Hilma af Klint: diferenças entre revisões

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'''Hilma af Klint''' ([[Solna (comuna)|Solna]], [[Estocolmo]], 26 de outubro de [[1862]] - [[Danderyd (comuna)|Danderyd]], [[Estocolmo (condado)|Estocolmo]], 21 de outubro de [[1944]]) foi uma [[artista]] e [[Misticismo|mística]] [[Suecos|sueca]] e pioneira do [[abstracionismo]], cujas pinturas foram consideradas uma das primeiras [[Arte abstrata|obras abstratas]] conhecidas na história da arte ocidental.<ref>{{Citar web|ultimo=Cain|primeiro=Abigail|url=https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-first-abstract-artwork|titulo=''What Was the First Abstract Artwork?''|acessodata=2017-03-31|website=Artsy.net|lingua=en}}</ref> Uma parte considerável de sua obra antecede as primeiras composições puramente abstratas de [[Wassily Kandinsky|Kandinsky]] e [[Piet Mondrian|Mondrian]].<ref name="TATE">{{Citar web|ultimo=|primeiro=|autorlink=|url=https://www.tate.org.uk/art/brief-history-abstract-art-turner-mondrian-and-more|titulo=A Brief History of Abstract Art with Turner, Mondrian, and More|website=www.tate.org.uk|publicado=Tate Modern|urlmorta=live}}</ref> Ela pertencia a um grupo chamado "As Cinco", compreendendo um círculo de mulheres inspiradas pela [[Teosofia]], que compartilhavam a crença na importância de tentar contatar os chamados "Mestres Ascensos"—frequentemente por meio de [[Sessão espírita|sessões espíritas]]—alegadamente espíritos elevados que desejavam comunicar por meio de imagens.<ref>Bashkoff, T., ed., et al., ''Hilma Af Klint'' (New York: Solomon R. Guggenheim Museum, 2018).</ref> Suas pinturas, que às vezes se assemelham a diagramas, eram uma representação visual de ideias espirituais complexas.<ref>Bashkoff, Tracey, ''Hilma af Klint: Paintings for the Future'', ArtBook, 2018</ref>
'''Hilma af Klint''' ([[Solna (comuna)|Solna]], [[Estocolmo]], 26 de outubro de [[1862]] - [[Danderyd (comuna)|Danderyd]], [[Estocolmo (condado)|Estocolmo]], 21 de outubro de [[1944]]) foi uma [[artista]] sueca e pioneira do [[abstracionismo]]. A pintora af Klint frequentou a Real Academia de Belas-Artes, principal centro de educação artística da capital sueca, mas logo se distanciou do seu treino académico para pintar mundos invisíveis, influenciada pelos movimentos espirituais da época, tais como o rosa-cruz, a teosofia e, mais tarde, a antroposofia. Ela integrou o grupo “As cinco”, grupo artístico composto por artistas mulheres que acreditavam serem conduzidas por espíritos elevados, que desejavam comunicar por meio de imagens. Esse grupo já experimentava, desde o final do século XIX, a escrita e o desenho automáticos, antecipando as estratégias surrealistas em mais de 30 anos. Em [[1906]], desenvolveu imagens abstratas, bem antes de alguns dos mais célebres artistas associados ao movimento da [[Arte abstrata|arte abstracta]], tais como o [[Wassily Kandinsky]], [[Piet Mondrian]] e [[Kazimir Malevich]]. O trabalho da Hilma af Klint não é uma pura abstração da cor e da forma, por si só, mas antes um retrato do que não é visível.
 
A pintora af Klint frequentou a Real Academia de Belas-Artes, principal centro de educação artística da capital sueca, mas logo se distanciou do seu treino académico para pintar mundos invisíveis, influenciada pelos movimentos espirituais da época, tais como o rosa-cruz, a teosofia e, mais tarde, a antroposofia. Seu grupo já experimentava, desde o final do século XIX, a escrita e o desenho automáticos, antecipando as estratégias surrealistas em mais de 30 anos.
== Biografía ==
Hilma nasceu em 26 de outubro de 1862. Era a quarta filha do capitão da [[marinha]] sueca, Victor af Klint, e de Mathilda af Klint. Quando criança, passou os verões com a família em sua propriedade em Hanmora, na ilha de [[Adelsö]], no [[lago Malar]]. Foi nesta ilha de paisagem natural deslumbrante que Hilma entrou em contato com a natureza e as suas diversas formas que viriam a servir de grande inspiração para seu trabalho. Posteriormente, Hilma mudaria para Munsö, a próxima ilha depois de Adelsö<ref name=Serpentine>{{Citar web |url=http://www.serpentinegalleries.org/exhibitions-events/hilma-af-klint-painting-unseen |título=Hilma af Klint: Painting the Unseen |publicado=Serpentine Galleries |editor=Serpentine Galleries |acessadoem=29 de julho de 2017}}</ref>.
 
== Vida inicial ==
Hilma herdou da família um grande interesse pela botânica e matemática, o que se refletiu em sua arte. Depois que a família se mudou para [[Estocolmo]], ela ingressou, aos 20 anos, na [[Academia Real de Artes da Suécia]], onde aprendeu as técnicas de representação de paisagens e retratos na pintura. Para a época, foi uma escolha controversa, já que poucas mulheres ingressavam no ensino superior no começo do [[século XX]]. De 1882 a 1887, Hilma estudou principalmente o desenho e a pintura de retratos e paisagens, graduando-se com excelentes notas e com louvor, ganhando em seguida uma bolsa de estudos na forma de um estúdio no prédio dos ateliês, em Estocolmo, pertencente à academia de artes. O edifício ficava num importante ponto cultural da capital sueca na época, o cruzamento das ruas Hamngatan e [[Kungsträdgården]]. Hilma começou a trabalhar profissionalmente, ganhando a admiração e o respeito pelas suas paisagens e pinturas botânicas, pelos seus desenhos e retratos<ref name=Serpentine/>.
[[Ficheiro:Eftersommar_Hilma_af_Klint_1903.jpeg|miniaturadaimagem|''Eftersommar'' (''Final de'' ''Verão''), uma das primeiras obras naturalísticas, pintada por af Klint em 1903, um exemplo das obras que ela exibia ao público durante sua vida]]
Hilma nasceu em 26 de outubro de 1862. Era a quarta filha do capitão da [[marinha]] sueca, Victor af Klint, e de Mathilda af Klint. Quando criança, passou os verões com a família em sua propriedade em Hanmora, na ilha de [[Adelsö]], no [[lago Malar]]. Foi nesta ilha de paisagem natural deslumbrante que Hilma entrou em contato com a natureza e as suas diversas formas que viriam a servir de grande inspiração para seu trabalho. Posteriormente, Hilma mudaria para Munsö, a próxima ilha depois de Adelsö.
 
