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|resultado=Vitória golpista
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|Justino Alves Bastos<br/>
|Augusto Roque Dias Fernandes
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Hangho Trench
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|Hangho Trench
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*3º Distrito Naval
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*Usineiros
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O governador de [[Pernambuco]] [[Miguel Arraes]] foi deposto e preso pelo [[Exército Brasileiro|Exército]] durante o [[golpe de Estado no Brasil em 1964]] e sujeito a ''[[impeachment]]'' pela [[Assembleia Legislativa de Pernambuco|Assembleia Legislativa]], com seu cargo passando ao vice-governador [[Paulo Pessoa Guerra|Paulo Guerra]]. A deposição foi ordenada em 1º de abril pelo general [[Joaquim Justino Alves Bastos]], comandante do [[Comando Militar do Nordeste|Quarto Exército]] responsável pela [[região Nordeste do Brasil]].
 
Durante a administração de Arraes, os conflitos sociais em Pernambuco tinham notoriedade mesmo fora do estado. O governador, representante da esquerda populista, tinha a inimizade de classes como os latifundiários e comerciantes e dos militares nomeados pelo governo federal. O Quarto Exército aderiu ao golpe já tendo como alvos o governo estadual e movimentos como as [[Ligas Camponesas]]. No interior e entre a [[Polícia Militar de Pernambuco|Polícia Militar]] ocorreram algumas movimentações para defender o mandato de Arraes, mas ele não quis combater. Tropas da [[Paraíba]] e [[Alagoas]] adentraram o estado, a Polícia Militar foi posta sob controle do Exército, a [[Marinha do Brasil|Marinha]] aderiu ao golpe e o governador foi cercado no [[Palácio das Princesas]]. SeuPressionado ''impeachment''a ocorreurenunciar apósou fazer concessões, aceitou apenas a destituição militar, após a qual ocorreu seu ''impeachment''.
 
== Antecedentes ==
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=== Prisão do governador ===
O dispositivo defensivo montado pela PM negou a possibilidade de uma operação surpresa para prender o governador. Segundo o major Albuquerque, o general Justino quis então evitar um derramamento de sangue e conseguir a renúncia através da diplomacia, mas vários oficiais discordaram disso, considerando a negociação apenas uma forma de Arraes ganhar tempo.{{Sfn|Motta|2003|p=70|loc=Tomo 6}} O vice-almirante Dias Fernandes insinuou que Arraes poderia permanecer se fizesse concessões, mas ele recusou.{{Sfn|Rozowykwiat|2004|p=76}} O governador ficou surpreso com a atitude do vice-almirante, pois o considerava legalista.{{Sfn|Silva|2014|p=369}} Pelo relato de [[Celso Furtado]], testemunha osdos acontecimentos dentro do palácio, no final da manhã o coronel Castilho e o vice-almirante exigiram do governador a entrega da PM e a intercessão junto ao presidente para mudar sua política, de forma a “''neutralizar Arraes, sem pagar nenhum preço diante da opinião pública''”.{{Sfn|CEMV Dom Helder Câmara|2017|p=31}} O tenente-coronel Ivan Ruy também estava na comitiva de negociação.{{Sfn|Motta|2003|p=72|loc=Tomo 6}}
 
Após o fracasso da primeira comitiva, Justino ordenou a deposição do governador,{{Sfn|Silva|2014|p=369}} que, por sua vez, telefonou a [[Brasília]] e ouviu de [[Argemiro de Assis Brasil|Assis Brasil]], chefe do [[Casa Militar (Brasil)|Casa Militar]] da Presidência: “''Resista, governador, porque estamos vencendo em todas as frentes''”.{{Sfn|Silva|2014|p=370}} O novo ultimato falhou às 15:00.{{Sfn|D'Aguiar|1976|p=174}} Num dado momento houve ainda a exigência de que Arraes renunciasse. O governador só aceitaria sua deposição pela força, afirmando que não sairia dali desmoralizado.{{Sfn|Motta|2003|p=72|loc=Tomo 6}}{{Sfn|Rozowykwiat|2004|p=76}} Conforme Celso Furtado, os oficiais novamente compareceram ao palácio e o coronel Castilho foi incisivo — “''o senhor está deposto por ordem do IV Exército''”. Arraes respondeu: “''Deposto, não. Poderei estar preso.''” Castilho insistiu que ele não estava preso, mas Arraes declarou que aquela era sua residência e só sairia preso. A comitiva saiu.{{Sfn|CEMV Dom Helder Câmara|2017|p=31}} Hélio Silva registra que o coronel Castilho ordenou a prisão e deposição do governador quando ele tentou sair do palácio, mas manteve-o no prédio por Arraes declarar que morava ali.{{Sfn|Silva|2014|p=370}}