SwáSthya Yôga: diferenças entre revisões

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'''Swásthya Yôga''', pronunciado [suástia], do sânscrito, significa auto-suficiência, e também introduz os significados de saúde, bem-estar, conforto, satisfação. É também conhecido como ''Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya Yôga''.
 
I.== CARACTERÍSTICAS DO SWÁSTHYA==
1)==== ASHTÁNGA SÁDHANA====
A característica principal do SwáSthya Yôga é sua prática ortodoxa denominada ashtánga sádhana (ashta = oito; anga = parte; sádhana = prática). Trata-se de uma prática integrada em oito partes, a saber: mudrá, pújá, mantra, pránáyáma, kriyá, ásana, yôganidrá, samyama.
2)==== REGRAS GERAIS DE EXECUÇÃO====
Uma das mais notáveis contribuições históricas da nossa sistematização foi o advento das regras gerais, as quais não são encontradas em nenhum outro tipo de Yôga... a menos que venham a ser incorporadas a partir de agora, por influência do SwáSthya Yôga. Já temos testemunhado exemplos dessa tendência em aulas e textos de vários tipos de Yôga em diferentes países, após o contacto com o SwáSthya.
 
É fácil constatar que as regras e demais características do nosso mé-todo não eram conhecidas nem utilizadas anteriormente: basta consul-tar os livros das várias modalidades de Yôga publicados antes da codi-ficação do SwáSthya. Em nenhum deles vai ser encontrada referência alguma às regras gerais de execução.
 
Por outro lado, podemos demonstrar que as regras gerais constituíram apenas uma descoberta e não uma adaptação, pois sempre estiveram presentes subjacentemente. Tome para exemplo algumas técnicas
quaisquer, tais como uma anteflexão (paschimôttánásana), uma retro-flexão (bhujangásana) e uma lateroflexão (trikônásana), e execute-as de acordo com as regras do SwáSthya Yôga. Depois consulte um livro de Hatha Yôga e faça as mesmas posições seguindo suas extensas des-criçõesdescrições para cada técnica. Você vai se surpreender: as execuções serão equivalentes em mais de 90% dos casos. Portanto, existe um padrão de comportamento. Esse padrão foi identificado por nós e sintetizado na forma de regras gerais.
 
Tal fato passou despercebido a tantas gerações de Mestres do mundo inteiro durante milhares de anos e foi descoberto somente na entrada do terceiro milênio da Era Cristã, da mesma forma como a lei da gra-vidade passou sem ser registrada pelos grandes sábios e físicos da Grécia, Índia, China, Egito e do mundo todo, só vindo a ser descoberta bem recentemente por Newton. Assim como Newton não inventou a gravidade, também não inventamos as regras gerais de execução. Elas sempre estiveram lá, mas ninguém notou.
 
No SwáSthya Yôga as regras ajudam bastante, simplificando a aprendizagem e acelerando a evolução do praticante. Ao instrutor, além disso, poupa um tempo precioso, habitualmente gasto com descrições e instruções desnecessárias.
 
As regras são explicadas no capítulo ÁSANA, subtítulo Regras Gerais do livro Faça Yôga antes que você precise.
 
3)==== SEQÜÊNCIAS COREOGRÁFICAS====
Outra importante característica do SwáSthya Yôga é o resgate do con-ceito primitivo de treinamento, que consiste em execuções mais natu-rais, anteriores ao costume de repetir as técnicas. A instituição do sis-tema repetitivo é muito mais recente do que se imagina. As técnicas antigas, livres das limitações impostas pela repetição, tornavam-se li-gadas entre si por encadeamentos espontâneos. No SwáSthya Yôga esses encadeamentos constituem movimentos de ligação entre os ása-nas não repetitivos nem estanques, o que predispõe à elaboração de execuções coreográficas.
 
Assim, [A] a não repetição, [B] as passagens (movimentos de ligação) e [C] as coreografias (com ásanas, mudrás, bandhas, kriyás, etc.), são conseqüências umas das outras, reciprocamente, e fazem parte desta terceira característica do SwáSthya Yôga.
 
As coreografias também não são uma criação contemporânea. Esse conceito remonta ao Yôga primitivo, do tempo em que o Homem não tinha religiões institucionalizadas e adorava o Sol. O último rudimento dessa maneira primitiva de execução coreográfica é a mais ancestral prática do Yôga: o súrya namaskára!
 
