Jaime II de Inglaterra: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Albecy (discussão | contribs)
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição via aplic. móvel Edição via aplic. Android
m ajustes usando script
Linha 1:
{{Info/Nobre
| nome = Jaime II & VII
| titulo = Rei da Inglaterra, Escócia, França e Irlanda
| imagem = King James II by Sir Godfrey Kneller, Bt.jpg
Linha 17:
| descendencia = [[Maria II de Inglaterra|Maria II da Inglaterra]]<br/>[[Ana da Grã-Bretanha]]<br/>[[Jaime Francisco Eduardo Stuart]]<br/>[[Luísa Maria Teresa Stuart]]
| casa = [[Casa de Stuart|Stuart]]
| data de nascimento = {{dni|14|10|1633|lang=br|sem idadesi}}
| local de enterro = Igreja dos Beneditinos Ingleses, [[Paris]], [[França]]
| religião = [[Igreja Católica|Catolicismo]]<br/>{{small|(anteriormente [[Igreja Anglicana|Anglicanismo]])}}
Linha 37:
 
== Início de vida ==
=== Nascimento ===
[[Ficheiro:James II when an infant after van Dyck.JPG|thumb|185px|left|Jaime c. 1636, por [[Antoon van Dyck]], na [[Royal Collection]].]]
Jaime nasceu no dia {{dtlink|14|10|1633}} no [[Palácio de St. James]], [[Londres]], o segundo filho do rei [[Carlos I de Inglaterra|Carlos I]] e sua esposa [[Henriqueta Maria de França|Henriqueta Maria da França]].<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=1}} </ref> Foi batizado por [[William Laud|Guilherme Laud]], o [[Arcebispo da Cantuária]].<ref name=callow31 > {{harvnb|Callow|2000|p=31}} </ref> Ele foi educado por tutores junto com seu irmão [[Carlos II de Inglaterra|Carlos, Príncipe de Gales]], e os dois filhos de [[Jorge Villiers, 1.° Duque de Buckingham]]: Jorge e Francisco.<ref> {{harvnb|Callow|2000|p=34}} </ref> Foi nomeado aos três anos de idade como Lorde Grande Almirante; a posição era inicialmente honorária, porém tornaria-se um cargo ativo após a [[Restauração (Inglaterra)|Restauração]].<ref> {{harvnb|Callow|2000|p=101}}; {{harvnb|Miller|2000|p=10}} </ref>
 
=== Guerra civil ===
Jaime foi investido um [[Ordem da Jarreteira|Cavaleiro da Jarreteira]] em 1642,<ref> {{harvnb|Callow|2000|p=36}} </ref> sendo criado formalmente [[Duque de Iorque]] em 22 de janeiro de 1644.<ref name=callow31 /> Jaime permaneceu no território realista de [[Oxford]] enquanto as crescentes disputas de Carlos I com o parlamento inglês levavam à [[Guerra civil inglesa|Guerra Civil Inglesa]].<ref> {{harvnb|Callow|2000|p=42}}; {{harvnb|Miller|2000|p=3}} </ref> Os líderes do parlamento ordenaram que o duque fosse confinado no Palácio de St. James após a rendição da cidade em 1646 no Cerco de Oxford.<ref> {{harvnb|Callow|2000|p=45}} </ref> Ele escapou em 1648 com a ajuda de José Bampfield, fugindo disfarçado até [[Haia]].<ref> {{harvnb|Callow|2000|pp=48–50}} </ref> Seu pai foi executado pelos rebeldes em janeiro de 1649 e os monarquistas proclamaram o irmão de Jaime como o rei [[Carlos II de Inglaterra|Carlos II da Inglaterra]]. Carlos II foi reconhecido pelos parlamentos da [[Reino da Escócia|Escócia]] e [[Reino da Irlanda|Irlanda]], sendo coroado [[Lista de monarcas da Escócia|Rei da Escócia]] em 1651. Apesar de ter sido proclamado rei em [[Jersey]], Carlos não conseguiu conquistar a coroa inglesa e acabou fugindo para a [[Reino da França|França]] em exílio enquanto a [[Reino da Inglaterra|Inglaterra]] tornou-se uma república.<ref> {{citar livro|autor=Royle, Trevor|título=The British Civil Wars: The Wars of the Three Kingdoms, 1638–1660|editora=Little, Brown|ano=2004|página=517|isbn=0-312-29293-7|ref=harv }} </ref>
 