Hilma herdou da família um grande interesse pela [[botânica]] e [[matemática]], o que se refletiu em sua arte. Ela mostrou uma habilidade precoce em artes visuais e, depois que a família se mudou para Estocolmo, estudou na Tekniska skolan em Estocolmo (hoje [[Konstfack]]), onde aprendeu retrato e pintura de paisagem.
Em 1906, começou uma das suas séries artísticas mais emblemáticas: ''Os quadros para o templo.'' Estas foram as suas primeiras pinturas abstractas. Em 1908, conhece [[Rudolf Steiner]], membro destacado da [[Sociedade Teosófica]] e fundador da [[antroposofia]]. Quando Steiner visitou seu estúdio em 1909, prognosticou que o seu trabalho não seria entendido durante os 50 anos seguintes.
 
Ela foi admitida na [[Academia Real de Artes da Suécia]] aos vinte anos.<ref name=":0">{{Citar livro|título=Hilma af Klint : Notes and Methods|ultimo=Klint|primeiro=Hilma af|data=2018|editora=The University of Chicago Press|isbn=9780226591933|oclc=1090316599}}</ref> Durante os anos de 1882 a 1887, ela estudou principalmente desenho, pintura de retratos e pintura de paisagem. Ela se formou com louvor e recebeu uma bolsa de estudos na forma de um estúdio no chamado "Edifício Atelier" (Ateljébyggnaden), propriedade da Academia de Belas Artes entre [[Hamngatan]] e [[Kungsträdgården]] no centro de Estocolmo. Este era o principal pólo cultural da capital sueca naquela época. O mesmo prédio também abrigava o [[Blanchs Café]] e a Galeria de Arte Blanchs, onde existia um conflito entre a visão de arte convencional da Academia de Belas Artes e o movimento de oposição da "Sociedade de Arte" (Konstnärsförbundet), inspirado pelos pintores franceses do [[En plein air|En Plein Air]]. Hilma af Klint começou a trabalhar em Estocolmo, ganhando reconhecimento por suas paisagens e pinturas botânicas, por seus desenhos e retratos.<ref name=":1">{{Citar jornal|url=http://www.serpentinegalleries.org/exhibitions-events/hilma-af-klint-painting-unseen|titulo=Hilma af Klint: Painting the Unseen|acessodata=2017-03-11|website=Serpentine Galleries|lingua=en}}</ref>
Foi empregada no Instituto Veterinário de Estocolmo como desenhista científica. Neste tempo, teve a oportunidade de fazer numerosos estudos e trabalhos gráficos sobre a [[Teoria da evolução de Darwin|Teoria da Evolução de Darwin]]. Podemos ver na sua obra a terminología desta teoria. Também os dividiu em séries, como se estivesse a fazer trabalhos de investigação científica<ref name=Serpentine/>.
 
Foi empregada no Instituto Veterinário de Estocolmo como desenhista científica. Neste tempo, teve a oportunidade de fazer numerosos estudos e trabalhos gráficos sobre a [[Teoria da evolução de Darwin|Teoria da Evolução de Darwin]]. Podemos ver na sua obra a terminología desta teoria. Também os dividiu em séries, como se estivesse a fazer trabalhos de investigação científica.<ref name=":1" />
Hilma af Klint suspendeu as suas investigações pictóricas temporalmente para cuidar de sua mãe e deixou o bairro do seu ateliê de pintura em Kungstraedgaarden. Retomou a sua pintura com ''Os quadros para o templo'' em 1912, finalizados em 1915. Um ano depois, pintou a série ''Parsifal'' e a série ''Átomo'' em 1917<ref name=Serpentine/>.
 
Sua pintura convencional tornou-se uma fonte de receita financeira, mas a "obra de sua vida" permaneceu uma prática totalmente separada.<ref>[[Maurizio Cattelan|Cattelan, M.]], [[Massimiliano Gioni|Gioni, M.]], & Subotnick, A., eds., ''Charley'', Issue 5 (New York: [[Distributed Art Publishers|D.A.P.]], 2007).</ref>
==Últimos anos==
Em 1920, a sua mãe faleceu. Nesta época, viajou para a [[Suíça]] e encontrou-se novamente com Rudolf Steiner, unindo-se ali à Sociedade Teosófica. Em 1925, abandonou definitivamente a pintura, para se dedicar aos estudos teosóficos, vindo a falecer em acidente de carro em 21 de outubro de 1944<ref name=Serpentine/>.
 