Ocorre que o súrya namaskára é a única reminiscência de coreografia registrada nas lembranças do Yôga moderno. Não constitui, portanto, característica sua. Vale lembrar que o Hatha Yôga é um Yôga mo-dernomoderno, um dos últimos a surgir, já no século XI depois de Cristo, cerca de 4.000 anos após a origem primeira do Yôga.
 
Importante: o instrutor que declara ensinar SwáSthya Yôga, mas não monta a aula inteira com formato de coreografia não está transmitindo um SwáSthya 100% legítimo. Quem não consegue infundir nos seus alunos o entusiasmo pela prática em forma de coreografia, precisa fazer mais cursos e estreitar o contato com a nossa egrégora, pois ainda não compreendeu o ensinamento do codificador do SwáSthya Yôga.
4)==== PÚBLICO CERTO====
É fundamental que se compreenda: para tratar-se realmente de SwáSthya Yôga não basta a fidelidade ao método. É preciso que as pessoas que o praticam sejam o público certo. Caso contrário, estarão tecnicamente exercendo o método preconizado, mas, ao fim e ao cabo, não estarão professando o Yôga Antigo. Seria o mesmo que dispor da tecnologia certa para produzir um determinado tipo de pão, mas querer fazê-lo com a farinha errada.
5)==== SENTIMENTO GREGÁRIO====
O sentimento gregário é a força de coesão que nos fez crescer e tornar-nos tão fortes. Sentimento gregário é a energia que nos mo-biliza para participar de todos os cursos, eventos, reuniões e festas do SwáSthya Yôga, pois isso nos dá prazer. Sentimento gregário é o sentimento de gratidão que eclode no nosso peito pelo privilégio de estar juntos e participando de tudo ao lado de pessoas tão especiais. É o poder invisível que nos confere sucesso em tudo o que a gente fizer, graças ao apoio que os colegas nos ofertam com a maior boa vontade. Sentimento gregário é a satisfação incontida com a qual compartilhamos nossas descobertas e dicas para o aprimoramento técnico, pedagógico, filosófico, ético, etc. Sentimento gregário é o que induz cada um de nós a perceber, bem no âmago da nossa alma, que fazer tudo isso, participar de tudo isso, não é uma obrigação, mas um privilégio.
6)==== SERIEDADE SUPERLATIVA====
Ao travar contato com o SwáSthya Yôga, uma das primeiras im-pressões observadas pelos estudiosos é a superlativa seriedade que se percebe nos nossos textos, linguagem e procedimentos. Essa seriedade manifesta-se em todos os níveis, desde a honestidade de propósitos – uma honestidade fundamentalista – até o cuidado ex-tremado de não fazer nenhum tipo de doutrinação, nem de proseli-tismo, nem de promessas de terapia. Definitivamente, não se en-contra tal cuidado na maior parte das demais modalidades de Yôga.
 
Fazemos questão absoluta de que nossos instrutores e alunos sejam rigorosamente éticos em todas as suas atitudes, tanto no Yôga, quanto no trabalho, nas relações afetivas, na família e em todas as circunstâncias da vida. Devemos lembrar-nos de que, mesmo en-quanto alunos, somos representantes do Yôga Antigo e a opinião pública julgará o Yôga a partir do nosso comportamento e imagem.
Em se tratando de dinheiro, lembre-se de que é preferível perder o nobre metal do que perder um amigo, ou perder o bom nome, ou perder a classe.
 
Devemos mostrar-nos profundamente responsáveis, maduros e ho-nestos ao realizar negócios, ao fazer declarações, ao evitar confli-tos, ao buscar aprimoramento em boas maneiras, ao cultivar a ele-gância e a fidalguia. O mundo espera de nós um modelo de equilí-brio, especialmente quando tivermos a obrigação moral de defender corajosamente nossos direitos e aquilo ou aqueles em que acredi-tamos. Fugir à luta seria a mais desprezível covardia. Lutar com galhardia em defesa da justiça e da verdade é um atributo dos co-rajosos. Contudo, lutar com elegância e dignidade é algo que pou-cos conseguem conquistar.
7)==== ALEGRIA SINCERA====
Seriedade e alegria não são mutuamente excludentes. Você pode ser uma pessoa contagiantemente alegre e, ao mesmo tempo, seriíssima dentro dos preceitos éticos e comportamentais que regem a vida em sociedade.
 
A alegria é saudável e nos predispõe a uma vida longa e feliz. A alegria esculpe nossa fisionomia para que denote mais juventude e simpatia. A alegria cativa e abre portas que, sem ela, nos custariam mais esforço. A alegria pode conquistar amigos sinceros e preservar as amizades antigas. Pode até salvar casamentos.
 