Linha 49:
== Restauração ==
=== Primeiro casamento ===
[[FicheiroImagem:James II and Anne Hyde by Sir Peter Lely.jpg|thumb|250px|Ana Hyde e Jaime c. 1660, por [[Peter Lely]], na [[National Portrait Gallery]].]]
Carlos foi restaurado no trono da Inglaterra, Escócia e Irlanda após a renuncia de [[Richard Cromwell]] ao posto de Lorde Protetor em 1659 e o subsequente colapso da [[Comunidade da Inglaterra]] no ano seguinte. Apesar de Jaime ser o [[herdeiro presuntivo]], parecia improvável que ele herdaria a coroa já que o irmão ainda era jovem e capaz de procriar.<ref> {{harvnb|Callow|2000|p=89}} </ref> Após a restauração Jaime recebeu o título de [[Duque de Albany]] na Escócia em 31 de dezembro de 1660.<ref> {{citar livro|autor=Cokayne, George Edward; Gibbs, Vicary (eds.)|título=The Complete Peerage|volume=1|ano=1910|página=83|local=Londres|editora=St. Catherine Press }} </ref> Ele promoveu uma imediata controvérsia ao voltar para a Inglaterra quando anunciou seu noivado com [[Ana Hyde]], filha de Eduardo Hyde, o principal ministro do rei.<ref> {{harvnb|Callow|2000|p=90}} </ref> Jaime prometeu se casar com ela em 1659 enquanto tentava seduzi-la.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=44}} </ref> Ana engravidou em 1660, porém ninguém esperava que um príncipe se casasse com uma comum depois da [[Restauração (Inglaterra)|Restauração]], não importando quais promessas haviam sido feitas. Apesar de praticamente todos, incluindo o pai de Ana, terem implorado para que não se casassem, eles casaram secretamente e depois passaram por uma cerimônia de matrimônio oficial em 3 de setembro de 1660. O primeiro filho, Carlos, nascido menos de dois meses depois morreu na infância assim como outros cinco filhos e filhas.<ref name=miller4445 > {{harvnb|Miller|2000|pp=44–45}} </ref> Apenas duas filhas chegaram na idade adulta: [[Maria II de Inglaterra|Maria]] (nascida em 1662) e [[Ana da Grã-Bretanha|Ana]] (nascida em 1665).<ref> {{harvnb|Waller|2002|pp=49–50}} </ref> [[Samuel Pepys]], um funcionário público, escreveu que Jaime gostava de seus filhos e seu papel como pai, brincando com eles "como um pai ordinário e privado de uma criança", um contraste a parentalidade distante comum entre a realeza da época.<ref> {{citar web|url=http://www.pepysdiary.com/diary/1664/09/12/|título=Monday 12 September 1664|obra=The Diary of Samuel Pepys|autor=[[Samuel Pepys|Pepys, Samuel]]|acessodata=18 de abril de 2014 }}</ref><ref> {{harvnb|Miller|2000|p=46}} </ref> Ana era devota ao marido e o influenciava em muitas decisões.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=45–46}} </ref> Ele mesmo assim manteve várias amantes, incluindo [[Arabella Churchill]] e Catarina Sedley.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=46}} </ref>{{nota de rodapé|Samuel Pepys escreveu em seu diário que Jaime "olhava minha esposa poderosamente". Seu gosto por mulheres foi muitas vezes criticado, com Gilberto Burnet afirmando que as amantes de Jaime devem ter sido "dadas a ele por seus padres como uma penitência".<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=59}} </ref> }} Ana sofria de [[câncer de mama]] e morreu em 1671 aos 34 anos depois do nascimento de sua última filha.<ref> {{harvnb|Weir|1996|p=259}} </ref>
 
=== Cargos militares e políticos ===
[[FicheiroImagem:James II, when Duke of York - Lely c. 1665.jpg|thumb|left|Jaime c. 1665, por Peter Lely, na Royal Collection.]]
Jaime foi confirmado após a Restauração como Lorde Grande Almirante, um cargo que carregava as nomeações subsidiárias de Governador de [[Portsmouth]] e Lorde Protetor dos Cinque Ports.<ref> {{harvnb|Callow|2000|p=101}} </ref> Ele comandou a [[Marinha Real Britânica|Marinha Real]] durante a [[Segunda Guerra Anglo-Holandesa|Segunda]] e [[Terceira Guerra Anglo-Holandesa]]. Jaime supervisionou em 1667 o levantamento e refortificação da costa sul depois da [[Batalha de Medway]].<ref> {{harvnb|Callow|2000|p=104}} </ref> O cargo, combinado com suas rendas vindas de impostos de correios e vinhos (garantidos a ele por Carlos após a Restauração), deram ao duque dinheiro suficiente para manter uma criadagem considerável.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=42}} </ref>
 
Carlos deu a Jaime em 1664 os territórios norte-americanos situados entre os rios [[Rio Delaware|Delaware]] e [[Rio Connecticut|Connecticut]]. Depois de serem capturados por tropas inglesas, os antigos territórios holandeses dos [[Novos Países Baixos]] e seu principal porto, [[Nova Amsterdã]], foram renomeados para [[Província de Nova Iorque|Província]] e [[Nova Iorque|Cidade de Nova Iorque]] em homenagem a Jaime. O duque, depois de suas fundações, deu parte da colônia aos proprietários Jorge Carteret e João Berkeley. Forte Orange, localizado 240 [[quilômetro]]s ao norte do [[rio Hudson]], foi renomeado para [[Albany (Nova Iorque)|Albany]] em homenagem ao seu título escocês. Se tornou governador da [[Companhia da Baía de Hudson]] em 1683, porém não assumiu papel ativo na administração.<ref name=miller4445 /> Jaime também comandou a [[Royal African Company|Real Companhia Africana]], uma empresa de comércio de escravos.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=43–44}} </ref>
Linha 61:
 
=== Conversão ao catolicismo ===
[[FicheiroImagem:Mary of Modena, when Duchess of York - Lely 1675-80.jpg|thumb|Maria de Módena c. 1675–1680, por Peter Lely, na Royal Collection.]]
O tempo que Jaime passou na França o expôs às crenças e cerimônias do catolicismo; ele e sua esposa Ana ficaram atraídos por essa fé.<ref> {{harvnb|Callow|2000|pp=144–145}}; {{harvnb|Miller|2000|pp=58–59}} </ref>{{nota de rodapé|O historiador John Callow escreve que Ana Hyde "fez o maior impacto individual sobre o seu pensamento" e que ela se converteu pouco depois da Restauração, "quase certamente antes do marido".<ref> {{harvnb|Callow|2000|p=144}} </ref> }} Ele tomou a [[eucaristia]] na [[Igreja Católica]] em 1668 ou 1669, apesar da conversão ter sido mantida em segredo e ele continuou a comparecer a serviços anglicanos até 1676.<ref> {{harvnb|Callow|2000|pp=143–144}}; {{harvnb|Waller|2002|p=135}} </ref> Jaime mesmo assim continuou a se associar principalmente com anglicanos, incluindo [[John Churchill, 1.º Duque de Marlborough|João Churchill]] e Jorge Legge, além de [[Huguenote|protestantes franceses]] como Luís de Duras, 2.º Conde de Feversham.<ref> {{harvnb|Callow|2000|p=149}} </ref>
 
