserva natural da cidade, com estatuto de [[Área de Proteção Ambiental]] e uma área de 17 245 ha, é o [[Delta do Jacuí|Parque do Delta do Jacuí]], que está sob administração estadual. É composto por banhados extensos e variados, blocos de vegetação arbustiva e maciços de árvores altas.<ref>Machado, p. 152</ref>

 

Numa categoria à parte está o [[Jardim Botânico de Porto Alegre]], inaugurado em 1958 com uma área de 81,5 ha dividida em várias coleções vegetais distintas, incluindo espécies nativas, protegidas na chamada Zona Permanente. Em 2004 foi definido como unidade de conservação e como parte integrante da estrutura administrativa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, com propósitos ecológicos, educativos e recreativos, além de realizar pesquisas científicas de âmbito estadual e manter um banco de sementes para recuperação da biodiversidade de áreas devastadas. O jardim mantém adicionalmente um [[Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul|Museu de Ciências Naturais]].<ref>Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Jardim Botânico de Porto Alegre. ''Jardim Botânico de Porto Alegre: 50 anos conservando a fora gaúcha''. Porto Alegre: Publicações Avulsas FZB, 15, 2009, pp. 15-34</ref>