Um praticante de SwáSthya Yôga sem alegria é inconcebível. Se o Yôga traz felicidade, o sorriso e o comportamento descontraído são suas conseqüências inevitáveis.
Entretanto, administre sua alegria para que não passe dos limites e não agrida os demais. Algumas pessoas quando ficam alegres tor-nam-se ruidosas, indelicadas e invasivas. Esse, obviamente, não é o caso do swásthya yôgin.
 
8)==== LEALDADE INQUEBRANTÁVEL====
Lealdade aos ideais, lealdade aos amigos, lealdade ao seu tipo de Yôga, lealdade ao Mestre, são também características marcantes do Yôga Antigo. No SwáSthya valorizamos até a lealdade aos clientes e aos fornecedores. Simbolicamente, somos leais mesmo aos nossos objetos e à nossa casa, procurando preservá-los e cultivar a estabi-lidade, ao evitar a substituição e a mudança pelo simples impulso de variar (Yôga chitta vritti nirôdhah32). Há circunstâncias em que mudar faz parte da evolução e pode constituir a solução de um pro-blema de estagnação. Nesse caso, é claro, não se trata de instabili-dade emocional. O próprio Shiva, criador do Yôga, tem como um dos seus atributos a renovação.
 
Não há nada mais lindo que ser leal. Leal quando todos os demais já deixaram de sê-lo. Leal quando todas as evidências apontam contra o seu ente querido, pessoa amada, colega ou companheiro, mas você não teme comprometer-se e mantém-se leal até o fim.
Realmente, não há nada mais nobre que a lealdade, especialmente numa época em que tão poucos preservam essa virtude.
II.== PRÁTICA ORTODOXA==
SwáSthya Yôga é o próprio tronco do Yôga Antigo, Pré-Clássico, após a sistematização. O SwáSthya Yôga mais autêntico é o ortodoxo, no qual cada prática é constituída pelas oito partes seguintes:
1.* mudrá gesto reflexológico feito com as mãos; 2.
* pújá33pújá retribuição de energia; trânsito energético; 3.
* mantra vocalização de sons e ultra-sons; 4.
* pránáyáma expansão da bioenergia através de respiratórios; 5.
* kriyá atividade de purificação das mucosas; 6.
* ásana técnica corporal;7.
* yôganidrá técnica de descontração; 8.
* samyama concentração, meditação e samádhi.
 
Existem vários tipos de ashtánga sádhana. A estrutura acima é a pri-meira que o praticante aprende. Denomina-se ádi (seguido de palavra iniciada por vogal, o i se transforma em y, ády). O segundo tipo é o viparíta ashtánga sádhana. Depois virão mahá, swa, manasika e gupta ashtánga sádhana, somente acessíveis a instrutores de Yôga.
 
Entretanto, se você não se identifica com esta forma mais completa, em oito partes, existe a opção denominada Prática Heterodoxa.
III.== PRÁTICA HETERODOXA==
As pessoas têm diferentes necessidades ou capacidades. Dess’arte, há praticantes que não conseguem gostar de algum dos angas ortodoxos. Um não se adapta ao pújá; outro, ao mantra; outro, ao ásana; e por aí vai.
 
Ao longo de um processo de sistematização, que durou mais de 40 anos, fomos descobrindo que o SwáSthya possuía determinadas características que nem nós mesmos sabíamos. Tratamos de observar os que professavam esse tronco e ouvir o que tinham a dizer. Com isso, descobrimos mais: havia praticantes que não se adaptavam com a versão ortodoxa e deixavam de incluir este ou aquele anga no seu sádhana, porém, não estavam enquadrados em nenhum outro tipo de Yôga, uma vez que observavam as demais características – utilizavam as regras gerais, acatavam o conceito de execução das técnicas encadeadas, etc. Então, descobrimos que existia uma variação heterodoxa de SwáSthya Yôga, que precisava ser reconhecida.
 
Esta variedade é totalmente flexível. A estrutura de cada prática é de-terminada pelo instrutor que a ministra. Portanto, a sessão pode ser constituída por um só anga, dois deles ou quantos o ministrante quiser utilizar, e na ordem que melhor lhe aprouver. Pode, por exemplo, mi-nistrar um sádhana exclusivamente de ásana, ou de mantra, ou de pránáyáma, ou de samyama, ou de yôganidrá, etc. Ou pode combinar alguns deles à sua vontade. Ainda assim pode ser SwáSthya Yôga, desde que obedeça às demais características mencionadas acima.
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