Linha 69:
 
=== Crise da Exclusão ===
[[FicheiroImagem:James II when Duke of York by Peter Lely.jpg|thumb|left|Jaime c. 1670 por Peter Lely, na Royal Collection.]]
Jaime aceitou relutantemente em 1677 o casamento de sua filha Maria com o protestante [[Guilherme III de Inglaterra|Guilherme III, Príncipe de Orange]] (que também era seu sobrinho, filho de sua irmã [[Maria, Princesa Real e Princesa de Orange|Maria, Princesa Real]]), cedendo depois de Carlos e Guilherme terem concordado com a união.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=84}}; {{harvnb|Waller|2002|pp=94–97}} </ref>{{nota de rodapé|Segundo Francis C. Turner, a reação de Jaime foi "O Rei deverá ser obedecido, e eu ficaria feliz se todos os seus súditos aprendessem comigo a obedecê-lo".<ref> {{harvnb|Turner|1948|p=132}} </ref> }} Persistiram os temores de uma potencial monarquia católica mesmo com o casamento protestante, intensificados pelo fato de Carlos e sua esposa [[Catarina de Bragança]] não conseguirem ter filhos. Tito Oates, um clérigo anglicano destituído, falou de um "[[Complô papista|Complô Papista]]" para assassinar Carlos e colocar Jaime no trono, criando uma onda de histeria anticatólica por todo o país.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=87}} </ref>
 
Linha 81:
== Reinado ==
=== Ascensão ===
[[FicheiroImagem:James II (Ann Killigrew).jpg|thumb|Jaime em 1685, por Ann Killigrew, na Royal Collection.]]
Carlos morreu em {{dtlink|6|2|1685}}.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=118–119}} </ref> Como não tinha nenhum herdeiro legítimo, foi sucedido pelo irmão que reinou na Inglaterra e Irlanda como Jaime II e na Escócia como Jaime VII. Houve pouca oposição inicial a sua ascensão, com vários relatos de grande júbilo público pela sucessão pacífica.<ref name=miller120121 > {{harvnb|Miller|2000|pp=120–121}} </ref> Jaime queria seguir rapidamente com a coroação, sendo coroado junto com Maria de Módena no dia 23 de abril na [[Abadia de Westminster]].<ref> {{harvnb|Harris|2006|p=45}} </ref> O novo parlamento que se reuniu em maio de 1685, que acabou por ganhar o nome de "Parlamento Leal", era inicialmente favorável ao novo rei e ele espalhou a notícia que até mesmo os antigos exclusivistas seriam perdoados se aceitassem seu reinado.<ref name=miller120121 /> A maioria dos oficiais de Carlos continuaram em seus cargos, as exceções sendo as promoções dos cunhados de Jaime, Henrique e Lourenço Hyde, respectivamente os condes de Clarendon e Rochester, e o rebaixamento de [[George Savile, 1.º Marquês de Halifax|Jorge Savile, 1.º Marquês de Halifax]].<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=121}} </ref> O parlamento deu ao rei uma generosa pensão, incluindo todas as receitas de certos impostos e os direitos aduaneiros.<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=44–45}} </ref> Jaime trabalhou mais arduamente como rei que seu irmão, porém estava menos disposto a fazer concessões quando seus conselheiros discordavam.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=123}} </ref>
 
Linha 87:
Jaime enfrentou pouco depois de ascender ao trono uma rebelião no sul do Inglaterra liderada por seu sobrinho Jaime Scott, e outra na Escócia comandada por [[Archibald Campbell, 9º Conde de Argyll|Arquibaldo Campbell, 9.º Conde de Argyll]].<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=73–86}}; {{harvnb|Miller|2000|pp=140–143}} </ref> Os dois começaram suas expedições vindos da [[República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos|República dos Países Baixos]], onde Guilherme III havia negligenciado prendê-los ou impedir seus esforços de recrutamento.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=139–140}} </ref> Ao chegar na Escócia, Campbell pegou recrutas principalmente de seu próprio clã, o [[Clã Campbell|Campbell]]. A rebelião foi rapidamente esmagada e Campbell foi capturado em Inchinnan no dia 18 de junho de 1685.<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=75–76}} </ref> Ele nunca realmente foi uma ameaça a Jaime já que chegou com menos de trezentos homens e foi incapaz de convencer mais a se juntarem.<ref> {{harvnb|Harris|2006|p=76}} </ref> Campbell foi levado como prisioneiro até Edimburgo. Um novo julgamento não foi necessário porque ele anteriormente havia sido julgado e sentenciado a morte. O rei confirmou a sentença anterior e ordenou que fosse realizada em até três dias depois da confirmação.<ref> {{Citar enciclopédia|enciclopédia=Dictionary of National Biography|título=Campbell, Archibald (d.1685)|ano=1885–1900|editora=Elder & Co|local=Londres }} </ref>
 
