Antigo Regime: diferenças entre revisões

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Durante a [[Baixa Idade Média]], com o advento do [[Renascimento no Século XII|Renascimento Comercial e Urbano]], surge na [[Europa]] uma tendência de enfraquecimento do poder dos [[Nobreza|nobres]] e fortalecimento do poder dos reis, que durante o período medieval tinham autoridade quase nula. Em alguns países, os soberanos contaram com o importante apoio da [[burguesia]] nascente, que tinha forte interesse na centralização política, pois a padronização de [[peso]]s, [[Unidade de medida|medida]]s e [[moedas]] e a unificação da [[justiça]] e da [[tributação]] favoreciam o desenvolvimento do comércio. A [[nobreza]], sem forças para se impor, acabou por aceitar a dominação real (em alguns casos, após sangrentos conflitos). Parte dela foi cooptada por meio da formação das cortes, constituídas por nobres luxuosamente sustentados pelo [[Estado]]. Os reis puderam assim obter para si todo o controle político, econômico e militar dos países. No auge desse processo de centralização, estabeleceu-se o [[absolutismo]].
 
Durante o [[século XVII]], o Antigo Regime entrou em declínio devido, principalmente, ao [[iluminismo]]. Essa corrente de pensamento defendia ideais do [[liberalismo]], como a instituição de um gestor subordinado a uma carta magnaMagna ([[constituição]]); fim do [[intervencionismo]], tanto político quanto econômico; voto universal e a [[democracia]]; valores completamente antagônicos ao absolutismo. Além disso, com a [[Revolução Industrial]] a burguesia assumiu uma posição social extremamente elevada e desejava ter um representante de seus interesses à frente do governo, o que enfraqueceu ainda mais o sistema absolutista. Aos poucos, os monarcas foram caindo, com destaque para a Inglaterra, que foi pioneira graças aos avanços político-sociais gerados pela primeira revolução industrial.
 
== Contexto ==
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Apesar de, contudo, a noção de “Monarquia Absoluta” (tipificada pelo direito dos reis de emitir cartas que continham uma ordem expressa representando o desejo do monarca) e os esforços dos reis a fim de criar um Estado centralizado, o Antigo Regime francês permaneceu como um campo cheio de irregularidades: administrativas (incluindo a arrecadação de impostos), legais, judiciais, e com relação às divisões eclesiásticas, que frequentemente eram sobrepostas às outras esferas sociais, visto que naquela época a Igreja exercia um papel fundamental no âmbito da manutenção do poder absoluto e da manipulação social. Diante de tais repressões e abusos por parte do monarca, a nobreza francesa lutava para manter seus próprios direitos no que dizia respeito ao governo local e a justiça, ao passo que, fortes conflitos internos estavam sendo gerados contra a centralização.
 
A necessidade de centralização no referido período está diretamente ligada à questão do tesouro real e à realização de guerras. Os conflitos internos e a crises das dinastias dos [[século XVI|séculos XVI]] e [[século XVII|XVII]], juntamente com a expansão territorial francesa durante o [[século XVII]] demandavam uma grande quantidade de verba a fim de bancar tais feituras, com isso, tem-se uma necessidade da cobrança de altos impostos, como o taille (imposto cobrado do campesinato francês com referência à quantidade de terras mantidas por cada casa no campo) e o gabellegabriel? (imposto referente ao sal), além de contribuições diretas de nobres de serviços vindos da mesma classe.
 
Um aspecto fundamental que contribuiu para a centralização do poder na França foi a substituição da “clientela” pessoal do rei (sistema organizado em volta do rei composto principalmente por nobres) pelos institutos estatais em volta do Estado. A criação dos Intendências – representações do poder real em cada província – possibilitou um eficiente enfraquecimento dos controles locais nas mãos dos nobres de cada província. A criação dos parlamentos regionais teve no início o mesmo objetivo de facilitar a introdução do poder real nas províncias recém incorporadas ao reino, mas como os parlamentos começaram a ganhar "auto confiança", passaram a ser o começo da desunião.