== Ideias espirituais e filosóficas ==
== Galeria ==
[[Ficheiro:Hilma-af-Klint.jpg|miniaturadaimagem|af Klint em seu estúdio, c. 1895]]
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Em 1880 faleceu sua irmã mais nova, Hermina, e foi nessa época que a dimensão espiritual de sua vida começou a se desenvolver.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Kellaway|primeiro=Kate|url=https://www.theguardian.com/artanddesign/2016/feb/21/hilma-af-klint-occult-spiritualism-abstract-serpentine-gallery|titulo=Hilma af Klint: a painter possessed|data=2016-02-21|acessodata=2017-03-11|website=[[The Guardian]]|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref> Seu interesse pela abstração e pelo simbolismo veio do envolvimento de Hilma af Klint com o [[espiritismo]], muito em voga no final do século XIX e início do século XX. Seus experimentos em investigação espiritual começaram em 1879.<ref name=":0" /> Ela se interessou pela [[Teosofia]] de [[Helena Blavatsky|Madame Blavatsky]] e pela filosofia de [[Christian Rosenkreuz|Christian Rosencreutz]]. Em 1908 ela conheceu [[Rudolf Steiner]], o fundador da [[Sociedade Antroposófica]], que estava visitando Estocolmo.<ref>Gaze, D., ''Concise Dictionary of Women Artists'' ([[Abingdon-on-Thames]]: [[Routledge]], 2001), [https://books.google.com/books?id=V4h7A0XIN14C&pg=PA413 p. 413].</ref> Steiner a apresentou às suas próprias teorias sobre as artes e teria alguma influência em suas pinturas mais tarde na vida. Vários anos depois, em 1920, ela o reencontrou no [[Goetheanum]] em [[Dornach]], na Suíça, sede da Sociedade Antroposófica. Entre 1921 e 1930 passou longos períodos no Goetheanum.
Hilma af Klint - 1907 - Altarpiece - No 1 - Group X - Altarpieces.jpg|Altarpiece<br>(''Altar do templo'')<br>1907
Hilma af Klint - 1922 - Wheat and Wormwood.jpg|Vete och malört<br>(''Trigo e absinto'')<br>1922
Hilma af Klint - no date - Untitled 05.jpg|thumb|Hilma af Klint - No date - Untitled 05
Hilma af Klint 1907 - The key to the work up to this point.jpg|thumb|Hilma af Klint 1907 - The key to the work up to this point
Hilma af Klint - 1916 - No 1 From The Parsifal Series.jpg|thumb|Hilma af Klint - 1916 - No 1 From The Parsifal Series
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A obra de Af Klint pode ser entendida no contexto mais amplo da busca [[modernista]] por novas formas nos sistemas artístico, espiritual, político e científico do início do século XX.<ref>Liam Taft – ''[http://www.thenationalstudent.com/Arts_and_Theatre/2017-04-19/invisible_art_rediscovering_the_work_of_hilma_af_klint.html Invisible art: rediscovering the work of Hilma af Klint]'' National Student, April 19, 2017</ref> Houve um interesse semelhante por espiritualidade por outros artistas durante este mesmo período, incluindo [[Wassily Kandinsky]], [[Piet Mondrian]], [[Kazimir Malevich|Kasimir Malevitch]] e os [[Les Nabis|Nabis]] franceses, entre os quais muitos, como af Klint, foram inspirados pelo [[Sociedade Teosófica|Movimento Teosófico]].<ref>{{Citar web|url=https://www.theosophyforward.com/articles/theosophy-and-the-society-in-the-public-eye/1138-hilma-af-klint/|titulo=Hilma af Klint|website=www.theosophyforward.com}}</ref>
== Obra artística ==
Ela foi uma inovadora radical, ela contribuiu para uma nova compreensão da arte, que virava as costas à realidade visível. Desde 1906, ela desenvolveu uma linguagem abstracta. A obra de Hilma af Klint não é uma abstração real da cor e da forma, em si mesmos, mas também trata de modelar o invisível. Isto aconteceu anos antes de aparecerem as obras de pintura abstracta de [[Wassily Kandinsky]], [[Piet Mondrian]] e [[Kazimir Malevich|Kazimir Malévich]], outros precursores do abstracionismo no começo do século XX.
 
As obras de Hilma af Klint são principalmente espirituais e o seu trabalho artístico é uma consequência disso.<ref>[Hilma af Klint – Painting the Unseen Serpentine Galleries, 2016. {{ISBN|978-1-908617-34-7}}, p.24]</ref>
Depois ter abandonado a linguagem figurativa naturalista, Hilma af Klint começou a trabalhar a partir de uma dimensão espiritual da existência e procurar fazer visível o que fica além do que o olho pode ver. Da mesma forma que os seus contemporâneos, ela mostra-se entusiasmada pelas correntes espirituais de época, tais como o [[espiritismo]], a [[teosofia]] e a [[antroposofia]]. Na sua obra abstracta, na qual se destaca a pintura de grande formato, podemos achar elementos recorrentes como círculos concêntricos, ovais e espirais. As temáticas abordavam aspectos metafísicos, sobretudo a dualidade: matéria e espírito; feminino e masculino; totalidade do cosmos versus origem do mundo; bem e mal; religião e ciência; entre outros.
 
Ela sentia que o trabalho abstrato e o significado interno eram tão inovadores que o mundo não estava pronto para vê-lo, e desejou que o trabalho permanecesse invisível por 20 anos após sua morte.
Hilma af Klint realizou mais de 1000 trabalhos, entre pinturas e obras em papel. Em vida, expôs a sua obra precoce e figurativa, mas nunca a abstracta. No seu testamento, escreveu que a sua obra abstracta não fosse exposta ao público até 20 anos depois da sua morte. Ela pensava, naquela altura, que não sería valorizada e compreendida, como Steiner previu.
 
== Obra ==
[[Ficheiro:Hilma_af_Klint,_1906-07,_Primordial_Chaos_-_No_16.jpg|miniaturadaimagem|''Caos Primordial, No. 16'', 1906-07]]
Na Academia de Belas Artes, ela conheceu [[Anna Cassel]], a primeira das quatro mulheres com quem trabalhou mais tarde em "As Cinco" (''De Fem''), um grupo de artistas que compartilharam suas ideias. Os outros membros eram [[Cornelia Cederberg]], [[Sigrid Hedman]] e [[Mathilda Nilsson]].."As Cinco" começaram sua associação como membros da Sociedade Edelweiss, que abraçava uma combinação dos ensinamentos Teosóficos de [[Helena Blavatsky]] e espiritualismo. Todas do ''As Cinco'' eram interessadas no paranormal e em sessões espíritas regularmente organizadas. Elas abriam cada reunião com uma oração, seguida por uma meditação, um sermão cristão e uma revisão e análise de um texto do Novo Testamento. Isso seria seguido por uma sessão espírita.<ref name=":0" /> Elas registraram em um livro um sistema completamente novo de pensamento místico, na forma de mensagens de espíritos superiores chamados de ''Os Altos Mestres'' ("Höga Mästare"). Um, Gregor, anunciou: "Todo o conhecimento que não é dos sentidos, não do intelecto, não do coração, mas é propriedade que pertence exclusivamente ao aspecto mais profundo do seu ser ... o conhecimento do seu espírito".<ref>Heiser, J., & Higgie, J., eds., ''Frieze: Contemporary Art and Culture'', Vols 88-91 (London: Durian Publications, 2004).</ref>
 
Através de seu trabalho com ''As Cinco'', Hilma af Klint criou [[Automatismo surrealista|desenhos automáticos]] experimentais já em 1896, levando-a em direção a uma inventiva [[linguagem visual]] geométrica que seria capaz de conceituar forças invisíveis tanto do mundo interno quanto externo. Ela explorou as religiões mundiais, átomos e o mundo das plantas e escreveu extensivamente sobre suas descobertas.<ref name=":0" /> À medida que se familiarizava com essa forma de expressão, Hilma af Klint foi designada pelos Altos Mestres para criar as pinturas para o "Templo"—no entanto, ela nunca entendeu a que esse "Templo" se referia.
 