[[FicheiroImagem:James Scott, Duke of Monmouth and Buccleuch by William Wissing.jpg|thumb|left|Jaime Scott c. 1683, por Willem Wissing, na National Portrait Gallery.]]
A [[Rebelião Monmouth|rebelião de Scott]] foi coordenada com a de Campbell, porém foi mais ameaçadora a Jaime. Scott havia se proclamado rei em Lyme Regis no dia 11 de junho.<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=82–85}} </ref> Ele tentou conseguir recrutas, porém foi incapaz de reunir rebeldes suficientes para derrotar o pequeno exército real de prontidão. A rebelião atacou as forças do rei durante a noite em uma tentativa de surpresa, porém foi derrotada na [[Batalha de Sedgemoor]]. As forças de Jaime, lideradas por Luís de Duras e João Churchill, rapidamente dispersaram os mal preparados rebeldes.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=141}} </ref> Scott foi capturado e executado na [[Torre de Londres]] em 15 de julho.<ref name=harris88 > {{harvnb|harvnb|Harris|2006|p=88}} </ref> Os juízes reais, mais notavelmente Jorge Jeffreys, condenaram muitos dos rebeldes a deportação e trabalho escravo nas [[Índias Ocidentais]] em uma série de julgamentos que ficaram conhecidos como "Inquéritos Sangrentos".<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=141–142}} </ref> Por volta de 250 rebeldes foram executados.<ref name=harris88 /> Jeffreys intimidou testemunhas e jurados, xingando suas vítimas, exultando sobre eles e dando culpa ao benefício de toda dúvida exceto quando um substancial suborno havia sido pago. Jaime não fez nenhum esforço para verificar as brutalidades, dando um pariato a Jeffreys e o nomeando Lorde Chanceler em 6 de setembro de 1686.<ref> {{citar livro|autorautor1=Durant, Will; |autor2=Durant, Ariel|título=The Age of Louis XIV|local=Nova Iorque|editora=Simon & Schuster|ano=1963|página=290}} </ref> Apesar das duas rebeliões terem sido derrotadas com facilidade, elas endureceram a determinação de Jaime contra seus inimigos e aumentou suas suspeitas dos holandeses.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=142}} </ref>
 
=== Liberdade religiosa ===
Jaime procurou expandir o exército permanente para se proteger de outras rebeliões.<ref name=miller142143 > {{harvnb|Miller|2000|pp=142–143}} </ref> Isso alarmou seus súditos, não apenas por causa dos problemas que os soldados causavam nas cidades, mas também porque era contra a tradição inglesa manter um exército profissional em tempos de paz.<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=95–100}} </ref> Ainda mais alarmante era o uso que fazia da [[Prerrogativa Real nas Monarquias Constitucionais|prerrogativa real]] para permitir que católicos comandassem vários regimentos sem prestar o juramento previsto no Ato de Prova.<ref name=miller142143 /> Quando o anteriormente favorável parlamento foi contra essas medidas, Jaime suspendeu a sessão em novembro de 1685 e passou a reinar sem parlamento.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=146–147}} </ref> Dois papéis foram encontrados em uma caixa forte no armário de Carlos no começo de 1686, escritos pelo próprio rei, listando argumentos para o catolicismo sobre o protestantismo. Jaime publicou esses papéis com uma declaração assinada com sua assinatura real, desafiando o Arcebispo da Cantuária e todo o banco episcopal anglicano a refutar os argumentos de Carlos: "Deixe-me ter uma resposta sólida, e em estilo cavalheiresco; e isso pode ter o efeito que vocês tanto desejam de levar-me para a sua igreja". O arcebispo recusou em respeito ao falecido rei.<ref> {{harvnb|Macaulay|1889|pp=349-350}} </ref>
 
[[FicheiroImagem:James II 1633-1701.jpg|thumb|235px|Jaime c. 1686, por Nicolas de Largillière, no [[National Maritime Museum]].]]
O monarca era a favor da revogação das leis penais em seus três reinos, porém nos primeiros anos de reinado ele não permitiu que dissidentes recebessem amparo se não tivessem pedido antes.<ref name=harris480481 > {{harvnb|Harris|2006|pp=480–481}}; {{harvnb|Macaulay|1889|p=242}} </ref>{{nota de rodapé|Os covenanters não reconheciam Jaime, ou outro rei, como seu governante legítimo, assim não pediriam a ele por alívio das leis penais.<ref name=harris480481 /> }} O rei enviou uma carta ao parlamento escocês em sua abertura em 1685, declarando seu desejo por novas leis penais contra presbiterianos refratários e lamentou que não podia estar presente em pessoa para defendê-las. Em resposta, o parlamento aprovou um ato afirmando que "aquele que pregar em uma conventículo sob um telhado, ou compareça, tanto como pregador ou ouvinte, um conventículo ao ar livre, deve ser punido com a morte e confisco de propriedades".<ref> {{harvnb|Harris|2006|p=70}}; {{harvnb|Macaulay|1889|p=242}} </ref> Jaime enviou uma carta ao conselho privado escocês em março do ano seguinte defendendo a tolerância aos católicos, mas que a perseguição a presbiterianos covenanters continuasse, convocando seus membros a Londres quando se recusaram a aceitar seus desejos. Os conselheiros explicaram que iriam conceder alívio aos católicos se uma medida similar fosse dada aos presbiterianos e se o rei prometesse não fazer nada para danificar a religião protestante. Jaime concordou até certo ponto em um alívio aos presbiterianos, porém não com a tolerância completa que queria aos católicos, declarando que uma religião protestante era falsa e que não prometeria não prejudicar uma religião falsa.<ref> {{harvnb|Macaulay|1889|pp=385-386}}; {{harvnb|Turner|1948|p=373}} </ref>
 
