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Por isso, para eles também era interessante que a esquerda voltasse a se envolver na [[luta armada]], de modo a justificar mais repressão política e a continuidade dos órgãos em que trabalhavam. Na falta de um perigo evidente, visto que a ação armada da esquerda havia sido abandonada muito antes, esses grupos estavam dispostos a forjar ameaças da parte de "subversivos de esquerda", que, eles esperavam, levariam a uma volta da repressão mais violenta e aumentariam a importância dada aos órgãos de segurança da ditadura.{{Sfn|Nascimento|2014|p=14, 21-22, 30}}
 
Nesse contexto, entre 1978 e 1987 esses grupos somaram-se aos setores linha-dura e deram continuidade à campanha de ataques a bomba que vinha sendo levada a cabo pelo país.{{Sfn|Silva|2020}}{{Sfn|Costa|1991|p=28}} Os ataques desse período, contudo, seriam mais numerosos e virulentos e, somente a partir de janeiro de 1980, somariam cerca de 74 atos terroristas.{{Sfn|Kushnir|2009}} Em particular, buscando intimidar a imprensa que criticava a ditadura e lideranças que se opunham a ela, apenas entre 1979 e 1981 ao menos quarenta explosões contra bancas de jornal foram realizadas por militares,{{Sfn|Dantas|2014}} enquanto ataques a bombas também atingiram instituições como a [[Ordem dos Advogados do Brasil]] (OAB), a [[Associação Brasileira de Imprensa|Associação Brasileira de Imprensa]] (ABI) e a Casa do Jornalista, bem como livrarias e universidades e as sedes de jornais como [[O Estado de S. Paulo]], [[Hora do Povo]], Em Tempo (Belo Horizonte) e [[O Pasquim]].{{Sfn|Comissão Nacional da Verdade|2014|p=3-4}}{{Sfn|Nascimento|2014|p=21-22}}{{Sfn|Comissão Nacional da Verdade|2014b|p=661}} Até mesmo militares que defendiam a reabertura política passaram a ter suas famílias ameaçadas.{{Sfn|Gaspari|2016|p=16}}
 
O show em comemoração do Dia do Trabalhador, que testemunharia o Atentado do Riocentro, já fora alvo indireto de uma bomba no ano anterior, em 26 de abril 1980, que foi detonada em uma loja que vendia ingressos para o evento, em Madureira, no Rio de Janeiro.{{Sfn|Comissão Nacional da Verdade|2014|p=4, 11}}
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== Legado ==
Vide {{Sfn|Nascimento|2014|p=20-23, 30}}
 
 
"Na manhã seguinte à explosão no Riocentro, Heitor Ferreira telefonou para Figueiredo, informando-o do “fato gravíssimo”. O presidente disse-lhe: “Até que enfim os comunistas fizeram uma bobagem”. Logo soube que se enganara. A bobagem não fora dos comunistas.16 Nas explosões do Riocentro comprovou-se materialmente que havia um núcleo terrorista dentro do re- gime, na estrutura militar da repressão política. Freddie Perdigão, símbolo da vitória de 1964, estava na cena final da desmoralização da ditadura e do governo de João Figueiredo, um general que chegara ao Planalto convivendo com as duas faces do regime. A bomba do DOI dividiria as Forças Armadas e provocaria o rompimento de Golbery com Figueiredo. Depois dela, o presi- dente e o regime não seriam mais os mesmos."{{Sfn|Gaspari|2016|p=16}}
 
== Notas ==