Hilma af Klint sentia que estava sendo dirigida por uma força que literalmente guiaria sua mão. Ela escreveu em seu caderno:<blockquote>Os quadros eram pintadas diretamente através de mim, sem nenhum desenho preliminar, e com grande força. Eu não tinha ideia do que as pinturas deveriam representar; no entanto, trabalhava com rapidez e segurança, sem alterar uma única pincelada.<ref>{{Citar web|url=https://www.modernamuseet.se/stockholm/en/exhibitions/hilma-af-klint-2013/topics/|titulo=Topics and central works|website=[[Moderna Museet|Moderna Museet i Stockholm]]}}</ref></blockquote>Em 1906, após 20 anos de trabalhos artísticos, e aos 44 anos, Hilma af Klint começou a sua primeira série de pinturas abstratas, uma de suas séries artísticas mais emblemáticas: ''Os quadros para o templo.''
[[Ficheiro:Hilma_af_Klint,_1915,_Svanen,_No._17.jpg|miniaturadaimagem|''Svanen'' (''O Cisne''), Nº 17, Grupo 9, Série SUW, outubro de 1914—março de 1915, uma obra nunca exibida durante a vida de af Klint]]
As obras do Templo foram criadas entre 1906 e 1915, realizadas em duas fases com uma interrupção entre 1908 e 1912. Hilma suspendeu as suas investigações pictóricas temporalmente para cuidar de sua mãe e deixou o bairro do seu ateliê de pintura em Kungstraedgaarden. Retomou a sua pintura com ''Os quadros para o templo'' em 1912, finalizados em 1915. Um ano depois, pintou a série ''Parsifal'' e a série ''Átomo'' em 1917.<ref name=":1" /> Conforme Hilma af Klint descobria sua nova forma de expressão visual, ela desenvolveu uma nova linguagem artística. Sua pintura tornou-se mais autônoma e mais intencional. O espiritual continuaria a ser a principal fonte de criatividade pelo resto de sua vida.
 
A coleção do Templo é de 193 pinturas, agrupadas em várias subséries. As pinturas principais, datadas de 1907, são extremamente grandes: cada pintura mede aproximadamente 240 x 320 cm. Esta série, chamada ''As Dez Maiores'', descreve as diferentes fases da vida, desde a primeira infância até a velhice.
 
Independentemente de seu propósito diagramático, as pinturas têm um frescor e uma estética moderna de linhas provisórias e imagem capturada às pressas: um círculo segmentado, uma hélice cortada ao meio e dividida em um espectro de cores pintadas de leve. O mundo artístico de Hilma af Klint está impregnado de símbolos, letras e palavras. As pinturas frequentemente retratam dualidades simétricas, ou reciprocidades: para cima e para baixo, para dentro e para fora, terrestre e esotérico, masculino e feminino, bem e mal. A escolha da cor em toda é metafórica: azul representa o espírito feminino, amarelo para o masculino e rosa/vermelho para o amor físico/espiritual. ''O Cisne'' e ''A Pomba'', nomes de duas séries das ''Pinturas para o Templo'', também são simbólicos, representando respectivamente a transcendência e o amor. Compreendidas como portas para outras dimensões, suas pinturas apelam à interpretação a nível narrativo, esotérico e artístico, evocando a geometria primordial e os motivos humanísticos.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.aeqai.com/main/2019/06/hilna-af-klint-at-the-guggenheim-metaphysics-as-it-patrols-mortalitys-borders/ |titulo=Hilna Af Klint at The Guggenheim: Metaphysics as it Patrols Mortality's Borders |acessodata=7 September 2019 |ultimo=Erkan |primeiro=Ekin |journal=AEQAI}}</ref>
 
Quando Hilma af Klint concluiu as obras do Templo, a orientação espiritual terminou. No entanto, ela continuou a perseguir a pintura abstrata, agora independente de qualquer influência externa.<ref>Fiore, J., [https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-swedish-mystic-hilma-af-klint-invented-abstract-art "How the Swedish Mystic Hilma af Klint Invented Abstract Art"], [[Artsy (website)|Artsy]], October 12, 2018.</ref> As pinturas do Templo eram em sua maioria pinturas a óleo, mas agora ela também usava aquarelas. Suas pinturas posteriores são significativamente menores em tamanho. Ela pintou, entre outras, uma série que descreve os pontos de vista de diferentes religiões em vários estágios da história, bem como representações da dualidade entre o ser físico e sua equivalência em um nível esotérico. À medida que Hilma af Klint prosseguia suas pesquisas artísticas e esotéricas, é possível perceber uma certa inspiração nas teorias artísticas desenvolvidas pela Sociedade Antroposófica a partir de 1920.
 
Hilma af Klint suspendeu as suas investigações pictóricas temporalmente para cuidar de sua mãe e deixou o bairro do seu ateliê de pintura em Kungstraedgaarden. Retomou a sua pintura com ''Os quadros para o templo'' em 1912, finalizados em 1915. Um ano depois, pintou a série ''Parsifal'' e a série ''Átomo'' em 1917<ref name="Serpentine">{{Citar web|url=http://www.serpentinegalleries.org/exhibitions-events/hilma-af-klint-painting-unseen|título=Hilma af Klint: Painting the Unseen|acessadoem=29 de julho de 2017|publicado=Serpentine Galleries|editor=Serpentine Galleries}}</ref>.
 