Linha 100:
Ele publicou em 1687 a [[Declaração de Indulgência]], também conhecida como a Declaração pela Liberdade de Consciência, em que usava seu poder de dispensa para negar o efeito das leis punindo católicos e dissidentes protestantes.<ref> {{harvnb|Kenyon|1986|pp=389–391}} </ref> O rei tentou ganhar apoio para sua política de tolerância ao viajar pelo leste da Inglaterra discursando. Como parte da viagem, ele discursou em [[Chester]] dizendo "suponham ... que seja feita uma lei em que todos os homens negros fossem aprisionados, não seria razoável e temos tão poucas razões para discutir com outros homens por sermos de diferentes opiniões [religiosas] do que por sermos de diferentes compleições".<ref> {{harvnb|Sowerby|2013|p=42}} </ref> Na mesma época, Jaime proveu tolerância parcial na Escócia, usando seu poder de dispensar para dar total alívio aos católicos e alívio parcial aos presbiterianos.<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=480–482}}; {{harvnb|Macaulay|1889|p=429}} </ref>
 
[[FicheiroImagem:James II (Kneller).jpg|thumb|left|Jaime por [[Godfrey Kneller]], na Goverment Art Collection.]]
O rei ordenou em 1688 que a declaração fosse lida nos púlpitos de todas as igrejas anglicanas, alienando ainda mais os bispos contra ele. Apesar da declaração ter provocado alguns agradecimentos vindos de católicos e dissidentes, ela deixou a Igreja da Inglaterra, tradicional aliada do monarca, na difícil posição de ser forçada a erodir seus próprios privilégios.<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=216–224}} </ref> Jaime provocou mais oposição quando tentou reduzir o monopólio anglicano na educação. Ele ofendeu anglicanos na [[Universidade de Oxford]] ao permitir que católicos ocupassem cargos na [[Christ Church (Oxford)|Christ Church]] e [[University College (Oxford)|University College]], duas das maiores faculdades de Oxford. Jaime também tentou forçar os Companheiros Protestantes do [[Magdalen College (Oxford)|Magdalen College]] a elegerem presidente Antônio Farmer, um homem de reputação ruim que também acreditava-se ser católico,{{nota de rodapé|A exata afiliação religiosa de Farmer não é certa. Stuart Prall o chama de "simpatizante católico".<ref> {{harvnb|Prall|1972|p=148}} </ref> John Miller diz que "apesar de não ter se declarado católico, acreditava-se que não era mais anglicano".<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=170}} </ref> Maurice Ashley não se refere a Farmer pelo nome, mas apenas como o indicado católico do rei.<ref> {{harvnb|Ashley|1966|p=89}} </ref> }} uma violação do código dos Companheiros de eleger um candidato de sua escolha.<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=224–229}} </ref>
 
Linha 106:
 
== Revolução Gloriosa ==
[[FicheiroImagem:William III of England.jpg|thumb|Guilherme III, Príncipe de Orange, c. 1688–1689, por Willem Wissing, no [[Rijksmuseum]].]]
{{artigo principal|[[Revolução Gloriosa]]}}
O rei republicou a Declaração de Indulgência em abril de 1688, subsequentemente ordenando que clérigos anglicanos a lessem em suas igrejas.<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=258–259}} </ref> Quando sete bispos, incluindo o [[William Sancroft|Arcebispo da Cantuária]], submeteram uma petição pedindo a reconsideração das políticas religiosas reais, eles foram presos e julgados por difamação sediciosa.<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=260–262}}; {{harvnb|Prall|1972|p=312}} </ref> O alarme público cresceu quando a rainha Maria de Módena deu à luz um herdeiro católico, [[Jaime Francisco Eduardo Stuart|Jaime Francisco Eduardo]], no dia 10 de junho.<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=269–272}}; {{harvnb|Miller|2000|pp=186–187}} </ref> Enquanto suas únicas possíveis sucessoras eram suas duas filhas protestantes, Maria e Ana, os anglicanos viam suas políticas pró-católicas como um fenômeno temporário, porém o nascimento do príncipe abria a possibilidade de uma dinastia católica permanente; era necessário reconsiderar suas posições.<ref> {{harvnb|Ashley|1966|pp=110–111}}; {{harvnb|Harris|2006|pp=271–272}} </ref> Ameaçados com uma sucessão católica, vários protestantes influentes afirmaram que a criança era "supositícia" e que havia sido levada ao quarto da rainha dentro de uma panela.<ref> {{citar livro|autor=Gregg, Edward|título=Queen Anne|local=New Haven|editora=Yale University Press|ano=2001|isbn=0-300-09024-2|página=58 }} </ref> Eles já haviam entrado em negociações com Guilherme quando Maria de Módena havia engravidado, com o nascimento de Jaime Francisco Eduardo reforçando suas convicções.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=186–187}}; {{harvnb|Waller|2002|pp=43–46}} </ref>
 
[[FicheiroImagem:John Churchill, 1st Duke of Marlborough by John Closterman.jpg|thumb|upright|left|João Churchill c. 1685–1690, por John Closterman, na National Portrait Gallery.]]
Um grupo de sete nobres protestantes convidaram Guilherme por carta em 30 de junho de 1688 a invadir a Inglaterra com um exército.<ref> {{harvnb|Ashley|1966|pp=201–202}} </ref> Ficou claro em setembro que o Príncipe de Orange pretendia invadir. Jaime, acreditando que seu próprio exército seria adequado, recusou a ajuda de [[Luís XIV de França|Luís XIV da França]], temendo que os ingleses seriam contra a assistência francesa.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=190–196}} </ref> Quando Guilherme desembarcou no dia {{dtlink|5|11|1688}}, muitos oficiais protestantes deserdaram Jaime, como João Churchill, além de sua própria filha Ana e seu marido [[Jorge da Dinamarca]].<ref> {{harvnb|Waller|2002|pp=236–239}} </ref> O rei perdeu a coragem e não quis atacar o exército invasor, apesar de sua superioridade numérica.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=201–203}} </ref> Jaime tentou fugir para a França em [[11 de dezembro]], supostamente jogando o [[Grande Selo do Reino Unido|Grande Selo do Reino]] no [[rio Tâmisa]].{{nota de rodapé|A história tem veracidade questionada.<ref> {{citar periódico|autor=Jenkinson, Hilary|data=1943|título=What happened to the Great Seal of James II?|jornal=Antiquaries Journal|volume=23|páginas=1–13 }} </ref>}} Ele acabou sendo capturado em [[Kent]]; mais tarde foi solto e colocado sob a proteção de guardas holandeses. Guilherme, não querendo que Jaime se tornasse um mártir, deixou que ele escapasse até a França em 23 de dezembro.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=205–209}} </ref>
 
