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Tornou-se mais conhecido durante sua gestão em Itatiaia, dirigindo o parque de setembro de 1943 até fevereiro de 1957. Ali realizou uma série de melhorias na infraestrutura física e administrativa, abriu trilhas, implantou um serviço de fiscalização, um museu de fauna e flora, um núcleo de pesquisas científicas, ampliou a biblioteca e iniciou a publicação do periódico ''Boletim do Parque Nacional do Itatiaia'', um veículo de divulgação das pesquisas realizadas no parque, para as quais convidou muitos especialistas renomados. Preocupava-se com a conservação da natureza e procurou organizar formas de turismo não agressivo. Seu trabalho possibilitou o estudo de muitas espécies e a identificação de outras desconhecidas, e projetou o parque internacionalmente. No Jardim Botânico do Rio também deixou uma obra importante na reestruturação dos seu funcionamento, além de organizar um congresso internacional de jardins botânicos.<ref name="Parque"/> Participou de um grupo de estudos para a [[reforma agrária]] e por um ano (1965) presidiu o [[Instituto Brasileiro de Reforma Agrária]], foi membro do [[Conselho Nacional de Reforma Agrária]] e do [[Consórcio Brasileiro de Produtividade]], e assessor para problemas agrônomos de [[Roberto Campos]] no Ministério do Planejamento.<ref>Bortone, Elaine de Almeida. [http://www.encontro2016.rj.anpuh.org/resources/anais/42/1465606288_ARQUIVO_ATOMADADOESTADOPELOINSTITUTODEPESQUISASEESTUDOSSOCIAIS.pdf "A tomada do estado pelo instituto de pesquisas e estudos sociais (IPES): o caso das empresas estatais federais do setor agrícola"]. In: ''Anais do XVII Encontro de História da ANPUH-RIO''. UFRRJ-Campus Nova Iguaçu, 08-11/08/2016</ref>
 
Foi autor de artigos científicos e em 1952 publicou um livro influente sobre a criação de áreas protegidas,<ref name="Mittermeier">Mittermeier, Russell A. ''et al''. "Uma breve história da conservação da biodiversidade no Brasil". In: ''Megadiversidade'', 2005; 1 (1):14-20</ref> ''Parques Nacionais do Brasil'', que segundo Carla Morsello "é a primeira obra claramente voltada para a discussão deste tema no Brasil [a autora refere-se à criação de áreas protegidas], e que muito influenciou cientistas e técnicos da época. Neste trabalho ficava igualmente clara a preocupação com a conservação dos [[recursos naturais]], os quais estavam sendo esgotados pelos métodos de exploração postos em prática pela humanidade, especialmente a partir da [[era industrial]]".<ref>Morsello, Carla. ''Areas protegidas públicas e privadas: seleção e manejo''. Annablume, 2001, p. 154 </ref>
 
Um dos primeiros ambientalistas do país, foi um dos fundadores e presidente de uma das primeiras [[ONG]]s nacionais, a [[Fundação Brasileira para Conservação da Natureza]] (1958),<ref name="Mittermeier"/> e é lembrado como uma das figuras mais marcantes na história do ambientalismo brasileiro.<ref name="Parque"/><ref name="Urban">Urban, Teresa. ''Missão (quase) impossível: aventuras e desventuras do movimento ambientalista no Brasil''. Editora Peirópolis, 2001, p. 32 </ref><ref>Lopes, Márcia Helena. "Memórias de uma Conservacionista Brasileira". In: ''Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science'', 2016; 5 (3):279-281 </ref> Hoje o Centro de Visitantes no Parque de Itatiaia leva seu nome, assim como uma rua na cidade de Itatiaia. Marcia Hirota, diretora-executiva da [[Fundação SOS Mata Atlântica]], enalteceu sua "grande trajetória com muitas conquistas e várias contribuições na administração pública e nas pesquisas científicas", e guarda "boas lembranças da nossa luta pela [[biodiversidade]] e das áreas protegidas da [[Mata Atlântica]]".<ref>Hirota, Marcia. [https://www.sosma.org.br/blog/parque-nacional-itatiaia-faz-80-anos/ "Parque Nacional do Itatiaia faz 80 anos"]. Fundação SOS Mata Atlântica, 14/06/2017</ref>