Ao longo de sua vida, Hilma af Klint buscaria entender os mistérios com os quais havia entrado em contato por meio de seu trabalho. Ela produziu mais de 150 cadernos com seus pensamentos e estudos.<ref name="WITT">{{Citar web|ultimo=Witt|primeiro=Karolina|url=http://www.diva-portal.se/smash/get/diva2:306945/FULLTEXT01.pdf|titulo=Hilma af Klint Tempelbilderna och historieskrivningen|acessodata=4 Dec 2015|website=www.diva-portal.org|publicado=Halmstad University}}</ref>
 
Em 1908, af Klint conheceu [[Rudolf Steiner]] pela primeira vez. Em uma das poucas cartas restantes, ela estava pedindo a Steiner para visitá-la em Estocolmo e ver a parte final da série ''Pinturas para o Templo'', 111 pinturas no total. Steiner viu as pinturas, mas não se impressionou com a maioria, afirmando que sua maneira de trabalhar era inadequada para um teosofista. Segundo H. P. [[Helena Blavatsky|Blavatsky]], a [[mediunidade]] era uma prática falha, levando seus adeptos ao caminho errado do ocultismo e da magia negra.<ref>Blavatsky, Helena P. (1889). The Key to Theosophy. London: The Theosophical Publishing Company. Theosophy Trust Books. 2007. {{ISBN|0979320526}}. Theosophical University Press Online Edition: The Key to Theosophy by H. P. Blavatsky. {{ISBN|1-55700-046-8}}.</ref> No entanto, durante o encontro, Steiner afirmou que os contemporâneos de af Klint não seriam capazes de aceitar e compreender suas pinturas, e que levaria mais 50 anos para decifrá-las. De todas as pinturas que lhe foram mostradas, Steiner deu atenção especial apenas ao ''Grupo do Caos Primordial'', destacando-as como "as melhores simbolicamente".<ref>Hilma af Klint: Notes and Methods, With an Introduction and Commentary by Iris Müller-Westerman, University of Chicago Press, 2018 {{ISBN|978-0-226-59193-3}}</ref> Depois de conhecer Steiner, af Klint ficou arrasado com sua resposta e, aparentemente, parou de pintar por 4 anos. Curiosamente, Steiner mantinha fotos de algumas das obras de arte de af Klint, algumas delas até coloridas à mão. Mais tarde, no mesmo ano, ele conheceu Wassily Kandinsky, que ainda não havia chegado à pintura abstrata. Alguns historiadores da arte presumem que Kandinsky poderia ter visto as fotos e talvez tenha sido influenciado por elas ao desenvolver seu próprio caminho abstrato.<ref name="IMDb">{{IMDb título|tt9760516|Beyond the Visible – Hilma af Klint|(2019)}}</ref> Mais tarde em sua vida, ela tomou a decisão de destruir toda a sua correspondência. Ela deixou uma coleção de mais de 1200 pinturas e 125 diários para seu sobrinho, Erik af Klint. Entre suas últimas pinturas feitas na década de 1930, há duas aquarelas prevendo os acontecimentos da [[Segunda Guerra Mundial]], intituladas ''A Blitz'' e ''A Luta no Mediterrâneo''.<ref>Hilma af Klint – A Pioneer of Abstraction, Edited by Iris Müller-Westermann with Jo Widoff, with contributions by David Lomas, Pascal Rousseau and Helmut Zander, exhibition catalogue of Moderna Museet nr 375, 2013. {{ISBN|978-91-8624-348-7}}</ref>
 
== Últimos anos ==
Em 1920, a sua mãe faleceu. Nesta época, viajou para a [[Suíça]] e encontrou-se novamente com Rudolf Steiner, unindo-se ali à Sociedade Teosófica.<ref name="Serpentine" />
 
Apesar da crença popular de que Hilma af Klint escolheu nunca exibir suas obras abstratas durante sua vida, nos últimos anos historiadores da arte como Julia Voss descobriram evidências suficientes de af Klint fazendo um esforço real para mostrar sua arte ao público. Por volta de 1920, em Dornach, Suíça, af Klint conheceu o [[Euritmia|euritmista]] holandês Peggy Kloppers-Moltzer, que também era membro de A [[Sociedade Antroposófica]]. Mais tarde, a artista viajou para Amsterdã, onde ela e Kloppers discutiram a possível exposição com os editores da revista de arte e arquitetura ''[[Wendingen]]''. Embora as negociações de Amsterdã não tenham trazido nenhum resultado, pelo menos uma exposição das obras abstratas de Hilma af Klint aconteceu em Londres vários anos depois. Em julho de 1928 em Londres, a Conferência Mundial sobre Ciência Espiritual aconteceu, com Kloppers sendo um dos membros do comitê organizador. Originalmente, Hilma af Klint foi excluída do círculo de participantes, mas após a insistência de Kloppers, a questão foi resolvida. Em julho de 1928, Hilma af Klint faz uma viagem de barco de Estocolmo a Londres, junto com algumas de suas pinturas em grande escala. Em seu cartão postal para [[Anna Cassel]] (descoberto apenas em 2018), af Klint escreve que ela não estava sozinha durante esta viagem de 4 dias. Apesar de af Klint não ter declarado o nome, Julia Voss sugere que provavelmente sua companheira era Thomasine Andersson, uma velha amiga da época de De Fem. Voss afirmou ainda que apesar de a lista de pinturas apresentadas ser desconhecida, pode-se sugerir que se tratam de alguns excertos da série ''Pinturas para o Templo''.<ref>Voss, Julia. 2020. ''Hilma af Klint – Die Menschheit in Erstaunen versetzen''. {{ISBN|3103973675}}</ref>
 
Hilma af Klint morreu em [[Djursholm]], Suécia<ref name="Phaidon Editors">{{Citar livro|título=Great women artists|ultimo=Phaidon Editors|data=2019|editora=Phaidon Press|isbn=978-0714878775}}</ref> em 1944, com quase 82 anos, após um acidente de trânsito, tendo exibido seus trabalhos poucas vezes, principalmente em conferências e encontros espirituais.<ref>Wolfe, S., [https://magazine.artland.com/hilma-af-klint/ "Lost (and Found) Artist Series: Hilma af Klint"], Artland, October 2018.</ref> Ela está enterrada em [[Galärvarvskyrkogården]] em Estocolmo.<ref>Lindblom, L., [https://skbl.se/en/article/HilmaafKlint "Hilma af Klint—Artist, pioneer of abstract art, spiritualist"], trans. A. Grosjean, ''[[Svenskt kvinnobiografiskt lexikon]]'', March 8, 2018.</ref>
 