Linha 116:
 
== Últimos anos ==
[[FicheiroImagem:King James II from NPG.jpg|thumb|Jaime c. 1690, autor desconhecido, na National Portrait Gallery.]]
=== Guerra na Irlanda ===
Jaime desembarcou na Irlanda em março de 1689 com a ajuda de tropas francesas.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=222–224}} </ref> O parlamento irlandês não seguiu o mesmo exemplo que o inglês; declarou que Jaime permanecia como rei e aprovou um grande ''[[bill of attainder]]'' contra todos que se rebelaram contra ele.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=226–227}} </ref> A pedido de Jaime, os irlandeses aprovaram um Ato pela Liberdade de Consciência que garantia liberdade religiosa para todos os católicos e protestantes na Irlanda.<ref> {{harvnb|Harris|2006|p=440}} </ref> Ele trabalhou para construir um exército no país, porém acabou sendo derrotado na [[Batalha do Boyne]] em 1 de julho de 1690 por Guilherme, que pessoalmente liderou um exército para derrotá-lo e reafirmar o controle inglês. Jaime fugiu novamente para a França, partindo de [[Kinsale]], nunca mais retornando para nenhum de seus antigos reinos.<ref> {{harvnb|Harris|2006|pp=446–449}} </ref> Por ter desertado seus apoiadores irlandeses, Jaime ficou conhecido na Irlanda como ''Séamus an Chaca'', ou "Jaime, o Merda".<ref> {{citar livro|autor=Fitzpatrick, Brendan|título=New Gill History of Ireland 3: Seventeenth-Century Ireland – The War of Religions|local=Dublin|ano=1988|página=253|isbn=0-7171-1626-3}}; {{citar livro|autor=Szechi, Daniel|título=The Jacobites, Britain and Europe, 1688–1788|local=Manchester|editora=Manchester University Press|ano=1994|página=48|isbn=0-7190-3774-3 }} </ref> Ao contrário da percepção popular, Breandán Ó Buachalla afirmou que a "poesia política irlandesa na maior parte do século XVIII é essencialmente poesia jacobita",<ref> {{citar periódico|autor=Ó Buachalla, Breandán|data=1992|título=Irish Jacobite Poetry|jornal=The Irish Review|número=12|página=40 }} </ref> e tanto ele quanto Éamonn Ó Ciardha falaram que Jaime e seus sucessores jacobitas tiveram um papel central como figuras messiânicas durante o século XVIII para todas as classes sociais na Irlanda.<ref> {{citar livro|autor=Ó Buachalla, Breandán|título=Aisling Ghéar: Na Stíobhartaigh angus an tAos Léinn 1603–1788|editora=Baile Átha Cliath|ano=1996 }}; {{citar livro|autor=Ó Ciardha, Éamonn|título=Ireland and the Jacobite Cause, 1685-1766|local=Dublin|editora=Four Courts|ano=2002 }} </ref>
 
=== Retorno ao exílio e morte ===
[[FicheiroImagem:Chateau de St Germain-en-laye.JPG|thumb|left|O Castelo de Saint-Germain-en-Laye, residência de Jaime durante seus últimos anos de vida.]]
Na França, foi permitido que Jaime vivesse no [[Castelo de Saint-Germain-en-Laye]].<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=235}} </ref> Sua esposa e alguns de seus apoiantes fugiram junto dele, incluindo João Drummond, 1.º Conde de Melfort; a maioria, mas não todos, eram católicos.<ref> {{harvnb|Miller|2000|pp=235–236}} </ref> [[Luísa Maria Teresa Stuart]], sua última filha, nasceu em 1692. Alguns de seus aliados na Inglaterra tentaram assassinar Guilherme para restaurá-lo em 1696, porém o plano falhou e a repercussão fez a causa de Jaime menos popular.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=238}}; {{harvnb|Waller|2002|p=350}} </ref> A oferta de Luís XIV para [[Eleição livre|elegê-lo]] [[República das Duas Nações|Rei da Polônia]] no mesmo ano foi rejeitada, já que Jaime temia que a aceitação da coroa polonesa (na mente do povo inglês) iria deixá-lo incapaz de ser rei da Inglaterra. Depois de Luís ter feito a paz com Guilherme em 1697, ele deixou de oferecer muita ajuda a Jaime.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=239}} </ref>
 
