Portugalidade: diferenças entre revisões

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Para [[Moisés de Lemos Martins]], que prefacia a obra Da 'portugalidade à lusofonia', o trabalho de Vítor de Sousa "tem uma argúcia igual à que teve, quando visou a figura da 'portugalidade', que interroga a figura da 'lusofonia', da qual os Portugueses não desgrudam nunca", sendo que a investigação não se fica pelos equívocos (antigos e modernos, luso-tropicalistas, neocoloniais, ou outros), "ensaiando sobre as possibilidades da lusofonia, não apenas como figura, mas nas suas inúmeras vertentes". A propósito da assombração da figura de “portugalidade”, “que vampiriza a figura de ‘lusofonia’”, Vítor de Sousa afirma “não poder haver lusofonia com portugalidade”, configurando mesmo essa eventualidade um contrassenso<ref name=":16">{{Citar web |ultimo=Moisés de Lemos|primeiro=Martins|url=http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/cecs_ebooks/issue/view/229 |titulo= Da obsessão da portugalidade aos equívocos e possibilidades da lusofonia |lingua=pt-PT}}</ref>.
 
[[Moisés de Lemos Martins]] observa ainda que “portugalidade” e “lusofonia”, assim como o seu imaginário, aparecem “tingidos de nostalgia imperial e amassados na ficção, a um tempo piedosa e falsa, de que Portugal fez uma colonização doce e sem violência. Essa ideia, de uma colonização diferente de todas as outras, apenas pode carregar, no entanto, as cores de uma excecionalidade portuguesa, que não existe”<ref name=":17">{{Citar web |ultimo=Correio do MinhoMartins|primeiro=JornalMoisés de Lemos|url=https://correiodominho.pt/cronicas/a-portugalidade-como-fraca-cantiga/10635?fbclid=IwAR0bvHB_VBCbnZ1eOVhXYPAvwkKmxqDNITEtOIcEoa3UHRZC8vP4ITn8kro |titulo= A “portugalidade” como fraca cantiga |lingua=pt-PT}}</ref>. “Este imaginário mistura-se, muitas vezes, com um conjunto de estereótipos e equívocos. E essa circunstância tem levado muitos investigadores das Ciências Sociais e Humanas a recusar, tanto a figura de “portugalidade”, quanto a figura de “lusofonia”. Porque ambas as figuras se cruzam com um passado, de muito má memória. O sonho que remete para a “uniformidade católica do país”, assim como o sonho das caravelas, em permanência com as velas enfunadas, constituem um imaginário que apenas pode ser dado por definitivamente encerrado” “Portugalidade” e “lusofonia”, assim como o seu imaginário, aparecem, então, tingidos de nostalgia imperial e amassados na ficção, a um tempo piedosa e falsa, de que Portugal fez uma colonização doce e sem violência. Essa ideia, de uma colonização diferente de todas as outras, apenas pode carregar, no entanto, as cores de uma excecionalidade portuguesa, que não existe<ref name=":16">{{Citar web |ultimo=Moisés de Lemos|primeiro=Martins|url=http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/cecs_ebooks/issue/view/229 |titulo= Da obsessão da portugalidade aos equívocos e possibilidades da lusofonia |lingua=pt-PT}}</ref>.
 
É por isso que Vítor de Sousa concorda com o filósofo [[Ludwig Wittgenstein]]<ref name=":18">{{Citar web |ultimo=Ludwig|primeiro=Wittgenstein |titulo= The Blue and Brown Books |lingua=pt-PT}}</ref>, que sustentava que o sentido que se dá às palavras deveria ser o seu uso, não obstante sublinhar ser necessário uma contextualização, até para evitar eventuais equívocos. Para além de se ter que ter em mente o que [[Umberto Eco]]<ref name=":19">{{Citar web |ultimo=Umberto|primeiro=Eco|titulo= Il Pensiero Debole |lingua=pt-PT}}</ref> chamou a atenção, sobre o facto de os dicionários e enciclopédias não coincidirem com as noções teóricas enquanto categorias de uma semiótica geral.