== Estilo de assinatura ==
O período posterior da arte abstrata de Hilma Af Klint (1906-1920) mergulhou no simbolismo com uma combinação de geometria, figuração, pesquisa científica e práticas religiosas. Seus estudos de crescimento orgânico, incluindo conchas e flores, ajudaram-na a retratar a vida através de lentes espirituais.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/10.7588/worllitetoda.93.1.0104a |titulo=Review: [Untitled] |data=2019 |número=1 |ultimo=Jacobs |primeiro=Rita D. |paginas=104–06 |volume=93 |via=[[JSTOR]] |journal=[[World Literature Today]]}}</ref>
 
Seu [[Estilo (arte)|estilo]] individual ou de assinatura também foi marcado com impressões das descobertas científicas do final do século XIX e início do século XX, como também influenciado por movimentos espirituais contemporâneos, como a [[teosofia]] e a [[Antroposofia|antrosofia]]. A ideia de transcender o mundo físico e as restrições da arte representacional é visível em suas pinturas abstratas.<ref>{{Citar web|url=http://www.theguardian.com/artanddesign/2020/oct/06/hilma-af-klint-abstract-art-beyond-the-visible-film-documentary|titulo='They called her a crazy witch': did medium Hilma af Klint invent abstract art?|data=2020-10-06|acessodata=2021-10-20|website=the Guardian|lingua=en}}</ref>
 
Sua linguagem visual simbólica tem uma progressão ordenada que reflete sua compreensão de grades, círculos, espirais e formas parecidas com pétalas—às vezes diagramáticas, às vezes biomórficas.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/title/hilma-af-klint-a-pioneer-of-abstraction/oclc/828860209|título=Hilma af Klint: a pioneer of abstraction|ultimo=Müller-Westermann|primeiro=Iris|ultimo2=Widoff|primeiro2=Jo|ultimo3=Lomas|primeiro3=David|ultimo4=Rousseau|primeiro4=Pascal|ultimo5=Zander|primeiro5=Helmut|ultimo6=Klint|data=2013|língua=English|isbn=978-91-86243-48-7|oclc=828860209}}</ref> Suas pinturas também exploraram a dicotomia do mundo.<ref>{{Citar livro|título=Concise Dictionary of Women Artists.|ultimo=Gaze|primeiro=Delia|editora=Taylor & Francis|ano=2013|localização=United States|páginas=415|isbn=9781136599019}}</ref>
 
As formas espirais aparecem com frequência em sua arte, como nos desenhos automáticos por [[Anna Cassel|De Fem]]. Embora todas as formas geométricas, neste caso, a espiral, sugiram crescimento, progresso e evolução, as escolhas de cores também são de natureza metafórica.<ref>{{Citar web|ultimo=Pothast|primeiro=Emily|url=https://medium.com/form-and-resonance/the-visionary-practice-of-hilma-af-klint-1a2f2a0db1d|titulo=The Visionary Practice of Hilma af Klint|data=2021-03-04|acessodata=2021-10-20|website=Form and Resonance|lingua=en}}</ref>
 
Como uma das Artistas Proto-Feministas, seu estilo representa o sublime da arte.<ref>{{Citar web|url=https://www.theartstory.org/artist/af-klint-hilma/|titulo=Hilma af Klint Paintings, Bio, Ideas|acessodata=2021-10-20|website=The Art Story}}</ref>
 
== Legado ==
Em seu testamento, Hilma af Klint deixou todas as suas pinturas abstratas para o sobrinho, o vice-almirante [[Erik af Klint]] da [[Marinha Sueca|Marinha Real Sueca]]. Ela especificou que seu trabalho deveria ser mantido em segredo por pelo menos 20 anos após sua morte. Quando as caixas foram abertas no final da década de 1960, muito poucas pessoas tinham conhecimento do que seria revelado.
 
Em 1970, suas pinturas foram oferecidas como um presente ao [[Museu de Arte Moderna (Estocolmo)|Moderna Museet i Stockholm]], mas a doação foi recusada. Erik af Klint então doou milhares de desenhos e pinturas para uma fundação que leva o nome do artista na década de 1970.<ref name="auto">Clemens Bomsdorf (April 13, 2017), [http://theartnewspaper.com/news/museums/museum-to-honour-pioneer-of-abstraction-stuck-in-limbo/ Museum for pioneer of abstraction Hilma af Klint is stuck in limbo] ''[[The Art Newspaper]]''.</ref> Graças ao historiador da arte Åke Fant, sua arte foi apresentada a um público internacional na década de 1980, quando ele a apresentou em uma conferência [[Nordik]] em [[Helsinque]] em 1984.
 
A coleção de pinturas abstratas de Hilma af Klint inclui mais de 1200 peças. É propriedade e administrada pela Fundação Hilma af Klint<ref>{{Citar web|url=https://www.hilmaafklint.se/|titulo=Hilma af Klint Foundation}}</ref> em Estocolmo, Suécia. Em 2017, o escritório de arquitetura norueguês Snøhetta apresentou planos para um centro de exposições dedicado a af Klint em Järna, ao sul de Estocolmo, com custos de construção estimados de € 6 a 7,5 milhões.<ref name="auto2">Clemens Bomsdorf (April 13, 2017), [http://theartnewspaper.com/news/museums/museum-to-honour-pioneer-of-abstraction-stuck-in-limbo/ Museum for pioneer of abstraction Hilma af Klint is stuck in limbo] ''[[The Art Newspaper]]''.</ref> Em fevereiro de 2018, a Fundação assinou um acordo de cooperação de longo prazo com o Moderna Museet, confirmando assim a perenidade da Sala Hilma af Klint, ou seja, um espaço dedicado no museu onde uma dezena de obras da artista são exibidas em um painel contínuo base.<ref>[https://www.modernamuseet.se/stockholm/en/2018/02/26/hilma-af-klint-moderna-museet/ More Hilma af Klint at Moderna Museet], 26 February 2018</ref>
 