Linha 128:
Jaime morreu de hemorragia cerebral no dia {{dtlink|16|9|1701}} em [[Saint-Germain-en-Laye]].{{nota de rodapé|Muitas fontes dizem que Jaime morreu no dia 6 de setembro (17 de setembro no [[Mudança para o calendário gregoriano|calendário gregoriano]]). Isso provavelmente vem de um erro de cálculo do autor anônimo de "An Exact Account of the Sickness and Death of the Late King James II, as also of the Proceedings at St. Germains thereupon, 1701, in a letter from an English gentleman in France to his friend in London". O relato diz que "E na sexta-feira 17º instante, por volta das três da tarde, o rei morreu, o dia que ele sempre jejuou em memória da paixão de nosso abençoado Salvador, o dia que ele sempre desejou morrer, e a nona hora, de acordo com o relato judeu, quando nosso Salvador foi crucificado". O dia 17 de setembro de 1701 no calendário gregoriano caiu em um sábado e o autor insiste que Jaime morreu em uma sexta-feira, "dia que ele sempre desejou morrer", levando a conclusão que o autor errou a data, que erroneamente foi parar em outras obras sobre o rei.<ref> {{citar livro|autor=Browning, Andrew (ed.)|título=English Historical Documents 1660–1714|local=Londres & Nova Iorque|editora=Routledge|ano=2001 |páginas=136–138 }} </ref> }} Seu corpo foi colocado em um caixão na Capela de Santo Edmundo na Igreja dos Beneditinos Ingleses em [[Paris]], com a oração funerária sendo realizada por Henrique-Emanuel de Roquette. Jaime não foi enterrado, mas sim colocado em uma das capelas laterais da igreja. Velas foram mantidas acesas ao redor de seu caixão até a [[Revolução Francesa]]. Em 1734, o [[Arquidiocese de Paris|Arcebispo de Paris]] recebeu evidências para apoiar a canonização de Jaime, porém nada resultou.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=240}} </ref> Sua sepultura foi atacada por rebeldes durante a Revolução Francesa.<ref> {{harvnb|MacLeod|1999|p=349}}; {{harvnb|Miller|2000|p=240}}; {{harvnb|Waller|2002|p=401}} </ref>{{nota de rodapé|John MacLeod e Maureen Waller afirmam que todos os restos de Jaime foram perdidos.<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=240}}; {{harvnb|Waller|2002|p=401}} </ref> Noel S. McFerran diz que as partes de seu intestino enviadas a igreja paroquial de Saint-Germain-en-Laye foram redescobertas em 1824 e são os únicos restos conhecidos.<ref> {{citar web|url=http://jacobite.ca/gazetteer/France/SaintGermain.htm|título=A Jacobite Gazetteer - France|obra=The Jacobite Peerage|acessodata=21 de abril de 2014|autor=McFerran, Noel S.|data=27 de julho de 2008 }} </ref> David Hilliam afirma que seus restos ou foram espalhados ou perdidos, dizendo que os revolucionários que invadiram a igreja ficaram atônitos com a preservação do corpo, colocando-o em exibição pública onde milagres supostamente ocorreram. Hilliam diz que o corpo então foi mantido "acima do solo" até que o rei [[Jorge IV do Reino Unido|Jorge IV]] soube a respeito e pediu para que fosse enterrado na igreja paroquial em 1824.<ref> {{citar livro|autor=Hilliam, David|título=Kings, Queens, Bones & Bastards|local=Gloucestershire|editora=Sutton Publishing|ano=1998|página=2005|isbn=0-7509-3553-7 }} </ref> }}
 
== Sucessão ==
[[FicheiroImagem:Prince James Francis Edward Stuart by Alexis Simon Belle.jpg|thumb|190px|Jaime Francisco Eduardo c. 1712, por [[Alexis Simon Belle]], na National Portrait Gallery.]]
Sua filha Maria havia morrido em 1694, enquanto que sua filha Ana ascendeu ao trono em 1702 após a morte de Guilherme. O [[Decreto de Estabelecimento de 1701]] dizia que, no caso da extinção da linha sucessória ditada pela Declaração de Direitos, a coroa passaria para a eleitora [[Sofia de Hanôver]] e seus herdeiros protestantes. Sofia era neta do rei [[Jaime VI da Escócia e I de Inglaterra|Jaime VI & I]] através de [[Isabel da Boémia]], irmã de [[Carlos I de Inglaterra|Carlos I]]. Assim, quando Ana morreu em 1714, menos de dois meses depois da morte de Sofia, a coroa foi herdada por [[Jorge I da Grã-Bretanha|Jorge I Luís, Eleitor de Hanôver]], filho de Sofia e primo distante de Ana.<ref> {{harvnb|Harris|2006|p=493}} </ref>
 
Linha 137:
Análises históricas de Jaime foram um pouco revisitadas desde que historiadores Whigs, liderados por [[Thomas Macaulay|Thomas Babington Macaulay]], o definiram como um absolutista cruel e seu reinado como "tirania que se aproximou de insanidade".<ref> {{harvnb|Macaulay|1889|p=239}} </ref> Acadêmicos posteriores, como G. M. Trevelyan e David Ogg, apesar de mais equilibrados que Macaulay, ainda caracterizavam Jaime como tirano, suas tentativas de [[tolerância religiosa]] como fraudes e seu reinado como uma aberração durante a história britânica.<ref> {{harvnb|Prall|1972|pp=vii–xv}} </ref> [[Adolphus William Ward]] escreveu em 1892 para o ''Dictionary of National Biography'' que Jaime era "obviamente um fanático político e religioso", embora nunca desprovido de "uma veia de sentimento patriótico"; "sua conversão à igreja de Roma fez os objetivos de sua política de governo a emancipação de seus companheiros católicos em primeira instância, e a recuperação da Inglaterra para o catolicismo em segunda.<ref> {{Citar enciclopédia|enciclopédia=Dictionary of National Biography|título=Jaime II of England|ano=1885–1900|editora=Smith, Elder & Co.|local=Londres }} </ref>
 
