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Pressionado pela mobilização da sociedade, desde 1974 o general [[Ernesto Geisel]], o quarto militar a ocupar o posto de [[Presidência da República|presidente da República]] desde o [[Golpe de 1964]], vinha pondo em prática medidas graduais visando a reabertura política do país, mas não sem enfrentar a intensa oposição de setores [[linha-dura]] das [[Forças Armadas do Brasil]]. Estes, inconformados com as medidas progressistas do governo, desejavam garantir sua supremacia durante as eleições indiretas que seriam realizadas em 1978 e, com essa finalidade, passaram a arquitetar atentados terroristas com vistas a enfraquecer os setores dominantes das Forças Armadas, que eles viam como brandos e ineficazes, e intensificar o sentimento anti-comunista da população de tal forma que sua proposta linha-dura viesse a ser vista como necessária ao país.
 
Não que se tratasse de uma estratégia nova, visto que já entre 1967 e 1968 militares liderados por [[Aladino Félix]] e o general Paulo Trajano da Silva haviam realizado uma longa campanha de assaltos à mão armada e ataques a bomba com o objetivo de levar a um endurecimento da ditadura que assolava o país.{{Sfn|Quadros|2018}}{{Sfn|Phillips|2018}}{{Sfn|Faria|2019|p=219-220}} Pioneiros do [[terrorismo de Estado]] no Brasil,{{Sfn|Phillips|2018}}{{Sfn|Quadros|01-10-2018}} esses ataques foram anteriores ao surgimento do [[terrorismo de esquerda]] do final dos anos 1960 mas, devido a manobras dos militares, acabaram creditados a grupos de esquerda e tiveram papel significativo na promulgação do [[Ato Institucional n.º 5|AI-5]], de 13 de dezembro de 1968.{{Sfn|Quadros|2018}}{{Sfn|Phillips|2018}}{{Sfn|Faria|2019|p=215}}
 
Em meio à campanha de atentados em curso, em 1979 o general [[João Batista Figueiredo]] sucedeu Geisel na presidência do país, comprometendo-se a dar continuidade ao processo de abertura que este havia iniciado. No entanto, praticamente toda a carreira do novo general-presidente estava ligada à chamada "comunidade de informações" do Exército, formada por organizações como o [[Centro de Informações do Exército]] (CIE), o [[Serviço Nacional de Informações]] (SNI) e o [[DOI-Codi]] e responsável direta pela repressão às atividades de oposição ao governo; mesmo disposto a prosseguir com a abertura do regime, ele não pretendia entrar em atrito com estes setores, principalmente o CIE, cujos integrantes estavam inconformados com os rumos políticos do governo.