== Referências culturais ==
 
* Hilma af Klint e seu trabalho são apresentados no filme ''[[Personal Shopper]]'', no qual a personagem principal, interpretada por Kristen Stewart, pesquisa uma arte inspirada em espíritos.<ref>Stewart, S., [https://nypost.com/2017/03/07/kristen-stewarts-personal-shopper-will-get-under-your-skin/ "Kristen Stewart's ''Personal Shopper'' will get under your skin"], ''[[New York Post]]'', March 7, 2017.</ref>
* O trabalho de Hilma af Klint é citado por [[Jane Weaver]] como inspiração para a ''Modern Kosmology''.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Williams, H.|url=https://www.independent.co.uk/arts-entertainment/music/features/jane-weaver-inspired-by-spiritualist-art-slut-dropping-music-industry-sexist-a7833121.html|titulo=Jane Weaver on the mystical inspiration for her space rock|data=2017-07-10|acessodata=2018-01-15|website=The Independent|lingua=en-GB}}</ref>
* Af Klint foi o tema de um documentário de longa-metragem de 2019 da diretora alemã Halina Dyrschka, intitulado ''Além do Visível—Hilma af Klint''.<ref>King, J. P., [https://www.washingtonblade.com/2020/02/04/new-doc-hilma-af-klint-reclaims-female-artists-place-in-history/ "New doc ''Hilma af Klint'' reclaims female artist's place in history"], ''[[Washington Blade]]'', February 4, 2020.</ref><ref name="IMDb" />
* O trabalho de Af Klint é apresentado no curta-metragem de 2020 ''[[Ponto e linha para plano|Point and Line to Plane]]'', escrito e dirigido por [[Sofia Bohdanowicz]]. O curta apresenta a exposição Hilma Af Klint de 2018 do [[Museu Solomon R. Guggenheim]]'': Pinturas para o Futuro'', que é vista no meio da instalação.<ref>{{Citar web|ultimo=Nayman|primeiro=Adam|url=https://cinema-scope.com/cinema-scope-online/tiff-2020-point-and-line-to-plane-sofia-bohdanowicz-canada/|titulo=TIFF 2020: Point and Line to Plane (Sofia Bohdanowicz, Canada)|data=September 16, 2020|acessodata=November 4, 2021|website=[[Cinema Scope]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210812150912/https://cinema-scope.com/cinema-scope-online/tiff-2020-point-and-line-to-plane-sofia-bohdanowicz-canada/|arquivodata=August 12, 2021|urlmorta=live}}</ref>
 
== Exposições (póstumas) ==
O trabalho abstrato de Hilma af Klint foi mostrado pela primeira vez na exposição "The Spiritual in Art, Abstract Painting 1890–1985" organizada por [[Maurice Tuchman]] em Los Angeles em 1986. Esta exposição foi o ponto de partida do seu reconhecimento internacional.
 
“Hilma Af Klint: Pinturas para o Futuro”, a [[Museu Solomon R. Guggenheim|exposição do Museu Solomon R. Guggenheim]] foi a mais visitada nos 60 anos de história do museu. O show foi assistido por mais de 600.000 visitantes.<ref>{{Citar web|ultimo=Rees|primeiro=Lucy|url=https://www.galeriemagazine.com/hilma-af-klint-guggenheim-most-popular/|titulo=See the Guggenheim Museum's Most Popular Show Ever|data=2019-04-19|acessodata=2021-10-08|website=Galerie|lingua=en-US|urlmorta=live}}</ref>
 
== Galeria ==
<gallery widths="180" heights="180">
Ficheiro:Hilma af Klint - 1907 - Altarpiece - No 1 - Group X - Altarpieces.jpg|''Grupo X, No. 1, Retábulo'', 1915
Ficheiro:Hilma af Klint - no date - Untitled 05.jpg|Obra sem data e sem título
Ficheiro:Hilma af Klint 1907 - The key to the work up to this point.jpg|1907
Ficheiro:Hilma af Klint - Altarpiece No. 2 (13916).jpg|''Grupo X, No. 2, Retábulo'', 1915
Ficheiro:Hilma af Klint - Group VI, Evolution No. 13 (13949).jpg|''Evolução, nº 13, Grupo VI'', 1908
Ficheiro:Hilma af Klint - Group IX UW No. 25, The Dove, No. 1 (13912).jpg|''Grupo IX / UW, nº 25, The Dove, nº 1'', 1915
Ficheiro:Hilma af Klint - Group IX SUW, The Swan No. 1 (13947).jpg|''Grupo IX / SUW, The Swan, No. 1'', 1915
Ficheiro:Hilma af Klint - Group IX SUW, The Swan No. 7 (13945).jpg|''Grupo IX / SUW, The Swan, No. 7'', 1915
Ficheiro:Group IX SUW, The Swan No. 9 by Hilma af Klint (13939).jpg|''Grupo IX / SUW, The Swan, No. 9'', 1915
Ficheiro:Hilma af Klint - Group IX SUW, The Swan No. 10 (13932).jpg|''The Swan, No. 10, Grupo IX / SUW'', 1915
Ficheiro:Hilma Af Klint - The Swan, No. 12, Group IX SUW, 1915 (13926).jpg|''The Swan, No. 12, Grupo IX / SUW'', 1915
Ficheiro:Hilma af Klint - 1915 - The Swan - No 16.jpg|''The Swan, No. 16, Grupo IX / SUW'', 1915
Ficheiro:Hilma Af Klint - 1915 - The Swan, No. 18.jpg|''The Swan, No. 18, Grupo IX / SUW'', 1915
Ficheiro:Hilma af Klint - Booklet 01.jpg|Caderno, 2 a 11 de julho de 1919
Ficheiro:Hilma af Klint - 1920 - Buddha's Standpoint in the Earthly Life - No 3a.jpg|''Ponto de vista de Buda na vida terrena, nº 3a, série XI'', 1920
Ficheiro:Hilma af Klint - 1922 - Wheat and Wormwood.jpg|Vete och malört (''Trigo e absinto''), 1922
Ficheiro:Hilma af Klint - 1916 - No 1 From The Parsifal Series.jpg|No. 1 da série ''Parsifal'', 1916
</gallery>
 