[[FicheiroImagem:Statue of James II, Trafalgar Square 02.JPG|thumb|left|Estátua de Jaime vestido como general romano, na [[Trafalgar Square]]. Erguida por Grinling Gibbons em 1686, originalmente no [[Palácio de Whitehall]].]]
[[Hilaire Belloc]], um católico, quebrou essa tradição em 1928, mostrando Jaime como um homem honroso e um verdadeiro defensor da liberdade de consciência, e que seus inimigos eram "homens no pequeno grupo de grandes fortunas ... que destruíram a antiga monarquia dos ingleses". Entretanto, ele observou que o rei "concluiu que a Igreja Católica era a única voz autorizada no mundo, e daí em diante ... ele não apenas manteve-se firme contra a entrega, mas em nenhuma ocasião contemplou o mínimo acordo ou por palavra modificar a impressão causada".<ref> {{citar livro|autor=[[Hilaire Belloc|Belloc, Hilaire]]|título=James the Second|local=Filadélfia|editora=J.B. Lippincott Co|ano=1928|página=vii }} </ref> Nas décadas de 1960 e 1970, Maurice Ashley e Stuart Prall começaram a reconsiderar os motivos de Jaime ao garantir tolerância religiosa, ainda sim salientando seu governo autocrático.<ref> {{harvnb|Ashley|1966|pp=196–198}}; {{harvnb|Prall|1972|pp=291–293}} </ref> Historiadores modernos distanciaram-se dessa escola de pensamento e pregaram a contínua marcha do progresso e democracia, com Ashley falando que a "história é, afinal, a história de seres humanos e indivíduos, além das classes e massas". Ele afirma que Jaime e Guilherme eram "homens de ideais e também de fraquezas humanas".<ref> {{harvnb|Ashley|1966|p=9}} </ref> John Miller em 2000 aceitou as afirmações do absolutismo de Jaime, porém discutiu que "sua principal preocupação era de assegurar liberdade religiosa e igualdade civil para católicos. Quaisquer 'métodos' absolutistas ... eram essencialmente meios para o fim".<ref> {{harvnb|Miller|2000|p=ix }} </ref> Em 2004, W. A. Speck escreveu no novo ''Oxford Dictionary of National Biography'' que "Jaime era genuinamente comprometido com a tolerância religiosa, porém também procurou aumentar o poder da coroa". Ele adicionou que, diferentemente do governo nos Países Baixos, "Jaime era muito autocrático para combinar liberdade de consciência com governo popular. Ele resistiu a qualquer controle sobre o poder do monarca. É por isso que seu coração não estava nas concessões que fez em 1688. Ele preferia viver em exílio com seus princípios que continuar a reinar como um monarca limitado".<ref> {{Citar enciclopédia|autor=Speck, W. A.|enciclopédia=Oxford Dictionary of National Biography|título=James II and VII (1633–1701)|data=setembro de 2004|editora=Oxford University Press| }} </ref>
 
Linha 148:
Scott Sowerby contrapós a tese de Pincus em 2013. Ele percebeu que os impostos ingleses permaneceram baixos durante o reinado de Jaime, ficando em 4% da renda nacional inglesa, assim era improvável que ele conseguiria construir um estado burocrático aos moldes da França de Luís XIV, onde os impostos eram pelo menos duas vezes mais altos.<ref> {{harvnb|Sowerby|2013|pp=51–53}} </ref> Sowerby também argumenta que as políticas de Jaime de tolerância religiosa atraíram substancial apoio dos não-conformistas religiosos, incluindo quakers, batistas, congregacionalistas e presbiterianos, que foram conquistados pelo avanço do rei em direção a uma nova "''Magna Carta'' pela liberdade de consciência".<ref> {{harvnb|Sowerby|2013|pp=43–44}} </ref> Na opinião de Sowerby, o rei foi deposto principalmente pelos temores das elites inglesas e holandesas que Jaime pudesse estar se aliando com Luís XIV em uma suposta "liga santa" para destruir o protestantismo no norte da Europa.<ref> {{harvnb|Sowerby|2013|pp=227–239}} </ref>
 
== Títulos, estilos, honras e brasões ==
=== Títulos e estilos ===
[[FicheiroImagem:Royal Monogram of King James II of Great Britain.svg|thumb|170px|Monograma de Jaime.]]
*14 de outubro de 1633 – 10 de maio de 1659: "[[Sua Alteza Real]], o Duque de Iorque"<ref name=weir258 > {{harvnb|Weir|1996|p=258}} </ref>
*10 de maio de 1659 – 31 de dezembro de 1660: "Sua Alteza Real, o Duque de Iorque e Conde de Ulster"<ref name=weir258 />
Linha 230:
| Catarina Darnley || align=center| c. 1681 || align=center| 13 de março de 1743 || Casou-se com Jaime Annesley, 3.º Conde de Anglesey, com descendência.<br/>Casou-se com João Sheffield, 1.º Duque de Buckingham e Normanby, com descendência.<ref name=weir263 > {{harvnb|Weir|1996|p=263}} </ref>
|-
| Jaime Darnley || align=center| 1684 || align=center| 1685 ||
|-
| Carlos Darnley || align=center colspan=2 | || Morreu jovem.<ref name=weir263 />
Linha 292:
*{{citar livro|sobrenome=Kenyon|nome=John Philipps|título=The Stuart Constitution 1603–1688, Documents and Commentary|edição=2ª|local=Cambridge|editora=Cambridge University Press|ano=1986|isbn=0-521-31327-9|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Macaulay|nome=Thomas Babington|autorlink=Thomas Macaulay|título=The History of England from the Accession of James the Second|local=Londres|editora=Longmans|ano=1889|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Miller|nome=John|título=James II|editora=Yale University Press|ano=2000|isbn=0-300-08728-4|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Prall|nome=Stuart|título=The Bloodless Revolution: England, 1688|local=Garden City|editora=Anchor Books|ano=1972|ref=harv }}
*{{citar livro|sobrenome=Sowerby|nome=Scott|título=Making Toleration: The Repealers and the Glorious Revolution|local=Cambridge & Londres|editora=Harvard University Press|ano=2013|isbn=978-0-674-07309-8|ref=harv }}