== Exposições - (póstumas) ==
* 2005–2006 - ''3 x Abstraction: New Methods of Drawing'', The Drawing Center, New York; Santa Monica Museum of Art; Irish Museum of Modern Art, Dublin.
* 2006 - ''An Atom in the Universe'', Camden Arts Centre.
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* 2013-2014 - ''Hilma af Klint, a Pioneer of Abstraction'', [[:en:Moderna_Museet|Moderna Museet]], Estocolmo, Suécia. Tour em Hamburger Bahnhof – Museum für Gegenwart, Berlín, e o [[Museo Picasso Málaga]].
* 2015 - Pavilhão Central da 55ª [[Bienal de Veneza]].
* 2016, 3 março - 15 maio - ''Painting the Unseen'', [[:en:Serpentine_Gallery|Serpentine Gallery]], Londres, Reino Unido. <ref>''[http://www.serpentinegalleries.org/exhibitions-events/hilma-af-klint-painting-unseen Hilma af Klint : Painting the Unseen, Serpentine Galleries]''</ref>
* 2016, 20 julho - 02 outubro - ''The Keeper'', New Museum of Contemporary Art, Nova Iorque. <ref>''[http://www.newmuseum.org/exhibitions/view/the-keeper/ The Keeper, New Museum of Contemporary Art]''</ref>
* 2017, 14 março - 25 junio - ''Au-delà des étoiles - Le paysage mystique'', [[Musée d'Orsay]], Paris. <ref>{{Citar web|url=http://m.musee-orsay.fr/fr/expositions/article/au-dela-des-etoiles-44978.html|titulo=Au-delà des étoiles. Le paysage mystique de Monet à Kandinsky - Musée d'Orsay|acessodata=2017-03-12|obra=m.musee-orsay.fr|lingua=fr|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170329002254/http://m.musee-orsay.fr/fr/expositions/article/au-dela-des-etoiles-44978.html|arquivodata=2017-03-29|urlmorta=yes}}</ref>
* 2017, 18 março - 28 agosto - ''Jardin infini. De Giverny à l’Amazonie'', [[Centro Georges Pompidou|Centre Pompidou, Metz]]. <ref>{{fr}} ''[http://www.centrepompidou-metz.fr/node/41760/ Jardin infini. De Giverny à l’Amazonie, Centre Pompidou Metz]''</ref>
 
{{referências|col=2}}
 
==Bibliografia==
* ''Hilma af Klint'', Raster Förlag, Stockholm. SwedishTexto textsueco aboutsobre100 100 picturesquadros. ISBN 91-87214-08-3
* ''Vägen till templet'', Rosengårdens Förlag. SwedishTexto textsueco, 30 sketchesesboços. DescribesDescreve theo teachingperíodo periodde toensino becomepara ase mediumtornar um médium. ISBN 91-972883-0-6
* ''Enheten bortom mångfalden'', Rosengårdens Förlag. SwedishTexto textsueco, 32 picturesfotos. TwoDuas partspartes, oneuma philosophicalfilosófica ande oneoutra art-scientificcientífica da arte. ISBN 91-972883-4-9
* ''I describe the way and meanwhile I am proceeding along it'', Rosengårdens Förlag. AUma shortbreve introductionintrodução inem Englishinglês withcom 3 picturesfotos. ISBN 91-972883-2-2
* ''Hilma af Klint, The greatness of things'' The Douglas Hyde Gallery, Dublin. English text, 23 imagesimagens. ISBN 0-907660-99-1
* ''The Spiritual in Art, Abstract Painting 1890-1985'', publ. Los Angeles County Museum of Art, 1986
* Catherine de Zegher and Hendel Teicher (eds.) ''3 X Abstraction'', Yale University Press ande The Drawing Center, NY, 2005
* Åke Fant: ''Okkultismus und Abstraktion, die Malerin Hilma af Klint''. Albertina, Wien 1992, ISBN 3-900656-17-7.
* John Hutchinson (Hrsged.): ''Hilma af Klint, the Greatness of Things''. Douglas Hyde Gallery, Dublin 2005, ISBN 0-907660-99-1.
* ''The Message. Art and Occultism. With an Essay by [[André Breton]]''. Hrsged. v. Claudia Dichter, Hans Günter Golinski, Michael Krajewski, Susanne Zander. Kunstmuseum Bochum. Walther König: Köln 2007, ISBN 978-3-86560-342-5
* ''Swedish Women Artists: Sigrid Hjertén, Hilma af Klint, Nathalie Djurberg, Signe Hammarsten-Jansson, Aleksandra Mir, Ulrika Pasch'', Books LCC, 2010. {{ISBN|978-1155646084}}[[ISBN (identifier)|ISBN]] [[Special:BookSources/978-1155646084|978-1155646084]]
* ''The Legacy of Hilma af Klint: Nine Contemporary Responses'', Ann-Sofi Norin, [[Daniel Birnbaum]], Verlag der Buchhandlung Walther König, 2013. {{ASIN|B00FOT4GAM}}
* ''Hilma af Klint. The Art of Seeing the Invisible'', by Kurt Belfrage, Louise Almqvist (eds.), 2015 {{ASIN|B01K3I9A1S}}
* ''Hilma af Klint – A Pioneer of Abstraction'', ed. Iris Müller-Westermann e Jo Widoff, com contribuições por David Lomas, Pascal Rousseau e Helmut Zander, catálogo de exibição de Moderna Museet nr. 375, 2013. {{ISBN|978-91-8624-348-7}}[[ISBN (identifier)|ISBN]] [[Special:BookSources/978-91-8624-348-7|978-91-8624-348-7]]
* ''Hilma af Klint – Painting the Unseen'', ed. Daniel Birnbaum e Emma Enderby, com contribuições por [[Julia Peyton-Jones]], [[Hans-Ulrich Obrist|Hans Ulrich Obrist]], [[Jennifer Higgie]] e [[Julia Voss]]. Serpentine Galleries / Koenig Books, 2016. {{ISBN|978-1-908617-34-7}}[[ISBN (identifier)|ISBN]] [[Special:BookSources/978-1-908617-34-7|978-1-908617-34-7]]
* ''Hilma af Klint – Seeing is Believing'', Kurt Almqvist e Louise Belfrage, König Books, 7 de outubro de 2017 {{ISBN|9783960981183}}
* ''Hilma af Klint: Notes and Methods'', com introdução e comentário por Iris Müller-Westerman, University of Chicago Press, 2018 {{ISBN|978-0-226-59193-3}}
 
== Ligações externas ==
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